Beneficência Social
Capítulo 38 — Vendagem de alimentos
Permitida a vendagem de alimentos sob responsabilidade da igreja — Quando se reuniu a Feira Estadual em Battle Creek, nosso povo levou consigo para o local três ou quatro fogões e demonstrou como se podem preparar bons alimentos sem a utilização de carne. Foi-nos dito que tínhamos a melhor mesa no local. Onde quer que estejam reunidas grandes multidões, é vosso privilégio delinear planos para atender aos que ali vão com alimento saudável, e deveis tornar vossos esforços educativos. — Manuscrito 27, 1906. BS 284.1
Uma experiência singular em educação sanitária — Foi por ocasião da visita do grande circo Barnun a esta cidade, em 28 de Junho [1877], que as senhoras da Woman's Christian Temperance Union marcaram um grande ponto em favor da temperança e da reforma organizando um enorme restaurante de temperança para acomodar multidões que se aglomeravam então, vindas dos campos, para visitar o circo, prevenindo-as assim de visitar bares e botequins onde estariam expostos a tentações. A enorme tenda, capaz de abrigar cinco mil pessoas, usada pela Associação Michigan para reuniões bienais, foi utilizada na ocasião. Sob o imenso templo de lona foram preparadas quinze ou vinte mesas para a acomodação dos hóspedes. BS 284.2
Por convite o sanatório preparou uma vasta mesa bem no centro do grande pavilhão, prodigamente suprida com deliciosos frutos, cereais e vegetais. Esta mesa formava a principal atração e foi mais procurada que qualquer outra. Embora tivesse mais de dez metros de comprimento, ela ficou tão apinhada que foi necessário juntar-lhe outra com uns dois terços do seu tamanho, que também ficou lotada. — Testimonies for the Church 4:275. BS 284.3
Planejando um banquete — Ontem tive uma conversa de duas horas com A e sua esposa, os quais estão trabalhando no sanatório aqui. Penso que a entrevista foi proveitosa. Eles falaram de um plano que têm em mente: preparar um banquete no sanatório e convidar preeminentes pessoas residentes em Sta. Helena — advogados, banqueiros e ministros. Esperam poder assim fazer alguma coisa para remover a impressão que parece ter sido deixada por alguns em Sta. Helena, de que esta instituição é um lugar onde apenas pessoas imbecis e decrépitas são cuidadas. O irmão B., gerente do Restaurante Vegetariano São Francisco, virá para cuidar da preparação do banquete. BS 285.1
Não vi objeção a este plano. Quando a luz da reforma de saúde veio-nos no princípio, costumávamos, em ocasiões de festa, levar fogões para o lugar onde o povo se reunia e aí preparar várias espécies de pão sem levedura. Penso que foram bons os resultados de nossos esforços, embora, diga-se, não tivéssemos então os recursos de preparação de alimentos saudáveis como os temos hoje. Nesse tempo estávamos apenas começando a aprender como viver sem o uso de alimentos cárneos. BS 285.2
Algumas vezes demos pequenas festas, e tomamos o cuidado de que tudo que íamos preparar para a mesa fosse apetecível e bom. Na estação das frutas utilizamos amoras, morangos e framboesas recém-apanhados. Fizemos da mesa uma lição objetiva que mostrava aos presentes que nosso regime alimentar, embora em harmonia com os princípios da reforma de saúde, estava longe de ser um regime pobre. BS 285.3
Algumas vezes faziam-se breves preleções sobre temperança em relação com esses entretenimentos, e assim o povo se tornava familiarizado com nossos princípios de vida. Tanto quanto saibamos, todos ficavam contentes e eram esclarecidos. Sempre tínhamos algo a dizer sobre a necessidade de prover alimento saudável e de preparo simples, tornando-o não obstante tão gostoso e apetitoso que os comensais se sentissem satisfeitos. — Carta 166, 1903. BS 286.1
Perigo da preocupação comercial na vendagem de alimentos — Foi-me esclarecido que nas cidades poderia haver oportunidade para se fazer uma obra semelhante a que fizemos nos terrenos da feira de Battle Creek.* Em harmonia com esta luz, restaurantes vegetarianos têm sido estabelecidos. Mas há o grave perigo de que os obreiros de nossos restaurantes se tornem tão imbuídos do espírito de comercialismo que deixem de repartir a luz que o povo necessita. Nossos restaurantes põem-nos em contato com muitas pessoas, mas se permitimos que nosso espírito se absorva com o pensamento do proveito financeiro, falharemos em cumprir o propósito de Deus. Devemos tirar vantagem de cada oportunidade de apresentar a verdade que salva homens e mulheres da morte eterna. — Manuscrito 27, 1906. BS 286.2
Cristo alcançava o povo em suas festas — Cristo é nosso Mestre. Mediante definidas instruções Ele preparou os Seus seguidores para a tarefa que lhes deixava. Tão logo aprendeu a falar, Cristo usou o talento da fala no círculo familiar e entre os amigos e conhecidos, de maneira impecável. Nenhuma palavra impura escapou de Seus lábios. Jamais cometeu um ato errado, pois era o Filho de Deus. Embora possuísse forma humana, estava isento de qualquer mancha de pecado. BS 286.3
Quando convidado, ao iniciar Suas atividades, para um banquete ou festa oferecidos por algum fariseu ou publicano, Ele aceitava o convite. Foi acusado pelos líderes religiosos de comer com publicanos, e estes lançavam sobre Ele a imputação de que era igual a eles. Mas nessas ocasiões Cristo dominava a palestra à mesa e dava muitas lições. E os que estavam presentes ouviam-nO: pois não havia Ele curado os seus doentes, confortado os seus tristes, tomado nos braços os seus filhos, e os abençoado? Publicanos e pecadores eram atraídos a Ele, e quando abria os lábios para falar-lhes, tinha a atenção deles sobre Si. BS 287.1
Cristo ensinou os Seus discípulos como conduzir-se quando em companhia dos que não eram religiosos como dos que o eram. Ensinou-lhes pelo exemplo que quando assistindo a qualquer reunião pública, não precisavam desejar dizer alguma coisa. Mas Sua conversação diferia profunda e decididamente daquilo que tinha sido ouvido em festas no passado. Cada palavra que Ele proferia era para os Seus ouvintes um cheiro de vida para vida, e eles ouviam-nO com submissa atenção, como se desejosos de ouvir com um determinado propósito. BS 287.2
O respeito mostrado a Cristo nos banquetes que Ele freqüentava estava em marcado contraste com a maneira em que os escribas e fariseus eram tratados, e isto lhes era angustioso. Cristo dava lições adaptadas às necessidades dos Seus ouvintes. Foi quando presente a um banquete que Ele contou a parábola da grande ceia, e mostrou a maneira como fora considerado o convite do rei. ... BS 287.3
O grande Mestre falava como quem tem autoridade. Ele instruía Seus discípulos com respeito aos deveres e regras da vida social, os quais são como as próprias leis do reino de Deus. Cristo proferia Suas palavras com grande clareza e simplicidade e não com som incerto. Suas palavras eram como maçãs de ouro em salvas de prata. — Manuscrito 19, 1899. BS 287.4
Oportunidades nos grandes ajuntamentos — Recebi instrução de que ao nos aproximarmos do fim haverá grandes reuniões em nossas cidades como aconteceu recentemente em São Luís, e que se devem fazer preparativos para apresentar a verdade nesses ajuntamentos. Quando Cristo esteve na Terra, Ele aproveitou tais oportunidades. Onde quer que estivesse reunido grande número de pessoas para algum fim, Sua voz era ouvida, clara e distinta, dando Sua mensagem. E como resultado, após Sua crucifixão e ascensão, milhares foram convertidos num dia. A semente semeada por Cristo deitou raízes profundas nos corações, e germinou, e quando os discípulos receberam o dom do Espírito Santo, foi feita a ceifa. ... BS 288.1
Em cada grande ajuntamento alguns de nossos pastores devem estar presentes. Devem trabalhar sabiamente para obter um auditório e levar a luz da verdade perante tantos quantos seja possível. ... BS 288.2
Devemos aproveitar cada oportunidade como a que se apresentou na feira de São Luís. Em ajuntamentos semelhantes devem estar presentes homens a quem Deus possa usar. Folhetos contendo a luz da verdade presente devem ser espalhados entre o povo como folhas de outono. Para muitos que assistem a essas reuniões esses folhetos seriam como folhas da árvore da vida, que são para a saúde das nações. — Carta 296, 1904. BS 288.3