Beneficência Social

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Capítulo 30 — Nossa responsabilidade pelos cegos

Tratar os cegos com compaixão — O Senhor deseja que os que estão relacionados com a obra médico-missionária sejam verdadeiros missionários. Devem ser semelhantes a Cristo na palavra e na ação. Não devem ser misericordiosos apenas quando sentem um impulso de mostrar misericórdia, nem devem agir egoisticamente para com aqueles que são os mais necessitados de trabalho médico-missionário. O cego, por exemplo, deve ser tratado com compaixão. Reflitam os missionários médicos sobre suas ações para com o cego, para que verifiquem se como verdadeiros missionários de Deus não têm deixado de fazer por esta infortunada classe muita coisa que poderiam ter feito. Do que me tem sido apresentado sei que muitos, muitos casos não têm recebido o encorajamento que Cristo teria dado estivesse Ele no lugar do médico-missionário. BS 239.1

O Senhor é Deus. Ele nota os casos de negligência. Toda ação errônea neste sentido é uma falsa representação de Sua misericórdia, amorável bondade e benevolência. BS 239.2

Sou instruída a dizer: “Vigia em oração, cuidadosa e conscienciosamente, não venha a mente a se tornar tão sobrecarregada com muitos negócios e transações importantes que a verdadeira piedade seja descuidada, vindo o amor a se extinguir da alma, não obstante a grande e piedosa necessidade de tornar-vos a mão ajudadora de Deus para o cego e todos os demais desafortunados.” Quanto maior o desamparo, maior o reclamo de atenção. Usai vosso tempo e força para aprender a ser “fervorosos no espírito”, justos no trato, “servindo ao Senhor” em amorável misericórdia. Lembrai-vos de que Cristo diz: “Sempre que o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes.” — Manuscrito 109, 1902. BS 239.3

Conquanto seja Deus um amigo do cego e do infortunado, Ele não os desculpa dos seus pecados. Requer deles que sejam vencedores, que aperfeiçoem caráter cristão no nome de Jesus, que venceu no benefício deles. Mas Jesus Se apiada de nossas fraquezas e está pronto a prover forças para suportar as provas e resistir às tentações de Satanás, se sobre Ele lançarmos o nosso fardo. BS 240.1

Anjos guardam o cego — Anjos são enviados para ministrar aos filhos de Deus que são fisicamente cegos. Anjos guardam os seus passos e livram-nos de milhares de perigos que, desconhecidos a eles, juncam o seu caminho. Mas o Seu Espírito não os atenderá a menos que eles cultivem um espírito de bondade e procurem ferventemente manter domínio sobre sua natureza e levar toda paixão e cada faculdade em submissão a Deus. Precisam cultivar um espírito de amor e controlar suas palavras e ações. BS 240.2

Foi-me mostrado que Deus requer que Seu povo seja muito mais piedoso e compassivo para com os desafortunados do que o tem sido. “A religião pura e imaculada diante de Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.” Aqui é definida a religião genuína. Deus requer que a mesma consideração que deve ser dada à viúva e aos órfãos, seja dada aos cegos e aos que sofrem sob a aflição de outras enfermidades físicas. A beneficência desinteressada é muito rara nesta época do mundo. — Testimonies for the Church 3:516. BS 240.3

Guardas dos desafortunados — Se existem na igreja os que querem fazer os cegos tropeçarem, devem ser chamados à justiça; pois Deus nos fez guardas dos cegos, dos sofredores, das viúvas e dos órfãos. O tropeço ao qual se refere a Palavra de Deus, não quer dizer um bloco de madeira colocado ante os pés do cego (Levítico 19:14) para fazê-lo tropeçar; mas quer dizer muito mais que isso. Quer dizer qualquer procedimento seguido para prejudicar a influência de um irmão cego, trabalhar contra seus interesses, ou estorvar sua prosperidade. — Serviço Cristão, 215. BS 240.4

Um irmão cego, pobre, enfermo, que tudo esteja fazendo a fim de não vir a ser dependente, deve ser encorajado por seus irmãos de toda maneira possível. Mas os que professam ser seus irmãos, que têm o uso de todas as suas faculdades, que não são dependentes, mas que esquecem o seu dever para com os cegos a tal ponto que confundem, afligem e impedem seu caminho, estão fazendo um trabalho que requererá arrependimento e restauração antes que Deus aceite as suas orações. E a igreja de Deus, que tem permitido sejam seus infortunados irmãos injustiçados, serão culpados de pecado até que façam tudo que estiver em seu poder para reparar a injustiça. — Testimonies for the Church 3:519, 520. BS 241.1

O ponto de vista da misericórdia — Eu gostaria que todos nós víssemos as coisas como Deus as vê. Gostaria que pudéssemos compreender como Deus considera esses homens que professam ser seguidores de Cristo, que possuem a bênção da visão e a vantagem de meios em seu favor, e no entanto invejam a pequena prosperidade desfrutada por um pobre cego, e gostariam de beneficiar-se com o aumento de sua soma de recursos à custa de seu afligido irmão. Isto é considerado por Deus como o mais criminoso egoísmo e como roubo, sendo um grave pecado que Ele sem dúvida punirá. Deus nunca esquece. Ele não vê essas coisas com olhos humanos e com o julgamento frio, insensível, do homem. Ele vê as coisas, não do ponto de vista do mundo, mas do ponto de vista da misericórdia, da piedade e do infinito amor. — Idem, 514, 515. BS 241.2

Muitas vezes é o Pobre Maltratado — Com os que ousam tratar sem misericórdia, Deus os tratará como eles têm tratado aos que deles se socorrem em busca de auxílio. Eu tenho sido instruída sobre serem os cegos muitas vezes tratados de maneira impiedosa. BS 242.1

A verdadeira simpatia entre o homem e o seu próximo deve ser o sinal distintivo entre os que amam e temem a Deus e os que se esquecem de Sua lei. — Manuscrito 117, 1903. BS 242.2

Fazei vossa parte para com os desafortunados — É estranho que professos cristãos não estimem os ensinamentos claros e positivos da Palavra de Deus e não sintam compunções de consciência. Deus coloca sobre eles a responsabilidade de cuidar dos desafortunados, cegos, coxos, das viúvas e dos órfãos; porém muitos não fazem nenhum esforço em relação a isto. A fim de salvar essas pessoas, Deus muitas vezes as coloca sob a vara da aflição, e põe-nas em posição semelhante a que ocupavam os que tiveram necessidade de sua ajuda e simpatia e nada receberam de suas mãos. — Testimonies for the Church 3:517. BS 242.3