Beneficência Social

35/60

Capítulo 26 — Ajudar e animar as viúvas

Direitos das viúvas e dos órfãos — Entre todos aqueles cujas necessidades demandam o nosso interesse, as viúvas e os órfãos têm os mais fortes direitos a nossa terna simpatia e cuidado. “A religião pura e imaculada diante de Deus o Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas na sua tribulação e guardar-se da corrupção do mundo.” BS 214.1

O pai que morreu na fé, repousando na eterna promessa de Deus, deixa os seus amados na plena confiança de que o Senhor cuidará deles. E de que modo o Senhor proverá em favor desses desamparados? Ele não opera um milagre enviando-lhes maná do Céu; não lhes envia corvos para alimentá-los; mas Ele opera um milagre no coração humano. Ele expulsa da alma o egoísmo; franqueia as fontes da benevolência. Prova o amor de Seus professos seguidores submetendo a sua terna misericórdia os aflitos e angustiados, os pobres e órfãos. Há em sentido especial os pequeninos a quem Cristo observa e considera uma ofensa feita a Si próprio o negligenciá-los. Aqueles que os negligenciam estão negligenciando a Cristo na pessoa dos Seus infortunados. Todo ato de bondade a eles feito em nome de Jesus é aceito como se feito a Ele próprio, pois Ele identifica os Seus interesses com os da humanidade sofredora, e a Sua igreja confiou Ele a magna tarefa de ministrar a Jesus ao ajudar e abençoar os necessitados e sofredores. A bênção do Senhor repousará sobre todos que a eles ministrarem com coração bem disposto. — The Review and Herald, 27 de Junho de 1893. BS 214.2

Prover auxílio concreto e aliviar o fardo das viúvas — Muita mãe viúva, com seus filhos destituídos de pai, está-se esforçando valorosamente para levar seu duplo fardo, trabalhando tantas vezes muito além de suas forças a fim de conservar consigo seus pequeninos e prover-lhes às necessidades. Pouco tempo tem ela para os educar e instruir, pouca oportunidade de os rodear de influências que lhes aclarem a vida. Ela necessita de animação, simpatia e auxílio positivo. BS 215.1

Deus nos pede que, na medida do possível, supramos para com essas crianças a falta do pai. Em vez de ficar a distância, queixando-nos de seus defeitos, e dos inconvenientes que possam causar, auxiliai-as por todos os modos possíveis. Buscai ajudar à mãe gasta de cuidados. Aligeirai-lhe a carga. — A Ciência do Bom Viver, 202, 203. BS 215.2

Tornar-se canais da beneficência de Deus — Nos lares providos dos confortos da vida, nas despensas e celeiros cheios do fruto das abundantes colheitas, em armazéns abastecidos com os produtos do tear, e nos subterrâneos em que se armazenam a prata e o ouro, tem Deus suprido os meios para a manutenção desses necessitados. Ele nos roga que sejamos condutos de Sua munificência. — A Ciência do Bom Viver, 202. BS 215.3

Confiado aos prósperos, o auxílio às viúvas — Os pobres, os destituídos de lar e as viúvas estão entre nós. Ouvi um rico fazendeiro descrever a situação de uma pobre viúva dentre eles. Ele lamentava sua difícil situação, nestes termos: “Não sei como ela irá se arrumar este inverno. Está numa situação apertada agora.” Tais pessoas esqueceram o Modelo, e por seus atos, dizem: “Não, Senhor, não podemos beber do copo de abnegação, humilhação e sacrifício de que bebeste, nem ser batizados com os sofrimentos com que foste batizado. Não podemos viver para fazer outros felizes. Nosso negócio é ter cuidado de nós mesmos.” BS 215.4

Quem deve saber como as viúvas irão se manter senão aqueles que têm bem cheios os celeiros? Os meios para que elas se mantenham estão à mão. Como ousarão aqueles a quem Deus fez Seus mordomos e a quem confiou meios, retê-los dos necessitados discípulos de Cristo? Ao assim fazerem, retêm-nos de Cristo. Esperais que o Senhor faça chover grãos do céu para suprir os necessitados? Não os colocou Ele antes em vossas mãos, a fim de ajudá-los e abençoá-los por vosso intermédio? Não fez Ele de vós Seus instrumentos nesta boa obra para provar-vos e dar-vos o privilégio de acumular um tesouro no Céu? — Testimonies for the Church 2:32, 33. BS 216.1

Irmãos, pelo amor de Cristo, enchei vossa vida de boas obras. ... Tudo que tendes pertence a Deus. Sede cuidadosos, para que não acumuleis egoistamente as bênçãos que Ele vos entregou para as viúvas e os órfãos. — Testimonies for the Church 4:627. BS 216.2

Os Cristãos possuem em abundância para os necessitados — Os cristãos não são desculpados por permitirem que o clamor das viúvas e as orações dos órfãos subam ao Céu em virtude de sua penosa necessidade, enquanto uma liberal Providência colocou nas mãos desses cristãos abundância para suprimento de suas necessidades. Não permitamos que o clamor das viúvas e dos órfãos atraiam sobre nós, como um povo, a vingança do Céu. No professo mundo cristão o que é gasto em extravagante ostentação, em jóias e ornamentos, daria para suprir as necessidades de todos os famintos e vestir todos os nus em nossas cidades; e ainda assim esses professos seguidores do manso e humilde Jesus não precisariam privar-se do necessário alimento nem do vestuário confortável. Que dirão esses membros da igreja quando confrontados no dia de Deus com os pobres dignos, os aflitos, as viúvas e os órfãos, que têm conhecido a pungente carência para as mínimas necessidades da vida, ao passo que foram despendidos por esses professos seguidores de Cristo para vestuário supérfluo e desnecessários ornamentos expressamente proibidos pela Palavra de Deus, recursos suficientes para suprir todas as suas necessidades? — The Review and Herald, 21 de Novembro de 1878. BS 216.3

Não negligenciar os que estão perto — Com cada donativo e oferta deve existir um apropriado objetivo da parte do doador, que não seja o de sustentar algum indolente, ou ser visto dos homens ou ainda conquistar um bom nome, mas glorificar a Deus pela promoção de Sua causa. Alguns fazem grandes doações à causa de Deus ao passo que seu irmão pobre pode estar sofrendo perto deles sem que eles façam alguma coisa para aliviá-lo. Pequenos atos de bondade praticados por seus irmãos secretamente uniria os seus corações e seria anotado no Céu. Vi que em seus preços e salários o rico devia fazer uma diferença em favor dos aflitos e das viúvas e dos pobres merecedores entre eles. — Testimonies for the Church 1:194. BS 217.1

Deus ouve a oração da viúva — As leis dadas a Israel resguardavam especialmente os interesses dos que necessitavam de auxílio. “O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás; pois estrangeiros fostes na terra do Egito. A nenhuma viúva nem órfão afligireis. Se de alguma maneira os afligirdes, e eles clamarem a Mim, Eu certamente ouvirei o seu clamor. E a Minha ira se acenderá e vos matarei à espada e vossas mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos órfãos.” Êxodo 22:21-24. BS 217.2

Aprendam dessas palavras os de nossas igrejas e os que ocupam cargos de responsabilidade em nossas instituições, quão cuidadosamente o Senhor resguarda os interesses dos que se não podem ajudar a si mesmos. Ele ouve o clamor da viúva por seu filho órfão. Sem dúvida alguma Ele levará a juízo os que desestimam as regras que Ele estabeleceu para preservá-los de danos. BS 217.3

Mas não obstante, a despeito das advertências que Deus tem dado, há os que não temem cometer injustiça para com as viúvas e os órfãos. A palavra do Senhor vem a eles, mas eles não mudam a sua conduta no sentido de socorrer o necessitado. Desviam os ouvidos da súplica do órfão. As lágrimas e orações da viúva nada significam para eles. — Manuscrito 117, 1903. BS 218.1

Visitar as viúvas — Visitar as viúvas e os órfãos, conforme a ordenação do apóstolo, é demonstrar simpatia cristã, santificada, para com eles em sua aflição. Devem preservar de maneira sagrada os seus interesses, trabalhar por eles, enfrentar o incômodo para fazer-lhes um favor. Devem dar-lhes conselho cristão; unir-se com eles em oração e ter sempre em mente que Jesus Cristo está presente em todas essas visitas, e que um registro fiel é mantido sobre o objetivo e a obra realizada. Os cristãos darão provas de que são homens e mulheres convertidos. Mostrarão que são leitores da Bíblia, crentes na Bíblia, e que obedecem a cada ordenação da Palavra de Deus. Não procurarão criar simpatia para si mesmos falando desfavoravelmente do esposo ou da esposa. Não se tornarão egoístas, mas terão um coração disposto a fazer bem a outros e a ser uma bênção para a humanidade, pois isto é cristianismo. Andarão circunspectamente e revelarão o caráter de Cristo. Em todo o seu trato com as viúvas e os órfãos farão justamente como desejariam que outros fizessem por suas esposas e filhos tivessem eles de deixá-los na viuvez e orfandade. BS 218.2

Os fatos que devem ter em mente todos os que se dizem filhos de Deus, é que há um Vigia em cada transação de negócio, o qual registra cada ato e obra do transacionador e que este registro permanecerá tal como é escrito até o grande dia em que cada homem receberá segundo as suas obras, a menos que tenha havido arrependimento dos seus erros e estes tenham sido apagados. Qualquer injustiça feita ao santo ou ao pecador será então recompensada harmonicamente. Cristo identifica os Seus interesses em toda aflição do Seu povo. Deus vingará os que tratarem a viúva e o órfão com opressão ou que de qualquer maneira os lesarem. — Carta 36, 1888. BS 218.3

Não diminui em responsabilidade — Toda pobre e provada alma necessita luz, necessita de palavras de simpatia, ternura e esperança. Toda viúva necessita o conforto de palavras de esperança e encorajamento que outros puderem conceder. ... BS 219.1

Há uma grande obra a ser feita em nosso mundo, e ao nos aproximarmos do fim da história da Terra ela em nada diminui; mas quando o perfeito amor de Deus existe no coração, coisas maravilhosas se realizarão. Cristo estará no coração do crente como uma fonte de água que salta para a vida eterna. — The Review and Herald, 15 de Janeiro de 1895. BS 219.2