A Verdade sobre os Anjos

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Elias

Após sua primeira aparição diante de Acabe para transmitir-lhe os vindouros juízos de Deus diante da apostasia, do rei e de Israel, Deus dirigiu [Elias] a um lugar seguro, entre as montanhas e junto ao ribeiro de Querite, fora do poder de Jezabel. Ali Ele honrou Elias ao enviar-lhe alimento pela manhã e à tarde, utilizando um anjo do Céu. Quando o ribeiro secou, Deus enviou o profeta a uma viúva de Sarepta, operando diariamente um milagre para manter alimentados Elias e a família da viúva. — Testimonies for the Church 3:288. VA 130.1

Diante do rei Acabe e dos falsos profetas, e rodeado das tribos reunidas de Israel está Elias, o único que apareceu para reivindicar a honra de Jeová. Aquele a quem todo o reino tinha responsabilizado por sua carga de flagelo, está agora perante eles, aparentemente sem defesa na presença do soberano de Israel, dos profetas de Baal, dos homens de guerra e dos milhares que o rodeavam. Mas Elias não está sozinho. Acima e ao redor dele estão as forças protetoras do Céu — anjos magníficos em poder. — Profetas e Reis, 147. VA 130.2

Em plena luz do dia, cercado por milhares — homens de guerra, profetas de Baal e o rei de Israel — permanece o indefeso Elias, aparentemente sozinho, mas não em verdade. Os mais poderosos exércitos do Céu o circundavam. Anjos excelentes em força vieram do Céu para proteger o fiel e justo profeta. Com voz firme e decidida, Elias pergunta: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-O; e, se Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada.” 1 Reis 18:21. — Testimonies for the Church 3:280. VA 130.3

Enquanto Israel no Carmelo duvidava e hesitava, a voz de Elias de novo quebra o silêncio: “Só eu fiquei por profeta do Senhor, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta homens. Dêem-se-nos, pois, dois bezerros, e eles escolham para si um dos bezerros, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam fogo, e eu prepararei o outro bezerro, e o porei sobre a lenha, e não lhe meterei fogo. Então, invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por fogo esse será Deus.” 1 Reis 18:22-24. — Profetas e Reis, 148, 149. VA 131.1

Quão alegremente teria vindo Satanás, aquele que do Céu caiu como um raio, em auxílio dos que enganara e cuja mente controlara, e que fielmente se haviam devotado a seu serviço! Com muito prazer haveria enviado raios para queimarem os sacrifícios; mas Jeová estabelecera limites a Satanás. Restringira seu poder, e nem mesmo todos os seus ardis seriam capazes de acender uma única fagulha no altar de Baal. — The Review and Herald, 30 de Setembro de 1873. VA 131.2

Abandonou Deus a Elias em sua hora de provas? Oh, não! Ele não amava menos Seu servo quando este se sentiu abandonado de Deus e dos homens, do que quando, em resposta a sua oração, flamejou fogo do céu e iluminou o topo do monte. E agora, havendo Elias adormecido, um suave toque e delicada voz o despertou. Ele se ergue aterrorizado, como quem vai fugir, temendo que o inimigo o tivesse descoberto. Mas a face compassiva que se inclinava sobre ele não era a de um inimigo, mas de um amigo. Deus tinha enviado um anjo do Céu com alimento para Seu servo. “Levanta-te e come”, disse o anjo. “E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas e uma botija de água.” 1 Reis 19:5, 6. VA 131.3

Depois de haver-se servido do alimento para si preparado, Elias deitou-se de novo e adormeceu. Pela segunda vez veio o anjo. Tocando o exausto homem, disse com terna piedade: “Levanta-te e come, porque mui comprido te será o caminho. Levantou-se, pois, e comeu, e bebeu, e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus” (1 Reis 19:7, 8), onde encontrou refúgio numa caverna. — Profetas e Reis, 166. VA 132.1

No deserto, em solidão e desencorajamento [depois de sua experiência no topo do Monte Carmelo], Elias dissera que já havia vivido bastante, e orara pedindo a morte. Mas o Senhor em Sua misericórdia não o tomara pela palavra. Grande obra havia ainda para ser feita por Elias. — Profetas e Reis, 228. VA 132.2

Por meio de um poderoso anjo, a palavra do Senhor veio ao profeta: “Que fazes aqui, Elias?” 1 Reis 19:9. Em amargura de alma, ele externou sua queixa: “Tenho sido muito zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram o Teu concerto, derribaram os Teus altares e mataram os Teus profetas à espada; e eu fiquei só, e buscam a minha vida para ma tirarem.” 1 Reis 19:10. VA 132.3

Pedindo ao profeta que saísse da caverna em que se encontrava escondido, o anjo lhe ordenou que ficasse em pé no monte, diante do Senhor, e ouvisse as Suas palavras. Elias obedeceu e “eis que passava o Senhor, como também um grande e forte vento, que fendia os montes e quebrava as penhas diante da face do Senhor; porém o Senhor não estava no vento; e, depois do vento, um terremoto; também o Senhor não estava no terremoto; e, depois do terremoto, um fogo; porém o Senhor não estava no fogo; e, depois do fogo, uma voz mansa e delicada. E sucedeu que, ouvindo-a Elias, envolveu o seu rosto na sua capa, e saiu para fora, e pôs-se à entrada da caverna”. 1 Reis 19:11-13. Sua petulância foi silenciada, seu espírito suavizado e subjugado. Agora ele sabia que a calma e firme confiança em Deus sempre lhe seria de ajuda em tempos de necessidade. — The Review and Herald, 23 de Outubro de 1913. VA 132.4

Quando Elias estava prestes a deixar Eliseu, disse-lhe: “Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim.” 2 Reis 2:9. — Obreiros Evangélicos, 116. VA 133.1

“E disse [Elias]: Coisa dura pediste; se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará. ... E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao Céu num redemoinho. VA 133.2

“O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!” 2 Reis 2:10-12. — Educação, 60. VA 133.3