A Verdade sobre os Anjos

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Balaão, o profeta apostatado

Mediante um de Seus anjos Deus apareceu de noite a Balaão, perguntando-lhe: “Quem são estes homens que estão contigo? E Balaão disse a Deus: Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, mos enviou, dizendo: Eis que o povo que saiu do Egito cobriu a face da terra; vem, agora, amaldiçoa-mo. ... Então, disse Deus a Balaão: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto bendito é.” Números 22:9-12. O anjo contou a Balaão que os filhos de Israel eram conduzidos sob a bandeira do Deus do Céu; nenhuma maldição humana poderia retardar seu progresso. VA 105.4

Pela manhã [Balaão] ergueu-se e relutantemente disse aos homens que retornassem a Balaque, pois o Senhor não lhe permitira acompanhá-los. Então Balaque enviou outros príncipes... que ocupavam posição mais elevada que os mensageiros anteriores; desta vez o chamado de Balaque era mais urgente: “Rogo-te que não te demores em vir a mim, porque grandemente te honrarei. ... Então, Balaão respondeu...: Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia traspassar o mandado do Senhor, meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande.” Números 22:16-18. — Spiritual Gifts 4a:44. VA 106.1

Segunda vez foi Balaão provado. ... [Ele] anelava condescender com o pedido do rei; e, se bem que a vontade de Deus já se lhe houvesse tornado definidamente conhecida, insistiu com os mensageiros para que ficassem, a fim de que pudesse consultar outra vez a Deus; e isto como se o Ser infinito fosse um homem, para ser persuadido. — Patriarcas e Profetas, 440. VA 106.2

Um anjo foi enviado a Balaão para dizer-lhe: “Se aqueles homens te vierem chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás o que Eu te disser.” Números 22:20. — The Spirit of Prophecy 1:321. VA 106.3

Balaão recebera permissão de ir com os mensageiros de Moabe, se viessem pela manhã chamá-lo. Mas, contrariados com sua demora, e esperando nova recusa, partiram em viagem para seu país sem mais consulta com ele. Toda a desculpa para condescender com o pedido de Balaque fora agora removida. Mas Balaão estava decidido a obter a recompensa; e, tomando o animal em que estava habituado a viajar, pôs-se a caminho. Temia que mesmo agora a permissão divina fosse retirada, e avançou ansiosamente, inquieto e receoso de que de alguma maneira deixasse de ganhar a cobiçada recompensa. — Patriarcas e Profetas, 441. VA 107.1

A ira de Deus acendeu-se contra Balaão por seu atrevido jogo com o Céu. Então “o Anjo do Senhor pôs-se-lhe no caminho por adversário”. Números 22:22. O animal viu o mensageiro divino, que não era, contudo, percebido pelo homem, e desviou-se da estrada para o campo. Com pancadas cruéis, Balaão o trouxe novamente para o caminho; outra vez, porém, em um lugar estreito, entre duas paredes, o anjo apareceu, e o animal, procurando evitar a figura ameaçadora, apertou o pé de seu dono contra a parede. — The Signs of the Times, 25 de Novembro de 1880. VA 107.2

A raiva de Balaão não teve limites, e com o bordão espancou mais cruelmente do que antes o animal. Deus abriu então a boca deste, e, pelo “mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta”. 2 Pedro 2:16. “Que te fiz eu”, disse o animal, “que me espancaste estas três vezes?” Números 22:28. VA 107.3

Furioso por ser assim estorvado em sua viagem, Balaão respondeu ao animal como se teria dirigido a um ser racional: “Porque zombaste de mim; tomara que tivera eu uma espada na mão, porque agora te mataria.” Números 22:29. ... VA 107.4

Abrem-se agora os olhos de Balaão, e ele vê em pé o anjo de Deus com a espada desembainhada pronto para o matar. Aterrorizado, “inclinou a cabeça e prostrou-se sobre a sua face”. O anjo lhe disse: “Por que já três vezes espancaste a tua jumenta? Eis que eu saí para ser teu adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim; porém a jumenta me viu e já três vezes se desviou de diante de mim; se ela se não desviara de diante de mim, na verdade que eu agora te mataria.” Números 22:31-33. ... VA 108.1

Quando viu o mensageiro de Deus, Balaão exclamou aterrorizado: “Pequei, que não soube que estavas neste caminho para te opores a mim; e, agora, se parece mal aos teus olhos, tornar-me-ei.” Números 22:34. — Patriarcas e Profetas, 442, 443. VA 108.2

Depois que o anjo advertiu fortemente a Balaão contra a satisfação dos desejos dos moabitas, permitiu-lhe seguir seu caminho. ... VA 108.3

Balaque encontrou Balaão e perguntou por que tardara tanto em vir ao ser solicitado; ... Balaão respondeu: “Eis-me perante ti.” Números 22:38. Explicou-lhe então que não tinha autoridade para dizer coisa alguma. Falaria aquilo que Deus pusesse em sua boca, e nada além disso. Balaão encomendou os sacrifícios de acordo com os ritos religiosos. Deus enviou Seu anjo para encontrar-se com Balaão, para dar-lhe as palavras que deveria proferir, tal qual fizera anteriormente, quando Balaão se achava inteiramente a serviço do Senhor. “Então, o Senhor pôs a palavra na boca de Balaão. ... Alçou a sua parábola e disse: De Arã me mandou trazer Balaque, rei dos moabitas, das montanhas do oriente, dizendo: Vem, amaldiçoa-me a Jacó; e vem, detesta a Israel. Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? E como detestarei, quando o Senhor não detesta?” Números 23:5, 7, 8. VA 108.4

Balaque achava-se desapontado e irado. Exclamou: “Que me fizeste? Chamei-te para amaldiçoar os meus inimigos, mas eis que inteiramente os abençoaste.” Números 23:11. Pensou que a impressionante aparência do acampamento de Israel... impedira que Balaão proferisse a maldição. Imaginou que se levasse o profeta... a um ponto em que a visão de Israel não fosse tão vantajosa, seria possível obter a maldição. Uma vez mais, em Zofim, ... Balaão ofereceu sacrifícios queimados e pôs-se em comunicação com o anjo de Deus. Novamente o anjo lhe ordenou o que deveria dizer. — The Spirit of Prophecy 1:322-324. VA 109.1