A Verdade sobre os Anjos

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“E me farão um Santuário”

Durante sua permanência no monte, Moisés recebeu instruções para a construção de um santuário, no qual a presença divina se manifestaria de modo especial. “E Me farão um santuário, e habitarei no meio deles”, foi a ordem de Deus. Êxodo 25:8. — Patriarcas e Profetas, 313. VA 99.3

O edifício [tabernáculo] era dividido em dois compartimentos por uma rica e linda cortina, ou véu, suspensa de colunas chapeadas de ouro; e um véu semelhante fechava a entrada ao primeiro compartimento. Estes véus, como a cobertura interior que formava o teto, eram das mais belas cores, azul, púrpura e escarlata, lindamente dispostas, ao mesmo tempo que trabalhados a fios de ouro e prata havia neles querubins para representarem a multidão angélica, que se acha em conexão com o trabalho do santuário celestial, e são espíritos ministradores ao povo de Deus na Terra. — Patriarcas e Profetas, 347. VA 99.4

Depois que a construção do tabernáculo foi completada, Moisés examinou todo o trabalho, e o comparou com o modelo e com as instruções recebidas de Deus, e viu que cada parte estava de acordo com o modelo; então abençoou o povo. Deus deu o modelo da arca a Moisés, junto com instruções especiais sobre como deveria ser feita. Destinava-se ela a abrigar as tábuas de pedra, nas quais Deus gravara, com Seu próprio dedo, os Dez Mandamentos. Tinha o formato de um cofre, achando-se revestida interna e externamente de ouro puro. Era ornamentada com coroas de ouro na porção superior. VA 100.1

A cobertura desta sagrada caixa era o propiciatório, feito de ouro maciço. Em cada extremidade do mesmo estava fixado um querubim de ouro puro e sólido. Estavam um de frente para o outro, ambos olhando reverentemente para baixo, em direção ao propiciatório. Isto representava todos os anjos celestiais olhando com interesse e reverência para a lei de Deus depositada na arca do santuário celestial. Esses querubins possuíam asas. Uma asa de cada anjo estendia-se para o alto, enquanto com a outra cada um deles cobria o corpo. A arca do santuário terrestre era uma cópia da verdadeira arca no Céu. Ali, ao lado da mesma, permanecem anjos vivos, e em cada uma de suas extremidades estes anjos cobrem com uma das asas, estendida para o alto, o propiciatório, enquanto a outra asa é dobrada sobre seu corpo em sinal de reverência e humildade. — The Spirit of Prophecy 1:272. VA 100.2

Acima do propiciatório estava o shekinah, manifestação da presença divina; e dentre os querubins Deus tornava conhecida a Sua vontade. Mensagens divinas às vezes eram comunicadas ao sumo sacerdote por uma voz da nuvem. — Patriarcas e Profetas, 349. VA 101.1

Quando o Senhor não respondia por uma voz, permitia que os sagrados raios de luz e glória repousassem sobre o querubim à direita da arca, significando aprovação ou aceitação. Se as solicitações não fossem atendidas, uma nuvem repousava sobre o querubim da esquerda. — The Spirit of Prophecy 1:399. VA 101.2

Por meio de Cristo deveria cumprir-se o propósito de que era um símbolo o tabernáculo — aquela construção gloriosa, com suas paredes de ouro luzente refletindo em matizes do arco-íris as cortinas bordadas com querubins; a fragrância do incenso, sempre a queimar, a invadir tudo; os sacerdotes vestidos de branco imaculado, e no profundo mistério do compartimento interior, acima do propiciatório, entre as figuras de anjos prostrados em adoração, a glória do Santíssimo. Em tudo Deus desejava que Seu povo lesse o Seu propósito para com a alma humana. Era o mesmo propósito muito mais tarde apresentado pelo apóstolo Paulo, falando pelo Espírito Santo: VA 101.3

“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” 1 Coríntios 3:16. — Educação, 36. VA 101.4

Junto mesmo do Sinai, Satanás começou a executar seus planos para subverter a lei de Deus, levando assim avante a mesma obra que iniciara no Céu. Durante os quarenta dias em que Moisés se achava no monte, com Deus, Satanás esteve ocupado provocando dúvida, apostasia e rebelião. Enquanto Deus escrevia a Sua lei, a fim de ser confiada ao Seu povo do concerto, os israelitas, negando sua fidelidade para com Jeová, estavam a pedir deuses de ouro! ... VA 101.5

O Universo inteiro foi testemunha das cenas do Sinai. Nos efeitos das duas administrações viu-se o contraste entre o governo de Deus e o de Satanás. De novo os habitantes destituídos de pecado, de outros mundos, viram os resultados da apostasia de Satanás, e a espécie de governo que ele teria estabelecido no Céu, caso lhe houvesse sido permitido exercer domínio. — Patriarcas e Profetas, 335, 336. VA 102.1

Acaso nos maravilhamos de que a “excelente glória” (2 Coríntios 3:10) provinda do Onipotente haja brilhado na face de Moisés com tal fulgor que o povo não tenha sido capaz de contemplá-la? A impressão de Deus estava sobre ele, fazendo-o parecer um dos reluzentes anjos do trono. — Testimonies for the Church 4:533. VA 102.2

Por todas as suas jornadas, quando se queixavam [os israelitas] das dificuldades do caminho, e murmuravam contra seus líderes, Moisés lhes dizia: “Suas murmurações são contra Deus. Não fui eu que operei o seu livramento, mas sim Deus.” Êxodo 16:8. Mas suas precipitadas palavras diante da rocha: “Tiraremos água” (Números 20:10), eram uma admissão virtual daquilo de que eles o acusavam. ... O Senhor queria remover-lhes para sempre do espírito esta impressão, proibindo Moisés de entrar na Terra Prometida. Ali estava a prova definitiva de que seu líder não era Moisés, mas o poderoso Anjo de quem o Senhor disse: “Eis que Eu envio um Anjo diante de ti, para que te guarde neste caminho e te leve ao lugar que te tenho aparelhado. Guarda-te diante dEle, e ouve a Sua voz... porque o Meu nome está nEle.” Êxodo 23:20, 21. — Patriarcas e Profetas, 419, 420. VA 102.3