A Verdade sobre os Anjos

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A crucifixão de Cristo

O Filho de Deus foi entregue ao povo para ser crucificado. ... Puseram sobre Ele uma pesada cruz... mas Jesus desmaiou sob o enorme fardo. Encontraram então um homem... que, embora não houvesse professado abertamente sua fé em Cristo, cria nEle. Colocaram sobre este a cruz e ele a conduziu ao lugar fatal. Companhias de anjos formavam-se nos ares sobre o lugar. — Spiritual Gifts 1:57. VA 201.4

Quem presenciou estas cenas? O universo celestial, Deus Pai, Satanás e seus anjos. — Bible Echo and Signs of the Times, 29 de Maio de 1899. VA 201.5

Anjos celestes... ouviram as palavras zombeteiras e escarnecedoras, e viram o sacudir das cabeças. Alegremente haver-se-iam colocado ao lado do Filho de Deus em Sua humilhação e angústia corporal, mas não lhes foi permitido fazê-lo. — Manuscript Releases 18:71. VA 201.6

“Salvou os outros e a Si mesmo não pode salvar-Se” (Mateus 27:42), foi a frase zombeteira lançada contra Cristo enquanto agonizava pendente da cruz. A qualquer momento poderia Ele haver salvado a Si mesmo, descendo da cruz; contudo, houvesse Ele procedido assim, o mundo teria sido entregue ao controle do grande apóstata. Foi espantoso para os anjos que Jesus não houvesse fechado com a morte os lábios dos escarnecedores. — The Youth’s Instructor, 14 de Junho de 1900. VA 202.1

Entre aqueles que zombavam de Cristo pendente da cruz, encontravam-se personificados Satanás e seus anjos. Era Satanás quem enchia as bocas com vis maldições. Ele inspirava os gracejos. — Manuscript Releases 18:72. VA 202.2

Os principados e potestades das trevas reuniram-se em torno da cruz. O grande apóstata, ainda mantendo notável estatura, conduzia a multidão maligna que se unira aos seres humanos em luta contra Deus. — The Signs of the Times, 14 de Abril de 1898. VA 202.3

E [Cristo] estava lutando com o poder de Satanás, que declarava ter Cristo em suas mãos, que era superior em força ao Filho de Deus, que o Pai estava rejeitando o Filho e que Este não estava, mais que ele próprio, no favor de Deus. — Testemunhos Selectos 1:233. VA 202.4

Cristo não cedeu no menor grau ao inimigo torturador, mesmo quando sob a mais amarga angústia. Legiões de anjos maus estavam à Sua volta, ao passo que aos anjos santos foi ordenado que não rompessem fileiras e não se envolvessem em conflito com o inimigo que tentava e injuriava a Cristo. Tampouco lhes foi permitido ministrar ao angustiado espírito do divino Sofredor. Foi nessa hora de terrível treva, com a face do Pai escondida, com legiões de anjos do mal circundando-O, com os pecados do mundo inteiro pesando sobre Ele, que de Seus pálidos lábios irromperam as palavras: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” Mateus 27:46. — Bible Echo and Signs of the Times, 1 de Janeiro de 1887. VA 202.5

As trevas que cobriram a Terra em Sua crucifixão, escondiam a presença de poderosos agentes celestiais, e a terra sacudiu-se diante da marcha dos exércitos do Céu. As rochas se partiram; durante três horas a Terra foi mergulhada em impenetrável escuridão; a Natureza, com seu manto escuro, ocultou os sofrimentos do Filho de Deus. — Manuscript Releases 5:353. VA 203.1

O Pai, junto com Seus anjos, também Se escondeu na espessa escuridão. Deus estava bem perto de Seu Filho, embora não Se houvesse manifestado a Ele ou a qualquer ser humano. Houvesse um só raio de Sua glória e poder penetrado nessa grossa nuvem que envolvia a Cristo, todos os espectadores teriam sido extintos. — Manuscript Releases 12:385. VA 203.2

Como pôde o Céu manter silêncio? Podemos nós maravilhar-nos da sobrenatural escuridão que envolveu a cruz? Podemos admirar-nos de ver as rochas partindo-se, de ouvir o bramido do trovão, de ver os relâmpagos faiscantes, de perceber a Terra tremendo sob a marcha do exército celestial enquanto este contemplava seu amado Comandante sofrendo tamanha indignidade? — The Review and Herald, 1 de Setembro de 1891. VA 203.3

Quando Cristo exclamou: “Está consumado” (João 19:30), os mundos não caídos ficaram em segurança. Para estes a batalha havia sido completada e a vitória obtida. Desde então Satanás não mais encontraria espaço nas afeições do Universo. — The Review and Herald, 12 de Março de 1901. VA 204.1

Os santos anjos horrorizavam-se de que alguém que estivera com eles pudesse cair tão baixo e ser capaz de tamanha crueldade como a que demonstrara ao Filho de Deus no Calvário. Todo e qualquer sentimento de piedade e simpatia que alguma vez houvessem nutrido por Satanás em seu exílio, foi agora banido do coração deles. — The Signs of the Times, 23 de Setembro de 1889. VA 204.2

Não foi a mão do sacerdote que rasgou de alto a baixo o formoso véu que separava o lugar santo do lugar santíssimo. Foi a mão de Deus. Quando Cristo exclamou: “Está consumado” (João 19:30), o Santo Vigia que fora o hóspede invisível no banquete de Belsazar, sentenciou a nação judaica como excomungada. A mesma mão que traçara sobre a parede os caracteres que explanaram o destino de Belsazar e o final do reinado babilônico, rasgou o véu do templo de alto a baixo. — The S.D.A. Bible Commentary 5:1109. VA 204.3

Eles [os líderes judeus] retiraram Seu corpo da cruz e o depositaram na tumba nova de José, rolando uma grande pedra sobre a porta do sepulcro, alegando como razão para assim procederem, o risco de virem os discípulos à noite para roubar o corpo. Anjos maus exultavam ao redor da sepultura, pois imaginavam que Cristo havia sido vencido. Um grupo de soldados romanos fora posto a manter guarda junto à tumba, e as maiores precauções imagináveis haviam sido postas em prática pelos judeus, para que seu triunfo fosse completo. Todavia, anjos celestiais guardavam o lugar em que seu amado Comandante dormia. — The Review and Herald, 9 de Outubro de 1888. VA 204.4

Não foi senão por ocasião da morte de Cristo que o caráter de Satanás se revelou claramente aos anjos e aos mundos não caídos. Foi então que as mentiras e acusações daquele que antes fora um exaltado anjo, apareceram em sua verdadeira luz. — The Signs of the Times, 27 de Agosto de 1902. VA 205.1

A morte de Cristo na cruz assegurou a destruição daquele que possui o poder da morte, que foi o originador do pecado. Quando Satanás for destruído, não haverá ninguém para tentar outro a pecar. A expiação jamais necessitará ser repetida, e não existirá o risco de uma nova rebelião no Universo de Deus. A única medida capaz de vencer o pecado neste mundo de trevas, evitará que novamente o pecado brote no Céu. VA 205.2

O significado da morte de Cristo será percebido por santos e anjos. Homens caídos não teriam um lar no Paraíso de Deus sem o Cordeiro morto desde a fundação do mundo. ... Os anjos atribuem honra e glória a Cristo, pois nem mesmo eles se encontram seguros, exceto ao contemplarem os sofrimentos do Filho de Deus. É através da eficácia da cruz que os anjos do Céu são protegidos contra a apostasia. Sem a cruz eles não se encontrariam em maior segurança contra o mal, do que os anjos estavam antes da queda de Satanás. A perfeição angélica fracassou no Céu. A perfeição humana fracassou no Éden. ... O plano de salvação, tornando manifesta a justiça e amor de Deus, provê eterna salvaguarda contra a rebelião dos mundos não caídos. ... A morte de Cristo sobre a cruz do Calvário é a nossa única esperança neste mundo, e será o nosso tema no mundo por vir. — The Signs of the Times, 30 de Dezembro de 1889. VA 205.3

Cristo, em Sua vida e morte, respondeu para sempre a profunda e ampla questão quanto a se existe um Deus abnegado, e se Deus é luz e amor. Foi esta a questão surgida nos mundos lá de cima, o que representou o início do afastamento de Satanás em relação a Deus. A mudança ou abolição das leis de Seu governo nas cortes celestiais fora exigida como evidência do amor de Deus. — The Review and Herald, 21 de Outubro de 1902. VA 206.1