Testemunhos Seletos 3

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Os juízos divinos sobre as nossas cidades

Estando eu em Loma Linda, Califórnia, em 16 de Abril de 1906, uma cena assombrosíssima me foi revelada. Numa visão noturna, estava eu numa elevação de onde via as casas sacudidas como o vento sacode o junco. Os edifícios, grandes e pequenos, eram derrubados. Os sítios de recreio, teatros, hotéis e mansões suntuosas eram sacudidos e arrasados. Muitas vidas eram destruídas e os lamentos dos feridos e aterrorizados enchiam o espaço. TS3 233.4

Os anjos destruidores, enviados por Deus, estavam atuando. A um simples toque, os edifícios tão solidamente construídos que os homens os consideravam a prova de qualquer perigo, ficavam reduzidos a um montão de escombros. Nenhuma segurança havia em parte alguma. Pessoalmente, eu não me sentia em perigo, mas não posso descrever as cenas terríveis que me foram apresentadas. Dir-se-ia que a paciência divina se tivesse esgotado, e houvesse chegado o dia do juízo. TS3 233.5

O anjo que estava ao meu lado me disse, então, que poucas pessoas reconhecem a maldade imperante no mundo atual, especialmente nas grandes cidades. Declarou que o Senhor determinou um dia em que a Sua ira castigará os transgressores pelo persistente menosprezo da Sua lei. TS3 234.1

Conquanto terrível, a cena que me foi revelada não me causou tanta impressão quanto as instruções que recebi nessa ocasião. O anjo que estava ao meu lado declarou que a suprema soberania de Deus, o caráter sagrado da Sua lei, devem ser manifestados aos que obstinadamente se recusam a obedecer ao Rei dos reis. Os que preferem permanecer infiéis serão feridos pelos juízos misericordiosos, a fim de que, se possível for, cheguem a despertar e aperceber-se da pecaminosidade do seu procedimento. TS3 234.2

Durante todo o dia seguinte, estive pensando nas cenas que me haviam sido reveladas e nas instruções que as acompanharam. À tarde fomos a Glendale, próximo de Los Angeles. No decorrer da noite seguinte, recebi novas instruções acerca do caráter santo e obrigatório dos Dez Mandamentos e da supremacia de Deus sobre todos os governantes terrestres. TS3 234.3

Parecia-me estar eu perante uma assembléia, apresentando ao público os reclamos da lei divina. Li os passos das Escrituras relativos à instituição do sábado no Éden, no final da semana da criação, e à promulgação da lei no Sinai; depois declarei que o sábado deve ser observado como “concerto perpétuo” (Êxodo 31:16) entre Deus e os que Lhe pertencem, a fim de que saibam que são santificados por Jeová, seu Criador. TS3 234.4

A seguir insisti na questão da soberania suprema do governo de Deus sobre todos os governos terrestres. Sua lei deve ser a norma de procedimento. Os homens estão proibidos de perverterem os sentidos por meio da intemperança, ou submeterem a mente às influências satânicas, pois isso impossibilita a observância da lei de Deus. Conquanto o divino Governador suporte com paciência a maldade, não pode ser enganado, e não silenciará para sempre. Sua supremacia, Sua autoridade como Governador do Universo devem ser finalmente reconhecidas, e vindicados os justos reclamos da Sua lei. TS3 234.5

Muitas outras instruções no tocante à longanimidade divina, à necessidade de fazer o transgressor compreender o perigo da situação que assume diante de Deus, foram repetidas ao público, tal como eu as havia recebido do meu instrutor. TS3 234.6

Em 18 de Abril, dois dias depois de eu haver recebido a visão dos edifícios que desmoronavam, fui atender a um compromisso na igreja da rua Carr, em Los Angeles. Ao aproximarmo-nos da igreja, ouvimos os vendedores de jornais gritarem: “São Francisco destruída por terremoto!” Com o coração opresso li as primeiras notícias recém-impressas daquele terrível desastre. TS3 234.7

Duas semanas mais tarde, em viagem para casa, passamos por São Francisco, alugamos um carro e gastamos hora e meia observando a destruição ocorrida naquela grande cidade. Edifícios antes considerados indestrutíveis, jaziam em ruínas. Algumas casas estavam parcialmente soterradas. A cidade apresentava um quadro desolador da incapacidade do engenho humano de construir edifícios a prova de fogo e terremoto. TS3 235.1

Pela boca do profeta Sofonias, o Senhor aponta os juízos com que Ele ferirá os malfeitores: TS3 235.2

“Inteiramente consumirei tudo sobre a face da Terra, diz o Senhor. Arrebatarei os homens e os animais; consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e os tropeços com os ímpios; e exterminarei os homens de cima da Terra, disse o Senhor.” TS3 235.3

“E acontecerá que, no dia do sacrifício do Senhor, hei de castigar os príncipes, e os filhos do rei, e todos os que se vestem de vestidura estranha. Castigarei também naquele dia todos aqueles que saltam sobre o umbral, que enchem de violência e engano a casa dos seus senhores... TS3 235.4

“E há de ser que, naquele tempo, esquadrinharei a Jerusalém com lanternas, e castigarei os homens que estão assentados sobre as suas fezes, que dizem no seu coração: O Senhor não faz bem nem faz mal. Por isso será saqueada a sua fazenda, e assoladas as suas casas; e edificarão casas, mas não habitarão nelas; e plantarão vinhas, mas não lhes beberão o vinho. TS3 235.5

“O grande dia do Senhor está perto, está perto, e se apressa muito a voz do dia do Senhor; amargamente clamará ali o homem poderoso. Aquele dia é um dia de indignação, dia de angústia e de ânsia, dia de alvoroço e de desolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas. Dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortes e contra as torres altas. E angustiarei os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram contra o Senhor; e o seu sangue se derramará como pó, e a sua carne como esterco. Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do Senhor; mas pelo fogo do Seu zelo toda esta Terra será consumida; porque certamente fará de todos os moradores da Terra uma destruição total e apressada.” Sofonias 1:2, 3, 8-18. TS3 235.6