Parábolas de Jesus

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O talento removido

A sentença proferida contra o servo preguiçoso foi: “Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem os dez talentos.” Mateus 25:28. Neste caso, como na recompensa do obreiro fiel, é indicado, não meramente o galardão do juízo final, mas o processo de retribuição gradual nesta vida. Como no mundo natural, assim é no espiritual: Toda habilidade não aproveitada enfraquecerá e definhará. Atividade é a lei da vida; ociosidade é morte. “A manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil.” 1 Coríntios 12:7. Empregadas para abençoar a outros, suas dádivas aumentam. Restritas ao serviço do próprio eu, diminuem e são retiradas finalmente. Aquele que recusa repartir o que recebeu, finalmente achará que nada tem para dar. Consente em um processo que certamente atrofia e finalmente aniquila as faculdades da alma. PJ 197.1

Ninguém suponha que possa viver vida de egoísmo, e então, tendo servido aos próprios interesses, entrar no gozo do Senhor. Não puderam participar da alegria de um amor desinteressado. Não se adaptariam às cortes celestes. Não poderiam apreciar a pura atmosfera de amor que impregna o Céu. As vozes dos anjos e a música de suas harpas não lhes agradariam. Para sua mente a ciência do Céu seria um enigma. PJ 197.2

No grande dia de juízo, aqueles que não trabalharam para Cristo, que vagaram sem ter responsabilidade alguma, pensando em si mesmos, e agradando-se a si mesmos, serão postos pelo Juiz de toda a Terra com aqueles que praticaram o mal. Receberão a mesma condenação. PJ 197.3

Muitos que professam ser cristãos desprezam as reivindicações de Deus, e, contudo, não sentem que há injustiça nisso. Sabem que o blasfemo, o assassino, o adúltero, merecem punição; porém eles mesmos acham prazer no culto religioso. Gostam de ouvir a pregação do evangelho e por isto cuidam ser cristãos. Embora tenham passado toda a vida cuidando de si mesmos, ficarão tão surpreendidos como o servo infiel da parábola, ao ouvir a sentença: “Tirai-lhe, pois, o talento.” Mateus 25:28. Como os judeus, confundem a honra das bênçãos com o uso que delas deveriam fazer. PJ 197.4

Muitos dos que se eximem de trabalhar para Cristo alegam sua incapacidade para a obra. Fê-los, porém, Deus assim incapazes? Não, nunca. Essa incapacidade é o produto da sua própria inércia, e perpetuada por sua escolha deliberada. Já em seu caráter reconhecem o efeito da sentença: “Tirai-lhe, pois, o talento.” O contínuo mau emprego de seus talentos extinguir-lhes-á definitivamente o Espírito Santo, que é a única luz. A sentença: “Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores” (Mateus 25:30), imprime o selo do Céu sobre a escolha que eles mesmos fizeram para a eternidade. PJ 197.5