Orientação da Criança

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Quando há um choque de vontades

Se a criança tem vontade inflexível, a mãe reconhecerá, se é que compreende a sua responsabilidade, que essa vontade obstinada faz parte da herança que ela lhe deu. Não considerará sua vontade como algo que deva ser quebrado. Tempos há em que a determinação da mãe encontra a determinação do filho, em que a vontade firme e madura da mãe encontra a vontade absurda da criança, e em que ou a mãe governa, devido a sua vantagem de idade e experiência, ou há o governo da vontade mais velha pela vontade mais nova e indisciplinada da criança. Em tais ocasiões, há necessidade de grande sabedoria; pois pelo trato insensato, por severa compulsão, a criança pode ser estragada para esta vida e para a futura. Pela falta de sabedoria tudo pode estar perdido. OC 132.1

É esta uma crise que raras vezes se deve permitir chegar, pois tanto a mãe como a criança terão uma luta árdua. Grande cuidado deve-se ter em evitar tal fato. Mas uma vez que se entre em tal questão, a criança deve ser levada a ceder ante a sabedoria superior do pai. A mãe deve conservar suas palavras sob perfeito controle. Não deve haver ordens em voz alta. Nada deve ser feito que desenvolva na criança o espírito de desafio. A mãe deve estudar como lidar com ela de tal maneira que seja atraída a Jesus; deve orar com fé para que Satanás não seja vitorioso sobre a vontade da criança. Os anjos celestiais vigiam a cena. OC 132.2

A mãe deve reconhecer que Deus é seu ajudador, que o amor é o seu êxito, seu poder. Se for sábia cristã, não tentará forçar a criança à submissão. Orará; e ao orar, terá consciência de uma renovação da vida espiritual em si mesma. E verá, ao mesmo tempo, que o poder que está operando nela, opera também no filho. E a criança, em vez de ser compelida, é guiada e se torna mais dócil; e é ganha a batalha. Todo o pensamento bondoso, toda a ação paciente, toda a palavra de sábia restrição, são como maçãs de ouro em salvas de prata. A mãe alcançou uma vitória tão preciosa que a linguagem não pode exprimir. Alcançou renovada luz e crescente experiência. A “luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo” (João 1:9), submeteu-lhe a vontade. Há paz depois da tempestade, como o brilho do Sol depois da chuva. — Carta 55, 1902. OC 132.3