Maranata — O Senhor Vem!

Os que o traspassaram, 12 de Outubro

Vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo com as nuvens do céu. Marcos 14:62. Ma 297.2

Ao contemplarem eles [os dominadores judaicos] a Sua glória, ocorre-lhes subitamente à memória a lembrança do Filho do homem revestido da humanidade. Eles se recordam do modo como O trataram, como O rejeitaram e cerraram fileiras ao lado do grande apóstata. As cenas da vida de Cristo aparecem diante deles em toda a sua clareza. Tudo o que Ele fez, tudo o que Ele disse, a humilhação a que desceu para salvá-los da mancha do pecado, ergue-se diante deles para condenação. Ma 297.3

Eles O contemplam cavalgando para Jerusalém, e vêem-nO prorromper numa convulsão de choro sobre a cidade impenitente que não queria receber Sua mensagem. Sua voz, que era ouvida em tom de convite, de súplica e de terna solicitude, parece penetrar novamente em seus ouvidos. A cena no jardim do Getsêmani surge diante deles, e ouvem a surpreendente oração de Cristo: “Meu Pai; se possível, passe de Mim este cálice!” Mateus 26:39. Ma 297.4

Eles ouvem outra vez a voz de Pilatos, dizendo: “Não acho culpa alguma neste homem.” Lucas 23:4. Vêem a vergonhosa cena na sala de julgamento, quando Barrabás estava em pé ao lado de Cristo, e tiveram o privilégio de escolher o Inocente. Ouvem novamente as palavras de Pilatos: “Qual quereis que vos solte? Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?” Mateus 27:17. Eles ouvem a resposta: “Fora daqui com este e solta-nos Barrabás!” Lucas 23:18. À pergunta de Pilatos: “Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo?” a resposta é: “Seja crucificado!” Mateus 27:22. Ma 297.5

Eles vêem outra vez seu Sacrifício suportando a vergonha da cruz. Ouvem as altas vozes triunfantes exclamarem desdenhosamente: “Se és Filho de Deus, desce da cruz”, “Salvou os outros e a Si mesmo não pode salvar-Se”. Mateus 27:40, 42. Ma 297.6

Agora eles O contemplam, não no jardim do Getsêmani, não na sala de julgamento, não sobre a cruz do Calvário. Os sinais de Sua humilhação se dissiparam, e eles contemplam o rosto de Deus — o rosto no qual eles cuspiram, o rosto que os sacerdotes e dominadores feriram com as palmas de suas mãos. Agora lhes é revelada a verdade em toda a sua nitidez. — The Review and Herald, 5 de Setembro de 1899. Ma 298.1