Cristo Triunfante

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Não fale palavras de incredulidade, 23 de Abril

Fomos à terra a que nos enviaste; e, verdadeiramente, mana leite e mel; este é o fruto dela. Números 13:27. CT 127.6

Até àquele momento, as palavras [dos espias] tinham sido proferidas com fé; mas vejam o que aconteceu a seguir. Depois de descrever a beleza e fertilidade da terra, todos, com exceção de dois espias, ampliaram as dificuldades e os perigos que aguardavam os israelitas, se empreendessem a conquista de Canaã. ... CT 128.1

Sua descrença lançou uma desalentadora sombra por sobre a congregação. Ergueu-se um lamento de agonia e se misturou com o confuso murmúrio das vozes. Calebe compreendeu a situação e fez tudo o que pôde para anular a maligna influência de seus infiéis companheiros. Não contradisse o que fora falado. Os muros eram altos e os cananeus, fortes. Mas Deus havia prometido a terra a Israel. CT 128.2

“Eia! Subamos e possuamos a terra”, insistiu Calebe, “porque, certamente, prevaleceremos contra ela.” Números 13:30. Mas os dez, interrompendo-o, descreveram os obstáculos com cores mais fortes do que a princípio. “Não poderemos subir contra aquele povo”, declararam eles, “porque é mais forte do que nós. ... E todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali gigantes (os filhos de Enaque são descendentes de gigantes), e éramos, aos nossos próprios olhos, como gafanhotos e assim também o éramos aos seus olhos.” Números 13:31-33. CT 128.3

Está certo que os seres humanos sejam considerados gafanhotos quando comparados com o Senhor Deus de Israel. Mas isso mostrou falta de fé por parte dos espias ao falarem assim dos israelitas em comparação com o povo que tinham visto em Canaã. Os filhos de Israel tinham ao seu lado os poderes do Céu. Aquele que, encoberto na coluna de nuvem, os havia conduzido pelo deserto, lutava por eles. Tinham visto o Seu poder demonstrado no Mar Vermelho, quando por Sua palavra se abriram as águas, deixando para eles um caminho através do mar. A despeito disso, quando os espias viram as cidades muradas na Terra Prometida, permitiram que a incredulidade lhes penetrasse no coração e retornaram à congregação com um relatório desprovido de fé. ... CT 128.4

Isso nos mostra a que desespero a incredulidade levará o povo. Meus irmãos e irmãs, quando pensamentos de incredulidade e desconfiança lhes sobrevierem, lembrem-se de que o silêncio é eloqüência. Não profiram palavras de incredulidade, pois são elas como sementes que brotarão e produzirão frutos. Existe entre nós demasiado falar e pouco orar. Pensamos e falamos nas dificuldades que existem, e nos esquecemos de confiar no Senhor. O Espírito de Deus operaria poderosamente em favor de Seu povo, se Lhe déssemos a oportunidade. — Manuscrito 10, 1903. CT 128.5