Testemunhos para a Igreja 1

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Capítulo 37 — Prestar juramento

Vi que alguns dos filhos de Deus têm cometido um erro no que respeita a prestar juramento, e Satanás se tem aproveitado disto para os oprimir, e deles tirar o dinheiro de seu Senhor. Vi que as palavras de nosso Senhor: “de maneira nenhuma jureis”, não se referem ao juramento judicial. “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disto é de procedência maligna.” Mateus 5:34, 37. Isto se refere a conversações comuns. Alguns exageram em sua linguagem. Outros juram pela própria vida; outros, pela sua cabeça — tão certo como eles viverem; tão certo como terem cabeça. Uns tomam o Céu e a Terra como testemunhas de que tais coisas são assim. Outros ainda esperam que Deus lhes tire a existência se o que estão dizendo não é verdade. É contra esta espécie de juramento comum que Jesus adverte Seus discípulos. T1 201.1

Temos homens que são colocados sobre nós como governadores, e leis para nos regerem. Não fosse por essas leis, e as condições do mundo seriam piores do que são agora. Algumas dessas leis são boas, outras más. Estas têm aumentado, e seremos ainda levados a situações apertadas. Mas Deus susterá o Seu povo para ser firme e viver à altura dos princípios de Sua Palavra. Quando as leis dos homens se chocam com a Palavra e a lei de Deus, cumpre-nos obedecer a estas, sejam quais forem as conseqüências. À lei de nossa terra que exige entregarmos um escravo a seu senhor, não devemos obedecer; e cumpre-nos sofrer as conseqüências de violar essa lei. O escravo não é propriedade de homem algum. Deus é seu legítimo senhor, e o homem não tem nenhum direito de tomar a obra de Deus em suas mãos, e pretender que é propriedade sua. T1 201.2

Vi que o Senhor tem ainda que ver com as leis do país. Enquanto Jesus está no santuário, o refreador Espírito de Deus é sentido por governantes e pelo povo. Mas Satanás domina em grande parte a massa do mundo, e não fossem as leis do pais, experimentaríamos muito sofrimento. Foi-me mostrado que, quando é realmente necessário, e eles são chamados a testemunharem de modo legal, não é violação da Palavra de Deus que Seus filhos tomem solenemente a Deus para testemunhar de que o que dizem é verdade, e coisa alguma senão a verdade. T1 202.1

O homem é tão corrupto que são feitas leis para lhe lançarem a responsabilidade sobre a própria cabeça. Alguns homens não temem mentir aos seus semelhantes; mas foram ensinados — e o refreador Espírito de Deus os impressionou — no sentido de ser coisa terrível mentir a Deus. O caso de Ananias e Safira, sua esposa, é-nos dado como exemplo. A questão é levada do homem para Deus, de maneira que se alguém der falso testemunho, não o faz para o homem, mas para o grande Deus, que lê o coração e conhece em todos os casos a exata verdade. Nossas leis consideram grave crime o juramento falso. Deus muitas vezes fez cair juízos sobre o que jura falsamente, e ainda quando o juramento estava em seus lábios, o anjo destruidor o abateu. Isso se destinava a aterrorizar os malfeitores. T1 202.2

Vi que, se existe na Terra alguém que possa coerentemente testemunhar sob juramento, esse é o cristão. Ele vive à luz do semblante de Deus. Ele se fortalece em Sua força. E quando questões de importância têm de ser resolvidas por lei, ninguém pode apelar para Deus com tanta justiça como o cristão. Ordenou-me o anjo que notasse que o próprio Deus jura por Si mesmo. Gênesis 22:16; Hebreus 6:13, 17. Jurou Ele a Abraão (Gênesis 26:3), a Isaque (Salmos 105:9; Jeremias 11:5), e a Davi (Salmos 132:11; Atos dos Apóstolos 2:30). Deus requeria dos filhos de Israel um juramento entre homem e homem. Êxodo 22:10, 11. Jesus submeteu-Se ao juramento na hora de Seu julgamento. Disse-Lhe o sumo sacerdote: “Conjuro-Te pelo Deus vivo que nos digas se Tu és o Cristo, o Filho de Deus.” Jesus respondeu: “Tu o disseste.” Mateus 26:63, 64. Se Jesus, em Seus ensinos aos discípulos, Se referisse ao juramento judicial, Ele teria reprovado o sumo sacerdote, e ali mesmo reforçado os Seus ensinos, para o bem de Seus seguidores que se achavam presentes. Satanás tem-se agradado com o fato de alguns considerarem o juramento sob um prisma falso, pois isso lhe tem dado oportunidade de oprimi-los e tirar-lhes o dinheiro de seu Senhor. Os mordomos de Deus devem ser mais sábios, elaborar seus planos e preparar-se para resistir às armadilhas de Satanás; pois ele fará maiores esforços que nunca. T1 202.3

Vi que alguns têm preconceitos contra nossos governantes e contra as leis; mas se não fossem as leis, este mundo estaria em condição terrível. Deus refreia nossos governantes; pois o coração de todos está em Suas mãos. Estabelecem-se limites para além dos quais não podem ir. Muitos dos governantes pertencem ao número dos dirigidos por Satanás; mas vi que Deus tem os Seus agentes, mesmo entre os governantes. E alguns deles se converterão ainda à verdade. Estão agora desempenhando a parte que Deus deseja que desempenhem. Quando Satanás atua por meio de seus agentes, fazem-se propostas que, se executadas, impediriam a obra de Deus e produziriam grande mal. Os anjos bons atuam nesses agentes de Deus para que se oponham a essas propostas com razões fortes, às quais não podem resistir os agentes de Satanás. Uns poucos dos agentes de Deus terão poder para abater grande massa de males. Assim a obra prosseguirá até que a terceira mensagem tenha realizado sua obra, e por ocasião do alto clamor do terceiro anjo, esses agentes terão oportunidade de receber a verdade, e alguns deles se converterão, e atravessarão com os santos o tempo de angústia. Quando Jesus deixar o Santíssimo, Seu Espírito refreador será retirado dos governantes e do povo. Serão deixados ao controle dos anjos maus. Então serão feitas, por conselho e orientação de Satanás, leis que, se não fosse muito breve o tempo, nenhuma carne se salvaria. T1 203.1