Testemunhos para a Igreja 1
Capítulo 99 — O instituto de saúde
Numa visão a mim dada em 25 de Dezembro de 1865, notei que a reforma de saúde é um grande empreendimento, intimamente ligado à verdade presente, e que os adventistas do sétimo dia deveriam ter um estabelecimento para doentes, onde pudessem ser tratados de suas doenças e também aprender a cuidar de si mesmos e prevenir doenças. Vi que nosso povo não deve ficar indiferente a esse assunto e deixar que os ricos entre nós vão às populares instituições hidroterápicas para recuperar a saúde, e onde poderiam encontrar oposição, em vez de simpatia para com seus pontos de vista religiosos. Os que estão enfraquecidos por causa da doença, sofrem não apenas por necessidade de força física, mas também de energia mental e moral. E os conscienciosos observadores do sábado, não podem receber tanto benefício onde sentem que precisam estar constantemente em guarda para não comprometer a fé e desonrar sua religião. Isso não aconteceria numa instituição onde os médicos e dirigentes estão em consonância com as verdades ligadas à terceira mensagem angélica. T1 553.1
Quando as pessoas que têm suportado intenso sofrimento são aliviadas por um método inteligente de tratamento, consistindo em banhos, dieta saudável, apropriados períodos de descanso e exercício, e os benéficos efeitos do ar puro, são levados a concluir que aqueles que os tratam com tanto sucesso são corretos em assuntos religiosos, ou, pelo menos, não podem estar longe da verdade. Assim, se nosso povo for deixado a procurar aquelas instituições cujos médicos são corrompidos em termos de fé religiosa, estão em perigo de ser enredados. Vi (em 1865) que a instituição em _____ , era a melhor dos Estados Unidos. No que se refere ao tratamento de doentes, eles têm feito uma grande e boa obra, mas fazem com que seus pacientes dancem e joguem cartas; recomendam freqüência ao teatro e a lugares de diversão mundana, que estão em direta oposição aos ensinos de Cristo e dos apóstolos. T1 553.2
Os que trabalham no Instituto de Saúde, agora situado em Battle Creek, devem conscientizar-se de que fazem parte de uma importante e solene obra, e de modo algum devem seguir a conduta dos médicos da instituição de _____, em matéria de assuntos religiosos e recreação. Contudo, vi que haveria perigo de imitá-los em muitas coisas e perder de vista o exaltado caráter desta grande obra. Aqueles que estão ligados a esse grande empreendimento não devem cessar de olhar seu trabalho a partir da elevada perspectiva religiosa e rebaixar os exaltados princípios da verdade presente para imitar em teoria e prática aquelas instituições onde os doentes são tratados apenas visando a recuperação da saúde. A especial bênção de Deus não será concedida à nossa instituição, mais do que o seria sobre aquelas em que corruptas teorias são ensinadas e praticadas. T1 554.1
Vi que uma grande e extensa obra não poderia ser realizada a curto prazo, como se fosse coisa fácil encontrar médicos a quem Deus possa aprovar, e que trabalhem harmoniosa, desinteressada e zelosamente em favor da humanidade sofredora. Deve sempre ser mantido em destaque que o grande objetivo a ser alcançado por esse meio não é apenas a saúde, mas perfeição e santidade, as quais não podem ser conseguidas com corpo e mente doentes. E essa meta não será atingida com base em uma filosofia mundana. Deus suscitará homens e os capacitará a empenharem-se na obra, não apenas como médicos do corpo, mas da mente enferma pelo pecado, como pais espirituais para os jovens e inexperientes. T1 554.2
Foi-me mostrado que a posição do Dr. E com respeito ao entretenimento estava equivocada, e que seus pontos de vista sobre exercícios físicos também não eram corretos. O entretenimento que ele recomenda impede a recuperação da saúde em muitos casos, muito mais do que traz benefícios. Ele tem proibido decididamente o trabalho físico para os doentes, e seus ensinos se têm provado um grande prejuízo para eles. Exercícios mentais como jogar cartas, xadrez e damas, agitam, fatigam a mente e impedem a recuperação, enquanto que a luz solar e um agradável trabalho físico ocupar-lhes-ia o tempo, melhoraria a circulação, aliviaria e restauraria a mente e traria comprovados benefícios à saúde. Mas, retirar do inválido esse trabalho, e torná-lo inquieto, sujeito a uma imaginação doentia, levá-lo-á a ver seu caso como muito pior do que realmente é, propendendo-o à imbecilidade. T1 554.3
De tempos em tempos, e durante anos, tem-me sido mostrado que o doente deveria ser ensinado que é errado suspender todo trabalho físico para recuperar a saúde. Desse jeito, ele se torna inativo, o sangue circula lentamente e se torna cada vez mais impuro. Quando o paciente está sob risco de imaginar seu caso pior do que ele em verdade é, a indolência produzirá os mais desastrosos resultados. Trabalho bem dosado dá ao inválido a idéia de que ele não está totalmente incapacitado e que é, afinal, de alguma utilidade. Isso lhe dará satisfação, coragem e vigor, que nenhuma fútil diversão mental pode conceder. T1 555.1
A idéia de que aqueles que abusaram de suas forças físicas e mentais, ou que arruinaram mente e corpo, devem suspender todas as atividades para reaver a saúde, é um grande erro. Em muito poucos casos o repouso absoluto por um curto período pode ser necessário, mas eles são bem raros. Na maioria dos casos a mudança seria muito grande. Aqueles que abalaram sua saúde por intenso trabalho mental, deveriam repousar a mente. Mas dizer-lhes que é errado e mesmo perigoso exercitar as faculdades mentais até certo grau, levá-los-ia a considerar seu caso como pior do que é. Eles se tornam ainda mais nervosos e um grande problema e importunação para aqueles que deles cuidam. Em seu estado mental a recuperação se torna muito duvidosa. T1 555.2
Aqueles que se têm debilitado por esforço físico devem ter menos trabalho, e que esse seja leve e agradável. Privá-los, porém, de todo trabalho e exercício seria nocivo. A vontade acompanha o trabalho manual, e os que estão acostumados a trabalhar sentiriam que foram como máquinas acionadas pelos médicos e enfermeiros, e a imaginação se tornaria doentia. A inatividade é a maior maldição que lhes poderia sobrevir. Suas energias se tornam tão entorpecidas que lhes seria impossível resistir à doença e à debilidade e recobrar a saúde. T1 556.1
O Dr. E tem cometido um grande erro com respeito a exercícios e entretenimento, e outro ainda maior com relação à experiência e agitação religiosas. A religião da Bíblia não é prejudicial à saúde do corpo nem da mente. A elevadora influência do Espírito de Deus é o melhor remédio para o doente. O Céu é todo saúde e quanto mais as influências celestiais são sentidas, mais segura a restauração do crente enfermo. Os pontos de vista do Dr. E, tidos como avançados, têm-nos atingido em certo grau, como um povo. A saúde dos reformadores que guardam o sábado precisa estar livre de todos esses equívocos. A verdadeira e real reforma nos aproximará de Deus e do Céu, nos levará mais próximos de Cristo e aumentará nosso conhecimento das coisas espirituais, aprofundando-nos na santidade da experiência cristã. T1 556.2
É verdade que há mentes desequilibradas que se impõem jejuns que as Escrituras não ensinam, e orações e privação de repouso e sono que Deus nunca exigiu. Eles não são prosperados e apoiados em seus atos voluntários de justiça. Possuem uma religião que não procede de Cristo, mas é farisaica e criada por si mesmos. Confiam em suas boas obras para a salvação, esperando vãmente alcançar o Céu por suas obras meritórias, em lugar de apoiar-se, como todo pecador deve fazer, nos méritos de um Salvador crucificado, ressurreto e exaltado. É praticamente certo que se tornem doentes. Mas Cristo e a verdadeira piedade são saúde para o corpo e força para a mente. T1 556.3
Façam os doentes alguma coisa, em vez de ocupar a mente com alguma simples brincadeira, que os rebaixa em sua estima própria, levando-os a pensar que sua vida seja inútil. Conservem alerta a força da vontade, pois a vontade despertada e devidamente dirigida é poderoso calmante dos nervos. Os doentes são muito mais felizes se trabalharem, e sua restauração se efetua com mais facilidade. T1 557.1
Vi que a maior maldição sobrevinda a meu esposo e à irmã S, foi as instruções que receberam em _____, para que ficassem inativos a fim de recuperar-se. A imaginação de ambos foi afetada e sua falta de ação resultou em pensamentos e sentimentos de que seria perigoso à saúde e à vida exercitar-se, especialmente se lhes trouxesse fadiga. A maquinaria viva, tão raramente posta em movimento, perdeu sua elasticidade e força, de forma que quando se exercitava, as juntas se tornavam rígidas e os músculos debilitados. Cada movimento requeria grande esforço e produzia dor. Não obstante, esse cansaço lhes teria sido uma bênção se houvessem, a despeito dos sentimentos e dos desagradáveis sintomas, perseverado em resistir à inclinação de manter-se inativos. T1 557.2
Vi que seria muito melhor para a irmã F ficar com sua família, e assumir responsabilidades que lhe cabem. Assim despertaria suas dormentes energias. Foi-me mostrado que a fragmentação dessa querida família em _____ foi desfavorável à educação e treinamento dos filhos. Para o próprio bem, essas crianças deveriam ser ensinadas a assumir responsabilidades no trabalho caseiro e sentir que algumas obrigações recaem sobre elas. A mãe, empenhada na educação e preparo dos filhos, ocupa-se justamente da obra que lhe foi designada pelo Senhor, e por cuja causa Ele ouve misericordiosamente as orações feitas em favor de seu restabelecimento. Conquanto deva evitar trabalho cansativo, precisa acima de tudo esquivar-se de uma vida de inatividade. T1 557.3
Quando a visão me foi dada em Rochester, Nova Iorque, observei que seria muito melhor para esses pais e filhos organizar a família por si mesmos. Os filhos deveriam cumprir sua parte no trabalho da família, obtendo assim uma valiosa educação que não seria alcançada de outra maneira. A vida em _____ ou em qualquer outro lugar, cercada por copeiros e ajudantes, é o maior prejuízo a mães e filhos. Jesus convida a irmã F a achar descanso nEle, e deixar que sua mente receba um saudável tono ao demorar-se nas coisas celestiais, buscando diligentemente criar seu pequeno rebanho no cuidado e admoestação do Senhor. Deste modo pode auxiliar melhor o marido, aliviando-o da sensação de que ela precisa ser o objeto de tanta atenção, cuidado e simpatia. T1 558.1
Quanto às acomodações do Instituto de Saúde de Battle Creek, foi-me mostrado, como antes já declarara, que deveríamos ter uma instituição que fosse pequena de início, sendo criteriosamente aumentada quando bons médicos e auxiliares pudessem ser chamados, os meios angariados, e as necessidades dos doentes atendidas. Tudo deveria ser administrado em estrita harmonia com os princípios do espírito singelo da terceira mensagem angélica. Quando vi os cálculos precipitados feitos por aqueles que tinham a direção da obra, fiquei alarmada e, em muitas conversas particulares e cartas, aconselhei que esses irmãos agissem com cautela. A razão que apresentei foi que sem a especial bênção de Deus, há muitas maneiras de impedir esse empreendimento, pelo menos por um tempo, cada uma delas trazendo prejuízo à instituição e danos à causa do Senhor. Se os médicos não puderem, por doença, morte ou qualquer outro impedimento, preencher seus lugares, o trabalho sofrerá demora até que outros os substituam. Ou se faltarem recursos quando os grandes edifícios estiverem em construção e a obra parar, o capital seria perdido e o desânimo geral se abateria sobre todos. Poderia ainda ocorrer falta de pacientes para ocupar as atuais acomodações e conseqüente falta de meios para enfrentar as despesas. Com os esforços de cada departamento, exercidos de maneira correta e cuidadosa mais a bênção de Deus, a instituição se provará um grande sucesso, enquanto que um único fracasso em qualquer rumo, cedo ou tarde provocaria grande prejuízo. Não deveria ser esquecido que das muitas instituições de saúde fundadas nos Estados Unidos nos últimos vinte e cinco anos, poucas ainda se mantêm atualmente em visível funcionamento. T1 558.2
Tenho apelado publicamente a nossos irmãos em favor de uma instituição a ser estabelecida entre nós, e conversado nos mais elevados termos com o Dr. E, como o homem que obteve, mercê da providência divina, uma experiência para desempenhar sua parte como médico. Tudo isso eu disse com a autorização que Deus me concedeu. Se necessário, repetirei tudo sem hesitar. Não tenho qualquer desejo de suprimir uma sentença que tenha escrito ou dito. A obra é de Deus e deve prosseguir firmemente, todavia, de modo cauteloso. T1 559.1
A reforma de saúde está intimamente ligada à obra da mensagem do terceiro anjo, mas não é a mensagem em si. Nossos pregadores deveriam ensinar a reforma de saúde, entretanto, sem fazer dela o tema principal na ordem das mensagens. Seu lugar está posto entre os assuntos que apresentam a obra preparatória para enfrentar os eventos mostrados pela mensagem, entre os quais ela é proeminente. Deveríamos assumir cada reforma com entusiasmo, mas evitando dar a impressão de que somos vacilantes e fanáticos. Nosso povo deveria prover os meios para atender às necessidades do Instituto de Saúde, o qual está em franco crescimento, tanto quanto seja capaz, sem dar menos para atender às outras necessidades da causa. Que a reforma de saúde e o Instituto progridam assim como sucedeu com outros empreendimentos dignos, levando em conta nossa débil força no passado e nossa grande capacidade de fazer muito num curto período de tempo. Que o Instituto de Saúde cresça, a exemplo do que aconteceu com outros empreendimentos entre nós, com a rapidez e segurança possíveis, sem afetar outros ramos da grande obra que são de igual ou maior importância para este tempo. Seria errado um irmão dispor de grande parte de seu patrimônio para aplicar no Instituto, quer seja muito ou pouco, e não poder contribuir com outros setores da obra. Também não fazer nada seria outro erro grave. Com tantos apelos comoventes feitos ao nosso povo para direcionar meios ao Instituto, dever-se-ia tomar cuidado para não subtrair recursos de outros ramos da obra. Especialmente deveriam os pobres mas liberais ter sido avisados. Alguns pobres com família, sem casa própria, e sem condições de tratar-se no Instituto, investiram entre um quinto e um terço de todos os seus recursos no Instituto. Isso está errado. Alguns irmãos e irmãs têm vários títulos, quando não deveriam ter sequer um, e por um curto período, freqüentar o Instituto com as despesas pagas totalmente ou em parte, sacadas dos fundos de assistência social. Não vejo sabedoria em fazer grandes projeções para o futuro e deixar sofrer aqueles que necessitam agora de auxílio. Irmãos, não vão mais depressa do que a clara providência de Deus abrir o caminho. T1 559.2
A reforma de saúde é um ramo da especial obra de Deus em benefício de Seu povo. Vi que em uma instituição nossa, o maior perigo seria o de seus dirigentes se afastarem do espírito da verdade presente e da simplicidade que sempre deve caracterizar os discípulos de Cristo. Foi-me dada uma advertência contra o rebaixamento do padrão da verdade em tal instituição, a fim de obter o favor dos descrentes, e assim assegurar seu patrocínio. O grande objetivo de receber descrentes na instituição é levá-los a aceitar a verdade. Se o padrão for baixado, eles terão a impressão de que a verdade é de pouca importância, e assumirão uma postura muito mais resistente do que antes. T1 560.1
O pior mal resultante de tal atitude é sua influência sobre os pacientes crentes, pobres e aflitos, que afetaria a causa em geral. Esses irmãos foram ensinados a confiar na oração da fé, e o espírito de muitos se abate porque sua oração não é agora plenamente respondida. Vi que o motivo por que Deus não ouvia mais plenamente as orações de Seus servos pelos doentes entre nós, era que Ele não podia ser glorificado nisto enquanto eles estivessem violando as leis da saúde. E vi também ser Seu desígnio que a reforma de saúde e o Instituto de Saúde preparem o caminho para que a oração da fé possa ser plenamente atendida. A fé e as boas obras devem andar de mãos dadas no aliviar os aflitos que há entre nós, e em prepará-los para glorificar a Deus aqui e serem salvos na vinda de Cristo. Não permita Deus que esses sofredores fiquem decepcionados e ofendidos por verificarem que os dirigentes do Instituto trabalham apenas segundo o ponto de vista mundano, em vez de aliarem à prática da reforma de saúde, ao tratá-los, as virtudes e bênçãos de pais e mães em Israel. T1 560.2
Ninguém tenha a idéia de que o Instituto é um lugar a que se deva ir para ser restabelecido pela oração da fé. Ali é um lugar em que se deve ser aliviado das doenças mediante tratamento e corretos hábitos de vida, e aprender a evitar as enfermidades. Mas se há debaixo do céu um lugar em que, mais que em outros, sejam feitas por homens e mulheres devotos e de fé, orações de molde a acalmar, repletas de espírito compassivo, esse lugar deve ser um instituto dessa natureza. Os que tratam os doentes devem agir em sua importante obra, com forte confiança em Deus de que Suas bênçãos acompanhem os meios por Ele graciosamente providos, e para os quais em misericórdia nos chamou a atenção como um povo, isto é, o ar puro, o asseio, o saudável regime alimentar, os devidos períodos de trabalho e de repouso, e o emprego da água. Eles não deveriam ter qualquer interesse fora deste importante e solene trabalho. Cuidar adequadamente dos interesses físicos e espirituais do aflito povo de Deus, que tem posto quase que ilimitada confiança neles, e com grande custo para si mesmos submetem-se aos seus cuidados, requererá atenção total. Ninguém possui tanta capacidade ou habilidades que seja capaz de evitar que a obra seja imperfeita, mesmo após ter feito seu melhor. T1 561.1
Aqueles a quem foi comissionado cuidar dos interesses físicos, e em grande parte também dos interesses espirituais do aflito povo de Deus, devem tomar cuidado para que de nenhuma forma se insinuem políticas mundanas, interesses pessoais ou desejo de envolver-se numa obra ampla e popular, atraindo sobre si mesmos e sobre esse ramo da obra, o desagrado de Deus. Eles não devem depender exclusivamente de suas capacidades. Se a bênção, em vez do desprazer de Deus, repousar sobre a instituição, anjos assistirão os pacientes, auxiliares e médicos na obra de restauração, para que no final a glória seja dada a Deus e não a fracos mortais de curta visão. Esses homens podem adotar uma conduta secular e, envaidecendo-se-lhes o coração, dizer: “O meu poder e a força de minhas mãos fizeram isso.” Deus permitirá que trabalhem sob grandes desvantagens em relação a outras instituições, em conhecimento, experiência e facilidades. Não poderão sequer realizar metade do que fazem as outras instituições. T1 562.1
Vi a benéfica influência do trabalho ao ar livre sobre os pacientes com vitalidade debilitada e circulação anormal, especialmente em mulheres que induziram essa condição por excessivo confinamento em casa. Seu sangue tornou-se impuro por falta de ar fresco e exercício. Em vez de entretenimentos que as mantêm em ambientes fechados, devem ser providenciados atrativos ao ar livre. Vi que o Instituto deve ter amplos jardins adornado com flores, vegetais e frutas. Ali as pessoas debilitadas encontrarão trabalho apropriado a seu sexo e condições, e em horários adequados. Esses terrenos devem estar sob os cuidados de um jardineiro experiente para cuidá-los de maneira ordenada e com bom gosto. T1 562.2
A relação que mantenho com essa obra exige que eu expresse francamente meus pontos de vista. Falo livremente e escolho esse meio para falar a todos os interessados. O que apareceu publicado no Testemunho n 11 concernente ao Instituto de Saúde não deveria ter sido impresso até que eu tivesse condições de passar a limpo tudo quanto vira a respeito. Eu nada pretendia dizer sobre o assunto no n 11, e enviei todos os manuscritos destinados a esse testemunho do Condado de Ottawa, onde estava a serviço do Escritório em Battle Creek, declarando que desejava apressar a publicação dessa pequena obra porque era muito necessária, e tão rápido quanto possível, eu iria escrever o n 12, no qual pretendia falar abertamente sobre o Instituto. Os irmãos de Battle Creek que estavam especialmente interessados no Instituto, sabiam que eu fora instruída a dizer que nosso povo deveria contribuir com meios para estabelecer tal instituição. Por essa razão, eles me escreveram dizendo que a influência de meu testemunho com relação ao Instituto foi necessária para que imediatamente os irmãos fossem mobilizados acerca da questão, e que a publicação do n 11 seria adiada até que eu pudesse escrever. T1 562.3
Isso me foi uma grande provação, pois eu sabia que não podia passar a limpo tudo o que havia visto, pois estava falando ao povo de seis a oito vezes por semana, fazendo visitas de casa em casa, e escrevendo centenas de páginas de testemunhos pessoais e cartas particulares. Essa quantidade de trabalho, com desnecessárias cargas e aflições sobre mim, não me permitiam fazer qualquer tipo de trabalho. Minha saúde era precária e meus sofrimentos mentais estavam além de descrição. Sob tais circunstâncias, cedi aos pedidos de outros e escrevi o que aparece em o n. 11 com relação ao Instituto de Saúde, sendo-me assim impossível relatar tudo quanto observara em visão. Nisso eu errei. Eu devia ter o direito de reconhecer meu próprio dever melhor do que outros o podem reconhecer por mim, especialmente a respeito de assuntos que o Senhor me revelou. Algumas pessoas me censurarão por falar como agora faço. Outros me criticarão por não ter falado antes. A disposição manifestada para apressar o assunto do instituto foi uma das mais severas provas que já suportei. Se todos os que usaram meu testemunho para conclamar os irmãos houvessem igualmente se mobilizado, eu ficaria mais satisfeita. Se eu postergasse um pouco mais a revelação de minhas visões e sentimentos, seria criticada por aqueles que achavam que eu deveria ter falado antes, e por outros que criam não dever eu dar qualquer advertência. Para o bem daqueles que dirigem a obra, para o bem da causa e dos irmãos e para prevenir-me de grandes aflições, tenho falado com franqueza. T1 563.1