Conselhos sobre Mordomia

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Capítulo 2 — Nosso generoso benfeitor

Manifesta-se o poder de Deus no bater do coração, na ação dos pulmões, e nas correntes vivas que circulam pelos mil diferentes condutos do corpo. Somos-Lhe devedores por todo momento de existência, e por todos os confortos da vida. As faculdades e habilitações que elevam o homem acima da criação inferior, são dotes do Criador. CM 10.1

Ele nos cumula de benefícios Seus. Somos-Lhe devedores do alimento que comemos, da água que bebemos, da roupa que vestimos, do ar que respiramos. Sem a Sua especial providência, o ar estaria cheio de pestilência e de veneno. Ele é generoso benfeitor e preservador. CM 10.2

O Sol que brilha sobre a Terra, e embeleza toda a Natureza, a encantadora e solene luminosidade da Lua, os esplendores do firmamento, salpicado de brilhantes estrelas, as chuvas que refrescam a terra, e fazem florescer a vegetação, as preciosas coisas da Natureza em toda a sua variada riqueza, as árvores altaneiras, os arbustos e as plantas, o grão tremulante, o céu azul, a terra verde, a mudança do dia e da noite, a renovação das estações, tudo fala ao homem do amor de seu Criador. CM 10.3

Tem-nos Ele ligado a Si mesmo por todos esses laços do Céu e da Terra. Cuida de nós com mais ternura do que cuida uma mãe de um filho em aflição. “Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor Se compadece daqueles que O temem”. — The Review and Herald, 18 de Novembro de 1888. CM 10.4

Recipientes contínuos para dar continuamente — Assim como continuamente estamos recebendo as bênçãos de Deus, assim devemos nós estar continuamente dando. Quando o Benfeitor celeste deixar de nos dar, então poderemos ser desculpados; pois então nada teremos para dar. Deus nunca nos deixou sem nenhuma evidência de Seu amor, pelo fato de nos ter feito o bem. [...] CM 10.5

Cada momento somos mantidos pelo cuidado de Deus e sustentados pelo Seu poder. Ele enche nossa mesa de alimento. Dá-nos sono pacífico e refrigerador. Semanalmente traz-nos o sábado, a fim de que possamos descansar de nossos trabalhos temporais e adorá-Lo em Sua própria casa. Deu-nos Sua Palavra, para que fosse uma lâmpada para os nossos pés e uma luz para o nosso caminho. Nas suas sagradas páginas, encontramos sábios conselhos; e sempre que a Ele elevamos nosso coração em contrição e fé, concede-nos as bênçãos de Sua graça. Acima de tudo, está o dom infinito do querido Filho de Deus, através do qual fluem todas as outras bênçãos para esta vida e para a vida vindoura. CM 10.6

Certamente que a bondade e a misericórdia nos seguirão a cada passo. Tão-somente quando desejarmos que o Pai infinito deixe de nos conceder as Suas bênçãos sobre nós, devemos nós impacientemente exclamar: Não há fim para o dar? Não devemos, apenas, devolver fielmente a Deus os nossos dízimos, que Ele reclama como Seus, mas também devemos trazer à Sua tesouraria um tributo como oferta de gratidão. Com coração alegre levemos ao nosso Criador as primícias de toda a Sua liberalidade — as nossas mais acariciadas posses, nosso melhor e mais santo serviço. — The Review and Herald, 9 de Fevereiro de 1886. CM 11.1

A única maneira de manifestar gratidão — O Senhor não precisa de nossas ofertas. Não O podemos enriquecer com as nossas dádivas. Diz o salmista: “Tudo vem de Ti, e das Tuas mãos To damos.” No entanto Deus nos permite demonstrar nossa apreciação de Suas misericórdias pelos esforços abnegados para passá-las a outros. É essa a única maneira em que nos é possível manifestar nossa gratidão e amor a Deus. E não proveu outro. — The Review and Herald, 6 de Dezembro de 1887. CM 11.2

O argumento de Paulo contra o egoísmo — Paulo procurou desarraigar do coração de seus irmãos a planta do egoísmo; pois o caráter não pode ser completo em Cristo quando o amor-próprio e a cobiça são conservados. O amor de Cristo no coração levá-los-ia a ajudar seus irmãos em suas necessidades. Mostrando-lhes o sacrifício que Cristo fizera em seu favor, procurou ele despertar-lhes o amor. CM 11.3

“Não digo isto como quem manda”, disse ele, “mas para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade da vossa caridade. Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo rico, por amor de vós Se fez pobre; para que pela Sua pobreza enriquecêsseis.” CM 11.4

Eis o poderoso argumento do apóstolo. Não é mandamento de Paulo, mas do Senhor Jesus Cristo. [...] CM 11.5

Quão grande foi a dádiva de Deus ao homem, e como Lhe aprouve fazê-la! Com liberalidade que jamais poderá ser excedida, Ele deu, para salvar os rebeldes filhos dos homens e fazer-lhes ver o Seu propósito e discernir o Seu amor. Demonstrareis, pelas vossas dádivas e ofertas, que não considerais coisa alguma boa demais para dar Àquele que “deu Seu Filho unigênito”? — The Review and Herald, 15 de Maio de 1900. CM 11.6

O espírito de liberalidade é o espírito do Céu. O espírito egoísta é o espírito de Satanás. — The Review and Herald, 17 de Outubro de 1882. CM 11.7