Conselhos sobre Mordomia

23/68

Capítulo 23 — Os princípios da mordomia

Estamos nós, como indivíduos, examinando a Palavra de Deus cuidadosamente e com oração, para não nos afastarmos de seus preceitos e exigências? O Senhor não nos contemplará com prazer se retivermos qualquer coisa, seja pequena ou grande, que Lhe deva ser devolvida. Se desejarmos gastar dinheiro para satisfazer nossas próprias inclinações, pensemos no bem que, com esse dinheiro, poderíamos fazer. Separemos, para o Mestre, quantias pequenas e grandes, a fim de que a obra possa ser edificada em outros lugares. Caso gastemos egoistamente o dinheiro tão necessário, o Senhor não nos abençoará com o Seu louvor, nem o poderá fazer. CM 70.1

Como despenseiros da graça de Deus, estamos lidando com o dinheiro do Senhor. Muito, muitíssimo significa para nós sermos fortalecidos, dia a dia, pela Sua abundante graça, sermos capazes de compreender Sua vontade, sermos achados fiéis tanto no pouco como no muito. Quando tal for a nossa experiência, o serviço de Cristo será para nós uma realidade. Deus requer isso de nós, e diante dos anjos e dos homens devemos revelar nossa gratidão pelo que Ele tem feito por nós. A benevolência de Deus para conosco, devemos nós retribuir em louvor e atos de misericórdia. [...] CM 70.2

Reconhecem todos os membros da igreja que tudo o que têm lhes é dado para ser usado e aperfeiçoado para a glória de Deus? Deus tem uma conta fiel com todo ser humano de nosso mundo. E, quando o dia de ajuste de contas chegar, não reclamará o mordomo fiel crédito algum para si. Não dirá: “Meu talento”; mas “Teu talento ganhou” outros talentos. Sabe que sem que lhe fosse confiado o dom, nenhum aumento poderia ter havido. Pensa que no desempenho fiel de sua mordomia nada mais fez que seu dever. O capital era do Senhor, e pelo Seu poder foi habilitado a com ele negociar com êxito. Seu nome apenas deve ser glorificado. Sabe que sem o capital que lhe foi confiado entraria em bancarrota para a eternidade. CM 70.3

A aprovação do Senhor é recebida quase com surpresa, não é portanto esperada. Mas Cristo lhe diz: “Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor”. — The Review and Herald, 12 de Setembro de 1899. CM 70.4

Como Deus prova seus mordomos — Quão inclinado é o homem a pôr as afeições nas coisas terrenas! Absorve-se-lhe a atenção em casas e terras, e o dever para com os semelhantes é negligenciado; sua própria salvação é tratada como se fosse coisa de pouca conseqüência, sendo esquecidas as reivindicações de Deus sobre ele. Os homens apegam-se aos tesouros terrenos com tanta tenacidade como se os pudessem reter para sempre. Parecem pensar que têm o direito de fazer com seus meios o que bem lhes aprouver, não importando o que o Senhor tenha ordenado ou qual seja a necessidade de seus semelhantes. CM 71.1

Esquecem-se de que tudo o que reclamam como seu, simplesmente lhes foi entregue em confiança. São despenseiros da graça de Deus. Deus lhes confiou esse tesouro para prová-los, para que manifestem Sua atitude para com Sua causa, e revelem os pensamentos que tinham no coração para com Ele. Eles não estão apenas negociando para o tempo, mas para a eternidade, com o dinheiro de Seu Senhor, e o uso ou abuso de seu talento determinar-lhes-á a posição e a confiança no mundo vindouro. — The Review and Herald, 14 de Fevereiro de 1888. CM 71.2

Uma questão prática — A idéia de mordomia devia ter influência prática sobre todo o povo de Deus. [...] A beneficência prática dará vida espiritual a milhares de professos nominais da verdade que ora lamentam as próprias trevas. Ela os transformará de egoístas e cobiçosos adoradores de Mamom, em zelosos, fiéis colaboradores de Cristo na salvação dos pecadores. — Testemunhos Seletos 1:365, 366. CM 71.3

No lugar do dono da casa — O mordomo identifica-se com o patrão. Aceita as responsabilidades de um mordomo e deve agir em lugar do dono da casa, fazendo o que este faria se estivesse presidindo. Os interesses do senhor tornam-se seus. A posição do mordomo é uma posição de dignidade, porque o patrão nele confia. Se, de qualquer modo, atuar egoistamente, e reverter as vantagens obtidas pelo negociar com os bens de seu senhor em proveito próprio, trai a confiança nele depositada. — Testimonies for the Church 9:246. CM 71.4

O uso egoísta da riqueza prova infidelidade para com Deus e torna o mordomo inapto para gerir bens celestiais. — Testemunhos Seletos 3:42. CM 71.5