Conselhos sobre Mordomia

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Capítulo 7 — A obra do Senhor deve ser mantida

Passam para a eternidade os últimos anos de graça. O grande dia do Senhor está-nos iminente. Toda energia que possuímos deve ser agora usada para despertar os que estão mortos em ofensas e pecados. [...] CM 21.1

É tempo de darmos ouvidos aos ensinos da Palavra de Deus. Todas as suas injunções são dadas para o nosso bem. Ele conclama os que estão sob a bandeira ensangüentada do Príncipe Emanuel a fim de que dêem evidências de que reconhecem sua dependência de Deus e deverem a Ele dar contas, devolvendo-Lhes certa parte daquilo que Ele lhes confiou. Deve esse dinheiro ser usado no avanço da obra que deve ser feita para cumprir a comissão dada por Cristo a Seus discípulos. [...] CM 21.2

O povo de Deus é chamado para uma obra que requer dinheiro e consagração. As obrigações que sobre nós repousam trazem-nos a responsabilidade de trabalhar para Deus até o máximo de nossa capacidade. Exige Ele serviço não dividido, a inteira devoção do coração, espírito e forças. CM 21.3

Há apenas dois lugares no Universo onde poderemos colocar nossos tesouros — no celeiro de Deus ou no de Satanás; e tudo o que não é dedicado ao serviço de Deus é contado do lado de Satanás, e vai fortalecer sua causa. Determinou o Senhor que os meios a nós confiados sejam usados na edificação de Seu reino. Seus dons são confiados aos Seus mordomos para que com eles negociem cuidadosamente, e Lhe devolvam os rendimentos na obra da salvação. Tais pessoas, por seu turno, se tornarão mordomos de confiança, cooperando com Cristo para promover os interesses da causa de Deus. CM 21.4

Recebendo para partilhar — Onde quer que haja vida na igreja, há aumento e crescimento. Há, também, constante intercâmbio, tomar e dar, receber e devolver ao Senhor o que Lhe pertence. A cada crente genuíno comunica Deus luz e bênção, e estas reparte ele com os outros, na obra que faz para o Senhor. Ao dar do que recebe, aumenta sua capacidade de receber. É aberto o caminho para a obtenção de novos suprimentos de graça e de verdade. Tem mais clara luz e multiplicado conhecimento. Desse dar e receber depende a vida e o crescimento da igreja. Aquele que recebe mas nunca dá, logo deixa de receber. Se quisermos receber novas bênçãos, devemos comunicar os bens do Céu. CM 21.5

Não Se propõe o Senhor a vir a este mundo e derramar ouro e prata para o avanço de Sua obra. Supre os homens com recursos, para que pelas suas dádivas e ofertas conservem Sua obra em avanço. O propósito, acima de todos os outros, para o qual devem os dons de Deus ser usados, é a manutenção dos obreiros no campo da seara. E se os homens se tornarem condutos pelos quais possam as bênçãos dos Céus fluir para os outros, o Senhor conservará suprido tal canal. Não é devolver ao Senhor o que é Seu que torna o homem pobre; reter é que leva à pobreza. [...] CM 22.1

Um tempo para economia e sacrifício — Apela Deus a Seu povo para que desperte quanto às suas responsabilidades. Um dilúvio de luz é irradiado de Sua Palavra, e devem ser atendidos os deveres negligenciados. Quando eles forem atendidos, ao dar ao Senhor o que Lhe pertence, nos dízimos e ofertas, abrir-se-á o caminho para o mundo ouvir a mensagem que o Senhor determina que ouça. Tivesse nosso povo o amor de Deus no coração, estivesse cada membro da igreja imbuído do espírito de sacrifício próprio, e não haveria falta de fundos para as missões nacionais e estrangeiras; nossos recursos se multiplicariam; abrir-se-iam mil portas de utilidade e nós seríamos convidados a entrar. Houvesse sido executado o propósito de Deus quanto a dar a mensagem de misericórdia ao mundo, Cristo já teria vindo e os santos teriam recebido suas boas-vindas à cidade de Deus. CM 22.2

Se já houve um tempo em que se deveriam fazer sacrifícios, esse tempo é agora. Meus irmãos e irmãs, praticai a economia em vossos lares. Lançai fora os ídolos que tendes colocado adiante de Deus. Abandonai vossos prazeres egoístas. Eu vos rogo, não gasteis os meios em embelezar as vossas casas; pois vosso dinheiro pertence a Deus, e a Ele deveis prestar contas do uso que lhe dais. Não useis o dinheiro do Senhor para satisfazer os caprichos de vossos filhos. Ensinai-lhes que Deus tem reivindicação sobre tudo o que possuem, e que coisa alguma pode jamais cancelar esse direito. CM 22.3

O dinheiro é tesouro necessário. Não o dissipeis com os que dele não necessitam. Alguém necessita de vossas dádivas voluntárias. Há os que, no mundo, estão famintos, morrendo de inanição. Podeis dizer: “Não posso alimentar a todos.” Mas, praticando as lições de economia de Cristo, podereis alimentar a um. “Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.” Estas palavras foram pronunciadas por Aquele cujo poder operou um milagre para suprir as necessidades de uma multidão faminta. CM 22.4

Caso tenhais hábitos extravagantes, afastai-os imediatamente de vossa vida. A não ser que o façais, estareis falidos para a eternidade. Hábitos de economia, operosidade e sobriedade, são melhor quinhão para os vossos filhos que um rico dote. CM 22.5

Somos peregrinos e estrangeiros na Terra. Não despendamos os nossos meios em satisfazer desejos que Deus quer que reprimamos. Representemos devidamente nossa fé reprimindo os nossos desejos. Levantem-se os membros de nossas igrejas como um só homem, e trabalhem fervorosamente, como quem anda à plena luz da verdade para estes últimos dias. [...] CM 23.1

De que vale indizível riqueza, se esta é acumulada em custosas mansões ou em ações bancárias? Que pesa isso na balança, comparado com a salvação das pessoas por quem Cristo, o Filho do infinito Deus, morreu? — The Review and Herald, 24 de Dezembro de 1903. CM 23.2

Um privilégio e uma responsabilidade — Foram-nos dadas, para proclamar ao mundo, as mais solenes verdades já confiadas aos mortais. Nosso trabalho é a proclamação dessas verdades. Deve o mundo ser advertido, e o povo de Deus precisa ser fiel ao depósito que lhe foi confiado. Não se deve empenhar em especulações, nem deve entrar em empreendimentos comerciais com os descrentes; pois isso os impediria de fazer a obra que lhes foi confiada. CM 23.3

Jesus diz a Seu povo: “Vós sois a luz do mundo.” Não é questão de pequena importância que os conselhos, propósitos e planos de Deus nos tenham sido tão claramente revelados. É um maravilhoso privilégio poder compreender a vontade de Deus, segundo é revelada na segura palavra da profecia. Isso nos impõe pesada responsabilidade. Deus espera que transmitamos aos outros os conhecimentos que nos tem dado. É Seu propósito que os instrumentos divinos e humanos se unam na proclamação da mensagem de advertência. — The Review and Herald, 28 de Julho de 1904. CM 23.4

Sustento das missões estrangeiras — Devem as simpatias do povo de Deus serem despertadas em cada igreja de toda a nossa terra, devendo haver ação desinteressada no sentido de atender às necessidades de diferentes campos missionários. Devem os homens demonstrar seu interesse na causa de Deus pelo dar dos seus bens. Se se manifestasse tal interesse entre os membros da família de Cristo, existiriam e cresceriam em força os laços de fraternidade cristã. CM 23.5

Essa obra de trazer fielmente todos os dízimos, para que haja mantimento na casa de Deus, supriria os que labutam tanto nos campos nacionais como nos estrangeiros. Se bem que livros e publicações sobre a verdade presente estejam espalhando os seus tesouros de conhecimento a todas as partes do mundo, assim mesmo ainda devem ser estabelecidos postos missionários em vários pontos. O pregador vivo deve proclamar as palavras de vida e de salvação. Há campos missionários abertos que convidam os obreiros a entrar. A seara está madura, e de todas as partes do mundo se ouve o veemente clamor macedônico por obreiros. — The Review and Herald, 19 de Fevereiro de 1889. CM 23.6

A obra não deve parar — Se de fato temos a verdade para estes últimos dias, deve ela ser levada a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Brevemente, tanto os vivos como os mortos serão julgados segundo o que tiverem feito no corpo, e a lei de Deus é a norma pela qual eles serão provados. Devem portanto, agora, ser advertidos; a santa lei de Deus deve ser vindicada, erguida diante deles como um espelho. Para que tal obra se realize, há necessidade de meios. Sei que os tempos são difíceis, que não há abundância de dinheiro; mas a verdade deve ser difundida, e o dinheiro para difundi-la deve ser colocado na tesouraria. [...] CM 24.1

Abandonaremos a obra? — Nossa mensagem é de âmbito mundial; contudo, literalmente, muitos nada estão fazendo, muitos mais, tão pouco, com tamanha falta de fé, que isso é pouco mais que nada. Abandonaremos nós os campos que já abrimos em países estrangeiros? Desistiremos de parte do trabalho em nossas missões nacionais? Empalideceremos ante um débito de apenas uns poucos milhares de dólares? Hesitaremos, agora, e ficaremos esquivos justamente nas últimas cenas da história terrestre? Meu coração diz: Não, não. Não posso considerar essa questão sem ardente zelo no sentido de fazer a obra avançar. Não deveríamos negar nossa fé, não deveríamos negar a Cristo; fá-lo-emos, no entanto, a menos que avancemos segundo a providência divina for abrindo o caminho. CM 24.2

Não deve a obra parar por falta de recursos. Mais meios nela devem ser investidos. Irmãos, em nome do meu Mestre, eu vos ordeno: despertai! Vós que estais colocando os vossos talentos de meios num lenço e os estais ocultando na terra, que estais construindo casas e acrescentando terreno a terreno, Deus vos roga: “Vendei o que tendes e dai esmolas”. Lucas 12:33. Tempo virá em que os observadores do sábado nem poderão comprar nem vender. Apressai-vos a desenterrar os vossos talentos. Se Deus vos confiou dinheiro, demonstrai-vos fiéis à confiança em vós depositada; desembrulhai vosso lenço e enviai vossos talentos aos banqueiros, para que, quando Cristo vier, possa receber o que é Seu, com os juros. CM 24.3

Prazerosa liberalidade na finalização da obra — Bem no fim, antes que esta obra termine, milhares de dólares serão alegremente depositados sobre o altar. Homens e mulheres sentirão ser um bendito privilégio participar da obra de preparar pessoas para subsistirem no grande dia de Deus, e darão centenas de dólares com a mesma liberalidade com que agora são doadas quantias menores. CM 24.4

Estivesse o amor de Cristo ardendo no coração dos que professam ser Seu povo, e veríamos hoje, a manifestação do mesmo espírito. Se tão-somente reconhecessem quão perto está o fim de todo o trabalho em prol da salvação, sacrificariam suas posses com a mesma prontidão com que o fizeram os membros da igreja primitiva. Trabalhariam para o avanço da causa de Deus com o mesmo fervor com que os mundanos trabalham para adquirir riquezas. Exercer-se-iam tato e habilidade, bem como se faria trabalho ativo e altruísta para adquirir meios, não para acumular, mas para verter no tesouro do Senhor. CM 24.5

Que tal, se alguém ficar pobre por empregar seus meios na obra? Cristo, por amor de vós Se fez pobre; mas vós estais segurando para vós mesmos riquezas eternas, um tesouro no Céu que não falha. Vossos bens estão muito mais seguros do que se tivessem sido depositados no banco, ou investidos em casas e terrenos. Estão guardados em sacos que não envelhecem. Nenhum ladrão, deles se pode aproximar, fogo algum os pode consumir. [...] CM 25.1

Obedecendo à ordem do Salvador, nosso exemplo pregará mais alto que palavras. Vê-se a maior demonstração do poder da verdade quando os que nela professam crer dão evidência de sua fé pelas suas obras. Os que crêem nesta solene verdade devem possuir tal espírito de sacrifício que repila a ambição mundana dos adoradores do dinheiro. — Historical Sketches of the Foreign Missions of the Seventh Day Adventist, 291-293. CM 25.2