Temperança

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Capítulo 2 — O segredo da vitória — conversão

Condescendência é pecado — A complacência com o apetite antinatural, quer seja chá, café, fumo ou álcool, é intemperança e está em guerra com as leis da vida e da saúde. O uso desses artigos proibidos cria no organismo um estado de coisas que o Criador nunca Se propôs que nele houvesse. Essa complacência em qualquer dos membros da família humana, é pecado. ... Sofrimento, enfermidade e morte, são a penalidade certa da complacência. — Evangelismo, 266. Te 104.3

Quando o Espírito Santo opera entre nós — A primeira e mais importante das coisas é enternecer e subjugar a alma com a apresentação de nosso Senhor Jesus Cristo como Salvador que toma sobre Si os pecados e os perdoa, e esclarecer o mais possível o evangelho. Te 105.1

Ao operar entre nós o Espírito Santo, ..., almas que não estão preparadas para o aparecimento de Cristo, são convencidas. ... Os viciados do fumo sacrificam o seu ídolo, e o alcoólatra, o seu álcool. Não poderiam eles fazer isso se, pela fé, não se houvessem apossado das promessas divinas do perdão de seus pecados. — Evangelismo, 264. Te 105.2

A grande necessidade do homem — Cristo deu a vida para comprar a redenção para o pecador. O Redentor do mundo sabia que a condescendência com o apetite estava trazendo debilidade física e amortecimento das faculdades perceptivas, de modo que as coisas sagradas e eternas não pudessem ser discernidas. Ele sabia que a satisfação própria estava pervertendo as faculdades morais, e que a grande necessidade do homem era a conversão — de coração, mente e alma, da vida de condescendência com o próprio eu, para uma vida de abnegação e sacrifício. — Medicina e Salvação, 264. Te 105.3

Em sua própria força, o homem falhará — O hábito do fumo... obscurece tantas mentes! Por que não abandonais esse hábito? Por que não se levantar, e dizer: Não mais servirei o pecado e o diabo? Dizei: Deixarei para lá esse venenoso narcótico. Jamais o podereis fazer em vossas forças. Cristo diz: “Estou à tua direita para te ajudar.” — Manuscrito 9, 1893. Te 105.4

Por que tantos fracassam? — Tentações à condescendência com o apetite possuem um poder que só pode ser vencido pelo auxílio dado por Deus. Mas com cada tentação temos a promessa de Deus de que haverá um escape. Por que, então, tantos são vencidos? É porque não põem a confiança em Deus. Não se aproveitam dos meios providenciados para sua segurança. As desculpas dadas para satisfação do apetite pervertido são, portanto, de nenhum peso diante de Deus. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 22. Te 105.5

O único remédio — Para toda alma em luta por se erguer de uma vida de pecado a uma de pureza, o grande elemento de poder reside no único nome “debaixo do céu”, “dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”. Atos dos Apóstolos 4:12. “Se alguém tem sede” de tranqüilizadora esperança, de libertação de propensões pecaminosas, Cristo diz: “venha a Mim, e beba.” João 7:37. O único remédio para o vício, é a graça e o poder de Cristo. Te 106.1

As boas resoluções tomadas por alguém em suas próprias forças, nada valem. Nem todos os votos do mundo quebrariam o poder do mau hábito. Homem algum nunca praticará a temperança em todas as coisas enquanto seu coração não estiver renovado pela graça divina. Não nos podemos guardar de pecar por um momento sequer. A cada instante dependemos de Deus. ... Te 106.2

Cristo viveu uma vida de perfeita obediência à lei de Deus, deixando nisto um exemplo perfeito a toda criatura humana. A vida que Ele viveu neste mundo, devemos nós viver, mediante Seu poder, e sob as Suas instruções. Te 106.3

Requer-se obediência perfeita — Em nossa obra pelos caídos, cumpre gravar na mente e no coração deles as reivindicações da lei de Deus e a necessidade de lealdade para com Ele. Nunca deixeis de mostrar que existe assinalada diferença entre os que servem a Deus e os que O não servem. Deus é amor, mas não pode desculpar a voluntária desconsideração de Seus mandamentos. Os decretos de Seu governo são de tal ordem, que o homem não escapa às conseqüências da deslealdade. Somente àqueles que O honram pode Ele honrar. A conduta do homem neste mundo decide seu destino eterno. Segundo houver semeado, assim ceifará. A causa será seguida do efeito. Te 106.4

Nada menos que a perfeita obediência pode satisfazer ao ideal que Deus requer. Ele não deixou Sua vontade indefinida. Não ordenou coisa alguma que não seja necessária a fim de pôr o homem em harmonia com Ele. Devemos encaminhar os pecadores a Seu ideal de caráter, e conduzi-los a Cristo, por cuja graça, unicamente, pode esse ideal ser atingido. Te 106.5

Assegurada a vitória, mediante a vida sem pecado, de Cristo — O Salvador tomou sobre Si as enfermidades humanas, e viveu uma vida sem pecado, a fim de os homens não terem nenhum temor de que, devido à fraqueza da natureza humana, eles não pudessem vencer. Cristo veio para nos tornar “participantes da natureza divina”, e Sua vida declara que a humanidade, unida à divindade, não comete pecado. Te 107.1

O Salvador venceu para mostrar ao homem como ele pode vencer. Todas as tentações de Satanás, Cristo enfrentava com a Palavra de Deus. Confiando nas promessas divinas, recebia poder para obedecer aos mandamentos de Deus, e o tentador não podia alcançar vantagem. A toda tentação, Sua resposta era: “Está escrito.” Assim Deus nos deu Sua Palavra para com ela resistirmos ao mal. Pertencem-nos grandíssimas e preciosas promessas, a fim de que por elas fiquemos “participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo”. 2 Pedro 1:4. Te 107.2

Dizei ao tentado que não olhe às circunstâncias, à fraqueza do próprio eu, ou ao poder da tentação, mas ao poder da Palavra de Deus. Toda a sua força nos pertence. “Escondi a Tua Palavra no meu coração”, diz o salmista, “para não pecar contra Ti.” “Pela palavra dos Teus lábios me guardei da vereda do destruidor.” Salmos 119:11; 17:4. Te 107.3

Ligados a Cristo pela oração — Falai ao povo de maneira a incutir ânimo; erguei-os a Deus em oração. Muitos dos que têm sido vencidos pela tentação, são humilhados por seus fracassos, e sentem ser vão buscar aproximar-se de Deus; mas este pensamento é sugestão do inimigo. Quando pecaram, e sentem que não podem orar, dizei-lhes que é então o momento de orar. Talvez se encontrem envergonhados, e profundamente humilhados; ao confessarem, porém, os seus pecados, Aquele que é fiel e justo lhos perdoará, purificando-os de toda injustiça. Te 107.4

Coisa alguma é aparentemente mais desamparada, e na realidade mais invencível, do que a alma que sente o seu nada, e confia inteiramente nos méritos do Salvador. Pela oração, pelo estudo de Sua Palavra, pela fé em Sua constante presença, a mais fraca das criaturas humanas pode viver em contato com o Cristo vivo, e Ele a segurará com mão que nunca a soltará. — A Ciência do Bom Viver, 179-182. Te 108.1

Saúde e força ao vencedor — Quando homens que condescenderam com hábitos errôneos e práticas pecaminosas se rendem ao poder da verdade divina, a aplicação dessa verdade ao coração reaviva as faculdades morais que pareciam haver sido paralisadas. O recebedor possui compreensão mais clara, mais vigorosa que anteriormente ao haver ele firmado sua alma à Rocha eterna. Mesmo sua saúde física melhora ao sentir sua segurança em Cristo. A bênção especial de Deus a repousar sobre o recebedor é, em si mesma, saúde e força. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 13. Te 108.2

Poder para vitória unicamente em Cristo — Os homens contaminaram o templo da alma, e Deus os chama a despertarem, e lutarem com todas as suas forças para reconquistarem a varonilidade que lhes foi conferida por Deus. Coisa alguma a não ser a graça de Deus pode convencer de pecado e converter o coração; dEle tão-somente podem os escravos do costume alcançar poder para quebrar as algemas que os prendem. É impossível a um homem apresentar seu corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, enquanto continuar a condescender com hábitos que o estão privando do vigor físico, mental e moral. Diz o apóstolo em outro lugar: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação de vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 10, 11. Te 108.3

Na força de Cristo — Cristo travou a batalha no campo do apetite, e saiu vitorioso; e nós também podemos vencer mediante a força dEle derivada. Quem entrará na cidade pelas portas? — Não aqueles que declaram não poderem romper a força do apetite. Cristo resistiu ao poder daquele que nos queria manter em servidão; embora enfraquecido por seu prolongado jejum de quarenta dias, Ele suportou a tentação, e provou por este ato que nossos casos não são desesperados. Sei que não nos é possível alcançar a vitória sozinhos; e quão gratos devemos ser por ter um Salvador vivo, pronto e disposto a ajudar-nos! Te 108.4

Lembro-me do caso de um homem que se encontrava em uma congregação à qual eu estava falando. Achava-se quase arruinado de corpo e mente pelo uso da bebida alcoólica e pelo fumo. Achava-se encurvado pelo efeito da dissipação; e sua roupa estava em harmonia com a condição abalada de seu físico. Segundo todas as aparências, ele fora demasiado longe para recuperar-se. Mas quando apelei para ele a que resistisse à tentação no poder de um Salvador ressuscitado, ele se ergueu tremente, e disse: “A senhora tem interesse por mim, e eu terei interesse por mim mesmo.” Seis meses depois, veio à minha casa. Não o reconheci. Com semblante que irradiava alegria e olhos transbordantes de lágrimas, segurou-me a mão, e disse: “A senhora não me reconhece, mas lembra-se do homem com o velho casaco azul, o qual se ergueu em sua congregação, e disse que tentaria reformar-se?” Fiquei pasma. Ali estava ele ereto, e parecia dez anos mais jovem. Fora para casa depois daquela reunião, e passara longas horas em luta e oração até ao raiar do Sol. Fora uma noite de conflito mas, graças a Deus, saíra vitorioso. Esse homem podia contar por triste experiência o que seja a escravidão dos maus hábitos. Sabia advertir os jovens dos perigos da contaminação; e aos que, tal como ele, haviam sido vencidos, podia ele indicar a Cristo como a única fonte de auxílio. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 19, 20. Te 109.1

Nenhuma reforma genuína sem Cristo — À parte do poder divino, nenhuma reforma genuína pode ser efetuada. As barreiras humanas erguidas contra as tendências naturais e cultivadas, não são mais que bancos de areia contra uma torrente. Enquanto a vida de Cristo não se torna um poder vitalizante em nossa vida, não nos é possível resistir às tentações que nos assaltam interior e exteriormente. Te 109.2

Cristo veio a este mundo e viveu a Lei de Deus, a fim de que o homem pudesse ter perfeito domínio sobre as naturais inclinações que corrompem a alma. Médico da alma e do corpo, Ele dá vitória sobre as concupiscências em luta no íntimo. Proveu toda facilidade para que o homem possa possuir inteireza de caráter. Te 110.1

Quando uma pessoa se entrega a Cristo, seu espírito é posto sob o domínio da lei; mas é a lei real que proclama liberdade a todo cativo. Fazendo-se um com Cristo, o homem é tornado livre. A sujeição à vontade de Cristo significa restauração à perfeita varonilidade. Te 110.2

Obediência a Deus é liberdade do cativeiro do pecado, livramento das paixões e impulsos humanos. O homem pode ser vencedor de si mesmo, vencedor de suas inclinações, vencedor dos principados e potestades, e dos “príncipes das trevas deste século”, e das “hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais”. Efésios 6:12. — A Ciência do Bom Viver, 130, 131. Te 110.3