Temperança

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Capítulo 5 — O poder do exemplo

Os mais velhos dão o exemplo — Quantas vezes vemos meninos de seus oito anos fumando! Se lhes falamos a esse respeito, dizem: “Meu pai fuma, e se lhe faz bem, vai me fazer bem a mim.” Apontam o ministro ou o superintendente da escola dominical, e dizem: “Se homens bons como esses fumam, certamente eu posso fumar.” Como podemos esperar coisa diferente das crianças, com suas tendências herdadas, quando os de mais idade lhes dão tal exemplo? — Christian Temperance and Bible Hygiene, 18. Te 68.1

Popularidade do hábito do fumo — Tão poderoso é o hábito, uma vez formado, que o fumar se torna popular. É dado aos mais novos um exemplo de pecado, a eles cuja mente não devia ser prejudicada com qualquer pensamento de que o uso de narcóticos não seja nocivo. Não lhes são mostrados os efeitos prejudiciais do uso do fumo nas faculdades físicas, mentais e morais. ... Te 68.2

Se um seguidor de Cristo se deixa levar ao erro por influência de outros, e se conforma com a dissipação em voga no mundo, acha-se sob o domínio de Satanás, e seu pecado é ainda maior do que o dos declarados incrédulos — os ímpios — porquanto se acha colocado sob bandeira falsa. Sua vida é incoerente; sendo professadamente cristão, está, na prática cedendo a não naturais e pecaminosas propensões que combatem contra a purificação e elevação necessárias à superioridade espiritual. ... Te 68.3

Conformando-se com o hábito, estão na prática em harmonia com o mundo. Todos esses, que se dizem cristãos, não têm o direito de tomar esse nome; pois cristão é alguém que se assemelha a Cristo. Quando se assentar o juízo e todos forem julgados segundo as obras feitas no corpo, eles saberão que representaram mal a Cristo na vida prática, e não se tornaram um cheiro de vida para vida, mas de morte para morte. Em companhia deles estará numeroso grupo que se conformou às práticas da concupiscência; o número, porém, não desculpará sua iniqüidade, nem diminuirá sua condenação por destruir a resistência dos nervos cerebrais e a saúde física. Todos serão julgados individualmente. Achar-se-ão perante Deus para ouvir sua sentença. — Manuscrito 123, 1901. Te 68.4

Clérigos fumantes — Quantos há que ministram no sagrado púlpito, em lugar de Cristo, e rogam aos homens que se reconciliem com Deus, e exaltam o evangelho da liberdade, os quais são, eles próprios, escravos do apetite, e se acham contaminados pelo fumo. Estão dia a dia enfraquecendo a energia do nervo cerebral pelo uso de um sujo narcótico. E esses homens professam ser embaixadores do santo Jesus. — The Health Reformer, Dezembro de 1871. Te 69.1

Homem algum pode ser verdadeiro ministro da justiça e achar-se todavia sob a inspiração de apetites sensuais. Não pode condescender com o hábito de fumar, e ganhar ao mesmo tempo almas para a plataforma da verdadeira temperança. A nuvem de fumo que sai de seus lábios não exerce efeito salutar sobre os que tomam bebidas alcoólicas. O sermão evangélico precisa provir de lábios não contaminados pela fumaça do fumo. Com lábios limpos, puros devem os servos de Deus contar os triunfos da cruz. O costume de usar bebidas intoxicantes, fumo, chá e café precisa ser vencido pelo poder transformador de Deus. Não entrará no reino de Deus coisa alguma que contamine. — Manuscrito 86, 1897. Te 69.2

Quando os clérigos lançam, sua influência e exemplo do lado desse hábito prejudicial, que esperança há para os jovens? Cumpre-nos erguer mais e mais alto a norma da temperança. Cumpre-nos dar testemunho claro e decidido contra o uso de bebidas intoxicantes e do fumo. — Manuscrito 82, 1900. Te 69.3

O Médico fumante — Buscam os cuidados do médico muitos que se estão arruinando, alma e corpo, pelo uso do fumo ou de bebidas intoxicantes. O médico fiel às suas responsabilidades, deve indicar a estes pacientes a causa de seus sofrimentos. Se ele próprio, porém, é fumante ou dado a tóxicos, que peso terão suas palavras? Com a consciência de condescender ele mesmo com isso, não hesitará em apontar o lugar da infecção na vida do doente? Enquanto ele próprio usar essas coisas, como poderá convencer o jovem de seus efeitos prejudiciais? Te 69.4

Como pode um médico ocupar na coletividade o lugar de um exemplo de pureza e de governo de si mesmo, como pode ser um eficiente obreiro da causa da temperança, enquanto ele próprio está condescendendo com um hábito vil? Como poderá ministrar de maneira aceitável ao pé do enfermo e do moribundo, quando seu próprio hálito é repugnante, impregnado do cheiro da bebida e do fumo? Te 70.1

Enquanto põe seus nervos em desordem e nubla o cérebro com um uso de venenos narcóticos, como pode uma pessoa ser fiel à confiança nele posta como um médico competente? Como lhe é possível discernir prontamente ou executar com precisão! Te 70.2

Se ele não observa as leis que regem seu próprio ser, se prefere a satisfação egoísta à sanidade mental e física, não se declara por esta forma inapto para que se lhe confie a responsabilidade de vidas humanas? — A Ciência do Bom Viver, 133, 134. Te 70.3

Pai inabilitado para as responsabilidades paternas — Pais, as áureas horas que podíeis empregar em adquirir cabal conhecimento do temperamento e do caráter de vossos filhos, e quanto ao método melhor de lidar com sua mente juvenil, são preciosas demais para serem desperdiçadas no pernicioso hábito de fumar ou demorar-vos ao redor do bar. Te 70.4

A condescendência com esse venenoso estimulante inabilita o pai para criar seus filhos na doutrina e admoestação do Senhor. As direções dadas por Deus aos filhos de Israel, eram que os pais deviam ensinar a seus filhos os estatutos e preceitos de Sua lei, quando se levantassem e quando se sentassem, quando saíssem, e quando entrassem. Te 70.5

Este mandamento de Deus é bem pouco atendido; pois Satanás, por suas tentações, tem acorrentado muitos pais na escravidão de hábitos grosseiros, e de nocivos apetites. Suas faculdades físicas, mentais e morais são tão paralisadas por esses meios que lhes é impossível cumprir seu dever para com a própria família. Sua mente se encontra tão embrutecida pelas influências entorpecedoras do fumo ou da bebida alcoólica, que não avaliam suas responsabilidades de educar os filhos de maneira que tenham força moral para resistir à tentação, controlar o apetite, colocar-se ao lado do direito, não serem influenciados para o mal, mas exercerem vigorosa influência para o bem. Te 70.6

Pela pecaminosa condescendência com o apetite pervertido, pais se colocam muitas vezes numa condição de instabilidade nervosa ou exaustão, na qual são incapazes de discernir entre o direito e o erro, governar seus filhos sabiamente, e julgar corretamente seus motivos e ações. Acham-se em perigo de aumentar pequenas coisas a dimensões de montanhas em sua imaginação, enquanto passam por alto pecados graves. O pai que se tornou escravo de apetites anormais, que sacrificou a varonilidade que lhe foi dada por Deus para tornar-se viciado no fumo, não pode ensinar seus filhos a controlar o apetite e a paixão. É-lhe assim impossível educá-los por preceito ou por exemplo. Como pode o pai cuja boca está cheia de fumo, cujo hálito envenena a atmosfera doméstica, ensinar a seus filhos lições de temperança e domínio próprio? ... Te 71.1

Tornado responsável pelo exemplo e a influência — Quando nos aproximamos dos jovens que estão adquirindo o hábito de fumar, e falamos-lhes da perniciosa influência do mesmo sobre o organismo, eles com freqüência se defendem citando o exemplo de seus pais, ou o de determinados ministros cristãos ou bons e piedosos membros da igreja. Dizem: “Se isso não lhes faz mal, por certo que não me fará a mim.” Que contas terão professos cristãos de dar a Deus por sua intemperança! Seu exemplo robustece as tentações de Satanás para perverter os sentidos dos jovens pelo uso de estimulantes artificiais; não lhes parece coisa muito má fazer aquilo que membros respeitáveis da igreja fazem habitualmente. Há, porém, apenas um passo do uso do fumo para a bebida alcoólica; com efeito, os dois vícios em geral andam juntos. Te 71.2

Milhares de pessoas aprendem a beber por influências assim. Não raro, a lição foi ensinada, inconscientemente, por seus próprios pais. Importa haver radical mudança nos chefes de família antes de poder-se fazer muito progresso no livrar a sociedade do monstro da intemperança. — The Health Reformer, Setembro de 1877. Te 72.1

O fumante não é auxílio aos ébrios — Males gêmeos, o fumo e o álcool andam juntos. — The Review and Herald, 9 de Julho de 1901. Te 72.2

Os fumantes pouco apelo podem fazer aos ébrios. Dois terços dos bêbados de nossa terra desenvolveram a sede da bebida alcoólica em virtude do fumo. — The Signs of the Times, 27 de Outubro de 1887. Te 72.3

Os fumantes na obra da temperança — Os fumantes não podem ser aceitos como obreiros na causa da temperança, pois não há coerência em sua profissão de serem homens temperantes. Como falarão eles ao homem que está destruindo a razão e a vida pelo hábito da bebida alcoólica, quando têm os bolsos cheios de cigarros, e anseiam estar livres para mascar e fumar e cuspir à vontade? Como podem eles ter qualquer grau de coerência ao apelar em favor de uma reforma moral diante de comissões pró-saúde e de plataformas de temperança, enquanto eles próprios se encontram sob o estímulo do fumo? Se eles hão de ter força para influenciar o povo a vencer o amor pelos estimulantes, suas palavras precisam vir com hálito puro e de lábios limpos. — Testimonies for the Church 5:441. Te 72.4

Que poder o adepto do fumo pode ter para barrar o progresso da intemperança? Importa haver uma revolução quanto ao assunto do fumo antes de poder-se deitar o machado à raiz da árvore. Chá, café, fumo, da mesma maneira que bebidas alcoólicas, são graus diversos na escala dos estimulantes artificiais. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 34. Te 72.5