Temperança

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Capítulo 6 — O álcool e os homens em posições de responsabilidade

Lições do caso de Nadabe e Abiú — Nadabe e Abiú, os filhos de Arão, os quais ministravam no santo ofício do sacerdócio, usaram abundantemente vinho e, como era seu costume, foram oficiar perante o Senhor. Requeria-se dos sacerdotes que queimavam incenso perante o Senhor usarem o fogo ateado por Deus, o qual ardia dia e noite, e nunca se extinguia. Deus dera explícitas direções quanto à maneira por que cada parte do Seu serviço devia ser efetuada, para que tudo que se relacionasse com Seu sagrado culto estivesse em harmonia com Seu caráter santo. E qualquer desvio das expressas direções de Deus em ligação com Seu santo serviço era punível com a morte. Nenhum sacrifício era aceitável a Deus se não fosse salgado nem temperado com fogo divino, que representava a comunicação entre Deus e o homem que era aberta unicamente por meio de Jesus Cristo. O fogo santo que devia ser posto sobre o incensário, era conservado sempre a arder. E enquanto o povo de Deus estava do lado de fora, orando fervorosamente, o incenso ateado pelo fogo sagrado devia subir perante Deus de mistura com suas orações. Esse incenso era um símbolo da mediação de Cristo. Te 43.2

Os filhos de Arão tomaram do fogo comum que Deus não aceitava, e insultaram o infinito Deus apresentando este fogo estranho diante dEle. Deus os consumiu por fogo por causa de sua positiva desconsideração às expressas direções que Ele havia dado. Todas as suas obras eram como a oferta de Caim. Nelas não estava representado o Salvador. Houvessem esses filhos de Arão estado no pleno domínio de suas faculdades de raciocínio, e haveriam discernido a diferença entre o fogo comum e o sagrado. A satisfação do apetite depreciou-lhes as faculdades, e embotou-lhes o intelecto de maneira que sua capacidade de discernimento desapareceu. Eles compreendiam plenamente o caráter sagrado do serviço típico, e a tremenda solenidade e responsabilidade assumida de se apresentarem perante Deus para ministrar em serviço sagrado. Te 43.3

Eles eram responsáveis — Talvez alguns indaguem: Como podiam os filhos de Arão ser responsáveis quando seu intelecto se achava tão paralisado pela intoxicação que eles não podiam discernir a diferença entre o fogo sagrado e o comum? Foi quando eles levaram aos lábios o copo, que se tornaram responsáveis por todos os atos que cometessem enquanto se achassem sob o efeito do vinho. A condescendência com o apetite custou àqueles sacerdotes a vida. Deus proibiu expressamente o uso do vinho que exerceria a influência embotadora do intelecto. Te 44.1

“E falou o Senhor a Arão, dizendo: Vinho nem bebida forte tu e teus filhos contigo não bebereis, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações; e para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo; e para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem falado pela mão de Moisés.”... Te 44.2

Temos aí as mais claras direções de Deus, e Suas razões para proibir o uso do vinho; para que sua capacidade de discriminação e discernimento fosse clara, e de maneira alguma confusa; e seu juízo fosse correto, e eles fossem sempre capazes de discernir entre o limpo e o imundo. Outra razão de ponderável importância por que eles se deviam abster de qualquer coisa que intoxicasse é dada também. Exigiria o pleno uso de uma razão não obscurecida o apresentar aos filhos de Israel todos os estatutos que Deus lhes falara. Te 44.3

Requisitos para os líderes espirituais — Seja o que for no comer ou beber que incapacite as faculdades mentais para exercício ativo e saudável é ofensivo pecado aos olhos de Deus. Isto se verifica em especial no que respeita aos que servem nas coisas sagradas, os quais devem ser em todo tempo exemplos para o povo, e estar em condições de instruí-los devidamente. ... Te 45.1

Ministros que ocupam o púlpito sagrado, com boca e lábios contaminados, ousam tomar nos poluídos lábios a sagrada palavra de Deus. Pensam que Ele não lhes observa a pecaminosa condescendência. “Visto como se não executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o mal.” Deus não mais receberá um sacrifício das mãos dos que se poluem assim, e oferecem com seu serviço o incenso do fumo e da bebida alcoólica, do que aceitaria a oferta dos filhos de Arão, que ofereceram incenso com fogo estranho. Te 45.2

Deus não mudou. É tão escrupuloso e exato em Seus reclamos agora como era nos dias de Moisés. Mas nos santuários de culto em nossos dias, juntamente com os hinos de louvor, as orações, e o ensino do púlpito, não há apenas fogo estranho, mas positiva contaminação. Em vez de a verdade ser pregada com santa unção de Deus, é por vezes proferida sob a influência do fumo e da bebida. Fogo estranho na verdade! A verdade e santidade bíblicas são apresentadas ao povo, e orações dirigidas a Deus de mistura com o mau odor do fumo! Tal incenso é o mais agradável a Satanás! Terrível engano é este! Que ofensa aos olhos de Deus! Que insulto Àquele que é santo, que habita na luz inacessível! Te 45.3

Caso as faculdades da mente estivessem no vigor da saúde, os professos cristãos discerniriam a incoerência de tal culto. Como Nadabe e Abiú, suas sensibilidades se acham tão embotadas, que não fazem diferença entre o sagrado e o profano. As coisas santas e sagradas são rebaixadas ao nível de seu hálito a tabaco, seu cérebro obscurecido e sua alma poluída pela condescendência com o apetite e a paixão. Cristãos professos comem e bebem, fumam e mascam fumo, e tornam-se gulosos e ébrios para satisfazer o apetite, e ainda falam em vencer como Cristo venceu! — Redemption; or Temptation of Christ, 82-86. Te 45.4

Necessidade de julgadores lúcidos — Como é quanto a nossos legisladores, e aos homens de nossos tribunais de justiça? Se era necessário que os que oficiavam no ministério sagrado tivessem mente clara e pleno controle de sua razão, não é também importante que os que fazem e executam as leis de nossa grande nação tenham as faculdades desanuviadas? Que diremos dos juízes e jurados, em cujas mãos repousa a sorte de vidas humanas, e cujas decisões podem condenar o inocente, ou devolver o criminoso à sociedade? Não necessitam eles ter inteiro domínio de suas faculdades mentais? São eles temperantes em seus hábitos? Caso o não sejam, não se acham aptos para posições de tanta responsabilidade. Quando os apetites se acham pervertidos, as faculdades mentais encontram-se debilitadas, e há risco de que os homens não julguem com justiça. É a condescendência com aquilo que obscurece a mente menos perigosa hoje do que quando Deus impôs restrições àqueles que ministravam no ofício sagrado? — Christian Temperance and Bible Hygiene, 19. Te 46.1

Quando os governantes traem seu encargo — Os homens que fazem as leis para reger o povo devem, mais que quaisquer outros, ser obedientes às leis mais altas que servem de fundamento a toda regra nas nações e nas famílias. Quão importante é que os homens que têm o poder de controlar sintam que se encontram, eles próprios, sob mais alto domínio! Nunca se sentirão assim enquanto sua mente estiver enfraquecida pela condescendência com os narcóticos e as bebidas fortes. Aqueles a quem é confiado fazer e executar leis, devem possuir todas as suas faculdades em vigorosa ação. Eles, mediante o exercício da temperança, em todas as coisas, podem conservar a clara discriminação entre o sagrado e o comum, e terem sabedoria para tratar com aquela justiça e integridade que Deus recomendou ao antigo Israel. ... Te 46.2

Muitos que são elevados às mais altas posições de confiança no serviço público são o oposto disso. Servem-se a si mesmos, e condescendem geralmente com o uso de narcóticos, e vinho, e bebida forte. Advogados, jurados, senadores, juízes e homens representativos têm esquecido que não podem formar, sonhando, um caráter. Eles estão estragando suas faculdades mediante pecaminosas satisfações. Descem de sua elevada posição ao contaminarem-se com a intemperança, a licenciosidade, e toda forma de mal. Suas faculdades, prostituídas pelo vício, abrem o caminho para todo mal. ... Te 47.1

Homens intemperantes não devem ser colocados em posições de confiança pelo voto do povo. Sua influência corrompe a outros, e acham-se envolvidas sérias responsabilidades. Tendo o cérebro e os nervos narcotizados pelo fumo e outros estimulantes, fazem uma lei segundo sua natureza, e uma vez dissipada a imediata influência dos mesmos, há um colapso. Acham-se freqüentemente em jogo vidas humanas; da decisão de homens nessas posições de confiança dependem vida e liberdade, ou servidão e desespero. Quão necessário que todos quantos tomam parte nessas transações sejam homens provados, homens de cultura, homens honestos e verazes, de sólida integridade, que repilam um suborno e não consintam que seu juízo ou convicções do direito sejam desviados por parcialidade ou preconceito. Assim diz o Senhor: “Não perverterás o direito do teu pobre na sua demanda. De palavras de falsidade te afastarás, e não matarás o inocente e o justo, porque não justificarei o ímpio. Também presente não tomarás, porque o presente cega os que têm vista, e perverte as palavras do justo.” — The Signs of the Times, 8 de Julho de 1880. Te 47.2

Unicamente homens estritamente temperantes e íntegros devem ser admitidos em nossas assembléias legislativas e escolhidos para presidir nossas cortes de justiça. As propriedades, a reputação e a própria vida se acham inseguras quando deixadas ao juízo de homens intemperantes e imorais. Quantos inocentes foram condenados à morte, como tantos mais foram roubados de todas as suas propriedades terrenas pela injustiça de jurados, advogados, testemunhas e mesmo juízes dados à bebida! — The Signs of the Times, 11 de Fevereiro de 1886. Te 47.3

Se todos os homens de responsabilidade fossem temperantes — Fossem os homens representativos observadores dos caminhos do Senhor, e indicariam aos homens uma norma elevada e santa. Os que ocupam posições de confiança seriam estritamente temperantes. Magistrados, senadores e juízes teriam clara compreensão, e seu discernimento seria são, isento de perversões. O temor do Senhor estaria sempre presente, e dependeriam de uma sabedoria superior à sua. O Mestre celestial os tornaria sábios no conselho, e fortes para agir firmemente em oposição a todo erro, e promover o direito, o justo e verdadeiro. A Palavra de Deus seria seu guia, e afastariam toda opressão. Os legisladores e os que governam ficariam ao lado de toda lei justa e boa, ensinando sempre o caminho do Senhor para fazerem justiça e juízo. Deus é a cabeça de todos os governos e leis bons e justos. Aqueles a quem é confiada responsabilidade de administrar qualquer parte da lei, são responsáveis perante Deus como mordomos de Seus bens. — The Review and Herald, 1 de Outubro de 1895. Te 48.1

Destronada a razão no festim de Belsazar — Em seu orgulho e arrogância, com um temerário senso de segurança, Belsazar “deu um grande banquete a mil dos seus grandes, e bebeu vinho na presença dos mil”. Todas as atrações que a riqueza e o poder podem proporcionar, acrescentavam esplendor à cena. Belas mulheres com seus encantos estavam entre os hóspedes em atendimento ao banquete real. Homens de talento e educação estavam presentes. Príncipes e estadistas bebiam vinho como água, e se aviltaram sob sua enlouquecedora influência. A razão destronada pela despudorada intoxicação, os mais baixos impulsos e paixões agora em ascendência, o rei em pessoa tomou a dianteira na desbragada orgia. — Profetas e Reis, 523. Te 48.2

No próprio momento em que o festim se achava no apogeu, uma lívida mão apareceu, e traçou na parede do salão de banquete a condenação do rei e de seu reino. “Mene, Mene, Tequel, Parsim”, foram as palavras escritas, e foram interpretadas por Daniel como significando: “Pesado foste na balança, e foste achado em falta. ... Dividido foi o teu reino, e deu-se aos medos e aos persas.” E diz-nos o registro: “Naquela mesma noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus. E Dario, o medo, ocupou o reino.” Te 49.1

Mal pensava Belsazar que um Observador invisível contemplava sua orgia idólatra. Nada, porém, há dito ou feito que não seja registrado nos livros do Céu. Os caracteres místicos traçados pela pálida mão testificam de que Deus é testemunha de tudo quanto fazemos, e que é desonrado pelos desregrados banquetes. Nada podemos ocultar a Deus. Não podemos escapar de nossa responsabilidade para com Ele. Estejamos onde estivermos e façamos o que fizermos, somos responsáveis para com Aquele a quem pertencemos pela criação e pela redenção. — Manuscrito 50, 1893. Te 49.2

Terrível resultado da dissipação de Herodes — Em muitas coisas havia Herodes reformado sua vida dissoluta. Mas o uso de comidas requintadas e bebidas estimulantes estavam constantemente enervando e amortecendo as faculdades morais e físicas, e combatendo contra os fervorosos apelos do Espírito de Deus, que haviam infundido convicção ao coração de Herodes, despertando-lhe a consciência para afastar seus pecados. Herodias estava familiarizada com os pontos fracos do caráter de Herodes. Sabia que, em circunstâncias normais, enquanto sua inteligência o controlava, ela não podia obter a morte de João. ... Te 49.3

Ocultou o melhor possível o seu ódio, aguardando o aniversário de Herodes, que ela sabia, havia de ser uma ocasião de glutonaria e intoxicação. O gosto de Herodes pelas comidas requintadas e o vinho lhe ofereceriam ensejo de pegá-lo desarmado. Ela o estimularia a condescender com o apetite, o que despertaria a paixão e diminuiria o tono do caráter mental e moral, tornando-lhe impossível às sensibilidades amortecidas ver claramente os fatos e os indícios, e tomar retas decisões. Ela fez os mais dispendiosos preparativos para o festim, e voluptuosa dissipação. Estava familiarizada com a influência desses banquetes intemperantes sobre o intelecto e a moral. Sabia que a condescendência de Herodes com o apetite, o prazer e os divertimentos lhe excitariam as paixões inferiores, e o tornariam incapaz para as mais nobres demandas do esforço e do dever. Te 49.4

A alegria contrária à natureza que a intemperança dá à mente e ao humor, diminui as sensibilidades ao aperfeiçoamento moral, tornando impossível aos santos impulsos atuarem no coração, e manterem o governo das paixões, quando a opinião pública e a moda as sustêm. Festividades e divertimentos, danças e o livre uso do vinho, embotam os sentidos, e removem o temor de Deus. ... Te 50.1

Enquanto Herodes e seus grandes se estavam banqueteando e bebendo no salão do prazer ou sala do festim, Herodias, degradada pelo crime e a paixão, mandou sua filha, vestida da maneira mais encantadora, à presença de Herodes e seus hóspedes reais. Salomé estava ornada pelas mais custosas grinaldas e flores. Enfeitava-se com jóias cintilantes e iridescentes braceletes. Com poucas vestes e menos modéstia, dançou ela para divertimento dos hóspedes do rei. Aos seus sentidos pervertidos, o encantador aparecimento dessa, para eles, visão de beleza e de graça, encantou-os. Em vez de serem regidos pela razão esclarecida, pelo gosto refinado ou consciência sensível, as qualidades inferiores da mente empunharam as rédeas. A virtude e os princípios não tiveram nenhum poder controlador. Te 50.2

O falso encanto da cena deslumbrante pareceu tirar a razão e a dignidade de Herodes e de seus hóspedes, inflamados pelo vinho. A música e o vinho e a dança haviam afastado deles o temor e a reverência de Deus. Coisa alguma parecia sagrada aos pervertidos sentidos de Herodes. Estava desejoso de fazer uma ostentação que o exaltasse ainda mais perante os grandes homens de seu reino. E prometeu precipitadamente, e confirmou sua promessa com juramento, dar à filha de Herodias tudo quanto ela pedisse. ... Te 50.3

De posse de tão maravilhosa promessa, ela correu para sua mãe, querendo saber que devia pedir. Pronta foi a resposta dessa mãe: A cabeça de João Batista em um prato. A princípio Salomé ficou chocada. Não compreendia a oculta vingança no coração de sua mãe. Recusou apresentar tão desumano pedido; mas a determinação daquela ímpia mãe prevaleceu. Além disso, ela pediu à filha que não se detivesse, mas se apressasse a apresentar sua petição antes que Herodes tivesse tempo de refletir, e mudar de idéia. Em harmonia com isso, Salomé voltou a Herodes com seu horrível pedido: “Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista. E o rei afligiu-se, mas, por causa do juramento, e dos que estavam à mesa com ele, ordenou que se lhe desse.” Te 51.1

Herodes ficou pasmo e confundido. Cessou sua tumultuosa alegria, e os hóspedes estremeceram de horror ante esse desumano pedido. As frivolidades e dissipações daquela noite custaram a vida a um dos mais eminentes profetas que já deram uma mensagem de Deus aos homens. O copo intoxicante preparou o caminho para esse terrível crime. — The Review and Herald, 11 de Março de 1873. Te 51.2

Nem uma só voz para salvar a João — Por que não se fez ouvir nem uma só voz naquele grupo para impedir Herodes de cumprir seu estulto voto? Eles estavam intoxicados de vinho, e a seus sentidos obscurecidos nada havia a ser reverenciado. Te 51.3

Se bem que os hóspedes reais tivessem virtualmente um convite para o desligar daquele voto, suas línguas pareciam paralisadas. O próprio Herodes se achava sob a ilusão de que, a fim de salvar a própria reputação, precisava manter um juramento feito sob a influência da intoxicação. O princípio moral, única salvaguarda da alma, foi paralisado. Herodes e seus hóspedes achavam-se escravos, presos à mais baixa servidão ao apetite animal. ... Te 51.4

As faculdades mentais estavam enfraquecidas pelo prazer dos sentidos, os quais lhes perverteram as idéias de justiça e misericórdia. Satanás apoderou-se dessa oportunidade, na pessoa de Herodias, para levá-los a precipitarem-se em suas decisões que custaram a preciosa vida a um dos profetas de Deus. — The Review and Herald, 8 de Abril de 1873. Te 52.1

Advertências divinas — O Senhor não pode tolerar muito tempo mais uma geração intemperante e perversa. Há muitas advertências solenes nas Escrituras contra o uso de bebidas intoxicantes. Nos dias da antiguidade, quando Moisés estava repetindo o desejo de Jeová para com Seu povo, foram proferidas contra os ébrios as seguintes palavras: Te 52.2

“E aconteça que, ouvindo as palavras desta maldição, se abençoe no seu coração, dizendo: Terei paz, ainda que ande conforme ao bom parecer do meu coração, para acrescentar à sede a bebedice; o Senhor não lhe quererá perdoar, mas então fumegará a ira do Senhor e o Seu zelo sobre tal homem, e toda a maldição escrita neste livro jazerá sobre ele, e o Senhor apagará o seu nome de debaixo do céu.” Te 52.3

Diz Salomão: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio.” “Para quem são os ais? para quem os pesares? para quem as pelejas? para quem as queixas? para quem as feridas sem causa? e para quem os olhos vermelhos? Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando bebida misturada. Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo, e se escoa suavemente. No seu fim morderá como a cobra, e como o basilisco picará.” Te 52.4

O uso do vinho entre os israelitas foi uma das causas que deram em resultado seu cativeiro. Disse-lhes o Senhor por intermédio do profeta Amós: Te 52.5

“Ai dos que repousam em Sião. ... Vós que dilatais o dia mau, e vos chegais ao lugar de violência; que dormis em camas de marfim, e vos estendeis sobre os vossos leitos, e comeis os cordeiros do rebanho, e os bezerros do meio da manada; que cantais ao som do alaúde, e inventais para vós instrumentos músicos, como Davi; que bebeis vinho em taças, e vos ungis com o mais excelente óleo; mas não vos afligis pela quebra [ou aflição] de José. Eis que agora ireis em cativeiro entre os primeiros que forem cativos, e cessarão os festins dos regalados.” Te 53.1

“Ai de ti, ó terra, cujo rei é criança, e cujos príncipes comem de manhã. Bem-aventurada tu, ó terra cujo rei é filho dos nobres, e cujos príncipes comem a tempo, para refazerem as forças, e não para bebedice.” “Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte. Para que não bebam, e se esqueçam, do estatuto, e pervertam o juízo de todos os aflitos.” Te 53.2

Estas palavras de advertência e ordem são incisivas e positivas. Dêem ouvidos os que ocupam posições de confiança pública, para que, mediante a bebida forte, não esqueçam a lei, e pervertam o juízo. Governadores e juízes devem estar sempre em condições de cumprir a instrução do Senhor: “A nenhuma viúva nem órfão afligireis. Se de alguma maneira os afligirdes, e eles clamarem a Mim, Eu certamente ouvirei o seu clamor, e a Minha ira se acenderá, e vos matarei à espada; e vossas mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos órfãos.” Te 53.3

O Senhor Deus do Céu reina. Ele unicamente está acima de toda autoridade, acima de todos os reis e governadores. O Senhor deu instruções especiais em Sua Palavra com referência ao uso do vinho e da bebida forte. Proibiu seu uso, e reforçou Suas proibições com fortes advertências e ameaças. Mas o proibir Ele o uso de bebidas intoxicantes não é exercício de arbitrária autoridade. Procura restringir os homens a fim de poderem escapar aos maus resultados da condescendência com o vinho e a bebida forte. Degradação, crueldade, miséria e contenda seguem-se como resultado natural da intemperança. Deus indicou as conseqüências de seguir essa má direção. Isto fez Ele para que não haja perversão de Suas leis, e para que os homens sejam poupados à vasta miséria resultante da conduta de homens malignos que, por amor do ganho, vendem intoxicantes enlouquecedores. — Drunkenness and Crime, 4-6. Te 53.4