Temperança

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Seção 9 — Lançando o fundamento da intemperança

Capítulo 1 — Influência pré-natal

O verdadeiro princípio da reforma — Os esforços de nossos obreiros do departamento de temperança não são suficientemente amplos para banir de nossa terra a maldição da intemperança. Os hábitos uma vez formados são difíceis de ser vencidos. A reforma deve começar com a mãe antes do nascimento dos filhos; e se fossem fielmente obedecidas as instruções de Deus, não existiria a intemperança. Te 170.1

Deve ser o constante esforço de toda mãe conformar seus hábitos com a vontade de Deus, para que possam trabalhar em harmonia com Ele, a fim de preservar seus filhos dos vícios destes dias, destruidores da saúde e da vida. Coloquem-se as mães, sem demora, na devida relação com seu Criador, a fim de que possam, assistidas por Sua graça, erguer em volta dos filhos uma barreira contra a dissipação e a intemperança. — Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 225, 226. Te 170.2

Os hábitos do pai e da mãe — Em regra, todo homem intemperante que cria filhos, transmite suas inclinações e más tendências a sua prole. — The Review and Herald, 21 de Novembro de 1882. Te 170.3

Pelos hábitos da mãe, o filho será afetado, para o bem ou para o mal. Deve ela mesma ser controlada pelos princípios, e praticar a temperança e a renúncia, se quiser buscar o bem-estar do filho. — Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 218. Te 170.4

A herança de más tendências — Os pensamentos e sentimentos da mãe terão poderosa influência no legado que ela faz a seu filho. Se ela permite que os próprios pensamentos se demorem em seus sentimentos, se condescende com o egoísmo, se é irritadiça e exigente, a disposição de seu filho testificará desse fato. Assim, muitos receberam como patrimônio tendências quase invencíveis para o mal. O inimigo das almas compreende isto muito melhor que muitos pais. Ele pressiona a mãe com suas tentações, sabendo que, se ela não lhe resistir, ele pode, por meio dela, afetar-lhe o filho. A única esperança da mãe está em Deus. Ela pode para Ele fugir em busca de resistência e de graça; e não o fará em vão. — The Signs of the Times, 13 de Setembro de 1910. Te 171.1

A mensagem de Deus a toda mãe — É-nos ensinado nas Escrituras o cuidado com que a mãe deve vigiar seus hábitos de vida. Quando o Senhor quis levantar Sansão como libertador de Israel, “o anjo do Senhor” apareceu à mãe, dando-lhe instruções especiais com relação a seus hábitos, e também quanto ao cuidado da criança. “Agora, pois, não bebas vinho, nem bebida forte, e não comas coisa imunda.” Juízes 13:13, 7. Te 171.2

O efeito das influências pré-natais é olhado por muitos pais como coisa de somenos importância; o Céu, porém, não o considera assim. A mensagem enviada por um anjo de Deus, e duas vezes dada da maneira mais solene, mostra que isto merece nossa mais atenta consideração. Te 171.3

Nas palavras dirigidas à mãe hebréia, Deus fala a todas as mães de todas as épocas. “De tudo quanto Eu disse à mulher, se guardará ela.” A felicidade da criança será afetada pelos hábitos da mãe. Seus apetites e paixões devem ser regidos por princípios. Existem coisas que lhe convém evitar, coisas a combater, se quer cumprir o desígnio de Deus a seu respeito ao dar-lhe um filho. Se antes do nascimento de seu filho, ela é condescendente consigo mesma, egoísta, impaciente e exigente, esses traços se refletirão na disposição da criança. Assim têm muitas crianças recebido como herança, quase invencíveis tendências para o mal. Mas se a mãe se atém sem reservas aos retos princípios, se é temperante e abnegada, bondosa, amável e esquecida de si mesma, ela pode transmitir ao filho os mesmos traços de caráter. Muito explícita foi a ordem que proibia o uso de vinho pela mãe. Cada gota de bebida forte por ela ingerida para satisfazer seu apetite, põe em perigo a saúde física, mental e moral do filho, sendo um pecado direto contra seu Criador. — A Ciência do Bom Viver, 372, 373. Te 171.4

Responsáveis pelo bem-estar das futuras gerações — Se as mulheres das gerações passadas houvessem sempre agido por considerações elevadas, compreendendo que as futuras gerações seriam enobrecidas ou rebaixadas por seu modo de proceder, haveriam decidido que não poderiam unir os interesses de sua vida a homens que nutriam apetites anormais pelas bebidas alcoólicas e o fumo, veneno lento mas certo e mortífero, enfraquecendo o sistema nervoso, e aviltando as nobres faculdades da mente. Se os homens quisessem permanecer ligados a esses hábitos vis, as mulheres deviam havê-los deixado a sua vida de bem-aventurança celibatária, para fruírem os companheiros de sua escolha. As mulheres não se deveriam considerar de tão pouco valor que unissem seu destino a homens que não tinham domínio sobre seus apetites, mas cuja principal felicidade consistia em comer e beber, e satisfazer as paixões animais. Te 172.1

As mulheres não seguiram sempre os ditames da razão em vez de ao impulso. Não sentiram em elevado grau as responsabilidades que sobre elas impendem, para formarem ligações de vida tais que iriam imprimir em seus descendentes um baixo nível moral, e transmitir-lhes a paixão para satisfazer apetites inferiores a custo da saúde, e mesmo da vida. Deus as considerará responsáveis, em grande medida, pela saúde física e o caráter moral assim passado às futuras gerações. — How to Live 2:27, 28. Te 172.2

O recém-nascido — A indagação de pais e mães deve ser: “Que faremos com o filho que nos vai nascer?” Temos apresentado ao leitor o que Deus disse acerca do procedimento da mãe antes do nascimento de seus filhos. Isto, porém, não é tudo. O anjo Gabriel foi enviado das cortes celestes para dar instruções quanto ao cuidado dos filhos ao nascerem, a fim de que os pais compreendessem plenamente seu dever. Te 173.1

Cerca do tempo do primeiro advento de Cristo o anjo Gabriel veio ter com Zacarias, com uma mensagem semelhante à que fora dada a Manoá. Foi dito ao idoso sacerdote que sua esposa teria um filho, cujo nome seria João. “E”, disse o anjo, “terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento. Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo.” Esse filho da promessa devia ser criado segundo hábitos estritamente temperantes. Uma importante obra de reforma ser-lhe-ia confiada: preparar o caminho para Cristo. Te 173.2

Intemperança em todas as formas campeava entre o povo. O gozo do vinho e das comidas muito condimentadas, estava diminuindo a força física e degradando a moral em tão grande extensão, que os crimes mais revoltantes não se afiguravam pecaminosos. A voz de João devia ressoar no deserto em severa repreensão aos pecaminosos prazeres do povo, e seus próprios hábitos abstêmios deviam também ser uma reprovação aos excessos de seu tempo. — Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 225. Te 173.3