Partindo o pão da vida para as almas
Muitos daqueles por quem nossos ministros trabalham são ignorantes das verdades da Bíblia e das exigências de Deus, e as mais simples lições quanto à piedade prática, são para eles uma nova revelação. Esses precisam saber o que é a verdade, e, ao trabalhar em favor deles, o ministro não deve considerar assuntos que sirvam simplesmente para agradar a imaginação ou satisfazer a curiosidade. Parta ele, ao contrário, o pão da vida para essas almas famintas. Ele nunca deve pregar um sermão que não ajude os ouvintes a ver mais claramente o que têm de fazer para salvar-se.
OE 153.1
As exigências imediatas, as provas presentes — são coisas para as quais homens e mulheres necessitam de auxílio no momento. O ministro pode elevar-se às nuvens mediante poéticas descrições e imaginosas apresentações, as quais agradam aos sentidos e alimentam a imaginação, mas não tocam à experiência da vida, as necessidades diárias. Talvez ele pense que, mediante sua imaginosa eloqüência, alimentou o rebanho de Deus; seus ouvintes poderão pensar que nunca dantes viram a verdade assim revestida de tão bela linguagem. Acompanhai, porém, da causa para o efeito, o êxtase dos sentimentos produzidos por essas fantasiosas imagens, e vereis que, se bem que talvez tenham sido apresentadas algumas verdades, esses sermões não fortalecem os ouvintes para as diárias batalhas da vida.
OE 153.2
Aquele que faz da eloqüência o mais elevado objetivo em suas pregações, faz com que o povo esqueça a verdade que se acha de mistura com sua oratória. Em havendo passado a emoção, verificar-se-á que a Palavra de Deus não se firmou na mente, nem lucraram os ouvintes em entendimento. Podem falar acerca da eloquência do ministro em termos cheios de admiração, mas não foram em nada levados mais perto da decisão. Falam do sermão como o fariam de uma peça de teatro, e do ministro como o fariam de um ator. Eles poderão voltar a escutar tais discursos, mas dali sairão sem haver recebido impressão nem alimento.
OE 153.3
Não é de discursos floreados que se necessita, nem de uma torrente de palavras destituídas de significação. Nossos ministros devem falar de maneira que ajudem o povo a apreender a verdade vital. Meus irmãos, não vos alceis a alturas em que o povo comum não vos possa seguir, e onde, pudessem eles acompanhar-vos, não seriam beneficiados nem receberiam bênçãos. Ensinai as simples lições dadas por Cristo. Contai a história de Sua vida de abnegação e sacrifício, Sua humilhação e morte, ressurreição e ascensão, Sua intercessão pelos pecados nas cortes do Alto. Há, em todas as congregações, almas sobre quem o Espírito do Senhor Se está movendo; ajudai-as a compreender o que é a verdade; reparti com elas o pão da vida; chamai sua atenção para as questões vitais.
OE 154.1
Há muitas vozes advogando o erro; que a vossa defenda a verdade. Apresentai assuntos que sejam como verdes pastos para as ovelhas do rebanho de Deus. Não leveis vossos ouvintes a regiões agrestes, onde se não encontrarão mais próximos da fonte da água viva do que o estavam antes de vos ouvir. Apresentai a verdade como é em Jesus, tornando claras as exigências da lei e do evangelho. Apresentai a Cristo, o caminho, a verdade e a vida, e falai de Seu poder de salvar a todos quantos a Ele se chegam. O Capitão de nossa salvação está intercedendo por Seu povo, não como um suplicante que quer mover a compaixão do Pai, mas como um vencedor, que reclama os troféus da Sua vitória. Ele é capaz de salvar perfeitamente a todos quantos por intermédio dEle se aproximam de Deus. Tornai bem claro este fato.
OE 154.2
A menos que os ministros sejam cautelosos, hão de ocultar a verdade sob ornamentos humanos. Não pense nenhum ministro que pode converter almas com sermões eloqüentes. Os que ensinam a outros devem suplicar a Deus que lhes comunique Seu Espírito, e os habilite a exaltar a Cristo como a única esperança do pecador. Linguagens floreadas, contos agradáveis, ou anedotas impróprias, não convencem o pecador. Os homens ouvem tais palavras, como o fariam a uma canção aprazível. A mensagem que o pecador deve ouvir, é: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16. A recepção do evangelho não depende de testemunhos eruditos, de discursos eloqüentes, ou de argumentos profundos, mas de sua simplicidade, e de sua adaptação aos que se acham famintos do pão da vida.
OE 155.1
A eficiência do Espírito Santo é que torna eficaz o ministério da palavra. Quando Cristo fala por intermédio do ministro, o Espírito Santo prepara o coração dos ouvintes para receber a palavra. O Espírito Santo não é um servo, mas um poder que rege. Ele faz com que a verdade resplandeça no espírito, e fala através de todo discurso em que o ministro se entrega à operação divina. É o Espírito que envolve a alma numa santa atmosfera, e fala ao impenitente mediante palavras de advertência, indicando-lhe Aquele que tira o pecado do mundo.
OE 155.2
1736
OE
Obreiros Evangélicos
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