Obreiros Evangélicos

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A esposa do ministro

Antigamente a esposa do ministro sofria necessidades e perseguições. Quando o marido padecia prisões e, por vezes, morte, aquelas nobres e abnegadas mulheres sofriam com ele, e sua recompensa será igual à que há de ser concedida ao marido. As Sras. Boardman e Judson padeceram pela verdade — sofreram com seus companheiros. Em todo o sentido da palavra, sacrificaram pátria e amigos, a fim de os ajudar na obra de iluminar aqueles que se achavam assentados em trevas; de lhes revelar os mistérios ocultos da Palavra de Deus. Sua vida achava-se em constante perigo. Salvar almas era seu grande objetivo, e por ele sofriam de bom grado... OE 201.1

Se a esposa do ministro o acompanha em viagens, não deve ir apenas para seu próprio prazer, para visitar e ser servida, mas para com ele trabalhar. Deve ter os mesmos interesses que ele em fazer bem. Convém que tenha boa vontade de acompanhar o marido, caso os cuidados da casa a não impeçam, e deve ajudá-lo em seus esforços para salvar almas. Com mansidão e humildade, mas todavia com confiança em si mesma, deve exercer no espírito dos que a rodeiam uma influência orientadora, desempenhando seu papel e levando sua cruz e encargos na reunião, em torno do altar de família e na conversação no círculo familiar. O povo assim o espera, e se essa expectativa se não realiza, mais da metade da influência do marido é destruída. OE 201.2

A esposa do ministro pode fazer muito, se quiser. Se for dotada de espírito de sacrifício, e tiver amor às almas, poderá fazer com ele outro tanto de bem. Uma irmã obreira na causa da verdade pode compreender e tratar, especialmente entre as irmãs, de certos casos que se acham fora do alcance do ministro. OE 201.3

Repousa sobre a esposa do ministro uma responsabilidade a que ela não deve, nem pode levianamente eximir-se. Deus há de requerer dela, com juros, o talento que lhe foi emprestado. Cumpre-lhe trabalhar fiel e zelosamente, em conjunto com o marido, para salvar almas. Nunca deve insistir com seus próprios desejos, nem manifestar falta de interesse no trabalho do esposo, nem entregar-se a sentimentos de saudade e descontentamento. Todos esses sentimentos naturais devem ser vencidos. É preciso que tenha na vida um desígnio, o qual deve ser levado a efeito sem vacilação. Que fazer se isto se acha em conflito com os sentimentos, prazeres e gostos naturais? Estes devem ser pronta e animosamente sacrificados, a fim de fazer bem e salvar almas. OE 202.1

A esposa do ministro deve viver uma vida devota e de oração. Mas algumas gostariam de uma religião em que não há cruzes, e que não exige abnegação e esforço de sua parte. Em lugar de se manterem nobremente por si mesmas, repousando em Deus quanto a forças, e fazendo face a suas responsabilidades individuais, elas levam a maior parte do tempo dependendo de outros, deles derivando sua vida espiritual. Se tão-somente se apoiassem confiantemente, com confiança infantil, em Deus, e concentrassem em Jesus suas afeições, recebendo sua vida de Cristo, a videira viva, que soma de bem não poderiam elas realizar, que auxílio poderiam ser a outros, que apoio para seus maridos! E que recompensa não seria a sua afinal! Bem está, serva boa e fiel — havia de lhes soar qual música dulcíssima aos ouvidos. As palavras: “Entra no gozo de teu Senhor”, pagar-lhes-iam mil vezes todos os sofrimentos e provações suportados para salvar preciosas almas. — Testimonies for the Church 1:451-453. OE 202.2

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Se homens casados vão trabalhar, deixando a esposa a cuidar dos filhos em casa, a esposa e mãe está plenamente fazendo uma obra tão grande e importante quanto a do marido e pai. Enquanto um se encontra no campo missionário, a outra é uma missionária no lar, sendo seus cuidados e ansiedades e encargos freqüentemente muito maiores que os do esposo e pai. A obra da mãe é solene e importante — moldar o espírito e o caráter dos filhos, prepará-los para serem úteis aqui, e habilitá-los para a vida futura e imortal. OE 203.1

O marido, em pleno campo missionário, pode receber a honra dos homens, ao passo que a lidadora do lar talvez não receba nenhum louvor terrestre por seus labores; mas, em ela trabalhando o melhor possível pelos interesses de sua família, buscando moldar-lhes o caráter segundo o Modelo divino, o anjo relator escreve-lhe o nome como o de um dos maiores missionários do mundo. OE 203.2

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A mulher do missionário pode-lhe ser grande auxílio em buscar tornar-lhe mais leves as responsabilidades, se mantém sua própria alma no amor de Deus. Ela pode ensinar a Palavra aos filhos. Pode dirigir sua casa com economia e prudência. Em união com o marido, pode educar os filhos em hábitos de economia, ensinando-lhes a restringir suas necessidades. OE 203.3