Vida e Ensinos

71/138

Capítulo 20 — Providências animadoras

De novo fui chamada a sacrificar-me pelo bem das almas. Deveríamos privar-nos da companhia de nosso Henriquezinho, e sair a fim de nos entregarmos sem reservas à obra. Minha saúde estava quebrantada, e, se levasse meu filho, necessariamente ele ocuparia grande parte de meu tempo. Era uma prova severa, contudo não ousei deixar que impedisse o caminho de meu dever. Cria que o Senhor no-lo conservara com vida quando estivera muito doente, e, se eu o deixasse estorvar-me no cumprimento de meu dever, Deus mo haveria de tirar. Sozinha perante o Senhor, com o coração contristado e desfeita em pranto, fiz o sacrifício, e entreguei meu único filho aos cuidados doutra pessoa. VE 121.1

Deixamos Henrique com a família do irmão Howland, em quem depositávamos toda a confiança. Eles estavam dispostos a aceitar esse encargo a fim de ficarmos tão livres quanto possível para trabalhar na causa de Deus. Sabíamos que poderiam dispensar a Henrique melhor cuidado do que nós, se o levássemos conosco em nossas viagens. Sabíamos que ele teria proveito em ficar num lar de boa reputação e com boa disciplina, a fim de que sua índole branda não fosse prejudicada. VE 121.2

Foi-me penosa a separação de meu filho. Dia e noite eu me lembrava do rostinho triste com que ficou na ocasião em que o deixei; contudo na força do Senhor, afastei-o da memória, e procurei fazer o bem aos outros. VE 121.3

Durante cinco anos a família do irmão Howland tomou inteiro cuidado de Henrique. Tratavam dele sem qualquer remuneração, provendo-lhe toda a roupa, exceto o presente que eu lhe levava uma vez ao ano, como Ana fazia para Samuel. VE 121.4