Vida e Ensinos

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Uma perspectiva do amor do Pai

A fé tomou posse de meu coração. Experimentei um inexprimível amor a Deus, e tinha o testemunho do Seu Espírito de que meus pecados estavam perdoados. Minhas opiniões acerca do Pai estavam mudadas. Considerava-O agora um Pai bondoso e terno, ao invés de tirano severo que forçasse os homens a uma obediência cega. Meu coração deixava-se levar a Ele em amor profundo e fervoroso. A obediência à Sua vontade me parecia um prazer; era para mim uma alegria estar ao Seu serviço. Nenhuma sombra nublava a luz que me revelava a perfeita vontade de Deus. Experimentei a segurança de um Salvador que em mim habitava, e compreendi a verdade do que Cristo dissera: “Quem Me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” João 8:12. VE 31.1

Minha paz e felicidade estavam em tão assinalado contraste com minha tristeza e angústia anteriores que parecia como se eu houvesse sido libertada do inferno e transportada ao Céu. Podia até louvar a Deus pela desgraça que fora a provação de minha vida, pois se tornara o meio de fixar meus pensamentos na eternidade. De natureza orgulhosa e ambiciosa, eu poderia não ter-me inclinado a entregar o coração a Jesus, se não fosse a cruel aflição que me separara de vez das glórias e vaidades do mundo. VE 31.2

Durante seis meses, nenhuma sombra me nublou o espírito, tampouco negligenciei um dever sequer que conhecesse. Todo o meu esforço visava a fazer a vontade de Deus, e conservar Jesus e o Céu continuamente em vista. Estava surpresa e extasiada com as claras perspectivas que agora a mim se apresentavam do sacrifício expiatório e da obra de Cristo. Não mais tentei explicar minhas lucubrações de espírito; basta dizer que as coisas velhas haviam passado, e todas se tornaram novas. Não havia uma nuvem para empanar minha perfeita ventura. Eu aspirava contar a história do amor de Jesus, mas não sentia disposição para entreter conversação vulgar com qualquer pessoa. Meu coração estava tão cheio de amor a Deus e daquela “paz... que excede todo o entendimento” (Filipenses 4:7) que eu me comprazia em meditar e orar. VE 31.3