Só para Jovens

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O exemplo de Isaque

Pessoa alguma que tema a Deus pode ligar-se a outra que não O tema sem correr perigo. “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?” Amós 3:3 (VA), revista e atualizada. A felicidade e a prosperidade do casamento dependem da unidade dos cônjuges; mas entre o crente e o incrédulo há uma diferença radical de gostos, inclinações e propósitos. Estão servindo a dois senhores, entre os quais não pode haver concordância. Por mais puros e corretos que sejam os princípios de um, a influência de um cônjuge incrédulo terá uma tendência para afastar de Deus. PH 125.3

A pessoa que se converteu após o casamento tem uma obrigação maior de ser fiel ao seu companheiro, por mais que discordem quanto à fé religiosa; contudo, as reivindicações de Deus devem ser colocadas acima de qualquer relação terrena, mesmo que isso resulte em provas e perseguições. Com espírito de amor e mansidão, essa fidelidade pode ter influência na conquista de um incrédulo. Mas o casamento de cristãos com ímpios é proibido na Bíblia. A instrução do Senhor é: “Não se juntem com descrentes para trabalhar com eles.” 2 Coríntios 6:14. PH 126.1

Isaque foi muito honrado por Deus, tornando-se herdeiro das promessas pelas quais o mundo seria abençoado; entretanto, quando ele tinha quarenta anos de idade, submeteu-se à decisão de seu pai ao designar seu servo experiente e temente a Deus para escolher uma esposa para ele. E o resultado daquele casamento, conforme é apresentado nas Escrituras, é um quadro terno e belo de felicidade doméstica: “Então Isaque levou Rebeca para a barraca onde Sara, a sua mãe, havia morado, e ela se tornou a sua mulher. Isaque amou Rebeca e assim foi consolado depois da morte da sua mãe.” Gênesis 24:67. PH 126.2

Que contraste entre o procedimento de Isaque e o que é praticado pelos jovens de nosso tempo, mesmo entre os que se dizem cristãos! Muitas vezes os jovens acham que a entrega de suas afeições é uma questão em que apenas o eu deve ser consultado — uma questão em que nem Deus nem os pais deveriam interferir de maneira alguma. Muito antes de atingirem a idade de homens ou mulheres feitos, se acham competentes para fazerem sua própria escolha, sem o auxílio de seus pais. Poucos anos da vida de casados geralmente são suficientes para lhes mostrar seu erro, mas freqüentemente é muito tarde para impedir seus tristes resultados. Pela mesma falta de prudência e domínio próprio que levou à escolha precipitada, permite-se que o mal se agrave, até que o casamento se torne um jugo torturante. Muitos assim destruíram sua felicidade nesta vida, e sua esperança na vida futura. PH 126.3

Se há um assunto que deve ser cuidadosamente considerado, e no qual se deve procurar o conselho de pessoas mais velhas e experientes, é o do casamento; se a Bíblia já foi necessária como conselheira, se a direção divina deve ser procurada em oração, é antes de dar um passo que une pessoas para toda a vida. PH 126.4

Os pais nunca devem perder de vista sua responsabilidade pela felicidade futura de seus filhos. A consideração de Isaque para com os conselhos de seu pai foi o resultado do ensino que o habilitou a amar uma vida de obediência. Ao mesmo tempo em que Abraão exigia de seus filhos que respeitassem a autoridade paterna, sua vida diária demonstrava que essa autoridade não era um domínio egoísta ou arbitrário, mas que se fundava no amor e tinha em vista o bem-estar e a felicidade deles. PH 127.1

Pais e mães devem sentir ser seu dever orientar as afeições dos jovens, para que possam ser colocadas naqueles que serão companheiros adequados. Devem sentir como seu dever, pelo próprio ensino e exemplo, com a graça auxiliadora de Deus, modelar de tal forma o caráter de seus filhos desde os primeiros anos para que sejam puros e nobres, e sejam atraídos para o bem e o verdadeiro. Os semelhantes se atraem; os semelhantes apreciam os semelhantes. Que o amor pela verdade, pureza e bondade seja cedo implantado na alma, e os jovens buscarão a companhia daqueles que possuem essas características. ... PH 127.2

O amor verdadeiro é um princípio elevado e santo, totalmente diferente em caráter daquele amor que é despertado por impulso, e que repentinamente morre quando duramente provado. É pela fidelidade para com o dever na casa paterna que os jovens devem se preparar para seus próprios lares. Pratiquem eles aqui a abnegação e manifestem bondade, cortesia e simpatia cristã. Dessa forma, o amor será mantido aquecido no coração, e aquele que parte de um lar assim, para ser chefe de sua própria família, saberá como promover a felicidade daquela que escolheu como companheira de toda a vida. O casamento, em vez de ser o fim do amor, será apenas seu começo. — Patriarcas e Profetas, 174-176. PH 127.3