Conselhos para a Igreja

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Capítulo 38 — Apelo por um viver saudável

A saúde é uma inestimável bênção, e bênção mais intimamente relacionada com a consciência e a religião do que muitos o entendem. Ela muito tem que ver com a capacidade da pessoa para o serviço, e deve ser tão religiosamente conservada como o caráter; pois quanto mais perfeita é a saúde, mais perfeitos serão nossos esforços no desenvolvimento da causa de Deus e bênção da humanidade. — Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 294. CI 218.1

Em 10 de Dezembro de 1871, foi-me mostrado novamente que a reforma de saúde é um ramo da grande obra que deve preparar um povo para a vinda do Senhor. Ela se acha tão ligada à terceira mensagem angélica, como as mãos o estão ao corpo. A lei dos Dez Mandamentos tem sido levianamente considerada pelo homem; o Senhor, porém, não viria castigar os transgressores daquela lei sem lhes enviar primeiro uma mensagem de advertência. O terceiro anjo proclama essa mensagem. Houvesse o homem sido sempre obediente à lei dos Dez Mandamentos, cumprindo em sua vida os princípios desses preceitos, e não haveria o flagelo de doenças que hoje inundam o mundo. CI 218.2

Homens e mulheres não podem violar a lei natural mediante a satisfação de apetites pervertidos e de concupiscentes paixões, sem que transgridam a lei de Deus. Portanto, Ele permitiu que brilhasse sobre nós a luz da reforma de saúde, para que vejamos nosso pecado em violar as leis por Ele estabelecidas em nosso ser. Todo o nosso bem-estar ou sofrimento pode ser atribuído, em sua origem, à obediência ou transgressão no que respeita à lei natural. Nosso benigno Pai celestial vê a deplorável condição dos homens que estão vivendo em violação das leis por Ele estabelecidas — alguns com conhecimento, mas muitos ignorantemente. E movido de amor e piedade para com a humanidade, faz com que incida a luz sobre a reforma de saúde. Ele publica Sua lei e a pena que acompanhará a transgressão da mesma, a fim de que todos saibam, e cuidem em viver em harmonia com a lei natural. O Senhor proclama tão distintamente Sua lei, e torna-a tão proeminente, que é como uma cidade edificada sobre um monte. Todos os seres responsáveis a podem compreender, se o quiserem. Os idiotas não são responsáveis. Tornar patente a lei natural e insistir em que se lhe obedeça, eis a obra que acompanha a terceira mensagem angélica, a fim de preparar um povo para a vinda do Senhor. — Testimonies for the Church 3:161. CI 218.3

“Não sois de vós mesmos” — Cremos, sem nenhuma dúvida, que Cristo está para vir em breve. Isto não é uma fábula para nós; é uma realidade. [...] Quando Ele vier, não nos purificará de nossos pecados, para remover de nós os defeitos de caráter, nem para curar-nos das fraquezas de nosso temperamento e disposição. Se acaso esta obra houver de ser efetuada em nós, sê-lo-á totalmente antes daquela ocasião. CI 219.1

Quando o Senhor vier, os que são santos serão santos ainda. Os que houverem conservado o corpo e o espírito em santidade, em santificação e honra, receberão então o toque final da imortalidade. Mas os que são injustos, não santificados e sujos, assim permanecerão para sempre. Nenhuma obra se fará então por eles para lhes remover os defeitos, e dar-lhes um caráter santo. [...] Tudo isso deve ser realizado durante o tempo da graça. É agora que essa obra deve ocorrer em nós. [...] CI 219.2

Achamo-nos em um mundo avesso à justiça, à pureza de caráter e ao crescimento na graça. Para onde quer que olhemos, vemos corrupção e contaminação, deformidade e pecado. E qual é a obra que devemos empreender aqui antes de receber a imortalidade? É conservar nosso corpo santo, puro o nosso espírito, para que permaneçamos incontaminados entre as corrupções tão comuns ao nosso redor nestes últimos dias. — Testimonies for the Church 2:355, 356. CI 219.3

“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”. 1 Coríntios 6:19, 20. CI 219.4

Não somos de nós mesmos. Fomos comprados por alto preço, os próprios sofrimentos e morte do Filho de Deus. Caso pudéssemos compreender isto, e o avaliássemos plenamente, experimentaríamos uma grande responsabilidade a repousar sobre nós quanto a manter-nos no melhor estado de saúde, a fim de prestar a Deus um serviço perfeito. Quando, porém, seguimos qualquer conduta que nos gasta a vitalidade, diminui a força ou obscurece o intelecto, pecamos contra Deus. Ao seguirmos tal conduta não O glorificamos no corpo e no espírito, que Lhe pertencem, mas estamos cometendo grande erro aos Seus olhos. — Testimonies for the Church 2:354. CI 219.5

Obediência é uma questão pessoal — O Criador do homem organizou a estrutura viva de nosso corpo. Cada função é maravilhosa e sabiamente arranjada. E Deus Se comprometeu a manter esse maravilhoso sistema em saudável funcionamento desde que o instrumento humano obedeça a Suas leis e coopere com Ele. Cada lei governadora do corpo humano deve ser considerada tão divina na origem, caráter e importância como a Palavra de Deus. Cada ação descuidada e desatenta, qualquer abuso imposto ao maravilhoso mecanismo do Senhor, pelo desrespeito a Suas peculiares leis na habitação humana, é uma violação da lei de Deus. Podemos contemplar e admirar a obra de Deus no mundo natural, mas a habitação humana é a mais maravilhosa. — Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 17. CI 219.6

Uma vez que as leis da natureza são leis de Deus, é claro dever nosso dar a essas leis a mais cuidadosa atenção. Devemos estudar suas exigências em relação a nosso próprio corpo, ajustando-nos a elas. A ignorância nessas coisas é pecado. [...] CI 220.1

Quando homens e mulheres são verdadeiramente convertidos, conscienciosamente consideram as leis da vida que Deus estabeleceu em seu ser, buscando assim evitar debilidade física, mental e moral. A obediência a essas leis deve ser considerada questão de dever pessoal. Nós mesmos haveremos de sofrer os danos da lei violada. Temos de responder perante Deus por nossos hábitos e práticas. Portanto, o que nos importa perguntar não é: “Que diz o mundo?” mas: “Como eu, que me declaro cristão, trato o organismo que Deus me deu? Trabalharei para o meu mais alto bem material e espiritual, guardando o meu corpo como um templo para a habitação do Espírito Santo, ou vou me dobrar às práticas e idéias do mundo?” — Testimonies for the Church 6:369, 370. CI 220.2

A vida concedida por Deus é nossa única esperança — A religião da Bíblia não é prejudicial à saúde, seja do corpo ou da mente. A influência do Espírito de Deus é o melhor remédio para as doenças. O Céu é todo saúde; e, quanto mais profundamente forem sentidas as influências celestiais, mais certa será a recuperação do crente inválido. Os verdadeiros princípios do cristianismo abrem perante todos uma fonte de inestimável felicidade. A religião é uma fonte contínua, do qual o cristão pode beber à vontade e jamais secar a fonte. [...] CI 220.3

O estado da mente atua muito mais na saúde do que muitos julgam. Se a mente se acha despreocupada e feliz, em virtude da consciência de estar agindo corretamente, e do senso de satisfação por estar promovendo a felicidade de outros, isso cria uma disposição que agirá sobre todo o organismo, produzindo uma circulação mais livre do sangue e dando tono a todo o corpo. A bênção de Deus é um poder salutar, e aqueles que são copiosos em fazer o bem a outros perceberão essa maravilhosa bênção tanto no coração como na vida. CI 220.4

Quando os homens que têm condescendido com maus hábitos e práticas pecaminosas se rendem ao poder da verdade divina, a aplicação dessa verdade ao coração faz reviver as energias morais, as quais pareciam paralisadas. O recebedor possui compreensão mais forte e mais clara do que antes de haver ligado sua alma à Rocha eterna. Até sua saúde física melhora pelo senso de sua confiança em Cristo. — Conselhos Sobre Saúde, 28. CI 220.5

Os homens precisam saber que as bênçãos da obediência, em sua plenitude eles só podem fruir à medida que receberem a graça de Cristo. É Sua graça que dá ao homem poder para obedecer às leis de Deus. É isso que o habilita a quebrar as cadeias do mau hábito. Esse é o único poder que pode colocá-lo e conservá-lo firme no caminho do direito. CI 220.6

Quando o evangelho é recebido em sua pureza e poder, é uma cura para as doenças originadas pelo pecado. O Sol da Justiça ergue-Se “trazendo salvação nas Suas asas”. Malaquias 4:2. Todos os recursos do mundo não podem curar um coração quebrantado, nem comunicar paz de espírito. nem remover o cuidado, nem banir a enfermidade. A fama, o engenho, o talento — são todos impotentes para alegrar um coração dolorido ou restaurar uma vida arruinada. A vida concedida por Deus, eis a única esperança do homem. CI 221.1

O amor difundido por Cristo por todo o ser é um poder vitalizante. Todo órgão vital — o cérebro, o coração, os nervos esse amor toca, transmitindo cura. Por ele são despertadas para a atividade as mais altas energias do ser. Liberta a alma da culpa e da dor, da ansiedade e do cuidado que consomem as forças vitais. Vêm com ele serenidade e compostura. Implanta na alma uma alegria que coisa alguma terrestre pode destruir — a alegria no Espírito Santo — alegria que comunica saúde e vida. CI 221.2

As palavras de nosso Salvador “Vinde a Mim, [...] e Eu vos aliviarei” (Mateus 11:28) são uma receita para a cura dos males físicos, mentais e espirituais. Embora os homens hajam trazido sobre si o sofrimento por causa de suas más ações, Ele os olha com piedade. NEle podem encontrar socorro. Grandes coisas fará por aqueles que nEle confiam. — A Ciência do Bom Viver, 115. CI 221.3

A reforma de saúde — Cumpre-nos, em nossa obra, dar mais atenção à reforma da temperança. Toda atividade relacionada com reforma, envolve arrependimento, fé e obediência. Isso significa o reerguimento da pessoa a uma vida nova e mais nobre. Assim toda verdadeira reforma tem seu lugar na obra da terceira mensagem angélica. A reforma da temperança requer nossa especial atenção e apoio. Devemos, em nossas reuniões campais, chamar a atenção para essa obra, tornando-a um assunto vivo. Precisamos apresentar ao povo os princípios da verdadeira temperança, e pedir assinaturas para o compromisso de temperança. Importa dar cuidadosa atenção aos que se acham escravizados pelos maus hábitos. Cumpre-nos levá-los à cruz de Cristo. [...] CI 221.4

Ao aproximar-nos do fim do tempo, precisamos erguer-nos mais e mais alto na questão da reforma de saúde e temperança cristã, apresentando-a de maneira mais positiva e decidida. Precisamos esforçar-nos continuamente para educar o povo, não apenas por palavras, mas por nossa maneira de viver. O preceito e a prática aliados, possuem uma influência poderosa. — Testimonies for the Church 6:110, 112. CI 221.5