Conselhos para a Igreja

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Capítulo 36 — A melhor disciplina e a educação de nossos filhos

A influência dominante no mundo, é consentir que os jovens sigam a inclinação natural de seu espírito. E quando são muito desenfreados na juventude, os pais dizem que hão de endireitar depois de algum tempo, e quando estiverem com dezesseis ou dezoito anos, raciocinarão por si, e deixarão seus maus hábitos, tornando-se afinal homens e mulheres úteis. Que engano! Permitem por anos que um inimigo semeie o jardim do coração, admitem que os errôneos princípios se desenvolvam e assim, em muitos casos, todo o labor empregado posteriormente naquele solo, nada aproveitará. CI 193.1

Satanás é um astucioso e perseverante operário, um inimigo mortal. Quando quer que uma palavra inadvertida for dita para prejuízo da juventude, seja em lisonja, seja para fazê-los considerar com menos aversão a algum pecado, Satanás aproveita-se disto, e nutre a má semente, para que ela deite raiz e dê colheita abundante. Alguns pais têm permitido que os filhos formem maus hábitos, cujos vestígios poderão ser vistos através de toda a vida. Pesa sobre os pais esse pecado. Esses filhos podem professar cristianismo, todavia, sem uma obra especial da graça em seu coração, e uma completa reforma na vida, seus hábitos passados se manifestarão em toda a sua existência e ostentarão justamente o caráter que os pais permitiram que eles formassem. — Testimonies for the Church 1:403. CI 193.2

Os pais devem governar os filhos, corrigir-lhes as paixões e subjugá-las, do contrário Deus seguramente destruirá os filhos no dia de Sua ardente ira, e os pais que não controlaram os filhos não ficarão sem culpa. Especialmente os servos de Deus devem governar a própria família, mantendo-a em boa sujeição. Vi que eles não estão habilitados para julgar ou decidir os negócios da igreja, a menos que possam governar bem a própria casa Devem ter primeiro ordem em casa, e então seu juízo e influência terão peso na igreja. — Testimonies for the Church 1:119. CI 193.3

Todo filho e filha devem ser chamados a prestar contas quando se ausentam de casa à noite. Os pais devem saber em que companhia andam os filhos, e em que casa passam eles o serão. — Testimonies for the Church 4:651. CI 193.4

A filosofia humana não descobriu mais do que Deus sabe nem inventou um plano mais sábio de tratar com crianças do que o que é dado por nosso Senhor. Quem pode melhor compreender todas as necessidades das crianças do que o seu Criador? Quem pode sentir mais profundo interesse em seu bem-estar do que Aquele que as comprou com o Seu sangue? Se a Palavra de Deus fosse cuidadosamente estudada e fielmente obedecida, haveria menos angústia de alma por conduta perversa de filhos ímpios. [...] CI 194.1

Os filhos têm reivindicações que os pais devem reconhecer e respeitar. Eles têm direito a privilégios tais como educação e instrução que os farão membros úteis da sociedade, respeitados e amados aqui, e lhes darão aptidão moral para a sociedade do puro e santo porvir. Aos jovens deve ensinar-se que o seu bem-estar tanto presente como futuro depende em grande medida dos hábitos que formarem na meninice e na juventude. — O Lar Adventista, 306, 307. CI 194.2

Homens e mulheres que professam reverenciar a Bíblia e seguir-lhe os ensinos, deixam em muitos aspectos de praticar o que ela requer. Na educação dos filhos, seguem sua própria natureza perversa, em vez da revelada vontade de Deus. Esta negligência do dever implica na perda de milhares de vidas. A Bíblia expõe regras para a correta disciplina dos filhos. Fossem esses preceitos de Deus acatados pelos pais, e veríamos hoje diferente classe de jovens apresentar-se na arena de ação. Mas pais que professam ser leitores e seguidores da Bíblia, procedem diretamente em contrário aos seus ensinamentos. Ouvimos o grito de tristeza e angústia de pais e mães que choram a conduta de seus filhos, mal reconhecendo que estão trazendo sobre si esta tristeza e angústia, e arruinando os filhos, por sua errada afeição. Não reconhecem as responsabilidades que Deus lhes deu, de educarem os filhos de modo a adquirirem hábitos corretos desde a infância. — Testimonies for the Church 4:313. CI 194.3

Os filhos cristãos preferem o amor e aprovação de seus pais tementes a Deus, a toda bênção terrena. Amarão e honrarão a seus pais. Deve constituir um dos principais cuidados de sua vida saber como hão de tornar seus pais felizes. Nesta época rebelde, os filhos que não receberam a devida instrução e disciplina, têm bem pouca compreensão de sua obrigação para com os pais. Dá-se muitas vezes que, quanto mais os pais fazem por eles, tanto mais ingratos são, e menos os respeitam. [...] CI 194.4

Em grande parte, os pais têm nas mãos a futura felicidade de seus filhos. Repousa sobre eles a importante obra de formar o caráter dos mesmos. Os ensinos ministrados na infância os acompanharão através da vida. Os pais semeiam as sementes que brotarão e darão frutos, seja para bem, seja para mal. Eles podem habilitar seus filhos e filhas para a felicidade ou para a miséria. — Testimonies for the Church 1:392, 393. CI 194.5

É preciso haver harmonia entre os pais — As crianças têm natureza amorável e sensível. Facilmente se sentem contentes e facilmente se sentem infelizes. Mediante disciplina gentil em palavras e atos de amor pode a mãe unir os filhos ao seu coração. É grande erro mostrar severidade e ser muito exigente com as crianças. Firmeza uniforme e controle tranqüilo são necessários na disciplina de toda a família. Diga calmamente o que pretende, aja com consideração e sem desvios ponha em prática o que diz. — Testimonies for the Church 3:532. CI 194.6

Os pais não se devem esquecer dos anos de sua infância, de quanto anelavam simpatia e amor, e como se sentiam infelizes quando censurados e repreendidos com irritação. Devem ser novamente jovens em seus sentimentos, e levar a mente a compreender as necessidades das crianças. Mas com firmeza, misturada com amor, devem exigir obediência dos filhos. A palavra dos pais deve ser imediatamente obedecida. — Testimonies for the Church 1:388. CI 195.1

Falta de firmeza no governo da família produz grande dano; com efeito, é quase tão mau como não haver governo nenhum. Muitas vezes se faz a pergunta: Por que os filhos de pais religiosos são não raro teimosos, desafiadores, rebeldes? A razão encontra-se na educação do lar. [...] CI 195.2

Se os pais não estão de acordo em alguma coisa, afastem-se da presença dos filhos até que uma solução seja encontrada. [...] CI 195.3

Se os pais estão unidos nesta obra de disciplina, os filhos compreenderão o que deles se requer. Mas se o pai, pela palavra ou por um olhar, não aprova a disciplina que a mãe impõe; se acha que ela é demasiado estrita e que ele deve compensar a dureza por mimos e condescendência, a criança ficará arruinada. Logo ela compreenderá que pode fazer o que apraz. Os pais que cometem este pecado contra os filhos são responsáveis pela ruína de suas almas. — O Lar Adventista, 310, 314, 315. CI 195.4

Primeiro devem os pais aprender a se dominarem, depois poderão ser mais bem-sucedidos em controlar os próprios filhos. Toda vez que eles perdem o domínio de si mesmos, e falam e agem impacientemente, pecam contra Deus. Devem antes raciocinar com os filhos, apontar-lhes claramente seus erros, mostrar-lhes seu pecado, e impressioná-los com o pensamento de que não somente pecaram contra seus pais, mas contra o Senhor. Tendo o próprio coração submisso e cheio de piedade e dor por seus filhos errantes, orem com eles antes de corrigi-los. Então a disciplina não os levará a lhes aborrecerem. Hão de amá-los. Verão que não os castigam por haverem contrariado vocês, ou porque desejam descarregar sobre eles seu desagrado; mas por um sentimento de dever, para seu bem, para não serem deixados a crescer no pecado. — Testimonies for the Church 1:398. CI 195.5

O perigo do rigor excessivo — Há muitas famílias com crianças que parecem bem-educadas enquanto se encontram sob a disciplina; porém, quando o sistema que as ligou a certas regras se rompe, parecem incapazes de pensar, agir ou decidir por si mesmas. [...] CI 195.6

A rigorosa educação dos jovens, sem lhes dirigir convenientemente o modo de pensar e proceder por si mesmos na medida que o permitam sua capacidade e as tendências da mente, para que assim eles se desenvolvam no pensar, nos sentimentos de respeito por si próprios e na confiança em sua capacidade de executar, produzirá uma classe fraca em força mental e moral. E quando estiverem no mundo, para agir por si mesmos, revelarão o fato de que foram ensinados, como os animais, e não educados. Em vez de sua vontade ser dirigida, foi forçada à obediência mediante rude disciplina por parte dos pais e mestres. CI 195.7

Os pais e professores que se gabam de ter completo domínio sobre a mente e a vontade das crianças sob seu cuidado deixariam de gabar-se caso pudessem acompanhar a vida futura das crianças que são assim postas em sujeição pela força ou o temor. Essas crianças acham-se quase de todo despreparadas para partilhar das sérias responsabilidades da vida. Quando esses jovens não mais estão sujeitos aos pais e mestres e se vêem forçados a pensar e agir por si mesmos, é quase certo tomarem uma direção errônea e cederem ao poder da tentação. Não tornam esta vida um êxito, e as mesmas deficiências se manifestam em sua vida religiosa. Pudessem os instrutores de crianças e jovens ter traçado diante de si o futuro resultado de sua errada disciplina, mudariam seu plano de educação. Essa espécie de professores que se satisfaz com o manter quase inteiro domínio sobre a vontade dos alunos não é a mais bem-sucedida, embora a aparência no momento seja lisonjeira. [...] CI 196.1

Mantêm-se com frequência muito reservados, e exercem sua autoridade de maneira fria, destituída de simpatia, que não pode atrair o coração dos educandos. Caso reunissem as crianças bem junto a si, mostrassem que as amam, manifestassem interesse em todos os seus esforços, e mesmo em seus esportes, tornando-se por vezes uma criança entre elas, dar-lhes-iam muita satisfação e lhes granjeariam o amor e a confiança. E mais depressa as crianças respeitariam e amariam a autoridade dos pais e mestres. — Testimonies for the Church 3:132-135. CI 196.2

Por outro lado, os jovens não devem ser deixados a pensar e proceder independentemente do juízo de seus pais e mestres. As crianças devem ser ensinadas a respeitar o juízo da experiência, e serem guiadas pelos pais e professores. Devem ser de tal maneira educadas que sua mente se ache unida com a dos pais e professores, e instruídas de modo a poderem ver a conveniência de atender a seus conselhos. Então, ao saírem de sob a mão orientadora deles, seu caráter não será como a cana agitada pelo vento. — Testimonies for the Church 3:133. CI 196.3

Deixar que a criança cresça ignorante é um pecado — Alguns pais têm deixado de dar aos filhos educação religiosa, e também negligenciado sua instrução escolar. Nem uma nem outra devia ter sido esquecida. A mente das crianças é ativa, e, caso não seja empregada em trabalho físico, ou ocupada no estudo, estará exposta às más influências. É pecado os pais permitirem que seus filhos cresçam na ignorância. Devem fornecer-lhes livros bons e interessantes, e ensiná-los a trabalhar, a terem horas de labor físico, e horas para dedicarem ao estudo e à leitura. Os pais devem buscar elevar a mente de suas crianças, e desenvolver-lhes as faculdades mentais. A mente deixada a si mesma, inculta, é geralmente baixa, sensual e corrupta. Satanás aproveita sua oportunidade, e educa as mentes ociosas. — Testimonies for the Church 1:398, 399. CI 196.4

A obra da mãe começa com a criança. Ela deve dominar a vontade e o temperamento da criança, levando-a à sujeição, ensinando-a a obedecer. À medida que a criança vai crescendo, não deve ela afrouxar a mão. Toda mãe deve tomar tempo para raciocinar com seus filhos, para corrigir-lhes os erros, e ensinar-lhes pacientemente o caminho direito. Os pais cristãos devem saber que estão instruindo e preparando os filhos para se tornarem filhos de Deus. Toda a vida religiosa das crianças é influenciada pelas instruções dadas, e o caráter formado na infância. Caso a vontade não seja então submetida e levada a ceder à vontade dos pais, difícil será a tarefa de aprender a lição nos anos posteriores. Que luta difícil, que conflito, sujeitar aquela vontade que nunca foi subordinada, ao que Deus requer! Os pais que negligenciam esta importante obra, cometem grande erro, e pecam contra as pobres crianças, e contra Deus. — Testimonies for the Church 1:390, 391. CI 197.1

Pais, se deixais de dar aos filhos a educação que Deus tornou vosso dever dar-lhes, tanto por preceito como por exemplo, tereis de responder a vosso Deus pelos resultados. Estes resultados não serão confinados meramente a vossos filhos, mas alcançarão gerações. Assim como um cardo que se permite crescer no campo produz uma colheita segundo a sua espécie, os pecados resultantes de vossa negligência realizarão a ruína de todos que estiverem em sua esfera de influência. — O Lar Adventista, 172, 173. CI 197.2

A maldição de Deus pesará sobre os pais infiéis. Eles não somente estão plantando espinhos que os hão de ferir aqui, mas encontrarão a própria infidelidade quando se assentar o juízo. Muitos filhos se erguerão no juízo e condenarão os pais por não os haverem reprimido, e os acusarão de serem destruídos. A falsa compaixão e o amor cego dos pais fazem com que eles desculpem as faltas dos filhos, deixando-as sem correção, e os filhos se perdem em conseqüência disso, e o sangue de sua alma recairá sobre os pais infiéis. — Orientação da Criança, 563, 564. CI 197.3

O pecado da preguiça — Foi-me mostrado que muito pecado é resultado da preguiça. Mãos e mentes ativas não acham tempo para dar ouvidos a toda tentação sugerida pelo inimigo; as mãos e os cérebros ociosos, porém, estão sempre em condições de ser controlados por Satanás. Quando não devidamente ocupada, a mente demora-se em coisas impróprias. Os pais devem ensinar a seus filhos que a ociosidade é pecado. — Testimonies for the Church 1:395. CI 197.4

Nada há que mais conduz seguramente ao mal do que levar todas as cargas dos filhos, deixando-lhes a vida sem objetivo, na indolência, sem nada fazer, ou ocupando-se com o que lhes aprouver. As crianças têm a mente ativa, e se se não a ocupam com o que é bom e útil, farão inevitavelmente o que é mau. Conquanto seja justo e necessário que tenham recreação, devem ser ensinados a trabalhar, devem ter horas regulares de trabalho físico bem como para leitura e estudo. Vede que tenham ocupação de trabalho proporcional à sua idade, e sejam supridos com livros úteis e interessantes. — O Lar Adventista, 284. CI 197.5

As crianças freqüentemente iniciam um serviço com entusiasmo, mas, encontrando dificuldade ou cansando-se dele, desejam mudar e empreender alguma coisa nova. E assim vão passando de uma coisa para outra, sem nada completar. Os pais não devem permitir que os filhos sejam dominados pelo amor à variação. Não devem ocupar-se tanto com outras coisas que não tenham tempo para disciplinar pacientemente as mentes em formação. Algumas palavras de animação ou um pouco de ajuda no momento apropriado podem auxiliá-los a transpor a dificuldade e o desalento, e a satisfação resultante de completarem a tarefa que empreenderam os incentivará a serem mais diligentes. — Testimonies for the Church 3:147, 148. CI 198.1

As crianças que foram mimadas e servidas, esperam sempre isto; e caso sua expectativa não se realize, ficam decepcionadas e perdem o ânimo. Essa mesma disposição se manifestará através de toda a sua vida; serão incapazes, dependendo do auxílio de outros, esperando que outros os favoreçam, e lhes façam concessões. E caso encontrem oposição, mesmo depois de atingirem a idade adulta, julgam-se maltratados; e assim atravessam penosamente o caminho pelo mundo, mal sendo capazes de levar as próprias cargas, murmurando e irritando-se freqüentemente porque tudo não vai à medida de seus desejos. — Testimonies for the Church 1:392, 393. CI 198.2

Uma mulher comete para consigo mesma e a família uma grave injustiça quando ela faz seu trabalho e o deles também — quando traz a lenha e a água, e até pega o machado para cortar a lenha, enquanto o marido e os filhos se sentam por perto do fogo, entretendo-se em conversar. Nunca foi desígnio de Deus que as mães e esposas fossem escravas de suas famílias. Muita mãe se acha sobrecarregada de cuidados, ao passo que os filhos não são educados a partilhar dos encargos domésticos. Em conseqüência, elas envelhecem e morrem prematuramente, deixando os filhos justamente quando a mãe é mais necessária para guiá-los em sua inexperiência. De quem é a culpa? CI 198.3

Os maridos devem fazer tudo quanto lhes seja possível para poupar cuidados à esposa, e manter-lhe o espírito animoso. Nunca se deve fomentar ou permitir nos filhos a preguiça, pois em breve se torna hábito. — Testimonies for the Church 5:180, 181. CI 198.4

Os pais devem conduzir seus filhos a Cristo — As crianças talvez desejem fazer o que é direito, talvez se proponham no coração a ser obedientes e bondosas para com seus pais ou responsáveis; mas necessitam da parte deles auxílio e animação. Farão boas resoluções, mas a menos que seus princípios sejam fortalecidos pela religião, e sua vida influenciada pela renovadora graça de Deus, deixarão de atingir o alvo. CI 198.5

Cumpre aos pais redobrarem seus esforços pela salvação dos filhos. Devem instruí-los fielmente, não permitindo que obtenham como melhor puderem a própria educação. Não se deve permitir que os jovens aprendam o bem e o mal, indiscriminadamente, com a idéia de que um dia, no futuro, o bem predominará, e o mal perderá sua influência. O mal aumentará mais depressa do que o bem. — Testimonies for the Church 1:399, 400. CI 199.1

Pais, vocês devem começar a disciplinar o espírito de seus filhos enquanto bem novos, visando que venham a ser cristãos. Seja todo o seu esforço para sua salvação. Procedam como se eles fossem confiados aos seus cuidados a fim de serem preparados, qual jóias preciosas, para brilharem no reino de Deus. Acautelem-se, não os embalem para adormecerem à beira do abismo da destruição, com a errônea idéia de que não têm idade suficiente para serem responsáveis, para se arrependerem de seus pecados e professarem a Cristo. [...] CI 199.2

Os pais devem expor e simplificar o plano da salvação a seus filhos, de modo que o tenro espírito dos mesmos o possa apreender. As crianças de oito, dez, ou doze anos, já têm idade suficiente para serem dirigidas ao tema da religião individual. Não ensinem seus filhos com referência a um tempo futuro em que eles terão idade bastante para se arrependerem e crerem na verdade. Caso sejam devidamente instruídas, crianças bem novas podem ter idéias corretas quanto a seu estado de pecadores, e ao caminho da salvação por meio de Cristo. Os pastores são em geral bastante indiferentes para com a salvação das crianças, e não se dirigem a elas tão pessoalmente como devem. Passam desaproveitadas, com freqüência, áureas oportunidades de impressionar a mente delas. — Testimonies for the Church 1:396, 400. CI 199.3

Pais e mães, conseguem vocês reconhecer a importância da sua responsabilidade? Percebem a necessidade de resguardar os filhos dos hábitos negligentes, desmoralizadores? Só permitam que os filhos formem amizades que tenham boa influência sobre seu caráter. Não permitam que estejam fora de casa à noite, a não ser que saibam onde estão e o que fazem. Se negligenciaram ensinar-lhes mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali, comecem imediatamente a cumprir seu dever. Assumam suas responsabilidades e trabalhem para o tempo e a eternidade. Não deixem passar nem um dia mais sem confessar aos filhos sua negligência. Digam-lhes que pretendem agora fazer a obra designada por Deus. Peçam-lhes que se juntem na obra de reforma. Façam esforços diligentes para remir o passado. Não permaneçam por mais tempo no estado da igreja de Laodicéia. Em nome do Senhor, rogo a toda família que mostre suas verdadeiras cores. Reformem a igreja que corresponde à sua própria casa. — Testimonies for the Church 7:66, 67. CI 199.4

Não negligenciar as necessidades espirituais — Foi-me mostrado que, enquanto os pais tementes a Deus restringem seus filhos, devem estudar-lhes a disposição e temperamento, e procurar satisfazer-lhes as necessidades. Alguns pais atendem cuidadosamente às necessidades temporais dos filhos; tratam-nos fiel e bondosamente na enfermidade, e pensam então haver cumprido seu dever. Nisto se enganam. Sua obra apenas começou. Importa cuidarem das necessidades do espírito. Requer-se habilidade para aplicar os remédios apropriados para curar uma mente magoada. CI 200.1

As crianças têm provações tão difíceis de suportar, tão penosas em sua natureza, como as pessoas de mais idade. Os próprios pais não se sentem sempre da mesma maneira. Seu espírito se acha muitas vezes perplexo. Agem movidos por pontos de vista e sentimentos errados. Satanás os esbofeteia, e cedem-lhe às tentações. Falam irritados, e de maneira a despertar a ira dos filhos, e são às vezes exigentes e impacientes. As pobres crianças partilham do mesmo espírito, e os pais não se acham preparados para as ajudar, pois foram a causa do mal. Por vezes tudo parece dar errado. Há irritação ao redor, e todos passam momentos deploráveis e infelizes. Os pais lançam a culpa sobre os pobres filhos, e julgam-nos muito desobedientes e indisciplinados, as piores crianças do mundo, quando a causa da perturbação se encontra neles próprios. CI 200.2

Alguns pais suscitam muita tempestade por sua falta de domínio próprio. Em lugar de pedirem bondosamente aos filhos para fazerem isto ou aquilo, ordenam em tom de repreensão, tendo ao mesmo tempo nos lábios uma censura ou reprovação que as crianças não mereceram. Pais, essa conduta seguida para com seus filhos destrói-lhes a felicidade e a ambição. Fazem o que vocês ordenam, não por amor, mas porque não ousam proceder diversamente. Não têm o coração no que fazem. É um trabalho servil, em vez de um prazer, e isto os leva a esquecer-se de seguir suas orientações, o que lhes aumenta a irritação, e se torna ainda pior para as crianças. Repetem-se as censuras, sua má conduta é exibida diante delas. [...] CI 200.3

Não se mostrem aos seus filhos de rosto triste. Se eles cedem à tentação, e depois reconhecem seu erro e se arrependem, perdoem-lhes tão francamente como vocês esperam ser perdoados por seu Pai do Céu. Instruam-nos bondosamente, e os liguem ao coração. É um tempo crítico para as crianças. Influências serão exercidas sobre elas a fim de aliená-las de vocês, e cumpre-lhes contrabalançá-las. Ensinem-lhes a fazerem de vocês seus confidentes. Segredem-lhes elas ao ouvido suas provas e alegrias. Animando isto, poupá-las-ão a muitos laços preparados por Satanás para seus inexperientes pés. Não tratem seus filhos apenas com severidade, esquecendo a própria infância de vocês, e que eles não passam de crianças. Não esperem que sejam perfeitos, nem busquem torná-los de repente homens e mulheres em seus atos. Assim fazendo, fecharão a porta de acesso que, de outro modo, a eles vocês poderiam ter, e os impelirão a abrir outra porta às influências prejudiciais, a que outros lhes envenenem a mente juvenil antes que vocês despertem para o perigo que correm. — Testimonies for the Church 1:384, 385, 387. CI 200.4

Não corrigir com ira — Caso vossos filhos sejam desobedientes, devem ser corrigidos [...] Antes de corrigi-los, ide à parte e pedi ao Senhor que abrande e domine o coração de vossos filhos e que vos dê sabedoria ao lidar com eles. Nunca soube, em caso algum, que esse método falhasse. Não podeis fazer uma criança compreender as coisas espirituais quando o coração [dos pais] está cheio de ira. [...] CI 201.1

Deveis corrigir vossos filhos com amor. Não permitais que sigam seu próprio caminho até que estejais irados e então os castigueis. Tal correção só ajuda o mal, em vez de remediá-lo. CI 201.2

Irar-se com a criança que erra é aumentar o mal. Isso desperta as piores paixões da criança e a leva a pensar que não vos importais com ela. Raciocina consigo mesma que não a poderíeis tratar desse modo se vos importásseis. CI 201.3

Julgais que Deus não toma conhecimento do modo em que essas crianças são corrigidas? Ele sabe. E sabe também quais poderiam ser os benditos resultados, se o trabalho de correção fosse feito de molde a ganhar, em vez de repelir. — Orientação da Criança, 244, 245. CI 201.4

A importância de ser absolutamente honesto com os filhos — Os pais devem ser modelos de veracidade, pois essa é a lição diária que deve ser inculcada no coração da criança. Princípios firmes devem governar os pais em todos os negócios da vida, especialmente na educação e no preparo dos filhos. “Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra for pura e reta”. Provérbios 20:11. CI 201.5

Uma mãe a quem falta discernimento, e que não segue a orientação do Senhor, pode educar os filhos para serem enganadores e hipócritas. Os traços de caráter assim alimentados, podem tornar-se tão persistentes que mentir seja tão natural como respirar. A falsidade será tomada por sinceridade e verdade. CI 201.6

Pais, nunca mentir nem dizer uma inverdade por preceito ou exemplo. Se quiserdes que vossos filhos sejam fiéis, sede fiéis vós mesmos. Sede retos e firmes. Nem mesmo a menor mentira deve ser permitida. Se a mãe está acostumada a mentir e a não ser veraz, a criança segue seu exemplo. [...] CI 201.7

É essencial que a honestidade seja praticada em todos os detalhes da vida da mãe, e é importante que nos ensino dos filhos se ensine às meninas, bem como aos meninos, a nunca agir de má fé ou enganar no mínimo que seja. — Orientação da Criança, 151, 152. CI 201.8

O desenvolvimento do caráter — Deus tem dado aos pais o seu trabalho: formar o caráter dos filhos segundo o Modelo divino. Por Sua graça poderão realizar a tarefa; mas isso exigirá esforço paciente e consciencioso, não menos que firmeza e decisão para guiar a vontade e restringir as paixões. Um campo deixado ao abandono só produz espinhos e cardos. Aquele que quer alcançar uma colheita para a utilidade e beleza deve primeiro preparar o solo e espalhar a semente, então cavar ao redor dos novos rebentos, removendo o mato e afofando a terra, e as preciosas plantas florescerão, recompensando-lhe ricamente o cuidado e o labor. — Orientação da Criança, 169. CI 201.9

A fortaleza de caráter consiste em duas coisas — força de vontade, e domínio de si mesmo. Muito jovem confunde paixão forte, desenfreada, com força de caráter; o fato, porém, é que aquele que é dominado pelas paixões é um homem fraco. A genuína grandeza e nobreza do homem, mede-se pela força dos sentimentos que ele subjuga, não pela dos que o dominam. O homem mais forte é aquele que, embora sensível aos maus-tratos, ainda refreia a paixão e perdoa aos inimigos. Tais homens são verdadeiros heróis. CI 202.1

Muitos têm tão imperfeita idéia quanto ao que se podem tornar, que permanecerão sempre raquíticos e mesquinhos quando, se aproveitassem as faculdades que Deus lhes concedeu, poderiam desenvolver caráter nobre, e exercer influência de molde a ganhar almas para Cristo. Conhecimento é poder; a capacidade intelectual, porém, sem bondade de coração, é uma força para o mal. CI 202.2

Deus nos deu as faculdades intelectuais e morais que possuímos; mas toda pessoa é, em grande medida, o arquiteto do próprio caráter. Dia a dia a estrutura aumenta. A Palavra de Deus adverte-nos a cuidar em como construímos, para ver que nosso edifício se ache fundado sobre a Rocha Eterna. Aproxima-se o tempo em que a obra que fazemos se revelará tal qual é. Agora é o tempo de todos cultivarem as faculdades que Deus lhes deu, a fim de formarem caráter que seja útil aqui, e tenham uma vida mais elevada no porvir. CI 202.3

Todo ato da vida, por mais insignificante, tem sua influência na formação do caráter. Um caráter bem formado é mais precioso que as posses mundanas; e moldá-lo é a obra mais nobre em que os homens possam se empenhar. CI 202.4

O caráter formado segundo as circunstâncias é mutável e discordante — uma massa de contradições. Seus possuidores não têm nenhum objetivo elevado ou propósito na vida. Não exercem nenhuma influência enobrecedora no caráter dos outros. São destituídos de finalidade e de poder. CI 202.5

O pequeno prazo de vida que nos é designado aqui, deve ser sabiamente aproveitado. Deus quer que Sua igreja seja viva, consagrada e ativa. Nosso povo, porém, como corporação, acha-se longe disso agora. Deus pede almas fortes, valorosas, cristãos vivos e laboriosos, que sigam o verdadeiro Modelo e exerçam decidida influência em favor de Deus e do que é correto. Qual sagrado depósito, concedeu-nos o Senhor as mais importantes e solenes verdades, e devemos mostrar a influência delas sobre nossa vida e caráter. — Testimonies for the Church 4:656, 657. CI 202.6

Uma experiência pessoal — Algumas mães não são uniformes no tratamento de suas crianças. Têm às vezes condescendências que lhes são nocivas; e de outras vezes, recusam qualquer inocente satisfação que tornaria deveras felizes o coraçãozinho infantil. Assim fazendo, elas não imitam a Cristo; Ele amava as crianças; compreendia-lhes os sentimentos, e interessava-Se por elas, fosse em seus prazeres, fosse em suas provações. — A Ciência do Bom Viver, 390. CI 203.1

Quando as crianças pedirem para fazer parte deste grupo ou reunir-se a algum outro para uma reunião de divertimento, dizei-lhes: “Não posso permitir que vão, filhos; assentem-se aqui e lhes direi por quê. Estou construindo uma obra para a eternidade e para Deus. Deus os entregou a mim e os confiou a meus cuidados. Estou posta no lugar de Deus para vocês, meus filhos; portanto devo vigiá-los como quem tem contas a prestar no dia de Deus. Querem vocês que o nome de mamãe apareça nos livros do Céu como alguém que falhou no desempenho de seus deveres para com os filhos, ou que tenha permitido ao inimigo ocupar o terreno que ela devia ter ocupado? Filhos, vou dizer-lhes qual é o caminho certo, e se escolherem afastar-se de mamãe e seguir os caminhos da impiedade, mamãe ficará isenta de culpa, mas vocês terão de sofrer por seus próprios pecados.” CI 203.2

Este foi o procedimento que adotei com meus filhos, e antes que eu me desse conta eles estavam em lágrimas e diziam: “Não gostaria de orar por nós?” Bem, eu jamais recusei orar por eles, ajoelhando-me a seu lado. Nessas ocasiões tenho atravessado a noite até Sol alto em súplica a Deus por eles, para que o encantamento do inimigo seja quebrado, e tenho alcançado a vitória. Embora me custe noites de labor, sinto-me regiamente paga quando meus filhos se me dependuram ao pescoço e dizem: “Oh, mãe, sentimo-nos tão felizes por não nos haver deixado ir aonde havíamos desejado. Agora vemos que teria sido errado fazê-lo.” CI 203.3

Pais, esta é a maneira como deveis agir: com convicção. Tendes de empenhar-vos neste trabalho, se esperais salvar vossos filhos para o reino de Deus. — O Lar Adventista, 528, 529. CI 203.4

Jamais poderá ser dada a devida educação aos jovens deste país, ou de qualquer outro, a menos que estejam separados a uma vasta distância das cidades. Os costumes e práticas das cidades incapacitam a mente dos jovens para a percepção da verdade. — Fundamentos da Educação Cristã, 312. CI 203.5

Os pais necessitam mais da direção divina — Não poderão impunemente descuidar do devido preparo de seus filhos. Os defeitos de caráter deles demonstrarão sua infidelidade. Os males que vocês deixam passar sem correção, as maneiras ásperas, rudes, o desrespeito e a desobediência, os hábitos de indolência e desatenção, lhes trarão desonra para o nome e amargura à vida. O destino de seus filhos está em grande parte em suas mãos. Deixar de cumprir o dever agora, poderá colocá-los nas fileiras do inimigo e torná-los agentes seus na derrota de outros; por outro lado, se fielmente forem instruídos, se em sua própria vida virem um exemplo piedoso, poderão levá-los a Cristo, e eles, por sua vez, influenciarão outros, e assim muitos poderão ser salvos por sua atuação. — Testimonies for the Church 7:66. CI 203.6

Deus deseja que tratemos nossos filhos com simplicidade. Somos sujeitos a esquecer-nos de que as crianças não tiveram a vantagem de longos anos de ensino que as pessoas de mais idade têm tido. Se os pequeninos em todos os sentidos não agem de acordo com as nossas idéias, às vezes pensamos que eles merecem uma repreensão. Mas isso não melhorará a questão. Levai-as ao Salvador e dizei-Lhe tudo a esse respeito: então crede que Sua bênção repousará sobre eles. — Orientação da Criança, 287. CI 204.1

Os filhos devem ser ensinados a respeitar e reverenciar a hora de oração. Antes de sair de casa para o trabalho, toda a família deve ser reunida, e o pai ou a mãe na ausência dele, deve rogar fervorosamente a Deus que os guarde durante o dia. Vão com humildade, coração cheio de ternura, e com o senso das tentações e perigos que se acham diante de vocês e de seus filhos; pela fé, atem-nos ao altar, suplicando para eles o cuidado do Senhor. Anjos ministradores hão de guardar as crianças assim consagradas a Deus. É o dever dos pais cristãos, de manhã e à tarde, pela fervente oração e fé perseverante, porem um muro em torno de seus filhos. Cumpre-lhes instruí-los pacientemente — bondosa e infatigavelmente ensinem-lhes a viver de maneira a agradar a Deus. — Testimonies for the Church 1:397, 398. CI 204.2

Ensinai vossos filhos que têm o privilégio de receber cada dia o batismo do Espírito Santo. Que Cristo ache em vós Sua mão auxiliadora a fim de executar os Seus propósitos. Pela oração podeis adquirir uma experiência que faça de vosso ministério em prol de vossos filhos um perfeito êxito. — Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 131. CI 204.3

O poder das orações de uma mãe não pode ser demasiadamente estimado. Aquela que se ajoelha ao lado do filho ou filha, em suas dificuldades da infância, nos perigos de sua juventude, não saberá senão no juízo a influência de suas orações sobre a vida de seus filhos. Se ela está pela fé associada ao Filho de Deus, a terna mão da mãe pode afastar o filho do poder da tentação, pode conter a filha de cair em pecado. Quando a paixão está lutando para dominar, o poder do amor, a influência restritora, fervente, determinada da mãe, pode fazer baixar a balança para o lado do direito. — O Lar Adventista, 266. CI 204.4

Depois de terdes cumprido fielmente o vosso dever para com os vossos filhos, então levai-os a Deus e Lhe pedi que vos ajude. Dizei-Lhe que tendes feito a vossa parte e então pedi com fé que Deus faça a Sua, aquilo que vós não podeis fazer. Pedi-Lhe que lhes modere a disposição, que os faça dóceis e gentis pelo Seu santo Espírito. Ele vos ouvirá orar. Terá prazer em responder às vossas orações. Pela Sua Palavra, tem ordenado que corrijais vossos filhos: “Castiga teu filho enquanto há esperança”. Provérbios 19:18. Sua Palavra deve ser atendida nessas coisas. — Orientação da Criança, 256, 257. CI 204.5

Ensinar respeito e cortesia — Deus ordenou, especialmente, afetuoso respeito para com os idosos. Diz Ele: “Coroa de honra são as cãs, achando-se elas no caminho da justiça”. Provérbios 16:31. Elas falam de batalhas feridas, vitórias ganhas, encargos suportados e tentações vencidas. Falam de pés fatigados próximos de seu descanso, de lugares que logo se vagarão. Ajudem às crianças a pensar nisto, e elas por meio de sua cortesia e respeito suavizarão o caminho dos que são idosos, e trarão graça e beleza a sua própria vida juvenil ao atenderem a ordem: “Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do velho”. Levítico 19:32. — Educação, 244. CI 205.1

A cortesia, também, é uma das graças do Espírito, e deve ser cultivada por todos. Ela tem poder para abrandar as naturezas que sem ela se desenvolveriam desgraciosas e rudes. Os que professam ser seguidores de Cristo, e são ao mesmo tempo ríspidos, desamáveis e descorteses, não têm aprendido de Jesus. Sua sinceridade pode não ser passível de dúvida, sua retidão pode ser indiscutível; mas sinceridade e retidão não se harmonizam com falta de bondade e de cortesia. — Profetas e Reis, 237. CI 205.2