Conselhos para a Igreja

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Capítulo 26 — Influência espiritual no lar

Podemos ter a salvação de Deus em nossa família; mas devemos para isso crer, por ela viver, e ter uma contínua e persistente fé e confiança em Deus. [...] A restrição que a Palavra de Deus nos impõe visa nosso próprio interesse. Aumenta a felicidade de nossa família e a de todos os que nos cercam. Refina-nos o gosto, santifica-nos o juízo e traz paz de espírito, e, afinal, a vida eterna. [...] Os anjos ministradores de Deus demorar-se-ão em nossa habitação, e com alegria levarão ao Céu as novas de nosso avanço na vida divina, e o anjo relator fará um relatório alegre e feliz. CI 154.1

O Espírito de Cristo será uma influência permanente na vida do lar. Se os homens e mulheres abrirem o coração à influência celestial da verdade e do amor, esses princípios novamente brotarão como correntes no deserto, a tudo refrescando e fazendo com que a frescura apareça onde agora há aridez e escassez. — Orientação da Criança, 484. CI 154.2

A negligência do dever de educar os filhos e cultivar a piedade na família é completamente desagradável a Deus. Se um de seus filhos estivesse em risco iminente de afogar-se, que alvoroço isso determinaria! Quantos esforços se empenhariam, quanta prece se faria e que atividade se desenvolveria, a fim de salvar-lhe a vida! Mas aí estão seus filhos, sem Cristo e sem a salvação. É possível que, pela sua rispidez e falta de educação, sejam até uma vergonha para a causa adventista. Estão em risco de se perderem, vivendo sem esperança e sem Deus no mundo, e vocês continuam descuidosos e indiferentes. [...] CI 154.3

Satanás faz esforços para afastar os homens de Deus, e é sempre bem-sucedido nesse propósito quando consegue absorver a sua atenção de modo que não tomem tempo para ler a Bíblia, orar particularmente e oferecer seus sacrifícios de ações de graça e louvor de manhã e à tarde sobre o altar de família. Quão poucos reconhecem as estratégias do arquienganador! Quantos lhe ignoram as tramas! — Testimonies for the Church 5:424, 426. CI 154.4

O culto matutino e o vespertino — Pais e mães: Cada manhã e noite, reúnam os filhos ao redor de si, e com humilde petição elevem a Deus o coração, suplicando-Lhe auxílio. Seus queridos acham-se expostos à tentação. Contratempos diários atravessam o caminho dos jovens e idosos. Os que quiserem viver vida paciente, amorosa e alegre, precisam orar. Só recebendo auxílio constante de Deus, poderemos alcançar a vitória sobre o próprio eu. — Testimonies for the Church 7:44. CI 154.5

Se já houve tempo em que toda casa deveria ser uma casa de oração, agora é esse tempo. Prevalecem a incredulidade e o ceticismo. Predomina a iniqüidade. A corrupção penetra nas correntes vitais da alma, e irrompe na vida a rebelião contra Deus. Escravas do pecado, as faculdades morais estão sob a tirania de Satanás. A alma torna-se o joguete de suas tentações; e a menos que se estenda um braço poderoso para o salvar, o homem passa a ser dirigido pelo arqui-rebelde. CI 155.1

Contudo, neste tempo de terrível perigo, alguns que professam ser cristãos não celebram culto doméstico. Não honram a Deus no lar; não ensinam os filhos a amá-Lo e temê-Lo. Muitos se afastaram tanto dEle que se sentem sob condenação ao dEle se aproximar. Não podem chegar-se “com confiança ao trono da graça” (Hebreus 4:16), “levantando mãos santas, sem ira nem contenda”. 1 Timóteo 2:8. Não desfrutam viva comunhão com Deus. Têm a forma de piedade, sem o poder. CI 155.2

A idéia de que a oração não seja essencial é uma das mais bem-sucedidas armadilhas de Satanás para destruir almas. Oração é comunhão com Deus, a Fonte da sabedoria, o manancial de poder, paz e felicidade. Jesus orava ao Pai “com grande clamor e lágrimas”. Hebreus 5:7. Paulo exorta os crentes a orarem “sem cessar” (1 Tessalonicenses 5:17), fazendo em tudo conhecidos os seus pedidos a Deus, em orações e súplicas, com ações de graças. “Orai uns pelos outros”, diz Tiago; “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”. Tiago 5:16. CI 155.3

Pela sincera e fervorosa oração devem os pais construir um muro em torno dos filhos. Devem suplicar, com plena fé, que Deus entre eles habite, e santos anjos os guardem, a eles e aos filhos, do poder cruel de Satanás. CI 155.4

Em cada família deve haver um tempo determinado para os cultos matutino e vespertino. Quão apropriado é reunirem os pais em redor de si aos filhos, antes de quebrar o jejum, agradecer ao Pai celestial Sua proteção durante a noite e pedir-Lhe auxílio, guia e proteção para o dia! Quão adequado, também, em chegando a noite, é reunirem-se uma vez mais em Sua presença, pais e filhos, para agradecer as bênçãos do dia findo! [...] CI 155.5

Cada manhã, consagrem-se a Deus, juntamente com seus filhos. Não façam cálculos para meses ou anos; eles não lhes pertencem. Um curto dia é o que lhes é dado. Como se fosse esse seu último dia na Terra, trabalhem para o Mestre durante as suas horas. Deponham perante Deus todos os planos, para serem executados ou rejeitados, conforme o indique a Sua providência. Aceitem os Seus planos, mesmo quando sua aceitação exija a renúncia de projetos acariciados. Assim a vida será moldada cada vez mais segundo o modelo divino; e “a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”. Filipenses 4:7. — Testimonies for the Church 7:42-44. CI 155.6

O pai e, em sua ausência, a mãe, deve dirigir o culto, buscando um trecho das Escrituras que seja interessante e de fácil compreensão. Convém que o culto seja breve. Se for lido um capítulo extenso e feita uma oração longa, o culto torna-se cansativo e, ao terminar, tem-se sensação de alívio. Deus é desonrado quando a hora da adoração se torna insípida e enfadonha, quando é tão tediosa, tão destituída de interesse que as crianças lhe têm horror. CI 156.1

Pais e mães, tornem a hora do culto intensamente interessante. Não há razão para que essa hora não deva ser a mais agradável e jubilosa do dia. Com um pouco de preparo, será possível torná-la cheia de interesse e proveito. De tempos a tempos, deve ser introduzida alguma mudança. Podem-se formular perguntas sobre a porção lida e fazer algumas adequadas e oportunas observações. Pode-se cantar um hino de louvor. A oração feita deve ser breve e concisa. Com palavras simples e fervorosas, a pessoa que faz a oração louve a Deus por Sua bondade e peça-Lhe auxílio. Tomem parte as crianças na leitura e na oração, quando o permitirem as circunstâncias. CI 156.2

A eternidade revelará quanto bem resultou desses períodos de oração. — Testimonies for the Church 7:43, 44. CI 156.3