Considerações sobre Daniel e Apocalipse

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Apocalipse 12 — O Desenvolvimento da Intolerância Religiosa

Versículos 1-3: Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que, achando-se grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz. Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. APLCDA 549.1

Para entender esta parte do capítulo necessita-se pouco mais que uma simples definição dos símbolos apresentados. Podemos dá-la em poucas palavras: APLCDA 549.2

“Uma mulher”, significa a verdadeira igreja. (2 Coríntios 11:2). Uma mulher corrupta é usada para representar uma igreja corrupta ou apóstata (Ezequiel 23:2-4; Apocalipse 17:3-6, 15, 18). Semelhantemente, uma mulher pura, como neste capítulo, deve representar a verdadeira igreja. APLCDA 549.3

“O Sol”, a luz e glória da era evangélica. “A Lua”, a época mosaica. Como a Lua brilha coma derivada do Sol, assim a era anterior brilhou com a luz emprestada da atual. Aquela era o tipo e sombra; esta o antítipo e substância. “Uma coroa de doze estrelas”, os doze apóstolos. “Um grande dragão vermelho”, a Roma pagã. (Ver comentários dos versos 4 e 5). APLCDA 549.4

“Céu”, o espaço em que o apóstolo viu esta representação. Não vamos supor que as cenas aqui apresentadas a João tiveram lugar no Céu, onde Deus habita, porque são eventos que ocorrem na Terra. Mas esta representação que passou perante os olhos do profeta parecia dar-se na região ocupada pelo Sol, Lua e estrelas, que chamamos o céu. APLCDA 549.5

Os versículos 1 e 2 abrangem um período de tempo que começa logo antes do início da era cristã, quando a igreja ardentemente esperava o advento do Messias, e que se estende até o tempo do completo estabelecimento da igreja do Evangelho com a sua coroa de doze apóstolos (Lucas 2:25, 26, 38). APLCDA 549.6

Seria difícil encontrar símbolos mais apropriados e impressionantes do que os empregados aqui. A era mosaica brilhou com uma luz recebida da era cristã, assim como a Lua brilha com a luz recebida do Sol. Quão adequado era, pois, representar a primeira pela Lua e a última pelo Sol. A mulher, a igreja, tinha a Lua debaixo dos pés, isto é, a era mosaica que acabava de terminar, e a mulher estava revestida com a luz do Sol do Evangelho, que acabava de nascer. Por antecipação, a igreja é representada como inteiramente organizada com os seus doze apóstolos, antes de Cristo, como criança, aparecer em cena. Facilmente se explica isto pelo fato de que ela devia ser assim constituída logo depois de Cristo começar o Seu ministério. Ele está relacionado de um modo mais especial com esta igreja do que com a da época anterior. Não é possível entender erroneamente esta passagem, e por isso com esta representação não se faz qualquer violência a um correto sistema de interpretação. APLCDA 550.1

Versículos 4-6: A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse. Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono. A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias. APLCDA 550.2

“A terça parte das estrelas do céu” — O dragão arrastou a terça parte das estrelas do céu. Se as doze estrelas com que a mulher está coroada, em seu uso simbólico, representam os doze apóstolos, então as estrelas derribadas pelo dragão antes da sua tentativa de matar o Menino, ou seja, antes da era cristã, podem representar uma parte dos dirigentes do povo judaico. Em Apocalipse 8:12 já vimos que Sol, Lua e estrelas são algumas vezes usados em sentido simbólico. A Judéia tornou-se uma província romana uns sessenta anos antes do nascimento do Messias. Os judeus tiveram três classes de dirigentes: reis, sacerdotes e o Sinédrio. Um terço delas, a dos reis, foi suprimida pelo poder romano. Philip Smith, depois de descrever o cerco de Jerusalém pelos romanos e Herodes, e sua capitulação na primavera de 37 a.C., após uma obstinada resistência de seis meses, diz: “Tal foi o fim da dinastia dos asmoneus, exatamente 130 anos depois das primeiras vitórias de Judas Macabeus, e no sétimo ano da assunção do diadema por Aristóbulo I.” (History of the World, vol. III, p. 181). APLCDA 550.3

Esta alusão às estrelas tem, sem dúvida, um significado mais amplo, e se relaciona com as verdades recalcadas nos versículos 7-9 deste capítulo. Como resultado do conflito apresentado aqui, é evidente que uma terça parte da hoste angélica, que se uniu a Satanás em sua rebelião contra o Governante do Universo, foi lançada dos átrios gloriosos. APLCDA 551.1

“O dragão deteve-se diante da mulher” — Agora é necessário identificar o poder simbolizado pelo dragão, e isto pode fazer-se facilmente. O testemunho acerca do “Filho varão” que o dragão procura destruir é aplicável apenas a um Ser que apareceu no mundo: nosso Senhor Jesus Cristo. Nenhum outro foi arrebatado a Deus e o Seu trono, mas Ele foi assim exaltado (Efésios 1:20, 21; Hebreus 8:1; Apocalipse 3:21). Nenhum outro recebeu de Deus a missão de reger todas as nações com vara de ferro, mas Ele sim foi designado para essa obra (Salmos 2:7-9). APLCDA 551.2

Não pode haver dúvida de que o Filho representa Jesus Cristo. O tempo a que a profecia se refere é também evidente: foi o tempo em que Cristo apareceu neste mundo como uma criança em Belém. APLCDA 551.3

Agora será fácil encontrar o poder simbolizado pelo dragão, porque este representa algum poder que tentou destruir a Cristo ao nascer. Fez-se alguma tentativa nesse sentido? Quem a fez? Não é necessário dar uma resposta formal a estas perguntas, para quem tenha lido como Herodes, num esforço hostil por destruir o infante Jesus, mandou matar todas as crianças em Belém, de dois anos para baixo. Mas quem era Herodes? Um governador romano, pois de Roma procedia o seu poder. Roma dominava naquele tempo sobre todo o mundo (Lucas 2:1), e, portanto, era a parte responsável neste acontecimento. Além disso, era o único poder da Terra que naquela época podia ser simbolizado em profecia, pela simples razão de que o seu domínio era universal. Não é, portanto, sem a mais concludente razão que o império romano é geralmente considerado pelos comentadores protestantes como o poder indicado pelo grande dragão vermelho. APLCDA 551.4

É digno de menção que durante o segundo, terceiro, quarto e quinto séculos da era cristã, o dragão era, depois da águia, a principal insígnia das legiões romanas. Esse dragão era pintado de vermelho, como para corresponder fielmente ao quadro representado pelo vidente de Patmos, e exclamar ao mundo: Roma é a nação representada aqui. APLCDA 553.1

Como dissemos, Roma tentou destruir Jesus Cristo, através da ação infernal de Herodes. A Criança nascida numa igreja ansiosa e vigilante, era o nosso adorável Redentor, que em breve há de reger as nações com vara de ferro. Herodes não pôde destruí-Lo. Os poderes combinados da Terra e do inferno não puderam vencê-Lo. Ainda que retido por pouco tempo sob o domínio da sepultura, despedaçou suas cruéis ligaduras, abriu um caminho de vida para a humanidade e foi arrebatado para Deus e o Seu trono. Ascendeu ao Céu à vista dos Seus discípulos, deixando a eles e a nós a promessa de que voltaria. APLCDA 553.2

E a igreja fugiu para o deserto quando o papado foi estabelecido, em 538, onde foi sustentada pela palavra de Deus e pelo ministério dos anjos durante o longo, obscuro e sanguinolento domínio daquele poder, durante 1.260 anos. APLCDA 553.3

Versículos 7-12: Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus. Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta. APLCDA 553.4

Guerra no Céu — Os seis primeiros versículos deste capítulo, como vimos, levam-nos ao fim dos 1.260 anos em 1798, data que apontou o fim da supremacia papal. No versículo 7 é igualmente claro que somos levados para tempos anteriores. Até quando? Ao tempo introduzido no começo do capítulo, isto é, os dias do primeiro advento, quando com gênio infernal Satanás, operando por meio do poder de Roma pagã, procurava matar o Salvador da humanidade; e ainda mais atrás, ao próprio início do grande conflito entre a verdade e a iniquidade, quando no próprio Céu Miguel (Cristo) e Seus anjos pelejavam contra o dragão (Satanás) e seus anjos. Para obter provas de que Miguel é Cristo, ver Judas 9; 1 Tessalonicenses 4:16; João 5:28, 29. APLCDA 554.1

“Não prevaleceram” — Graças a Deus que nesse antigo conflito o enganador supremo foi derrotado. Como “estrela da manhã, filho da alva”, tendo inveja e ódio em seu coração, reuniu uma hoste de anjos descontentes em uma rebelião contra o governo de Deus. Mas a Escritura diz que “não prevaleceram”, “foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos”. APLCDA 554.2

Séculos mais tarde, quando Cristo pela primeira vez veio à Terra, “o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás” fez um esforço supremo sob o disfarce do grande dragão vermelho, que representava Roma pagã, para destruir o Redentor do mundo. Satanás estava aguardando a missão de Cristo na Terra como a sua última oportunidade de sucesso em malograr o plano da salvação. Apresentou-se a Cristo com tentações capciosas, na esperança de vencê-Lo. Tentou de várias maneiras destruir a Cristo durante o Seu ministério. Quando conseguiu levá-Lo à tumba, esforçou-se, em maligno triunfo retê-Lo ali. Mas de todos os encontros o Filho de Deus saiu vencedor, e faz esta misericordiosa promessa aos Seus fiéis seguidores: “Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono” (Apocalipse 3:21). APLCDA 554.3

Isto nos mostra que Jesus, enquanto esteve sobre a Terra, travou uma guerra, e obteve a vitória. Satanás viu frustrado o seu último esforço e sua última maquinação. Vangloriara-se de que venceria o Filho de Deus na Sua missão a este mundo e assim converteria o plano da salvação num ignominioso fracasso. Bem sabia que se fosse mal sucedido neste seu último esforço desesperado para contrariar a obra de Deus, desvanecer-se-ia a sua última esperança e tudo estaria perdido. Mas, na linguagem do versículo 8, ele “não prevaleceu”, e por isso com razão podia elevar-se o cântico: “Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais.” APLCDA 554.4

“Nem mais se achou no céu o lugar deles” — Satanás e os anjos caídos tinham sofrido uma terrível derrota, que Cristo descreve assim: “Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago” (Lucas 10:18). E Pedro nos diz que aos anjos caídos Deus “os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo” (2 Ped.2:4). APLCDA 555.1

Pereceu para sempre sua esperança, longamente acariciada, de vencer o Filho do Homem quando assumisse a nossa natureza. Seu poder ficou restringido. Já não pôde aspirar um encontro pessoal com o Filho de Deus, pois Cristo o vencera. Daí por diante a igreja (a mulher) é o objeto de sua maldade, e emprega todos os meios que iriam caracterizar sua ira contra ela. APLCDA 555.2

Mas se ouve cantar cântico no Céu: “Agora veio a salvação.” Como pode ser isto, se estas cenas estão no passado? Já tinha vindo então a salvação, a força, o reino de Deus e o poder do seu Cristo? Não, absolutamente, mas este cântico foi cantado com vistas ao futuro. Aquelas coisas tornaram-se certas. A grande vitória fora ganha por Cristo, que decidia para sempre a questão do seu estabelecimento. APLCDA 555.3

O profeta lança então um rápido olhar para a ação de Satanás desde seu tempo até o fim (vv. 11, 12), durante cujo tempo os fiéis “irmãos” o vencem pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do Seu testemunho, enquanto a ira dele aumenta, à medida que o tempo se abrevia. APLCDA 555.4

Foi Satanás que induziu Herodes a procurar matar a Cristo. Mas o agente principal que o líder dos rebeldes empregou para guerrear contra Cristo e Seu povo durante os primeiros séculos da era cristã foi o Império Romano, cuja religião dominante era o paganismo. De modo que, se bem que o dragão representa primordialmente a Satanás, simboliza em um sentido secundário à Roma pagã. APLCDA 555.5

Versículos 13-17: Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão; e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente. Então, a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio. A terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca. Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar. APLCDA 557.1

A igreja no deserto — Aqui somos de novo levados ao tempo em que Satanás se convenceu absolutamente de que tinha fracassado em todas as suas tentativas contra o Senhor da glória na Sua missão terrestre. E vendo isso, voltou-se com decuplicada fúria, como já notamos, para a igreja estabelecida por Cristo. Logo vemos a igreja indo para aquela condição que aqui é denominada como uma fuga para “o deserto”. Isto deve representar um estado em que se encontra isolada dos olhos públicos e oculta dos seus inimigos. Aquela igreja que durante todos a Idade Média ditava suas ordens aos submissos ouvidos da cristandade, e ostentava seus ostentosos estandartes perante assombradas multidões, não era a igreja de Cristo. Era o corpo do mistério da iniquidade. APLCDA 557.2

O “mistério da piedade” foi Deus manifestado aqui como homem. O “mistério da iniquidade” foi um homem pretendendo ser Deus. Esta foi a grande apostasia produzida pela união do paganismo com a cristianismo. A verdadeira igreja estava escondida. Adorava a Deus em lugares secretos. Podem considerar-se como bons exemplos disso as cavernas e lugares ocultos dos vales do Piemonte, onde a verdade do Evangelho foi apreciada como sagrada e era protegida da fúria dos seus inimigos. Ali Deus velava sobre a Sua igreja, e pela Sua providência a protegia e sustentava. APLCDA 557.3

As asas de águia que lhe foram dadas significam apropriadamente a pressa com que a verdadeira igreja foi obrigada a procurar refúgio quando o homem do pecado se instalou no poder. Para este fim lhe foi provida a assistência de Deus. A mesma figura é empregada para descrever as relações de Deus com o antigo Israel: “Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre as asas de águias, e vos trouxe a Mim.” (Êxodo 19:4). APLCDA 558.1

A menção do período durante o qual a mulher é alimentada no deserto como “um tempo e tempos e metade de um tempo”, segundo a fraseologia similar empregada em Daniel 7:25, fornece a chave para a explicação da última passagem. O mesmo período é chamado em Apocalipse 12:6 “mil, duzentos e sessenta dias”. Isto demonstra que um “tempo” é um ano, 360 dias; dois “tempos”, dois anos, ou 720 dias; e “meio tempo”, meio ano, ou 180 dias, perfazendo um total de 1.260 dias. E sendo isto simbólico, significa 1.260 anos literais. APLCDA 558.2

A serpente lançou de sua boca água como um rio para arrebatar a igreja. Por suas falsas doutrinas o papado corrompeu de tal maneira todas as nações, que dominou absolutamente sobre o poder civil durante longos séculos. Por seu intermédio Satanás pôde arremessar uma poderosa inundação de perseguição contra a igreja em todas as direções, e não tardou em fazê-lo. Milhões de crentes fiéis foram arrebatados pelo rio, mas a igreja não foi completamente tragada, pois os dias foram abreviados por causa dos escolhidos (Mateus 24:22). APLCDA 558.3

“A terra ajudou a mulher”, abrindo sua boca e tragando o rio. A Reforma protestante do século dezesseis começou a sua obra. Deus suscitou a Martinho Lutero e seus colaboradores para exporem o verdadeiro caráter do papado e quebrarem o poder com que a superstição tinha escravizado as mentes. Lutero afixou suas teses na porta da igreja de Wittenberg. A pena com que as escreveu, segundo o simbólico sonho do bom eleitor Frederico, da Saxônia, percorreu o continente e abalou a tríplice coroa sobre a cabeça do papa. Os príncipes começaram a abraçar a causa dos reformadores. Foi o amanhecer da luz e liberdade religiosa, e Deus não ia permitir que as trevas tragassem o seu fulgor. APLCDA 558.4

O encanto estava quebrado. Os homens viam as bulas e anátemas dos papas cair inofensivos a seus pés, à medida que ousavam exercer o direito recebido de Deus para reger suas consciências só por Sua palavra. Multiplicaram-se os defensores da verdadeira fé. E em breve houve suficiente terreno protestante na Europa e no Novo Mundo para engolir o rio da fúria papal e tirar-lhe o poder de danificar a igreja. Assim a terra ajudou a mulher, e tem continuado a ajudá-la até hoje, pois as principais nações da cristandade têm fomentado o espírito da Reforma e da liberdade religiosa. APLCDA 559.1

Guerra contra o remanescente — Mas o dragão ainda não cessou a sua obra. O versículo 17 apresenta uma explosão final da sua ira, desta vez contra a última geração de cristãos que viveriam na Terra. Nós dizemos a última geração, porque a guerra do dragão é dirigida contra “os restantes de sua descendência” [da mulher], ou seja, da verdadeira igreja, e só a última geração pode com verdade ser descrita como o resto. Se é correta a interpretação de que já alcançamos a geração que há de testemunhar o fim das cenas da Terra, esta guerra contra a igreja não pode estar num futuro muito longínquo. Este remanescente é caracterizado pela guarda dos mandamentos de Deus e por ter o testemunho de APLCDA 559.2

Jesus Cristo. Isto indica que nos últimos dias se realizaria uma reforma do sábado, porque só acerca do sábado, dentre os mandamentos, há uma diferença de fé e prática entre os que aceitam o Decálogo como lei moral. Veremos isto mais particularmente na mensagem de Apocalipse 14:9-12. APLCDA 559.3