A Ciência Do Bom Viver, A

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Capítulo 33 — Influências do Lar

O lar deve ser para as crianças o mais atrativo lugar do mundo, e sua maior atração deve ser a presença da mãe. As crianças têm natureza sensível e amorosa. Facilmente se consegue agradá-las, e facilmente também se sentem infelizes. Mediante uma disciplina branda, com palavras e atos amáveis, as mães podem unir os filhos ao seu coração. CBV 388.1

As crianças gostam de ter companhia, e raramente se podem divertir sozinhas. Anseiam simpatia e ternura. O que lhes dá prazer, elas crêem que também o dá à mãe; e é natural que a ela se dirijam com suas pequeninas alegrias e pesares. A mãe não deve ferir-lhes o coraçãozinho tratando com indiferença essas coisas que, embora insignificantes para ela, são de grande importância para as crianças. A simpatia e aprovação que ela lhes dispensa são preciosas. Um olhar de aprovação e uma palavra de ânimo ou louvor, serão como um raio de sol em seu coraçãozinho tornando-as às vezes felizes o dia inteiro. CBV 388.2

Em vez de mandar que os filhos se afastem dela, a fim de não ser molestada pelo barulho que fazem, ou perturbada por suas pequeninas necessidades, imagine a mãe algum divertimento ou trabalho leve, para entreter a mente e suas ativas mãozinhas. CBV 388.3

Penetrando em seus sentimentos, dirigindo-lhes os brinquedos e as ocupações, a mãe conquistará a confiança dos filhos, podendo com mais eficácia corrigir-lhes os hábitos errôneos, ou combater-lhes as manifestações de egoísmo ou mau gênio. Uma palavra de advertência ou de reprovação, dita oportunamente, será de grande valor. Mediante paciente e vigilante amor, ela poderá dar à mente das crianças a verdadeira direção, nelas cultivando belos e atrativos traços de caráter. CBV 389.1

As mães devem guardar-se de educar os pequenos de maneira a se tornarem dependentes, e absorvidos consigo mesmos. Nunca os leveis a cuidar que são o centro, e que tudo o mais deve girar em torno deles. Alguns pais dedicam demasiado tempo e atenção para distrair os filhos, mas estes devem ser acostumados a se divertirem a si próprios, a exercer seu próprio engenho e habilidade. Assim, aprenderão a estar satisfeitos com prazeres simples. Devem ser ensinados a sofrer animosamente seus pequeninos desapontamentos e provações. Em lugar de chamar a atenção para toda dorzinha ou insignificante ferimento, distraí-lhes a mente, ensinai-lhes a passar por alto esses aborrecimentos e pequenos mal-estares. Estudai maneiras a sugerir às crianças, pelas quais elas aprendam a preocupar-se com os outros. CBV 389.2

Não se permita, porém, que elas sejam negligenciadas. Sobrecarregadas de muitos cuidados, as mães sentem que não podem às vezes dedicar tempo para instruir seus pequenos, e dispensar-lhes amor e simpatia. Lembrem-se elas, no entanto, de que, se os filhos não encontram nos pais e no lar aquilo que lhes satisfaz o desejo que experimentam de afeto e companheirismo, volvem-se para outras fontes, onde tanto a mente como o caráter podem perigar. CBV 389.3

Por falta de tempo e de idéia, muita mãe recusa a seus filhos algum inocente prazer, enquanto os dedos atarefados e os fatigados olhos se empenham diligentemente em qualquer obra destinada a mero adorno, qualquer coisa que, na melhor hipótese, servirá unicamente para animar a vaidade e a extravagância em seu jovem coração. Ao aproximarem-se os filhos da adolescência, estas lições dão frutos em orgulho e ausência de valor moral. A mãe aflige-se com as faltas dos filhos, mas não compreende que a colheita que está tendo é o fruto da semente por ela própria plantada. CBV 389.4

Algumas mães não são uniformes no tratamento de suas crianças. Têm às vezes condescendências que lhes são nocivas; e de outras vezes, recusam qualquer inocente satisfação que tornaria deveras felizes o coraçãozinho infantil. Assim fazendo, elas não imitam a Cristo; Ele amava as crianças; compreendia-lhes os sentimentos, e interessava-Se por elas, fosse em seus prazeres, fosse em suas provações. CBV 390.1