A Ciência Do Bom Viver, A

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A Confissão dos Pecados

Deve-se tornar claro aos que desejam orações por seu restabelecimento que a violação da Lei de Deus, quer natural quer espiritual, é pecado, e que, a fim de receber Suas bênçãos, ele deve ser confessado e abandonado. CBV 228.1

A Escritura nos ordena: “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis” (Tg 5:16). Ao que solicita orações, sejam apresentados pensamentos como este: “Nós não podemos ler o coração, nem conhecer os segredos de vossa vida. Estes são conhecidos unicamente por vós mesmos e por Deus. Se vos arrependeis de vossos pecados, é o vosso dever fazer confissão deles.” O pecado de natureza particular deve ser confessado a Cristo, o único mediador entre Deus e o homem. Pois “se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”. I João 2:1. Todo pecado é uma ofensa a Deus, e Lhe deve ser confessado por intermédio de Cristo. Todo pecado público, deve ser do mesmo modo publicamente confessado. A ofensa feita a um semelhante deve ser ajustada com a pessoa ofendida. Se alguém que deseja recuperar a saúde se acha culpado de maledicência, se semeou a discórdia no lar, na vizinhança ou na igreja, suscitando separação e dissensão, se por qualquer má prática induziu outros a pecar, essas coisas devem ser confessadas diante de Deus e perante os agravados. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar... e nos purificar de toda a injustiça.” I João 1:9. CBV 228.2

Havendo os erros sido endireitados, podemos apresentar as necessidades do enfermo ao Senhor com fé tranqüila, como Seu espírito nos indicar. Ele conhece cada indivíduo por nome, e cuida de cada um como se não houvesse na Terra nenhum outro por quem houvesse dado Seu bem-amado Filho. Por ser o amor de Deus tão grande e inalterável, o doente deve ser estimulado a confiar nEle e ficar esperançoso. Estar ansioso quanto a si mesmo tende a causar fraqueza e doença. Se eles se erguerem acima da depressão e da tristeza, será melhor sua perspectiva de restabelecimento; pois “os olhos do Senhor estão sobre... os que esperam na Sua misericórdia” (Sl 33:18). CBV 229.1

Ao orar pelos doentes, cumpre lembrar que “não sabemos o que havemos de pedir como convém” (Rm 8:26). Não sabemos se a bênção que desejamos será para o bem ou não. Portanto, nossas orações devem incluir este pensamento: “Senhor, Tu conheces todo segredo da alma. Estás familiarizado com estas pessoas. Jesus, seu Advogado, deu a vida por elas. Seu amor por elas é maior do que é possível ser o nosso. Se, portanto, for para Tua glória e o bem dos aflitos, pedimos, em nome de Jesus, que sejam restituídas à saúde. Se não for da Tua vontade que se restaurem, rogamos-Te que a Tua graça as conforte e a Tua presença as sustenha em seus sofrimentos.” CBV 229.2

Deus conhece o fim desde o princípio. Conhece de perto o coração de todos os homens. Lê todo segredo da alma. Sabe se aqueles por quem se fazem as orações haviam ou não de resistir às provações que lhes sobreviriam, houvessem eles de viver. Sabe se sua vida seria uma bênção ou uma maldição para si mesmos e para o mundo. Esta é uma razão pela qual, ao mesmo tempo que apresentamos nossas petições com fervor, devemos dizer: “Todavia, não se faça a minha vontade, mas a Tua” (Lc 22:42). Jesus acrescentou estas palavras de submissão à sabedoria e vontade de Deus, quando, no jardim de Getsêmani, rogava: “Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice” (Mt 26:39). Se elas eram apropriadas para Ele, o Filho de Deus, quanto mais adequadas são nos lábios dos finitos e errantes mortais! CBV 230.1

A atitude coerente é expor nossos desejos a nosso sábio Pai celeste e então, em perfeita segurança, tudo dEle confiar. Sabemos que Deus nos ouve se pedimos em harmonia com a Sua vontade. Mas insistir em nossas petições sem um espírito submisso não é direito; nossas orações devem tomar a forma, não de uma ordem, mas de uma intercessão. CBV 230.2

Há casos em que o Senhor opera decididamente por Seu divino poder na restauração da saúde. Mas nem todos os doentes são sarados. Muitos são postos a dormir em Jesus. João, na ilha de Patmos, foi mandado escrever: “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam” (Ap 14:13). Vemos por aí que, se as pessoas não forem restituídas à saúde, não devem ser por isso consideradas sem fé. CBV 230.3

Todos nós desejamos respostas imediatas e diretas às nossas orações, e somos tentados a ficar desanimados quando a resposta é retardada ou vem por uma maneira que não esperávamos. Mas Deus é demasiado sábio e bom para atender nossas petições sempre justamente ao tempo e pela maneira que desejamos. Ele fará mais e melhor por nós do que realizar sempre os nossos desejos. E como podemos confiar em Sua sabedoria e Seu amor, não devemos pedir que nos conceda a nossa vontade, mas buscar identificar-nos com Seu desígnio, e cumpri-lo. Nossos desejos e interesses devem-se fundir com Sua vontade. Estas experiências que provam a fé são para nosso bem. Por elas se manifesta se nossa fé é verdadeira e sincera, repousando unicamente na Palavra de Deus, ou se depende de circunstâncias, sendo incerta e instável. A fé é revigorada pelo exercício. Devemos permitir que a paciência tenha a sua obra perfeita, lembrando-nos de que há preciosas promessas nas Escrituras para aqueles que esperam no Senhor. CBV 230.4

Nem todos compreendem esses princípios. Muitos dos que buscam as restauradoras graças do Senhor pensam que devem ter uma resposta direta e imediata a suas orações, ou se não sua fé é falha. Por essa razão os que estão enfraquecidos pela doença precisam ser sabiamente aconselhados, para que procedam prudentemente. Eles não devem desatender ao seu dever para com os amigos que lhes sobreviverem, nem negligenciar o emprego dos agentes naturais. CBV 231.1

Há muitas vezes perigo de erro nisto. Crendo que hão de ser curados em resposta à oração, alguns temem fazer qualquer coisa que possa indicar falta de fé. Mas não devem negligenciar o pôr em ordem os seus negócios como desejariam se esperassem ser tirados pela morte. Nem também temer proferir palavras de ânimo ou de conselho que estimariam dirigir aos seus amados na hora da partida. CBV 231.2

Os que buscam a cura pela oração não devem negligenciar o emprego de remédios ao seu alcance. Não é uma negação da fé usar os remédios que Deus proveu para aliviar a dor e ajudar a natureza em sua obra de restauração. Não é nenhuma negação da fé cooperar com Deus, e colocar-se nas condições mais favoráveis para o restabelecimento. Deus pôs em nosso poder o obter conhecimento das leis da vida. Este conhecimento foi colocado ao nosso alcance para ser empregado. Devemos usar todo recurso para restauração da saúde, aproveitando-nos de todas as vantagens possíveis, agindo em harmonia com as leis naturais. Tendo orado pelo restabelecimento do doente, podemos trabalhar com muito maior energia ainda, agradecendo a Deus o termos o privilégio de cooperar com Ele, e pedindo-Lhe a bênção sobre os meios por Ele próprio fornecidos. CBV 231.3

Temos a sanção da Palavra de Deus quanto ao uso de remédios. Ezequias, rei de Israel, estava doente, e um profeta de Deus levou-lhe a mensagem de que haveria de morrer. Ele clamou ao Senhor, e Este ouviu a Seu servo, e mandou-lhe dizer que lhe seriam acrescentados quinze anos de vida. Ora, uma palavra de Deus haveria curado instantaneamente a Ezequias; mas foram dadas indicações especiais: “Tomem uma pasta de figos e a ponham como emplasto sobre a chaga; e sarará” (Is 38:21). CBV 232.1

“Porque no dia da adversidade me esconderá no Seu pavilhão; no oculto do Seu tabernáculo me esconderá; pôr-me-á sobre uma rocha. Também a minha cabeça será exaltada sobre os meus inimigos que estão ao redor de mim; pelo que oferecerei sacrifício de júbilo no Seu tabernáculo; cantarei, sim, cantarei louvores ao Senhor” (Sl 27:5, 6).

Certa ocasião, Cristo ungiu os olhos de um cego com terra, e mandou-lhe: “Vai, lava-te no tanque de Siloé. ... Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo” (Jo 9:7). A cura poderia ser operada unicamente pelo poder do grande Médico; todavia, Cristo fez uso de simples agentes da natureza. Conquanto Ele não favorecesse as medicações de drogas, sancionou o emprego de remédios simples e naturais. CBV 233.1

Ao termos orado pela restauração de um enfermo, seja qual for o desenlace do caso, não percamos a fé em Deus. Se formos chamados a sofrer a perda, aceitemos o amargo cálice, lembrando-nos de que é a mão de um Pai que no-lo chega aos lábios. Mas, sendo a saúde restituída, não se deveria esquecer que o objeto da misericordiosa cura se acha sob renovada obrigação para com o Criador. Quando os dez leprosos foram purificados, apenas um voltou em busca de Jesus para dar-Lhe glória. Que nenhum de nós seja como os inconsiderados nove, cujo coração ficou insensível diante da misericórdia de Deus. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1:17). CBV 233.2