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Olhar a Jesus

Que a alma olhe para Jesus. “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29. Ninguém será forçado a olhar a Cristo; mas a voz do convite soa, em ansiosa súplica: “Olhai e vivei.” Olhando a Cristo, veremos que Seu amor é sem paralelo, que Ele tomou o lugar do pecador culpado, e lhe imputou Sua justiça imaculada. Quando o pecador vê o Salvador morrendo sobre a cruz, sob a maldição do pecado, em seu lugar, contemplando Seu amor perdoador, desperta-se-lhe no coração o amor. O pecador ama a Cristo, porque Cristo o amou primeiro, e o amor é o cumprimento da lei. A alma arrependida reconhece que Deus “é fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça”. O Espírito de Deus opera na alma do crente, habilitando-o a avançar de um aspecto de obediência para outro, alcançando então cada vez mais força e mais graça, em Jesus Cristo. ME1 374.2

Deus com justiça condena a todo que não torne Cristo seu Salvador pessoal; mas perdoa a toda alma que a Ele se achega, com fé, e a habilita a fazer as obras de Deus e, pela fé ser um com Cristo. Desses diz Jesus: “Eu neles, e Tu em Mim, para que eles sejam perfeitos em unidade [esta unidade traz a perfeição de caráter], e para que o mundo conheça que Tu Me enviaste a Mim, e que os tens amado a eles como Me tens amado a Mim.” João 17:23. O Senhor tomou todas as providências para que o homem tenha salvação plena e livre, e seja completo nEle. Deus deseja que Seus filhos desfrutem os brilhantes raios do Sol da Justiça, para que todos possam ter a luz da verdade. Deus por preço infinito proveu salvação ao mundo — o preço do dom de Seu Filho unigênito. O apóstolo pergunta: “Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?” Romanos 8:32. Portanto, se não formos salvos, a culpa não estará com Deus, mas conosco, porque deixamos de cooperar com os agentes divinos. Nossa vontade não coincidiu com a vontade de Deus. ME1 375.1

O Redentor do mundo revestiu Sua divindade de humanidade, para que pudesse alcançar a humanidade; pois era preciso o divino e o humano para trazer ao mundo a salvação necessária ao homem caído. A divindade precisava da humanidade para que esta oferecesse um conduto de comunicação entre Deus e o homem. O homem precisa de um poder fora e acima de si, para restaurá-lo à semelhança de Deus; mas o precisar ele do auxílio divino não quer dizer que seja desnecessária a atividade humana. A fé por parte do homem é necessária; pois a fé opera por amor e purifica a alma. A fé apega-se à virtude de Cristo. O Senhor não pretende que o poder humano seja paralisado; mas, cooperando com Deus, o poder do homem pode ser eficaz para o bem. Deus não pretende que nossa vontade seja destruída; pois é por meio desse mesmo atributo que devemos realizar a obra que Ele deseja que façamos, tanto no país como no estrangeiro. Deu Ele a cada um a sua obra; e todo obreiro verdadeiro irradia luz ao mundo, porque se acha unido a Deus e a Cristo e aos anjos celestiais, na grande obra de salvar os perdidos. Pela associação divina ele se torna mais e mais esclarecido em fazer as obras de Deus. Dando largas àquilo que a graça de Deus operou em seu interior, o crente torna-se espiritualmente grande. Aquele que trabalha segundo a habilidade que lhe é confiada, tornar-se-á sábio construtor para o Mestre; pois está sob o aprendizado de Cristo, aprendendo a fazer as obras de Deus. Não fugirá a encargos de responsabilidade, pois reconhecerá que cada qual deve, na causa de Deus, ajudar até aos limites de sua capacidade, e coloca-se sob a pressão do trabalho; mas Jesus não abandona Seu servo voluntário e obediente, deixando que seja esmagado. Não é o homem que tem pesadas responsabilidades na causa de Deus que precisa de vossa piedade, pois ele é fiel e verdadeiro na cooperação com Deus; e mediante a união do esforço divino com o humano, a obra se completa. É aquele que foge das responsabilidades, não reconhecendo o privilégio para o qual é chamado, que merece piedade. ME1 375.2