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Capítulo 50 — “Vinde, buscai, e encontrareis”

É impossível, ao homem, salvar-se por si mesmo. Pode ele enganar-se com respeito a isso, mas não pode salvar-se. A justiça de Cristo, tão-somente, pode aproveitar para sua salvação, e é dom de Deus. Essas são as vestes das bodas com as quais podereis comparecer como bem-vindo hóspede na ceia das bodas do Cordeiro. Que vossa fé sem demora se apegue a Cristo, e sereis nova criatura em Jesus, sereis uma luz ao mundo. ME1 331.1

Cristo é chamado “o Senhor justiça nossa”, e pela fé deve cada qual dizer: “O Senhor justiça minha.” Quando a fé se apodera desse dom de Deus, o louvor de Deus estará em nossos lábios, e seremos habilitados a dizer aos outros: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29. Seremos então capazes de falar aos perdidos acerca do plano da salvação; que enquanto o mundo jazia sob a maldição do pecado, o Senhor apresentou condições de misericórdia ao caído e desesperançado pecador, revelando-lhe o valor e o sentido de Sua graça. Graça é favor imerecido. Os anjos, que nada conhecem de pecado, não compreendem o que seja a aplicação da graça para com eles; mas nossa pecaminosidade requer a concessão da graça por parte de um Deus misericordioso. Foi a graça que enviou nosso Salvador a buscar-nos, errantes, e restituir-nos ao redil. ME1 331.2

Tendes na alma uma sensação de necessidade? Tendes fome e sede de justiça? É isto então evidência de que Cristo operou em vosso coração, criando essa intuição de necessidade, a fim de que O buscásseis para que, mediante o outorgamento de Seu Espírito Santo, fizesse por vós as coisas que vos é impossível fazerdes vós mesmos. O Senhor não especifica condições, a não ser que tenhais fome de Sua misericórdia, desejando o Seu conselho, e aneleis o Seu amor. “Pedi!” O pedir tornará manifesto que reconheceis vossa necessidade, e se pedirdes com fé, recebereis. O Senhor empenhou Sua palavra, que não pode falhar. Sentirdes e saberdes que sois pecador é argumento bastante para pedirdes Sua misericórdia e compaixão. A condição sob a qual podeis chegar-vos a Deus, não é o serdes santos, mas que peçais a Deus que vos purifique de todo o pecado e limpe de toda iniqüidade. Então, por que esperar mais? Por que não tomar a Deus na palavra e dizer: ME1 332.1

“Eis, Senhor, a Ti me entrego,
Só isto eu posso fazer?”
ME1 332.2

Se Satanás vem para lançar sua sombra entre vós e Deus, acusando-vos de pecado, tentando-vos a desconfiar de Deus e duvidar de Sua misericórdia, dizei: Não posso permitir que minha fraqueza se interponha entre mim e Deus, pois Ele é minha força. Meus pecados, que são muitos, são postos sobre Jesus, meu divino Substituto e Sacrifício. ME1 332.3

“Nada em minhas mãos eu tenho,
À Tua cruz tão-só eu me sustenho.”
ME1 332.4

Homem algum pode, olhando para dentro de si, encontrar em seu caráter o que quer que seja que o recomende a Deus, ou lhe assegure aceitação. É unicamente por Jesus, a quem o Pai deu para que o mundo vivesse, que o pecador pode encontrar acesso a Deus. Jesus, unicamente, é nosso Redentor, nosso Advogado e Mediador; nEle reside nossa única esperança de perdão, paz e justiça. É por virtude do sangue de Cristo que a alma, ferida de pecado, pode ser restaurada à santidade. Cristo é a fragrância, o santo incenso que torna nosso pedido aceitável ao Pai. Não podeis, pois, dizer: ME1 332.5

“Tal qual estou, sem nada merecer,
Confiando no Teu sangue derramado
e em Tua ordem de me aproximar,
ó Cordeiro de Deus, eis-me a Teus pés?”
ME1 333.1

Ir a Cristo não requer muito esforço e agonia mentais; é simplesmente aceitar as condições de salvação, as quais Deus esclareceu em Sua Palavra. A bênção é livre a todos. O convite é: “Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? e o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? ouvi-Me atentamente, e comei o que é bom e a vossa alma se deleite com a gordura.” Isaías 55:1-2. ME1 333.2