Refletindo a Cristo

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O Salvador e o ladrão na cruz, 20 de Janeiro

Jesus, lembra-Te de mim quando vieres no Teu reino. Lucas 23:42. RC 26.1

A Cristo, em Sua agonia na cruz, sobreveio um raio de conforto. Foi a súplica do ladrão arrependido. Ambos os homens que estavam crucificados com Jesus, a princípio O injuriaram; e um deles, sob os sofrimentos, tornara-se cada vez mais desesperado e provocante. RC 26.2

Assim não foi, porém, com o companheiro. Este não era um criminoso endurecido; extraviara-se por más companhias, mas era menos culpado que muitos dos que ali se achavam ao pé da cruz, injuriando o Salvador. Vira e ouvira Jesus, e ficara convencido, por Seus ensinos, mas dEle fora desviado pelos sacerdotes e príncipes. Procurando abafar a convicção, imergira mais e mais fundo no pecado, até que foi preso, julgado como criminoso e condenado a morrer na cruz. No tribunal e a caminho para o Calvário, estivera em companhia de Jesus. Ouvira Pilatos declarar: “Não acho nEle crime algum.” João 19:4. Notara-Lhe o porte divino, e Seu piedoso perdão aos que O atormentavam. Na cruz, vê os muitos grandes doutores religiosos estenderem desdenhosamente a língua, e ridicularizarem o Senhor Jesus. Vê o menear das cabeças. Ouve a ultrajante linguagem repetida por seu companheiro de culpa. “Não és Tu o Cristo? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também.” Lucas 23:39. RC 26.3

Ouve, entre os transeuntes, muitos a defenderem Jesus. Ouve-os repetindo-Lhe as palavras, narrando-Lhe as obras. Volve-lhe a convicção de que Este é o Cristo. ... E agora, todo poluído pelo pecado como se acha, a história de sua vida está a findar. “E nós, na verdade, com justiça”, geme ele, “porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas Este nenhum mal fez.” Lucas 23:41. RC 26.4

Pensamentos estranhos, ternos, surgem agora. Evoca tudo quanto ouvira de Jesus, como Ele curara os doentes e perdoara os pecados. ... O Espírito Santo ilumina-lhe a mente, e pouco a pouco se liga a cadeia das provas. Em Jesus ferido, zombado e pendente da cruz, vê o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Num misto de esperança e de agonia em sua voz, a desamparada, moribunda alma atira-se sobre o agonizante Salvador. “Senhor, lembra-Te de mim, quando vieres no Teu reino.” Lucas 23:42 (VT). RC 26.5

A resposta veio pronta. Suave e melodioso o acento, cheias de amor, de compaixão e de poder as palavras: “Na verdade te digo hoje, que serás comigo no Paraíso.” Lucas 23:43. ... RC 26.6

Coração anelante, estivera atento a ver se ouvia alguma expressão de fé da parte dos discípulos. ... Quão grata foi, pois, ao Salvador a declaração de fé e amor do ladrão prestes a morrer! — O Desejado de Todas as Nações, 749-750. RC 26.7