Mensageiros da Esperança

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Capítulo 10 — Voz e dicção agradáveis

O dom da palavra — De todos os dons que Deus confiou aos homens, nenhum é mais precioso do que o dom da palavra. Santificado pelo Espírito Santo, é um poder para o bem. É com a língua que convencemos e persuadimos; com ela oferecemos orações e louvores a Deus; e com ela transmitimos ricos pensamentos do amor do Redentor. Mediante o uso correto do dom da palavra, o colportor pode semear as preciosas sementes da verdade em muitos corações. — Testemunhos Seletos 2:552. ME 74.1

Deve-se dar mais atenção ao cultivo da voz. Podemos ter conhecimentos, mas a menos que saibamos como usar a voz corretamente, nossa obra será um fracasso. Se não soubermos revestir nossas idéias com a linguagem apropriada, de que valerá nossa educação? O saber de pouco proveito nos será, a menos que cultivemos o talento da palavra; ele será, entretanto, maravilhoso poder, quando unido à capacidade de proferir palavras sábias e edificantes, e proferi-las de maneira a cativar a atenção. — Obreiros Evangélicos, 86. ME 74.2

Jovens, de ambos os sexos: Pôs Deus em seu coração o desejo de servi-Lo? Então, por todos os meios, cultivem a voz o máximo possível, de modo a tornar clara a preciosa verdade para os outros. — Obreiros Evangélicos, 89. ME 74.3

Falar clara e distintamente — Quando vocês falarem, façam com que cada palavra seja pronunciada perfeitamente, com clareza, sendo cada frase distinta, de princípio a fim. Muitos há que, ao se aproximarem do fim da frase, abaixam o tom da voz, falando tão indistintamente, que a força do pensamento fica anulada. As palavras que merecem ser proferidas, devem ser ditas em voz clara e distinta, com acento e expressão. Nunca, no entanto, procurem palavras que dêem a impressão de serem eruditos. Quanto maior for sua simplicidade, mais bem compreendidas serão suas palavras. — Obreiros Evangélicos, 88-89. ME 75.1

Qualificação indispensável — O colportor que sabe falar clara e distintamente acerca dos méritos do livro que vende, verá que isto lhe é de grande auxílio para obter a encomenda. Ele pode ter oportunidade de ler um capítulo; e pela música de sua voz e a ênfase posta nas palavras, pode fazer com que a cena apresentada fique diante do espírito do ouvinte tão claramente como se em realidade pudesse ser vista. ME 75.2

A habilidade de falar clara e distintamente, em tons cheios e eufônicos, é de muito valor em qualquer ramo de trabalho, e é indispensável naqueles que desejam tornar-se pastores, evangelistas, obreiros bíblicos ou colportores. Os que estão planejando entrar nesses ramos, devem ser ensinados a usar a voz de tal modo que, quando falam ao povo acerca da verdade, esta cause uma decidida impressão para o bem. A verdade não deve ser prejudicada por causa de uma pronúncia defeituosa. — Manual for Canvassers, 29-30. ME 75.3

Falar com simplicidade — Homens e mulheres estão vagueando nas trevas do erro. Desejam saber qual é a verdade. Vocês devem falar-lhes, não em linguagem rebuscada, mas na simplicidade dos filhos de Deus. — Manual for Canvassers, 51. ME 76.1

Palavras bem escolhidas — Pelo fato de estarem entre incrédulos, vocês não devem se descuidar de suas palavras, porque eles os estão avaliando. Estudem a instrução dada a Nadabe e Abiú, os filhos de Arão. Eles “trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara”. Levítico 10:1. Tomando fogo comum, colocaram sobre seus incensários. “Então, saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor. E disse Moisés a Arão: Isto é o que o Senhor falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se cheguem a Mim e serei glorificado diante de todo o povo.” Levítico 10:2, 3. Os colportores devem lembrar-se de que estão trabalhando com o Senhor para salvar almas e de que não devem trazer a Seu sagrado serviço nada de vulgar. Que a mente esteja repleta de pensamentos puros e santos e que as palavras sejam bem escolhidas. Não impeçam o êxito de seu trabalho, pronunciando palavras levianas e descuidadas. — Manual for Canvassers, 30. ME 76.2

Palavras cativantes, cortesia — Os que trabalham para Cristo devem ser retos e fidedignos, firmes aos princípios como uma rocha, e ao mesmo tempo, bondosos e corteses. A cortesia é uma das graças do Espírito. Lidar com o espírito humano é a maior obra já confiada ao homem, e quem deseja encontrar acesso aos corações precisa ouvir a recomendação: “Sede... misericordiosos e afáveis.” 1 Pedro 3:8. O amor fará aquilo que o argumento deixar de realizar. Mas a impaciência de um momento, uma só resposta áspera, a falta de polidez cristã em um assunto de menor importância, pode dar em resultado a perda de amigos, bem como de influência. ME 77.1

O que Cristo era na Terra, o obreiro cristão deve se esforçar por ser. Ele é nosso exemplo, não somente em Sua imaculada pureza, como na paciência, delicadeza e disposição cativante. Sua vida é uma ilustração da verdadeira cortesia. Tinha sempre um olhar bondoso e uma palavra de conforto para o necessitado e o oprimido. Sua presença criava em casa uma atmosfera mais pura, e Sua vida era como um fermento operando entre os elementos da sociedade. Puro e incontaminado, andava entre os excluídos, os rudes, os descorteses; entre injustos publicanos, ímpios samaritanos, soldados pagãos, rústicos camponeses e a multidão mista. ... ME 77.2

A religião de Cristo abranda tudo quanto há de duro e rude num temperamento, e suaviza tudo que é áspero e escabroso nas maneiras. Torna as palavras brandas, e atraente a conduta. Aprendamos de Cristo a maneira de harmonizar o elevado sentimento de pureza e integridade com a disposição feliz. O cristão bondoso, cortês, é o mais poderoso argumento que se pode apresentar em favor do cristianismo. ME 78.1

As palavras bondosas são como o orvalho e uma chuva suave para a alma. Diz a Escritura a respeito de Cristo, que nos Seus lábios se derramou a graça, para que soubesse “dizer, a seu tempo, uma boa palavra ao que está cansado”. Isaías 50:4. E o Senhor nos pede: “A vossa palavra seja sempre agradável” (Colossences 4:6), “para que dê graça aos que a ouvem.” Efésios 4:29. ME 78.2

Alguns daqueles com quem vocês entram em contato, podem ser rudes e descorteses; mas nem por isso, vocês devem mostrar menos cortesia. Aquele que deseja manter o respeito próprio, deve ter cautela para não ferir desnecessariamente o dos outros. Essa regra deve ser sagradamente observada para com o mais rude, o mais leviano. — Obreiros Evangélicos, 121-122. ME 78.3

A voz do Salvador — A voz do Salvador era qual música aos ouvidos dos que se achavam habituados à pregação monótona e sem vida dos escribas e fariseus. Ele falava devagar e de modo impressivo, acentuando as palavras a que desejava que os ouvintes dessem especial atenção. ... De grande valor é o poder da linguagem, e a voz deve ser cultivada para benefício daqueles com quem nos pomos em contato. — Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 240. ME 79.1

Suas palavras atraíam os corações — Devemos falar de Cristo aos que não O conhecem. Devemos fazer o que Cristo fez. Onde quer que estivesse, na sinagoga, à beira do caminho, no barco um pouco afastado da margem, no banquete do fariseu ou à mesa do publicano, falava aos homens das coisas pertinentes à vida mais elevada. As coisas da natureza, os acontecimentos da vida diária, eram por Ele relacionados com as palavras da verdade. O coração dos ouvintes era atraído para Ele, porque lhes curara as enfermidades, confortara os aflitos, e tomara nos braços seus filhinhos e os abençoara. Quando abria os lábios para falar, a atenção deles se voltava para Ele, e toda palavra era para alguém um cheiro de vida para vida. ME 79.2

Assim deve ser conosco. Onde quer que estejamos, devemos estar atentos às oportunidades de falar do Salvador a outros. Se seguirmos o exemplo de Cristo em fazer o bem, os corações estarão abertos a nós como estiveram a Ele. Não precipitadamente, mas com o tato oriundo do amor divino poderemos falar-lhes dAquele que é “o mais distinguido entre dez mil”, e é “totalmente desejável”. Cantares 5:10-16. Essa é a mais elevada obra em que podemos empregar o talento da linguagem. Foi-nos dado para que pudéssemos apresentar a Cristo como Salvador que perdoa os pecados. — Parábolas de Jesus, 338-339. ME 79.3