Testemunhos Sobre Conduta Sexual, Adultério e Divórcio

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Capítulo 3 — Individualidade

Individualidade da esposa — A mulher que se submeter a ser sempre dirigida, mesmo nos menores assuntos da vida doméstica, que abrir mão da própria identidade, jamais será de grande utilidade ou bênção para o mundo, e não corresponderá ao propósito que Deus tem para a sua existência. Sendo meramente uma máquina, é dirigida pela vontade e mente de outra pessoa. Deus deu a cada um, homem e mulher, uma identidade, uma individualidade, pois precisam agir por si mesmos no temor de Deus. — Carta 25, 1885. TCS 25.2

Esposo e esposa — identidades separadas — Foi-me mostrado que, embora duas pessoas se casem, façam um ao outro os mais solenes votos à vista dos Céus e dos santos anjos, e se tornem uma só carne, ainda assim cada um possui identidade separada, que o concerto matrimonial não pode destruir. Embora unidos um ao outro, cada um possui uma influência a exercer no mundo, e nenhum deveria absorver-se tão egoistamente com o outro, a ponto de fechar-se para a sociedade e sepultar sua utilidade e influência. — Carta 9, 1864. TCS 25.3

Esposa passiva — Julgue a mulher que é prerrogativa do marido ter inteiro domínio sobre seu corpo, e moldar-lhe o espírito de modo a ajustar-se ao dele em todos os sentidos, para seguir a mesma direção que o seu, e renuncia a sua individualidade; ela perde a identidade, imergindo na do marido. É uma simples máquina para ele dirigir a sua vontade, uma criatura do seu prazer. Ele pensa por ela, decide por ela, por ela age. Ela desonra a Deus em ocupar essa posição passiva. Cabe-lhe diante de Deus uma responsabilidade que é seu dever conservar. TCS 25.4

Quando a mulher sujeita o corpo e a mente ao domínio do marido, sendo passiva diante da vontade dele em tudo, sacrificando sua consciência, dignidade e mesmo personalidade, perde a oportunidade de exercer aquela poderosa influência que deveria possuir para o bem, a fim de elevar o marido. — Testemunhos para a Igreja 2:476. TCS 26.1

Amor a Cristo, amor um pelo outro — Nem o marido nem a esposa devem imergir sua individualidade na do outro. Cada qual tem uma relação pessoal para com Deus; e a Ele cada um deve perguntar: “O que é certo?” “O que é errado?” “Como posso cumprir melhor o propósito para minha vida?” Que a abundância de seu afeto flua para Aquele que deu a vida por vocês. Façam com que Cristo seja o primeiro, o último e o melhor em todas as coisas. Ao aprofundar-se e fortalecer-se o amor de vocês por Ele, o amor de um para com o outro será purificado e fortalecido. TCS 26.2

O espírito manifestado por Cristo em relação a nós é o espírito que marido e esposa devem manifestar um para com o outro. “Como também Cristo vos amou”, “andai em amor.” “Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas a seus maridos. Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a Si mesmo Se entregou por ela.” Efésios 5:2, 24, 25. TCS 26.3

Nenhum controle arbitrário — Nem o marido nem a esposa devem tentar exercer controle arbitrário um sobre o outro. Não tentem impor um ao outro os seus desejos. Não é possível fazer isso e ao mesmo tempo reter o amor mútuo. Sejam bondosos, pacientes, longânimos, corteses e cheios de consideração mútua. Pela graça de Deus vocês podem ter êxito em tornar feliz um ao outro, como prometeram no voto matrimonial. — A Ciência do Bom Viver, 361. TCS 26.4

Foi-me então mostrada sua nora. Ela é amada de Deus, mas mantém-se em servil cativeiro, tremendo, temendo, desalentada, duvidando e muito nervosa. Esta irmã não deve sentir que precisa render sua vontade a um jovem sem Deus, com menos idade do que ela. Ela deve lembrar que seu casamento não destrói sua individualidade. Deus tem sobre ela direitos mais altos que quaisquer direitos terrenos. Cristo comprou-a com o Seu sangue. Ela não pertence a si mesma. Ela deixa de pôr sua inteira confiança em Deus e aceita render suas convicções, sua consciência, a um homem opressor, tirânico, animado por Satanás sempre que sua satânica majestade possa atuar com eficácia por seu intermédio para intimidar este coração esquivo e tremente. Tantas vezes tem ela sido posta em agitação que seu sistema nervoso está destroçado e ela não é mais que uma ruína. TCS 27.1

É a vontade do Senhor que esta irmã esteja neste estado e Deus fique na falta de seu serviço? Não. Seu casamento foi uma armadilha do diabo. Contudo, ela deve agora fazer o melhor que lhe for possível, tratar o marido com ternura e fazê-lo tão feliz quanto puder, sem violar sua consciência; pois se ele persistir em sua rebelião, este mundo é o único céu que terá. Mas ficar sem o privilégio de reuniões, para satisfazer a um marido opressor, possuído do espírito do dragão, não está de acordo com a vontade de Deus. Ele deseja que o tremente coração corra-Lhe ao encontro. Ser-lhe-á por cobertura, “como uma sombra de grande rocha em terra sedenta”. Isaías 32:2. Somente tenha fé, confie em Deus e Ele a fortalecerá e abençoará. Todos os três filhos dela são suscetíveis às influências da verdade e do Espírito de Deus. Fossem eles postos em situação favorável, como sucede com muitos filhos de observadores do sábado, e seriam convertidos e alistados no exército do Senhor. — Testemunhos para a Igreja 2:99, 100. TCS 27.2

A cabeça do lar — Mary, ... desejo, com toda bondade de irmã e de mãe, amigavelmente advertir você sobre outro assunto: Tenho notado muitas vezes a maneira como você fala com John diante de outras pessoas, de um modo um tanto dominador e em um tom de voz que soa impaciente. Mary, os outros percebem isso e têm comentado comigo. Isto prejudica sua influência. TCS 28.1

Nós, mulheres, devemos relembrar que Deus nos colocou em sujeição a nossos maridos. Ele é a cabeça, e nossos critérios, pontos de vista e raciocínio devem, se possível, estar de acordo com os dele. Se não, a Palavra de Deus dá preferência ao marido, em não se tratando de assuntos de consciência. Devemos submeter-nos à cabeça. — Carta 5, 1861. TCS 28.2

Um esposo dominador — Tenho umas poucas palavras a dizer com respeito a seu casamento, não por revelação, antes por permissão. Sim, sinto-me compelida pelo Espírito do Senhor a dizer-lhe que tenho tido menor confiança na integridade de seu casamento do que possuía anteriormente. Meu coração tem sofrido grande peso. Eu sabia que você não estava qualificado para ser um esposo adequado para a irmã Drake. Se você houvesse permitido que ela trouxesse seu caso diante de nós, tê-la-íamos aconselhado de acordo com a luz que Deus nos concedeu no tocante ao assunto. Você sabia disso, por isso não desejava que fôssemos consultados. Irmão R, creio que seus motivos neste casamento foram puramente egoístas. Não creio que você houvesse tido um único pensamento em favor do bem da irmã Drake ou para a glória de Deus. Você se impôs a ela sem consultar aqueles que o conheciam melhor. Você se apressou neste assunto com aquele seu espírito impetuoso que sempre o caracterizou. TCS 28.3

Mordomia de recursos — A sua conduta, que desde o casamento tem sido a de assumir o controle e a posse dos recursos daquela que você tornou sua esposa, mostra que os seus motivos não são corretos. Todas essas coisas depõem contra você e revelam o espírito egoísta e ditatorial, ao qual Deus não deseja que ela se submeta. O fato de haver-se casado, não anula a mordomia dela. Tampouco lhe destrói a identidade. A individualidade dela precisa ser preservada para que possa glorificar a Deus através do corpo e espírito, os quais Lhe pertencem. Ela não deve submergir a individualidade na sua. Ela tem deveres para com Deus, em relação aos quais você não tem o direito de interferir. Deus tem reclamos sobre ela, os quais não podem ser cumpridos por você. Foi sob a providência de Deus que ela se tornou despenseira dEle, e deve recusar-se a submeter isso a você ou a quem quer que seja. TCS 29.1

Você não possui sabedoria melhor e mais perfeita do que ela, que devesse levá-la a entregar-lhe a administração de seus bens. Ela desenvolveu um caráter muito melhor do que o seu, e possui mente mais equilibrada do que a sua. Nas mãos dela os recursos serão administrados de modo mais sábio e criterioso, e daí resultará maior glória para Deus, do que se você o fizesse. Você é um homem de extremos. É movido pelo impulso, e durante a maior parte do tempo está diretamente sob o controle de anjos maus, em vez dos anjos de Deus. — Carta 4, 1870. TCS 29.2

Motivos impróprios — Não necessito dizer-lhe quanto lamento o seu casamento. Você não é o tipo de homem capaz de tornar feliz a esposa. Você ama exageradamente a si mesmo, e isto o impede de ser bondoso, atencioso, paciente, afetuoso e compreensivo. Com quanta ternura deveria você estar agora tratando a mulher com quem casou! Quão cuidadosamente deveria procurar fazê-la não lamentar o fato de haver unido a você o seu destino! Deus está observando sua conduta neste aspecto, e você não terá desculpas pela escolha feita. Deus lê os motivos. Agora você tem a oportunidade de revelar seu verdadeiro eu, de demonstrar se agiu motivado por genuíno amor ou apenas por profundo e egoísta interesse quando casou. Não tenho dúvidas de que você casou pensando que teria a posse das propriedades dela, podendo manejá-las como bem lhe parecesse. TCS 29.3

Importância do amor e da ternura — Você não tem o direito de ditar a sua esposa o que ela deve fazer, como o faria com uma criança. Você não desenvolveu uma valiosa reputação, como homem de bem, que requereria respeito. Considerando seus fracassos no passado, o que você necessita é assumir uma posição de humildade, despindo-se desta dignidade que não fez por merecer. Você é um homem demasiado fraco para exigir que sua esposa se lhe submeta sem apelação. Você tem um trabalho a empreender no sentido de governar a si mesmo. ... TCS 30.1

Jamais se coloque acima de sua esposa. Ela necessita de bondade e amor, os quais serão retribuídos a você. Se espera que ela o ame, necessita merecer esse amor manifestando amor e ternura em suas palavras e ações para com ela. Depende de você a felicidade de sua esposa. Até aqui seu modo de proceder tem dito: “Para que você seja feliz, precisa submeter sua vontade totalmente à minha; deve sujeitar-se a fazer o que me apraz.” Você tem sentido verdadeiro prazer em exercer autoridade, pois imaginou que pode proceder assim. Mas o tempo se encarregará de demonstrar que, se você prosseguir fazendo o que o seu temperamento dita, não será capaz de inspirar amor ao coração de sua esposa, antes afastará de você as afeições dela, e por fim ela recusará essa autoridade, cuja força jamais sentiu anteriormente em sua vida de casada. Seguramente você está arranjando dificuldades e encrencas para si mesmo, e por certo colherá afinal aquilo que está semeando. TCS 30.2

Responsabilidade da mãe para com seu filho — Preciso falar-lhe com toda a franqueza. O caso assim o exige. Como seu casamento com a irmã Drake está ajudando a melhorar a situação dela? De modo algum; ao contrário, você tem tornado a vida dela uma amargura quase insuportável. Achei que as coisas ocorreriam assim tão logo fui informada do casamento de vocês. Ela imaginava que teria alguém para ajudá-la a cuidar de seu filho, mas você tratou de afastá-la do garoto, requerendo que ela desviasse sua afeição e cuidado maternal para você, que tem apenas o vínculo do casamento para exigir isso. Você nada fez para merecer tão grande sacrifício. Não seguiu uma conduta que conquistasse a confiança dela. Mesmo assim tem a coragem de exigir este enorme sacrifício, o de separar a mãe de seu filho. Você pode afirmar que compreende o caso, mas nós afirmamos que você quase nada sabe sobre ele. Em vez de reconhecer que seria seu dever demonstrar paciência e afeição, administrando criteriosamente o caso do filho dela, você tem assumido atitudes que só um tirano insensível e desalmado assumiria. TCS 30.3

Meu conselho a esta mãe seria que andasse no temor de Deus e não permitisse que alguém, relativamente estranho, entre no caso, reclamando o título de esposo e separando o filho de suas afeições e cuidados. Deus não liberou essa mãe de suas responsabilidades por haver se casado. Você não possui verdadeiro amor. Não está familiarizado com o legítimo artigo. Se estivesse, não haveria assumido o atual procedimento. — Carta 4, 1870. TCS 31.1