Testemunhos Sobre Conduta Sexual, Adultério e Divórcio

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Capítulo 25 — Uma colportora

Conselho a uma colportora — Recebi de você duas cartas, e desejo aliviar a sua mente se eu for capaz. Sua posição foi de grande destaque e Deus me concedeu uma decisiva mensagem para você. A julgar pelos fatos a mim apresentados, não considero seu caso como sendo sem esperança; entretanto, sua percepção quanto ao que é correto ou errado era tão baixa, que se tornou inteiramente inseguro para você estar viajando, colportando, dando estudos bíblicos e expondo-se a tentações. Você é uma pessoa incapaz de distinguir na Palavra de Deus o que é pecado, ao entregar seu corpo a fim de ser poluído por um homem, seja o que for que ele professe, e depois julgar que está perdoada. Este assunto me foi apresentado como sendo um pecado hediondo à vista de Deus, e no entanto seus sentidos se encontravam tão obscurecidos e desmoralizados, que você prosseguiu vendendo nossos livros religiosos e dando estudos bíblicos, enquanto praticava fornicação. TCS 163.1

Reprovação divina — A lei de Deus proclamada no Sinai declara: “Não adulterarás.” Êxodo 20:14. Ainda assim você, que transgride a lei de modo tão marcante, ensina a Bíblia a outros. Deus não aceitou os seus esforços. Você pergunta se o Senhor me deu aquela carta para eu entregá-la a você. Afirmo-lhe que sim. O Deus de Israel não será servido com os seus pecados. Tal mensagem foi dada por Deus. Houvesse você tido, desde que recebeu a mensagem, uma nova percepção daquilo que constitui pecado, houvesse você se convertido genuinamente, tornando-se filha de Deus em lugar de ser transgressora de Sua lei, ninguém se teria sentido mais contente do que eu. Não me seria possível apresentar-lhe o seu pecado em linguagem excessivamente forte. TCS 163.2

Tão baixa percepção de pecado — Foram apresentadas diante de mim diversas pessoas, de diferentes Estados, empenhadas na obra de colportagem, que não estão aptas a manterem qualquer tipo de relação com a obra de Deus. Elas O desonrariam e trariam vergonha à verdade. Fariam pouco caso do pecado. Estão desonrando o próprio corpo. Dentre todo esse grupo de pessoas, entretanto, nenhuma apresentava tão pequena noção do que seja o pecado quanto você. Quem quer que seguisse a conduta que você seguiu, e aparentemente sem dar-se conta do crime e degradação implicados na mesma, estaria em situação terrível. Você não possuía percepção do agravante caráter do pecado. TCS 164.1

A paciência divina para com os pecadores — Foi dada a Jonas a mensagem de que em quarenta dias Nínive seria destruída. A ímpia cidade arrependeu-se e Deus a poupou, pois reis e nobres se humilharam grandemente diante de Deus, e o Senhor deu a Nínive oportunidade de se arrepender. Se o Senhor, em Sua grande misericórdia, tratar o seu caso de maneira semelhante, oh, como serei agradecida! Se Ele permitir a você tempo de graça a fim de que manifeste o arrependimento do qual não é necessário arrepender-se, porque você percebe e sente a real natureza do pecado, aborrecendo a si mesma em virtude de seu pecado e apresentando semelhante grau de aborrecimento pelo pecado em si, o Senhor é gracioso, cheio de piedosa misericórdia e amorável bondade. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” 1 João 1:9. TCS 164.2

Acredito que você confessou o seu pecado, e que Deus lhe perdoará, conforme prometeu. A única preocupação que tenho em mente é que aquela falta de percepção quanto ao que constitui pecado, ao prostituir seu corpo oferecendo-o a um adúltero, libertino, enquanto você se achava vinculada à obra de Deus, dando estudos bíblicos, como se o Senhor pudesse ser servido de seus pecados enquanto você se empenhava em Sua obra e voluntariamente buscava os braços do adúltero [ainda representa uma fraqueza para você]. TCS 164.3

Misericórdia divina para com a cidade de Nínive — Comuniquei-lhe o assunto tal qual me foi apresentado, e digo-lhe que Deus aborrece todas essas coisas. Se as sensibilidades morais são estimuladas, são-no pelo poder convertedor de Deus. Se você tiver o caráter transformado, o Senhor tudo saberá. E se através do arrependimento você for erguida a um padrão elevado e santo, não posso afirmar que o Senhor não considerará o seu caso sob a mesma luz como considerou Nínive. TCS 165.1

Disse o rei de Nínive: “Sejam cobertos de pano de saco, tanto os homens como os animais, e clamarão fortemente a Deus; e se converterão, cada um do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos. Quem sabe Se voltará Deus, e Se arrependerá, e Se apartará do furor da Sua ira, de sorte que não pereçamos? Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e Deus Se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez.” Jonas 3:8-10. Leia cuidadosamente o texto, e se o Senhor lhe confiar a Sua obra, não terei qualquer palavra de objeção. Isso é tudo quanto posso dizer. TCS 165.2

Por favor, leve o seu caso ao Senhor, e se você se mantiver em comunhão com Ele, certamente ouvirá as suas orações e conduzirá o seu discernimento. Meu coração sente piedade de você. Na primeira vez, o pecado foi cometido sem muito tempo para reflexão; os demais pecados foram cometidos depois de haver tempo para reflexão, depois de haver tempo para considerar o assunto à luz da Palavra de Deus, à vista do sétimo mandamento. TCS 165.3

Que você tenha submetido voluntariamente o seu corpo ao homem que a levou a desviar-se, e você se envolveu em buscar orientar outras mentes no tocante aos mandamentos, representa uma decidida demonstração de depravação, e revela um caráter a mim apresentado como indigno de confiança; e você foi incapaz de discernir por que não poderia prosseguir com a obra tal como antes o fizera. TCS 165.4

A confissão pública nem sempre é o melhor — Deixo, porém, o assunto onde este se encontra. Poderia dizer-lhe que procure pessoas dignas de confiança na Associação (não homens, mas mulheres), e fale com elas; entretanto, inclino-me a crer que se você o fizer, estaria dando publicidade a tais coisas, levando todas as pessoas a se afastarem de você; elas não estimulariam e nem aceitariam você em qualquer ramo da obra, no momento em que compreendessem as coisas tais quais são. Tenho agora de deixar este assunto entre você e Deus, e, por bondade, não mais me perturbe com ele. Não estou disposta a expor você, antes quero deixá-la a desenvolver o caráter. Tenho piedade de você e espero que aja de modo discreto, e venha a tornar-se aquilo que Deus quer que você seja. — Carta 95, 1893. TCS 166.1