Testemunhos Sobre Conduta Sexual, Adultério e Divórcio

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Capítulo 40 — Declaração de Ellen e Tiago White*

Possibilidade de restauração — No caso da magoada irmã A. G., devemos dizer, em resposta às perguntas de J. H. W., que esta é uma característica da maioria das pessoas apanhadas pelo pecado, como o foi seu esposo, o fato de não possuírem uma verdadeira percepção de sua vilania. Alguns, entretanto, o têm, e são restaurados à comunhão da igreja, mas não antes de reconquistarem a confiança do povo de Deus através de irrestrita confissão e um período de sincero arrependimento. Este caso apresenta dificuldades que alguns outros não apresentam, e desejamos acrescentar apenas o seguinte: TCS 250.1

1. Em casos de violação do sétimo mandamento em que a parte culpada não manifesta verdadeiro arrependimento, se a parte ofendida pode obter o divórcio sem piorar a própria condição e a dos filhos — se os tiver, caso pior ainda — deve sentir-se livre para divorciar-se. TCS 250.2

2. Se tais pessoas correrem o risco de colocar a si mesmas e aos filhos sob condição pior através do divórcio, não conhecemos qualquer texto escriturístico que torne a pessoa inocente culpada se permanecer com o cônjuge. TCS 251.1

3. Tempo, trabalho, oração, paciência, fé e uma vida piedosa poderão efetuar uma reforma. Viver com alguém que quebrou os votos matrimoniais e está totalmente envolvido pela desgraça e vergonha de um amor culposo, não se dando conta disso, é um câncer que corrói a alma; ainda assim, o divórcio é uma chaga que parte o coração por toda a vida. Deus tenha misericórdia da parte inocente. O casamento deve ser considerado bem antes de ser contraído. TCS 251.2

4. Por que, sim, por que deverão homens e mulheres, os quais podem ser respeitáveis e bons, e finalmente alcançar o Céu, vender-se de modo tão barato ao diabo, ferir seus mais íntimos amigos, desgraçar suas famílias, acarretar vergonha à causa [de Deus] e finalmente serem destinados ao inferno? Que Deus tenha misericórdia! Por que não haverão aqueles, apanhados em crime, de manifestar arrependimento proporcional à enormidade de seus pecados, e de refugiar-se em Cristo buscando misericórdia, procurando curar, tanto quanto possível, as mágoas que ocasionaram? TCS 251.3

5. Mas, se não procederem como devem, e se a parte inocente abrir mão do direito legal de divorciar-se, permanecendo em companhia da parte culpada depois de conhecido o fato, não vemos qualquer pecado da parte do cônjuge inocente em permanecer, e seu direito moral de partir parece questionável se a sua saúde e vida não estiverem sob séria ameaça ao fazer assim. TCS 251.4

6. Como nos dias de Noé, um dos sinais desta época é a paixão por casamentos insensatos e apressados. Satanás se acha envolvido nisso. Se Paulo foi capaz de permanecer solteiro e recomendou o mesmo a outros, de modo que ele e os demais pudessem pertencer inteiramente ao Senhor, por que não fazem o mesmo aqueles que poderiam ser totalmente dEle, e desejam certificar-se de evitar cuidados, provas e amarga angústia, tão freqüentemente experimentados pelos que escolhem o casamento? Além disso, se ele decidiu assim permanecer, e pôde recomendá-lo a outros, há cerca de dezoito séculos, não seria algo digno de nota o permanecer na condição do apóstolo, por parte daqueles que estão aguardando a volta do Filho do homem, a menos que houvesse inquestionáveis evidências de que estariam a melhorar sua condição e tornando mais garantido o Céu ao se casarem? Quando tantas coisas estão em jogo, por que não estar do lado certo o tempo todo? — The Review and Herald, 24 de Março de 1868. TCS 251.5