O Outro Poder

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Capítulo 23 — A remuneração do autor

O capital dos trabalhadores intelectuais — Trabalhadores intelectuais possuem um capital concedido por Deus. O resultado de seu estudo pertence a Deus e não ao homem. Se o obreiro dedicar fielmente a seu empregador o tempo pelo qual é pago, então este não possui posteriores reclamos sobre ele. E se por diligente e estrita economia de tempo ele conseguir preparar outra matéria útil à publicação, é seu direito usá-la da melhor maneira que achar para servir à causa de Deus. Se ele abrir mão de tudo, menos de um pequeno direito autoral, já prestou um bom serviço para aqueles que serão beneficiados com o livro e não lhe deveria ser pedido fazer mais ainda. — Testemunhos para a Igreja 5:563 (1889). OP 107.1

Direito autoral — Deus deseja Se relacionar diretamente com as pessoas. Em Suas ligações com os seres humanos, Ele reconhece o princípio da responsabilidade pessoal. Procura encorajar um senso de dependência pessoal e destacar a necessidade de orientação pessoal. Seus dons são outorgados aos homens como indivíduos. Cada homem é um mordomo da confiança sagrada; usando-a de acordo com a direção do Doador; e prestando contas individualmente de sua mordomia a Deus. [...] OP 107.2

Em nosso relacionamento de uns com os outros, Deus espera que cuidadosamente conservemos o princípio da responsabilidade pessoal conjugada com a dependência dEle. Esse é um princípio que deve ser observado especialmente pelas nossas casas publicadoras ao negociar com os autores. OP 107.3

A insistência de alguns é no sentido de que os autores não tenham remuneração ou direito autoral de seus próprios trabalhos; que eles devem doar esses direitos para a casa publicadora ou a Associação; e que, além da despesa envolvida na produção do manuscrito, não devem participar dos lucros; devem deixar para que a Associação ou a casa publicadora seja proprietária e, ao seu julgamento direto, sejam usados para várias necessidades da obra. Com isso, a remuneração do autor pela sua obra seria totalmente transferida dele para outros. OP 107.4

Responsabilidade para com Deus — Mas não é assim que Deus considera o assunto. A habilidade para escrever um livro é, como qualquer outro talento, um dom dEle, para o aperfeiçoamento do qual o possuidor é responsável diante de Deus; e ele deve investir o retorno sob Sua direção. Conservemos em mente que isso não é nossa propriedade particular confiada a nós para investimento. Se fosse, poderíamos dela dispor com poder arbitrário, poderíamos transferir nossa responsabilidade para os outros, e deixar nossa mordomia com eles. Entretanto, não pode acontecer assim, porque o Senhor nos fez individualmente Seus mordomos. Somos, portanto, responsáveis por investir esses meios por nós mesmos. Nosso coração deve ser santificado; nossas mãos devem ter alguma coisa para distribuir, quando há necessidade, tudo isso a partir do que Deus nos confiou. OP 108.1

Se fosse correto e razoável a Associação ou a casa publicadora assumir o controle do que um irmão recebe por suas casas ou terras também ela poderia se apropriar daquilo que resulta do trabalho de seu cérebro. OP 108.2

Produções feitas no tempo vago do escritor — Não há justiça na alegação de que o obreiro na casa publicadora recebe salário pelo seu trabalho, então as forças de seu corpo, da sua mente e alma, tudo pertence à instituição, e que tem direito sobre todos os resultados de seus escritos. Fora do período de trabalho na instituição, o tempo do obreiro está sob seu controle, para usá-lo como quiser, desde que isso não entre em conflito com os seus deveres para com a instituição. Pelo que produzir nessas horas, ele é responsável diante da sua consciência e diante de Deus. OP 108.3

Não há nada mais desonroso que possa ser apresentado a Deus do que um homem subjugar debaixo de seu absoluto controle os talentos de outro homem. O mal não é diminuído pelo fato de os lucros da transação serem destinados à causa de Deus. Nessa situação, o homem que permite que sua mente seja governada pela mente de outro está se separando de Deus e se expondo à tentação. Ao transferir a responsabilidade de sua mordomia para outra pessoa, de depender de sua sabedoria, ele está colocando o homem no lugar de Deus. Aqueles que estão pensando em transferir essa responsabilidade estão cegos em relação aos resultados de sua decisão; mas Deus deixou isso bem claro diante de nós. Ele disse: “Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne mortal o seu braço”. Jeremias 17:5. OP 108.4

Uma parte justa dos lucros — Que os autores não sejam constrangidos a abrir mão nem a vender seus direitos sobre os livros que escreveram. Que eles recebam a parte que lhes compete dos lucros de sua obra; e tenham a liberdade para considerar seus recursos como um depósito de Deus para ser administrado de acordo com a sabedoria que Ele comunica. — Testemunhos para a Igreja 7:176-178 (1902). OP 108.5

Uma quantia justa para os autores — As editoras devem receber a sua parte do lucro dos livros publicados. Isso deve ser proporcional ao trabalho que tiveram para divulgar, etc. Mas os publicadores devem ter cuidado em não alegar que eles são os que tiveram a maior quantidade de trabalho ao preparar esses livros para o mercado. Permitam que os autores recebam uma quantia justa por seu trabalho, uma vez que eles não devem vender os direitos autorais para nenhuma instituição. Isso não será uma bênção para a instituição. — Special Instruction Regarding Royalties, 13 (1899). OP 109.1

Diferenciar os livros — Recebi a sua declaração em relação aos direitos autorais de livros. [...] OP 109.2

Há, e sempre haverá, uma quantidade de livros publicados, se for concedida uma volumosa remuneração para os autores. Os pequenos livros de história não representam um penoso trabalho para os autores, nem são esses livros de necessidade vital para o mundo. Uma diferença deve ser feita entre os livros escritos. Não podem ser classificados da mesma forma. — Special Instruction Regarding Royalties, 3, 4. OP 109.3

Usar o talento de escrever para abençoar a causa — Que os homens e mulheres que carregam o fardo de produzir livros trabalhem para abençoar a causa de Deus através da escrita. Que trabalhem, e se tiverem algum rendimento com seu trabalho, que usem esse rendimento para cumprir a sua parte em erguer o estandarte da verdade onde Deus os guiar. Que busquem o conselho de Deus. Que creiam na promessa de Cristo de que Ele enviará o Consolador para ensiná-los em todas as coisas e trazer todas as coisas à memória. — Special Instruction Regarding Royalties, 18 (1899). OP 109.4