O Outro Poder

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Capítulo 12 — Conselhos aos editores

“Eu te constituí por atalaia” — Solene é a responsabilidade que repousa sobre nossas casas publicadoras. Os que administram essas instituições, os que dirigem os periódicos e preparam os livros, achando-se, como se acham, à luz dos propósitos divinos e chamados para dar a advertência ao mundo, são tidos por Deus como responsáveis pela salvação de seus semelhantes. A eles, bem como aos ministros da Palavra, aplica-se a mensagem dada por Deus ao Seu profeta da antiguidade: “A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da Minha boca, e lha anunciarás da Minha parte. Se Eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para desviar o ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua impiedade, mas o seu sangue Eu o demandarei da tua mão”. Ezequiel 33:7, 8. — Testemunhos para a Igreja 7:140 (1902). OP 59.1

As coisas sagradas e as comuns — A causa do Senhor precisa ser distinguida das atividades comuns da vida. Diz Ele: “Voltarei contra a Minha mão, e purificarei inteiramente as tuas escórias; e tirar-te-ei toda a impureza. E te restituirei os teus juízes, como eram dantes; e os teus conselheiros, como antigamente; e então te chamarão cidade de justiça, cidade fiel. Sião será remida com juízo, e os que voltam para ela com justiça”. Isaías 1:25-27. Essas palavras estão repletas de importância. Contêm uma lição para todos quantos ocupam a função de editor. OP 59.2

As palavras de Moisés possuem significação profunda. “Os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e puseram incenso sobre ele, e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara. Então saiu fogo de diante do Senhor, e os consumiu; e morreram perante o Senhor. E disse Moisés a Arão: Isto é o que o Senhor falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se cheguem a Mim, e serei glorificado diante de todo o povo”. Levítico 10:1-3. Contém isso uma lição para todos quantos manuseiam o material que sai das nossas instituições publicadoras. Coisas sagradas não devem ser misturadas com as comuns. As revistas que têm tão vasta circulação devem conter instruções mais preciosas do que as que aparecem nas publicações comuns da época. “Que tem a palha com o trigo?” Jeremias 23:28. Queremos o trigo puro, perfeitamente joeirado. OP 59.3

“Assim o Senhor me disse com uma forte mão, e me ensinou que não andasse pelo caminho deste povo, dizendo: Não chameis conjuração, a tudo quanto este povo chama conjuração; e não temais o seu temor, nem tão pouco vos assombreis. Ao Senhor dos Exércitos, a Ele santificai; e seja Ele o vosso temor e seja Ele o vosso assombro. [...] Liga o testemunho, sela a lei entre os Meus discípulos. [...] À Lei e ao Testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva”. Isaías 8:11-20. OP 60.1

Chamo a atenção de todos os nossos obreiros para o sexto capítulo de Isaías. Leiam a experiência do profeta de Deus, ao ver “o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e o Seu séquito enchia o templo. [...] Então disse eu: Ai de mim, que vou perecendo porque eu sou um homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! Mas um dos serafins voou para mim trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz. E com ela tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e purificado o teu pecado. Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim”. Isaías 6:1-8. OP 60.2

Essa é a experiência de que necessitam todos quantos trabalham em todas as nossas instituições. Existe o perigo de deixarem de manter ligação vital com Deus, de não serem santificados pela verdade. Perdem, assim, o senso do poder da verdade, perdem a capacidade de discernimento entre o sagrado e o profano. OP 60.3

O sustento a seu tempo — Meus irmãos que ocupam cargos de responsabilidade, que o Senhor não somente lhes unja os olhos para que vejam, mas verta em seu coração o santo óleo que, dos dois galhos de oliveira, flui pelos canos de ouro para o vaso de ouro que alimenta as lâmpadas do santuário. Possa Ele dar-lhes “em Seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da Sua vocação, [...] e qual a sobreexcelente grandeza do Seu poder sobre nós, os que cremos”. Efésios 1:17-19. OP 60.4

Como o mordomo fiel, deem alimento adequado aos que pertencem à família de Deus. Apresentem ao povo a verdade. Trabalhem como se estivessem sendo observados por todo o universo celestial. Não temos tempo para perder — nem um momento sequer. Acontecimentos importantes logo serão presenciados, e teremos de estar escondidos na fenda da rocha, para vermos Jesus e sermos vivificados pelo Seu Espírito Santo. — Testemunhos para a Igreja 7:152-154 (1902). OP 60.5

Perigos do estudo especulativo — A luz da verdade, que Deus designa que seja levada ao povo do mundo neste tempo, não é aquela que os homens letrados do mundo procuram comunicar, pois esses homens, em suas pesquisas muitas vezes chegam a conclusões erradas, e em seu estudo de muitos autores, tornam-se entusiasmados com teorias que são de origem satânica. Satanás, trajando as vestes de um anjo de luz, apresenta ao estudo da mente humana assuntos que parecem muito interessantes e são repletos de mistério científico. No estudo desses assuntos, os homens são levados a aceitar conclusões errôneas e a unir-se a espíritos sedutores na obra de propor novas teorias que afastam da verdade. OP 61.1

Existe o perigo de que os falsos sentimentos expressos nos livros que eles têm estado a ler sejam por vezes entretecidos por nossos missionários, professores e editores com os seus argumentos, sermões e publicações, sob a crença de que são os mesmos princípios ensinados pelo Espírito da verdade. O livro Living Temple [O Templo Vivo] é uma ilustração desse tipo de trabalho, cujo autor declarou em apoio ao mesmo, que seus ensinos eram os mesmos encontrados nos escritos da Sra. White. Repetidamente seremos chamados a enfrentar a influência de homens que estão estudando ciências de origem satânica, por meio das quais Satanás está atuando a fim de negar o caráter pessoal de Deus e Cristo. — Testemunhos para a Igreja 9:67, 68 (1909). OP 61.2

Aos editores dos nossos periódicos — Fui advertida de que, quanto menos nossos ministros tratarem do assunto do panteísmo, tanto menos ajudarão Satanás a apresentar suas teorias ao povo. Que a mensagem para este tempo seja sustentada diante deles. Nunca, jamais devemos repetir conceitos espiritualistas, estranhas e desencaminhadoras teorias, que por anos têm estado em moda. OP 61.3

O Senhor tem uma mensagem para nossos ministros levarem, mas Ele não os chama para falar de assuntos sobre os quais se tem demorado a mente de alguns. Aqueles que assim agem, lançam as sementes que germinarão e se desenvolverão para produzir fruto. Dessa forma as pessoas são educadas para captar os pensamentos de Satanás e dar-lhes publicidade. OP 61.4

Que a repetição das falsidades de Satanás seja mantida fora de nossas revistas. O que necessitamos em nossas revistas é a mensagem do Evangelho, que salvará almas. “Tu, anunciador de boas-novas a Jerusalém, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus”. Isaías 40:9. OP 61.5

Mantenhamos os olhos fixos no Senhor Jesus Cristo, e contemplando-O seremos transformados à Sua semelhança. Não falemos dessas teorias espiritualistas. Não tenham elas lugar em nossa mente. Que nossas revistas rejeitem tudo desse gênero. Publiquemos a verdade; não publiquemos o erro. Não tentemos explanar a respeito da personalidade de Deus. Não podemos dar alguma outra explicação além daquela que a Bíblia apresenta. Nada valem as teorias humanas a respeito dEle. Não corrompamos nossa mente estudando as enganosas teorias do inimigo. Trabalhemos para desviar as mentes de tudo que seja dessa espécie. Será melhor manter esses assuntos fora de nossas revistas. Sejam as doutrinas da verdade presente postas em nossas revistas, mas não demos espaço algum para a repetição de teorias errôneas. — Carta 179, 1904. OP 61.6

Sem compromisso com a doutrina do sábado — Pessoas do mundo tentarão induzir-nos a suavizar a mensagem, a suprimir um de seus mais distintos aspectos. Dirão: “Por que vocês dão tanta ênfase ao, sábado do sétimo dia em seus ensinos? Parece ser sempre uma barreira entre nós; poderíamos entrar em harmonia se não enfatizassem tanto esse ponto; mantenham a questão do sábado fora do Sentinel e daremos a ele o nosso apoio e a nossa influência”. [Referência feita aqui ao The American Sentinel (1886-1901), uma publicação semanal voltada à propagação dos princípios da liberdade religiosa. Foi substituída de 1901-1904 pela publicação mensal Sentinel of Christian Liberty.] Tem havido uma disposição de parte de nossos obreiros para adotar essa postura. OP 62.1

Sou compelida a adverti-los de que estão envolvidos nessa questão pontos de vista enganosos, uma falsa modéstia, cautela exagerada e uma disposição para negar nossa fé. Durante a noite, foram apresentadas diante de mim questões que têm transtornado minha mente. Parecia que eu estava em reuniões em que esses assuntos eram discutidos, eram apresentados documentos escritos e eram defendidas várias concessões. Irmãos, permitiremos que o mundo molde a mensagem que Deus nos confiou para pregar? Seria como se o paciente prescrevesse os remédios que deveriam ser usados para sua cura. OP 62.2

Por causa da política, trairemos o sagrado dever? Se o mundo está em erro e ilusão, quebrando a lei de Deus, não é o nosso dever mostrar-lhes seu pecado e o perigo em que se encontram? Devemos proclamar a mensagem do terceiro anjo. OP 62.3

Qual o propósito do Sentinel, senão o de ser a voz do atalaia sobre os muros de Sião, para fazer soar o sinal do perigo. Não devemos adular o mundo nem pedir-lhe perdão por ter que dizer-lhe a verdade; devemos desprezar toda dissimulação. Levantemos nossa bandeira para pelejar pela causa dos homens e dos anjos. Fique bem claro que os adventistas do sétimo dia não devem fazer acordos. Em nossas opiniões e fé não deve haver a menor aparência de incertezas; o mundo tem o direito de saber justamente o que se pode esperar de nós, e seremos vistos como pessoas desonestas, como se escondêssemos nossos verdadeiros sentimentos e princípios até que a voz popular mostre o caminho seguro. O Consolador, o Espírito Santo, que Cristo prometeu enviar ao mundo, é que deve dar um testemunho firme e resoluto. — Manuscrito 16, 1890. OP 62.4

Enfatizar características que nos distinguem — A religião de Cristo está em perigo. Está se misturando com o mundo. O sistema político do mundo está tomando o lugar da verdadeira piedade e sabedoria que vêm do alto, e Deus removerá Sua mão protetora da Associação. A arca da aliança será removida do meio do povo de Deus? Serão introduzidos falsos ídolos? Falsos princípios e falsos ensinos serão trazidos ao santuário? O anticristo será honrado? As verdadeiras doutrinas e os princípios a nós confiados por Deus, que fizeram de nós o que somos, serão ignorados? O instrumento de Deus, a casa publicadora, será transformada em uma instituição meramente política e mundana? Esse é justamente o caminho pelo qual o inimigo está nos conduzindo, através de homens que se tornaram cegos e não consagrados. OP 63.1

Todas essas coisas chegaram até esse ponto sem que ninguém apresentasse claramente qualquer objeção. É chegado o tempo de o Senhor intervir em Sua obra. Há homens em posições de confiança que não possuem experiência na liderança da obra e deveriam andar em humildade e com cautela. Durante a noite, participei de várias reuniões e escutei palavras repetidas por homens influentes dizendo que se o American Sentinel retirasse o nome adventista do sétimo dia de suas páginas, e nada mencionasse sobre o sábado, os grandes homens do mundo iriam patrociná-lo; então iria se tornar popular e faria uma obra muito maior. A ideia parecia muito atraente. Esses homens não entendiam por que não poderíamos nos associar a descrentes e tornar o American Sentinel um grande sucesso. Vi seus semblantes brilharem e começaram a trabalhar numa estratégia para tornar o Sentinel um sucesso popular. OP 63.2

Essa estratégia é o primeiro passo de uma sucessão de passos errados. Os princípios que têm sido defendidos no American Sentinel representam a essência da argumentação a favor do sábado e quando homens passam a discutir a modificação desses princípios, realizam uma obra que não lhes compete. Como Uzá, estão tentando segurar a arca que pertence a Deus e que está sob a Sua supervisão. Assim disse o meu Guia aos que estavam nas reuniões: Qual dentre vocês tem levado a causa desde o princípio e tem aceitado a responsabilidade mesmo sob circunstâncias de grande prova? Quem tem levado o encargo da obra durante seus anos de existência? Quem tem praticado a abnegação e o sacrifício próprio? O Senhor preparou um lugar para os Seus leais servos, cujas vozes de alerta têm sido ouvidas. Ele tem levado a obra avante muito antes de qualquer um de vocês entrar para ela, portanto Ele pode e irá encontrar um lugar para a verdade que desejam suprimir. No American Sentinel tem sido publicada a verdade para este tempo. Cuidado com suas atitudes. “A menos que o Senhor edifique a casa, em vão trabalham os construtores”. Salmos 127:1. — Manuscrito 29, 1890. OP 63.3

Em relação ao movimento para a lei dominical — Espero que a trombeta dê o sonido certo no tocante a esse movimento da lei dominical. Penso que seria melhor se, em nossas revistas, o assunto da perpetuidade da lei de Deus se tornasse uma especialidade. Não deveria ser publicado outro folheto ou periódico em substituição ao Sentinel? Não entendo que seja a melhor decisão tirar de circulação esse periódico. Ele tem sido uma voz a falar constantemente em defesa da liberdade religiosa. A verdade deveria ser apresentada em artigos curtos, em parágrafos claros, chamando especial atenção para o sábado do Senhor, mostrando que aqueles que fazem leis para compelir a observância do primeiro dia da semana, não são leais ao Senhor do Céu que depositou a Sua santidade sobre o sétimo dia. Estamos fazendo todo o possível para exaltar a lei de Jeová? OP 64.1

Devemos agora fazer tudo que for possível para derrotar essa lei dominical. A melhor maneira de vencê-la é exaltar a lei de Deus e apresentá-la em toda a sua santidade. Isso deve ser feito para a verdade triunfar. — Carta 58, 1906. OP 64.2

Não exaltar seres humanos — À noite falei fervorosamente aos que têm a responsabilidade de editores e colaboradores de nossos periódicos. [...] Se os que se acham na direção de nossos periódicos não têm melhor critério do que encher as publicações com exaltações de seres humanos, que busquem então a sabedoria de Deus. Sua visão espiritual necessita da unção espiritual. [...] Descarregando excesso de enaltecimento sobre alguém a quem não conhecem, que não tenha aceitado um “Assim diz o Senhor” na guarda de Seus mandamentos, colocam-se numa situação tal que, na crise que virá sobre nós, terão deficiente discernimento ao verem as boas coisas feitas por aqueles que procurarão enganar, que pretenderão ser de Cristo e profetas enviados de Deus. OP 64.3

Cristo afirma com relação a esse tempo “que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”. Mateus 24:24. Uma vez mais é feita a pergunta, “Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na Terra?” Lucas 18:8. Aqueles que usam a pena e a voz para exaltar e enaltecer seres humanos necessitam de um discernimento mais apurado. Seria muito melhor se essa confiança e fé fossem exercitadas por aqueles que estão lutando com a pena e a voz para fazer a vontade de Deus como filhos obedientes, guardando os Seus mandamentos, não para louvar ou glorificar indivíduos, mas para obedecer a Palavra de Deus, para amá-los como irmãos, para desarraigar toda fibra da raiz da amargura ou crueldade que possam estar deixando brotar. [...] OP 64.4

Sei como o Senhor olha para publicações como essas, daqueles que supõem estar trabalhando em justiça, que não parecem estar nem de um lado, nem do outro. A mensagem que me foi dada para lhes transmitir é: Vocês estão em trevas, não sabem a quem estão honrando. Deus não pode sustentar uma obra que não leva o Seu selo, porque está levando outros por um caminho que não possui a assinatura do Céu. OP 65.1

Cada frase é importante — Este é o tempo em que cada frase que é escrita deveria mostrar algo positivo, deveria ser verdadeira, genuína. Nenhuma palavra deveria ser escrita para dar um aspecto popular ou para defender algo que Deus condena. Aqueles que trilham esse caminho possuem um zelo, um desejo ardente de se colocar em evidência, mas não aprenderam as lições aos pés de Jesus. O eu está em meio a tudo o que dizem ou fazem. Almejam tornar-se uma arma contra seus irmãos que estão fazendo a obra que Deus lhes ordenou e em sua ignorância creem que estão a serviço de Deus. OP 65.2

Sou comissionada agora a dizer a nossos irmãos: Humilhem-se e confessem seus pecados, ou o Senhor os subjugará. A mensagem à igreja de Laodiceia é dirigida justamente àqueles que não a aplicam a si mesmos. Não são frios nem quentes, mas mornos. Diz o Senhor, “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente: Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da Minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso se coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas”. Apocalipse 3:15-18. OP 65.3

Haverá alguém dentre nós que deixará aparecer a vergonha de sua nudez no uso das habilidades para falar e escrever, as quais foram dadas por Deus? Não consideraremos que a justiça de Cristo em Sua perfeita obediência aos mandamentos do Pai foi a causa de Sua crucifixão? Pela obediência perfeita à lei de Jeová devemos nós exaltar e honrar a lei. Que significado têm essas palavras quando colocadas diante do povo de Deus, que, contra grandes obstáculos, está tentando lutar o bom combate da fé, dizendo: “Não dobraremos nossos joelhos a Baal, nem glorificaremos ou honraremos a qualquer um que o adore”? OP 65.4

A bênção divina é pronunciada sobre aqueles que guardam os mandamentos e uma maldição Ele declara contra aqueles que transgridem Sua lei. A pena ou a voz se inclinarão oferecendo louros àqueles que lideram sob a bandeira de Satanás, declarando que a instituição do papado deve receber a honra? As faculdades dadas por Deus para a glória do Seu nome têm sido mal utilizadas, têm sido usadas para trazer sentimentos de rebelião. Seres humanos exaltando e adorando agentes humanos que se envolveram na obra em oposição direta à que Deus confiou a Seu povo para realizar nestes últimos dias é contrário ao Seu propósito. Por que estamos diante de tanta cegueira? O mínimo que poderia ser feito é mostrar sua eloquência diante do universo, diante dos mundos não caídos e do mundo caído ao manterem-se em silêncio. [...] OP 66.1

Questões vitais para o tempo presente — Tenham nossos professores e alunos muito mais para ensinar e escrever quanto às coisas que estão para se cumprir e que se relacionam à felicidade eterna das pessoas. Com a pena e a voz devemos distribuir alimento na estação própria a idosos e jovens, a santos e pecadores. Tudo quanto pode ser dito para despertar da sua sonolência, seja apresentado sem demora. Não haja tempo perdido no trato das coisas que não são essenciais, que não têm relação alguma com as necessidades presentes do povo. Leiamos os três primeiros versículos de Apocalipse, e veremos a tarefa imposta aos que pretendem crer na Palavra de Deus. [...] OP 66.2

Uma mensagem separada — Prezados irmãos, nossos periódicos mais recentes revelam cegueira de discernimento espiritual. Quando os olhos forem iluminados com a visão espiritual, então veremos tudo claramente. As coisas que atraem a atenção aos sentidos perderam seu valor, porque serão abertos diante dos homens valores eternos. Como Deus fez conhecida Sua vontade aos cativos hebreus, aos que estavam mais separados dos costumes e práticas de um mundo que jazia em impiedade, assim o Senhor comunicará luz do Céu a todos os que apreciam um “assim diz o Senhor”. A esses Ele expressará o Seu pensar. Os que menos estão presos a ideias mundanas são os mais separados da ostentação, vaidade, orgulho e amor da promoção, e que se apresentam como Seu povo peculiar, zeloso de boas obras — a esses revelará Ele o sentido de Sua palavra. A primeira demonstração do poder de Deus diante dos cativos hebreus foi mostrar a sabedoria deficiente dos grandes homens da Terra. A sabedoria do homem é loucura para Deus. Os magos revelaram seu desconhecimento da luz antes que o Senhor revelasse a supremacia de Sua sabedoria. A sabedoria dos agentes humanos que utilizaram mal os talentos dados pelo Senhor, Deus mesmo lhes mostrou como sendo loucura. OP 66.3

“Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em Me conhecer e saber que Eu sou o Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na Terra; porque destas coisas Me agrado, diz o Senhor. Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que castigarei a todos os circuncidados juntamente com os incircuncisos”. Jeremias 9:23-25. OP 67.1

Todos aqueles que se unirem em honrar e enaltecer os que ergueram a bandeira de Satanás estão lutando contra Deus. Nossa obra para este tempo é iluminar o mundo, em vez de levar uma mensagem de paz e segurança. Uma bandeira foi colocada em nossas mãos, sobre a qual está escrito: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”. Apocalipse 14:12. Essa é uma mensagem distinta, separada — mensagem que não deve dar sonido incerto. Deverá ela guiar, desviar um povo das cisternas rotas que não contêm água, para a infalível Fonte da água da vida. — Carta 60, 1898. OP 67.2

Os hábitos de saúde do editor — É essencial a estrita temperança no comer e beber, tanto para a conservação da saúde como para o vigoroso funcionamento de todo o organismo. Hábitos de estrita temperança, aliados com o exercício muscular e mental preservarão o vigor físico e mental, e comunicarão poder de resistência aos que se empenham no ministério, aos editores e a todos cujos hábitos são sedentários. Com toda a nossa profissão de reforma de saúde, nós, como um povo, comemos muito. A condescendência com o apetite é a maior causa da debilidade física e mental, e está na base da fraqueza que se nota por toda parte. — Testemunhos para a Igreja 3:487 (1875). OP 67.3

A importância do exercício — Existem homens e mulheres de excelentes aptidões naturais, que não realizam metade do que poderiam efetuar se exercessem domínio sobre si mesmos quanto a negar-se ao apetite. Muitos escritores e oradores falham nesse ponto. Depois de comer à vontade, entregam-se a ocupações sedentárias, lendo, estudando ou escrevendo, não se dando nenhum tempo para exercício físico. Em consequência, é dificultado o livre fluxo dos pensamentos e das palavras. Não podem escrever nem falar com a intensidade e o vigor necessários para atingir o coração; seus esforços são fracos e infrutíferos. OP 67.4

Aqueles que desempenham importantes responsabilidades, e sobretudo os que são guardas dos interesses espirituais, devem ser homens de viva sensibilidade e rápida percepção. Mais que os outros, devem eles ser temperantes no comer. Alimentos muito condimentados e sofisticados não deveriam ter lugar em sua mesa. — A Ciência do Bom Viver, 308, 309 (1905). OP 68.1

Alimento simples e exercícios — Eis uma sugestão para todos quantos têm trabalho sedentário ou especialmente mental; experimentem-no os que tiverem suficiente força moral e domínio próprio: Comam em cada refeição apenas duas ou três espécies de alimento simples, não ingerindo mais do que o necessário para satisfazer a fome. Façam exercício ativo todos os dias, e vejam se não experimentarão benefícios. — A Ciência do Bom Viver, 310 (1905). OP 68.2