Reavivamento Verdadeiro

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Capítulo 6 — Salvo unicamente “em Cristo”

Ele me salvará agora — Pode dizer o pecador, a perecer: “Sou um pecador perdido; mas Cristo veio buscar e salvar o que se havia perdido. Diz Ele: ‘Não vim chamar justos, e sim pecadores’. Marcos 2:17. Sou pecador, e Ele morreu na cruz do Calvário para me salvar. Nem um momento mais preciso ficar sem me salvar. Ele morreu e ressurgiu para minha justificação, e me salvará agora. Aceito o perdão que prometeu”. — Mensagens Escolhidas 1:392. RV 38.1

Aquele que se arrepende de seu pecado e aceita o dom da vida do Filho de Deus, não pode ser vencido. Apoderando-se, pela fé, da natureza divina, torna-se ele um filho de Deus. Ele ora, ele crê. Quando tentado e provado, suplica o poder, que Cristo morreu para conceder, e vence pela Sua graça. Isso todo pecador deve compreender. Deve arrepender- se de seu pecado, deve crer no poder de Cristo e aceitar esse poder para salvá-lo e guardá-lo do pecado. Quão gratos deveríamos ser pelo dom do exemplo de Cristo! — Mensagens Escolhidas 1:224. RV 38.2

Por que preocupar-se? — A vida em Cristo é uma vida de descanso. Pode não haver êxtase de sentimentos, mas deve existir uma confiança constante e tranquila. Sua esperança não está em si mesmo, mas em Cristo. Sua fraqueza está ligada à Sua força; sua ignorância, à Sua sabedoria; sua fragilidade, ao Seu eterno poder. [...] RV 38.3

Não devemos fazer de nós mesmos o centro, dando lugar à ansiedade e ao medo de não sermos salvos. Tudo isso afasta o coração da fonte de nossa força. Deixe seu coração aos cuidados de Jesus, e confie nEle. Fale de Jesus; pense nEle. Que o próprio eu se perca nEle. Afaste toda dúvida; esqueça seus temores. Como o apóstolo Paulo, diga: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim”. Gálatas 2:20. Descanse em Deus. Ele pode guardar aquilo que você Lhe confiou. Colocando-se em Suas mãos, Ele fará com que você seja mais do que vencedor por Aquele que o amou. — Caminho a Cristo, 70, 72. RV 38.4

Você pode contar com — Aquele, que pela expiação proveu ao ser humano um infinito tesouro de força moral, não deixará de empregar esse poder em nosso favor. [...] Em todo o poderio satânico não há força para vencer uma única pessoa que se rende confiante a Cristo. — Parábolas de Jesus, 157. RV 38.5

Abundante graça foi provida para que o cristão possa manter-se livre do pecado. — Mensagens Escolhidas 1:394. RV 39.1

NEle [Jesus] temos uma oferta completa, um infinito sacrifício, um poderoso Salvador, capaz de salvar perfeitamente todos os que por Ele se chegam a Deus. Com amor vem Ele revelar o Pai, para reconciliar com Deus o ser humano, para fazê-lo nova criatura, renovado segundo a imagem dAquele que o criou. — Mensagens Escolhidas 1:321. RV 39.2

O problema de Pedro — O mesmo mal que levou Pedro à queda [quando negou a Cristo no julgamento] [...] torna-se hoje a ruína de milhares. Nada é tão ofensivo a Deus nem tão perigoso para o espírito humano como o orgulho e a presunção. De todos os pecados é o que menos esperança incute, e o mais irremediável. RV 39.3

A queda de Pedro não foi repentina, mas gradual. A confiança em si mesmo induziu-o à crença de que estava salvo, e desceu passo a passo o caminho descendente até negar a Seu Mestre. Jamais podemos confiar seguramente em nós mesmos ou sentir, aquém do Céu, que estamos livres da tentação. Nunca se deve ensinar aos que aceitam o Salvador, conquanto sincera sua conversão, que digam ou sintam que estão salvos.1 RV 39.4

Isso é enganoso. Deve-se ensinar cada pessoa a acariciar esperança e fé; mas, mesmo quando nos entregamos a Cristo e sabemos que Ele nos aceita, não estamos fora do alcance da tentação. A Palavra de Deus declara: “Muitos serão purificados, embranquecidos e provados”. Daniel 12:10. Só aquele que “suporta, com perseverança, a provação [...] receberá a coroa da vida”. Tiago 1:12. RV 39.5

Os que aceitam a Cristo e dizem em sua primeira confiança: “Estou salvo!”, estão em perigo de depositar confiança em si mesmos. Perdem de vista a sua fraqueza e necessidade constante do poder divino. Estão desapercebidos para as ciladas de Satanás, e quando tentados, muitos, como Pedro, caem nas profundezas do pecado. Somos advertidos: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia”. 1 Coríntios 10:12. Nossa única segurança está na constante desconfiança de nós mesmos e na confiança em Cristo. — Parábolas de Jesus, 154, 155. RV 39.6

Jamais “satisfeitos” — Há muitos que professam a Cristo, mas nunca se tornam cristãos amadurecidos. Admitem que o ser humano caiu, que suas faculdades estão enfraquecidas, que ele está incapacitado para as realizações morais, mas dizem que Cristo arcou com todo o peso, todo o sofrimento, toda a abnegação, e estão dispostos a deixar que Ele carregue tudo isso. Dizem eles que não há coisa alguma que devam fazer senão crer; Cristo, porém, disse: “Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-Me”. Mateus 16:24. Jesus guardou os mandamentos de Deus. [...] RV 39.7

Jamais devemos repousar num estado de satisfação, e deixar de fazer progresso, dizendo: “Estou salvo.” Se for entretida essa ideia, deixarão de existir os motivos para a vigilância, a oração e o esforço sincero em seguir para a frente, rumo de realizações mais elevadas. Nenhuma língua santificada será encontrada pronunciando essas palavras antes que venha Cristo, e entremos pelas portas da cidade de Deus. Então, com a maior propriedade, poderemos dar glória a Deus e ao Cordeiro, pelo livramento eterno. Enquanto o ser humano estiver carregado de fraquezas — pois por si mesmo não pode se salvar — não deveria atrever-se a dizer: “Estou salvo.” RV 40.1

Não é aquele que se reveste da couraça que pode orgulhar-se da vitória, pois tem ele pela frente a batalha, e a vitória a ser alcançada. É o que persevera até o fim, que será salvo. RV 40.2

Conexão com Cristo — suposta ou verdadeira? — Há na igreja tanto crentes como descrentes. Cristo apresenta essas duas classes, em Sua parábola da videira e seus ramos. Exorta Ele a Seus seguidores: “Permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em Mim, e Eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer”. João 15:4, 5. RV 40.3

Há grande diferença entre uma suposta união e uma união verdadeira com Cristo, pela fé. O professar crer na verdade põe pessoas na igreja, mas isso não prova que tenham união vital com a Videira verdadeira. É-nos dada uma regra pela qual pode ser distinguido o verdadeiro discípulo dentre aqueles que alegam seguir a Cristo mas nEle não têm fé. Aqueles produzem fruto; estes são infrutíferos. Aqueles são muitas vezes sujeitos à podadeira de Deus, para que possam produzir mais fruto; estes, como ramos murchos, estão para ser cortados da Videira viva. [...] RV 40.4

As fibras dos ramos são quase idênticas às da videira. A comunicação da vida, força e frutificação, do tronco para os ramos, é constante e sem obstáculos. A raiz envia seu alimento através dos ramos. Tal é a verdadeira relação do cristão para com Cristo. Permanece em Cristo, e dEle obtém sua nutrição. RV 40.5

Fé pessoal — Essa relação espiritual só pode ser estabelecida pelo exercício da fé pessoal. Essa fé deve expressar suprema preferência de nossa parte, perfeita confiança, inteira consagração. Nossa vontade tem de estar completamente submetida à vontade divina, nossos sentimentos, desejos, interesses e honra, identificados com a prosperidade do reino de Cristo e a honra de Sua causa, nós constantemente dEle recebendo graça, e Cristo aceitando nossa gratidão. RV 40.6

Estabelecida essa intimidade de relação e comunhão, nossos pecados são postos sobre Cristo e Sua justiça nos é imputada. Ele foi feito pecado por nós, para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus. Por Ele temos acesso a Deus; somos aceitos no Amado. [...] RV 41.1

Foi quando Cristo estava para Se despedir de Seus discípulos, que Ele lhes deu o lindo emblema de Sua relação com os crentes. Estivera a apresentar-lhes a íntima união com Ele, pela qual podiam manter a vida espiritual quando fosse afastada Sua presença visível. Para impressionar-lhes o espírito, apresentou-lhes a videira como seu símbolo mais notável e apropriado. [...] RV 41.2

Todos os seguidores de Cristo terão profundo interesse nessa lição, como os discípulos que ouviram pessoalmente Suas palavras. Em sua apostasia, o ser humano alienou-se de Deus. A separação é profunda e terrível, mas Cristo fez provisão para religar-nos a Ele. O poder do mal está tão identificado com a natureza humana, que ninguém pode vencê-lo, exceto pela união com Cristo. Através dessa ligação recebemos poder moral e espiritual. Se temos o Espírito de Cristo, produziremos o fruto da justiça, que abençoará aos outros e glorificará a Deus. RV 41.3

O Pai é o Viticultor. Misericordiosa e habilmente Ele limpa cada ramo frutífero. Aqueles que compartilham dos sofrimentos e vitupério de Cristo agora, participarão de Sua glória no futuro. Cristo não Se envergonha de chamá-los irmãos. Seus anjos os atendem. Em Sua segunda vinda Ele aparecerá como o Filho do homem, identificando-Se, mesmo em Sua glória, com a humanidade. Aos que se unem a Ele, Cristo diz: “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho [...]? Eu, todavia, não Me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das Minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante Mim”. Isaías 49:15, 16. RV 41.4

Podando os ramos — Oh, que excepcionais privilégios nos são oferecidos! RV 41.5

Envidaremos nós os mais diligentes esforços para formar aliança com Cristo, através da qual somente essas bênçãos são concedidas? Apartar-nos-emos de nossos pecados pela justiça, e de nossas iniquidades, voltando-nos para o Senhor? Ceticismo e infidelidade estão disseminados. Cristo fez a pergunta: “Quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na Terra?” Lucas 18:8. Precisamos alimentar uma fé viva e ativa. A permanência da fé é a condição de nossa união. RV 41.6

A união com Cristo, por meio da fé viva, é duradoura; qualquer outra união está condenada a perecer. Cristo nos escolheu primeiro, pagando por nossa redenção um preço infinito; e o verdadeiro cristão escolhe a Cristo como primeiro, e último, e melhor em todas as coisas. Essa união porém, custa-nos alguma coisa. É uma união da mais íntima dependência, da qual deverá participar um ser orgulhoso. Todos os que a formam precisam sentir sua necessidade do sangue propiciador de Cristo. Precisam experimentar a mudança do coração. Precisam submeter sua própria vontade à vontade de Deus. Haverá luta contra obstáculos externos e internos. É preciso que haja doloroso trabalho de desligamento bem como de ligamento. O orgulho, o egoísmo, a vaidade, o mundanismo — o pecado em todas as suas formas — precisa ser vencido, se quisermos entrar em comunhão com Cristo. A razão por que muitos acham a vida cristã tão deploravelmente difícil, por que são tão inconstantes, tão volúveis, é que procuram ligar-se a Cristo sem primeiramente se desligarem de ídolos acariciados. RV 42.1

Depois de haver sido formada a união com Cristo, só pode ser conservada por meio de fervorosa oração e incansável esforço. Devemos resistir ao próprio eu, negá-lo, vencê-lo. Mediante a graça de Cristo, pela coragem, pela fé e pela vigilância, é-nos possível obter a vitória. — Testemunhos para a Igreja 5:228-231. RV 42.2