Testemunhos para a Igreja 4

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Capítulo 42 — Testamentos e legados

“Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.” Mateus 6:19, 20. O egoísmo é um pecado que destrói a alma. A esta classe pertence a cobiça, que é idolatria. Todas as coisas pertencem a Deus. Toda a prosperidade de que desfrutamos é o resultado da beneficência divina. Deus é o grande e generoso Doador. Se Ele, pois, requer uma parte qualquer do que nos tem dado em abundância, não é para com isso Se enriquecer com as nossas dádivas, pois nada necessita de nossas mãos. Seu objetivo é dar-nos oportunidade de exercer abnegação, amor e simpatia para com os nossos semelhantes, e sermos desse modo grandemente elevados. Em cada dispensação, desde os dias de Adão até hoje, Deus tem reivindicado o ser humano como propriedade Sua, dizendo: Eu sou o legítimo dono do Universo; por isso peço que Me consagrem suas primícias, tragam um tributo de lealdade, entreguem a Mim o que é Meu, reconhecendo assim a Minha soberania, então serão livres para preservar e desfrutar Minha generosidade, e Minha bênção estará com vocês. “Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda.” Provérbios 3:9. T4 476.2

As reivindicações de Deus têm a primazia. Não fazemos Sua vontade quando Lhe consagramos aquilo que resta depois de suprir nossas supostas necessidades. Antes de gastarmos uma só parcela de nossos rendimentos devemos separar e oferecer a Deus a parte que de nós requer. Na antiga dispensação uma oferta em ações de graças era conservada sempre queimando sobre o altar, evidenciando assim a eterna obrigação em que estamos para com Deus. Se somos prósperos em nossos negócios seculares, é porque Deus nos abençoa. Uma parte de nossa renda deve ser consagrada aos pobres e uma grande parte à causa de Deus. Se dermos a Deus o que Ele pede, o restante será santificado e abençoado em proveito nosso. Porém, se alguém rouba a Deus retendo a parte que Ele requer, a maldição recai sobre tudo que possui. T4 477.1

Deus constitui os seres humanos como condutos através dos quais devem fluir os recursos para custear a obra que pretende realizar no mundo. Conferiu-lhes bens que deverão saber usar sabiamente, não os acumulando egoistamente ou empregando-os extravagantemente no luxo e em satisfazer a si próprios, quer no vestuário quer no adorno de sua casa. Confiou-lhes recursos para com eles suprir as necessidades de Seus servos que trabalham como missionários e pregadores, e para manter as instituições que Ele estabeleceu entre nós. Os que se regozijam na preciosa luz da verdade devem experimentar um desejo ardente de enviá-la a toda parte. Temos alguns fiéis porta-bandeiras que nunca se esquivam a seus deveres nem evitam responsabilidades. Seu coração e bolsa estão sempre abertos a todo pedido de recursos para promover a causa de Deus. Com efeito, alguns parecem até exceder a justa medida de sua obrigação, como que receando perder a oportunidade de depositar sua parte no banco do Céu. Há outros que fazem o mínimo possível. Esses, se não acumulam seus bens, os dissipam, só contribuindo relutantemente com uma pequena parte para a obra de Deus. Quando fazem uma promessa ou voto a Deus, arrependem-se mais tarde, e protelam o pagamento tanto quanto podem, ou não pagam. Calculam o dízimo o mais escassamente possível, como se considerassem perdido o que restituem a Deus. Podem as nossas várias instituições sentir-se embaraçadas por falta de recursos, mas eles continuam se portando como se não lhes importasse a sua subsistência. E, contudo, são instrumentos pelos quais Deus Se propõe iluminar o mundo! T4 477.2

Essas instituições não recebem, como outras do mesmo ramo, doações ou legados. E, contudo, Deus as tem abençoado e feito prosperar grandemente, servindo-Se delas para a realização de grande bem. Há pessoas de idade entre nós que estão se aproximando do término de seu tempo de graça, mas por falta de homens inteligentes que saibam assegurar as propriedades dessas pessoas para a obra de Deus, elas passam para as mãos dos que servem a Satanás. Esses recursos lhes foram apenas emprestados por Deus para Lhe serem devolvidos, mas em nove casos dentre dez esses irmãos, ao cessarem seu período de atividade, dispõem da propriedade de Deus de um modo que não O glorifica, pois nem um centavo da mesma jamais irá para a tesouraria do Senhor. Nalguns casos esses irmãos aparentemente bons tiveram conselheiros não consagrados, que os aconselharam segundo seu ponto de vista e não de acordo com o pensamento de Deus. Muitas vezes os bens são legados a filhos ou netos apenas para seu próprio prejuízo. Eles não têm amor por Deus ou pela verdade, e por isso todos esses bens que pertencem a Deus, passam para as fileiras de Satanás para serem controlados por ele. Satanás é muito mais vigilante, perspicaz e hábil para conseguir recursos para si do que são os nossos irmãos para assegurar a propriedade de Deus para Sua obra. Muitos testamentos foram feitos de modo tão vago que não tiveram validade perante a lei, e deste modo grandes somas para a causa foram perdidas. Nossos irmãos devem reconhecer que sobre eles, como fiéis servos na causa de Deus, pesa a responsabilidade de agir prudentemente nesses casos, a fim de assegurar para o Senhor o que Lhe pertence. T4 478.1

Muitos manifestam nesse aspecto uma delicadeza descabida. Procedem como se estivessem pisando terreno proibido quando apresentam a pessoas de idade avançada ou inválidos o assunto de seus bens, a fim de saber como pretendem dispor deles. Entretanto, é este um dever tão sagrado como pregar o evangelho para a salvação de almas. Consideremos uma pessoa que tem dinheiro e propriedades de Deus em suas mãos. Ela está prestes a transferir sua mordomia. Colocará ela os recursos, que de Deus recebeu emprestados para serem usados em Sua obra, nas mãos de ímpios, simplesmente por serem estes seus parentes? Não devem homens cristãos tomar o devido interesse e experimentar ansiedade, tanto pelo bem-estar futuro dessa pessoa como pelos interesses da causa de Deus, a fim de que disponha retamente dos bens de seu Senhor — os talentos que lhe foram confiados para sábio uso? Quererão seus irmãos que a assistem, vê-la deixar esta vida, ao mesmo tempo privando de recursos a tesouraria de Deus? Isto significaria uma perda tremenda para ela e para a causa; porque, abandonando seus talentos nas mãos de indivíduos que não têm nenhuma consideração pela verdade divina, de caso pensado coloca os talentos em um lenço e os esconde na terra. T4 479.1

Deus deseja que Seus seguidores disponham pessoalmente de seus bens, enquanto isso lhes seja possível. Dirá alguém: “Temos porventura de renunciar a tudo que consideramos nossa propriedade?” Pode isto não nos ser exigido ainda, mas devemos estar prontos a fazê-lo por amor de Cristo. Devemos reconhecer que nossas propriedades são totalmente Suas, e usá-las liberalmente quando o progresso da obra o exigir. Muitos fecham os ouvidos aos pedidos de dinheiro para enviar missionários ao estrangeiro, e para a difusão da verdade por meio de impressos que devem ser espalhados por todo o mundo como folhas de outono. Essas pessoas justificam sua avareza, alegando que tomaram disposições que deverão revelar sua caridade por ocasião da morte. Na disposição de sua última vontade, contemplaram a obra de Deus. Por isso conduzem uma vida de avareza, roubam a Deus nos dízimos e ofertas, e pelo seu testamento Lhe restituem apenas pequena parte do que lhes confiou, enquanto a parte maior reverte para os parentes, que não tomam nenhum interesse pela verdade. Constitui esta uma das piores formas de roubo. Roubam a Deus daquilo que Lhe devem, e isto não só durante a vida mas também na morte. T4 479.2

É completa loucura deixar até quase à hora da morte a preparação para a vida futura. É também um erro grave protelar a resposta aos apelos de liberalidade para a obra de Deus, até o tempo de transferir a outros a mordomia. Aqueles a quem confiarem os talentos que de Deus receberam podem não administrá-los assim como vocês o têm feito. Como poderão pessoas abastadas arriscar-se a tanto? Os que esperam até à hora da morte para dispor sobre seus bens, parece que o fazem mais por causa da morte do que por amor a Deus. Assim procedendo, muitos estão agindo em oposição direta ao plano que Deus estabeleceu em Sua Palavra. Se quiserem fazer bem, devem aproveitar os preciosos momentos do presente, e empenhar todos os esforços, como que temendo perder a oportunidade favorável para o fazer. T4 480.1

Os que negligenciam deveres de que estão perfeitamente inteirados, deixando de corresponder às reivindicações que Deus lhes faz nesta vida, e procurando acalmar a consciência com o propósito de por ocasião de sua morte estabelecer um legado, não receberão da parte do Mestre palavras de aprovação nem recompensa. Eles não praticaram abnegação, mas retiveram egoistamente seus recursos enquanto puderam, renunciando-os só quando a morte os levou. Se fossem cristãos verdadeiros, praticariam em vida, estando ainda sãos e fortes, o que transferem até estarem prestes a morrer. Dedicariam a Deus o próprio ser e o que possuem, e conquanto agindo como Seus mordomos, teriam a satisfação de estar cumprindo seu dever. Como executores de seus próprios testamentos poderiam por si mesmos satisfazer às reivindicações divinas, em vez de deixar a responsabilidade disso a outros. Devemos considerar-nos despenseiros da propriedade do Senhor, e a Deus como Proprietário absoluto, a quem devemos entregar o que é Seu, quando Ele o requer. Quando Ele vier para receber com juros o que Lhe pertence, os cobiçosos se persuadirão de que, em vez de ter multiplicado seus talentos, acarretaram sobre si mesmos a condenação pronunciada contra o servo mau e infiel. T4 480.2

O Senhor deseja que a morte de Seus servos seja sentida como uma perda por causa da boa influência que exerceram e das muitas ofertas voluntárias que entregaram para abastecer o tesouro de Deus. Legados deixados ao morrer são uma miserável compensação da beneficência que se deveria praticar em vida. Os servos de Deus devem fazer seus legados todos os dias por meio de boas obras e ofertas liberais ao Senhor. Não devem contentar-se com dar a Deus uma porção desproporcionadamente pequena, em comparação ao que gastam consigo mesmos. Ao fazer seus legados cada dia, lembrarão dos objetivos e amigos que maior lugar ocupam em suas afeições. Seu melhor amigo é Cristo. Ele não lhes negou a própria vida, e por amor deles Se fez pobre para que por Ele enriquecessem. Merece, portanto, todo o nosso coração, nossos bens, tudo quanto temos e somos. Mas muitos supostos cristãos protelam em vida as reivindicações de Jesus e O insultam na morte, dando-Lhe uma parte mesquinha de seus bens. Lembrem-se todos que estiverem nessa classe de que essa maneira de roubar a Deus não é um ato impulsivo, mas um plano premeditado que eles prefaciam dizendo: “Estando em pleno uso de suas faculdades mentais.” Depois de haverem defraudado a obra de Deus durante a vida, perpetuam essa fraude após a morte e com pleno apoio de todas as faculdades mentais. Tal testamento muitos consideram um suave travesseiro em que reclinar a cabeça na hora da morte. Representa uma espécie de preparação para a morte, e é arranjado de modo que seus bens não os perturbem ao exalarem o último alento. Poderão essas pessoas descansar tranqüilamente a respeito das contas que lhes hão de ser pedidas de sua mordomia? T4 481.1

Devemos ser todos ricos em boas obras se queremos garantir-nos a vida futura e imortal. Quando o juízo se instituir e os livros forem abertos, cada qual será julgado e recompensado segundo as suas obras. Muitos nomes que estão inscritos nos livros da igreja, estão arrolados no livro de registro do Céu como “defraudadores”. E a menos que essas pessoas se arrependam, e trabalhem para o Mestre com desinteressada benevolência, hão de compartilhar a sorte do mordomo infiel. T4 481.2

Sucede muitas vezes que um ativo homem de negócios é arrebatado pela morte sem prévio aviso, e acharem-se seus negócios em condição embaraçosa. No empenho de pô-los em ordem, uma grande parte dos bens dessa pessoa, senão tudo, é consumida em honorários aos advogados, ficando a família e a causa de Cristo defraudadas daquilo que lhes seria devido. Os que são fiéis mordomos dos recursos do Senhor saberão exatamente como andam seus negócios e, como homens sensatos, estarão preparados para qualquer emergência. Se porventura seu tempo de graça terminar inesperadamente, não acarretarão tão grandes perplexidades aos que forem incumbidos de acertar seu espólio. T4 482.1

Muitos não estão informados acerca da questão de fazer o testamento quando se acham ainda aparentemente com saúde. Essa precaução deve, entretanto, ser tomada por nossos irmãos. Devem saber qual sua situação financeira, e não permitir que seus negócios se embaracem. Devem arranjar sua propriedade de tal maneira que a possam deixar a qualquer tempo. T4 482.2

Os testamentos devem ser feitos de acordo com as prescrições legais. Depois de feitos, eles podem ser conservados durante anos e não causarão prejuízo se continuarem contribuindo para a obra conforme suas necessidades. A morte, meus irmãos, não se antecipará um dia sequer por terem feito seu testamento. Ao dispor de seus bens por testamento a favor de seus parentes não se esqueçam da obra de Deus. Vocês são Seus instrumentos, incumbidos de zelar por Sua propriedade; e Suas reivindicações devem merecer sua principal consideração. A esposa e os filhos, naturalmente, não devem ficar ao abandono; provisões devem ser feitas para eles caso necessitem. Vocês não devem, porém, simplesmente por ser costume, contemplar em seu testamento uma longa lista de parentes que não estão em necessidade. T4 482.3

Devem lembrar-se sempre de que o atual sistema egoísta de dispor dos bens não é conforme o plano de Deus, mas simplesmente invenção humana. Os cristãos devem ser reformadores e romper com esse sistema, dando uma feição inteiramente nova à maneira de fazer testamentos. Tenham sempre presente que é da propriedade de Deus que vão dispor. A vontade divina deve ser lei neste particular. Suponham que alguém lhes houvesse instituído executor de seu testamento, acaso não fariam diligência em inteirar-se da vontade do testador, a fim de que a menor quantia tivesse sua aplicação justa? Seu Amigo celestial lhes confiou propriedades, manifestando-lhes Sua vontade quanto ao modo por que devem ser usadas. Se essa Sua vontade for acatada com coração altruísta, aquilo que pertence a Deus não será mal aplicado. A causa do Senhor tem sido vergonhosamente negligenciada, ao passo que Ele deu aos homens recursos suficientes com que fazer face a todas as emergências, se apenas fossem dotados de coração grato e obediente. T4 482.4

Os que fazem seu testamento não devem imaginar que acabam aqui suas obrigações, mas sim desenvolver constante atividade, usando seus talentos para o engrandecimento da causa de Deus. Deus delineou planos segundo os quais todos podem cooperar diligentemente na distribuição de seus recursos. Deus não Se propõe sustentar Sua obra por meio de milagres. Ele tem alguns poucos mordomos fiéis, que estão economizando e usando seus recursos para promover Sua obra. A abnegação e a beneficência, longe de constituírem a exceção, devem ser a regra. As crescentes necessidades da obra de Deus requerem recursos. Chegam-nos constantemente pedidos do país e do estrangeiro, solicitando missionários que lhes ensinem a luz da verdade. Isto significa aumento de obreiros e acréscimo de despesas para sua manutenção. T4 483.1

Apenas uma pequena soma entra para os tesouros do Senhor, a fim de ser aplicada no trabalho de salvar almas, e é a muito custo que até mesmo essa soma é obtida. Se pudessem ser abertos os olhos de todos, de modo a poderem verificar como a cobiça tem impedido o progresso da obra de Deus, e quanto mais poderia ser realizado se todos agissem de conformidade com o plano divino dos dízimos e ofertas, uma reforma decisiva se notaria da parte de muitos; pois não ousariam impedir o avanço da causa de Deus como até aqui o têm feito. A igreja tem os olhos fechados ao trabalho que poderia fazer, se renunciasse a tudo por amor de Cristo. O verdadeiro espírito de sacrifício seria uma prova da realidade e do poder do evangelho, que o mundo não poderia interpretar mal nem negar, e abundantes bênçãos adviriam daí para a igreja. T4 483.2

Eu exorto meus irmãos a não mais defraudarem a Deus. A situação de alguns é tal que precisam fazer testamento. Ao fazê-lo, precisam cuidar para que não seja legado aos filhos o que deve entrar para o tesouro de Deus. Esses testamentos não raro se tornam um ponto de discórdia e dissensões. Em honra do antigo povo de Deus foi relatado que Ele não Se envergonhou de ser chamado seu Deus; e a razão alegada era que, em vez de buscarem seus próprios interesses e cobiçarem bens terrestres, devotavam a si mesmos e tudo quanto possuíam ao Senhor. Viviam tão-somente para Sua glória, declarando expressamente que buscavam outra pátria melhor, isto é, a celestial. De tal povo Deus não Se envergonhou. Não O desonravam aos olhos do mundo. A Majestade suprema não desdenhou chamá-los irmãos. T4 484.1

Há muitos que alegam não poder fazer mais a favor da causa do que estão presentemente fazendo; entretanto, não contribuem de acordo com suas posses. O Senhor muitas vezes lhes abre os olhos, cegados pelo egoísmo, reduzindo-lhes as rendas àquilo que estão dispostos a dar. O gado lhes morre no campo ou no estábulo, a casa ou celeiro é destruído pelo fogo, ou lhes falha a colheita. Em muitos casos Deus prova o homem com bênçãos e, em se manifestando a infidelidade quanto aos dízimos e ofertas, essas bênçãos são retiradas. “O que semeia pouco, pouco também ceifará.” 2 Coríntios 9:6. Pela graça de Cristo e pela abundância de Suas misericórdias, e honra da verdade e da religião, nós os exortamos a dedicar de novo a Deus seu ser e a propriedade. Que cada qual, em vista do amor e da compaixão manifestados por Cristo em deixar a corte celeste a fim de sofrer renúncias, humilhação e morte, se proponha esta pergunta: “Quanto devo ao meu Senhor?”, permitindo que suas ofertas de gratidão correspondam ao apreço em que têm o dom do Céu, na dádiva do Filho unigênito de Deus. T4 484.2

Ao determinar a proporção da oferta a dar para a causa de Deus, deve-se de preferência exceder às exigências do dever a não cumpri-las. Considerem a quem a oferta é destinada. Essa reflexão banirá a cobiça. Pensem somente no grande amor com que Cristo nos amou, e a mais preciosa oferta parecerá indigna de Sua aceitação. Se Cristo for o objeto de nossas afeições, os que recebemos a graça do Seu perdão não nos demoraremos a avaliar o preço do vaso de alabastro que contém o precioso ungüento. O cobiçoso Judas foi capaz de tanto, mas o que partilhou a graça da salvação somente lamentará que sua oferta não tenha perfume mais fino e de maior valor. Os cristãos devem considerar-se como simples condutos através dos quais as misericórdias e bênçãos divinas devem transmitir-se da Fonte de toda bondade aos semelhantes, por cuja conversão ondas de glória deveriam reverter ao Céu em louvor e ações de graças pelos que com eles se tornaram participantes do dom celestial. T4 485.1