Testemunhos para a Igreja 5

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Dízimos e ofertas

O Senhor requer que retornemos a Ele na forma de dízimos e ofertas, uma parte dos bens que nos confiou. Ele aceita essas oferendas como um ato de humilde obediência e grato reconhecimento de nossa parte, por todas as bênçãos que desfrutamos. Que ofertemos de boa vontade, dizendo como Davi: “Porque tudo vem de Ti, e da Tua mão To damos.” 1 Crônicas 29:14. Reter mais do que é permitido tende à pobreza. Deus será paciente por muito tempo com alguns, Ele testará e provará a todos, mas Sua maldição certamente seguirá o egoísta e amante do mundo, porém professo seguidor da verdade. Deus conhece o coração, cada pensamento e cada propósito estão abertos diante de Seus olhos. Ele diz: “Aos que Me honram honrarei, porém os que Me desprezam serão envilecidos.” 1 Samuel 2:30. Ele sabe a quem abençoar e quem é merecedor de Sua maldição. Ele não comete erros, além do fato de que os anjos mantêm um registro de todas as nossas obras e palavras. T5 267.3

Quando o antigo povo de Deus estava prestes a erigir o santuário no deserto, fizeram-se necessários intensos preparativos. Materiais custosos foram angariados e entre eles havia muito ouro e prata. Como legítimo possuidor de todos os tesouros, o Senhor pediu essas ofertas a Seu povo, mas aceitava apenas aquelas que eram dadas voluntariamente. O povo deu espontaneamente, até que disseram a Moisés: “O povo traz muito mais do que basta para o serviço da obra que o Senhor ordenou se fizesse.” Êxodo 36:5. Então proclamou-se a toda a congregação: “Nenhum homem nem mulher faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim, o povo foi proibido de trazer mais, porque tinham material bastante para toda a obra que havia de fazer-se, e ainda sobejava.” Êxodo 36:6, 7. T5 268.1

Houvessem alguns homens de idéias limitadas estado ali, e o povo teria seus olhos desviados com horror. Como Judas perguntariam: “Por que este desperdício?” Mateus 26:8. “Por que não se faz tudo da maneira mais barata?” Mas o santuário não era destinado a honrar o homem, e sim ao Deus do Céu. Ele havia dado instruções específicas sobre como tudo deveria ser feito. O povo deveria ser ensinado de que Ele era um Ser de grandeza e majestade, e que devia ser adorado com reverência e respeitoso temor. T5 268.2

A casa onde Deus é adorado deveria estar de acordo com Seu caráter e majestade. Há igrejas que sempre serão pequenas, porque colocam os próprios interesses acima dos interesses da causa de Deus. Enquanto seus membros têm casas grandes e adequadas, as quais estão constantemente sendo melhoradas, estão eles satisfeitos com um inadequado lugar para a adoração de Deus, onde Sua santa presença habita. Surpreendem-se de que José e Maria tenham sido obrigados a encontrar abrigo num estábulo e que ali nosso Salvador nasceu. Estão, porém, dispostos a gastar consigo mesmos grande parte de seus recursos, enquanto a casa de adoração é vergonhosamente negligenciada. Com que freqüência dizem: “Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do Senhor deve ser edificada.” Ageu 1:2. Mas a palavra do Senhor a eles é: “É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta?” Ageu 1:4. T5 268.3

A casa onde Jesus vem Se encontrar com Seu povo deveria ser atraente e de bom gosto. Se houver poucos membros num determinado lugar, acomodem-se numa casa humilde, porém asseada, e dediquem-na a Deus, convidando a Jesus para ser seu hóspede. Como será que Ele vê Seu povo quando esse possui todas as comodidades que o coração pode desejar, mas concorda em ter seus cultos de adoração num celeiro, num miserável e distante edifício, ou nalgum apartamento abandonado e de baixo nível? Vocês se ocupam com seus amigos, despendem recursos para tornar tudo ao seu redor o mais atraente possível, mas Jesus, o Único que deu tudo por vocês, mesmo Sua preciosa vida — Ele, que é a majestade do Céu, o Rei dos reis e Senhor dos senhores — é recebido num lugar pouco melhor do que o estábulo que foi Seu primeiro lar. Não deveríamos olhar para essas coisas como Deus as vê? Não deveríamos provar nossos motivos e ver que espécie de fé possuímos? T5 269.1

Deus ama a quem dá com alegria e aqueles que O amam darão voluntária e alegremente quando, em assim fazendo, podem promover o progresso da Sua causa e a Sua glória. O Senhor nunca exige que Seu povo ofereça mais do que é capaz, mas de acordo com suas possibilidades. Ele Se agrada em aceitar e abençoar-lhes as ofertas de gratidão. Que a obediência voluntária e o puro amor ligue ao altar cada oferta feita a Deus, pois de tais sacrifícios Ele Se agrada, enquanto que aquelas oferecidas de má vontade são-Lhe uma ofensa. Quando igrejas ou indivíduos não põem o coração em suas ofertas, mas limitam os gastos no avançamento da obra de Deus e aferem-na segundo seus estreitos pontos de vista, mostram decididamente que não estão vivendo em ligação com Deus. Estão assim em desarmonia com Seu plano e maneira de trabalhar, e Ele não os pode abençoar. T5 269.2

Nós somos os construtores para Deus e devemos edificar sobre o fundamento que Ele preparou para nós. Nenhum homem deve construir sobre os próprios alicerces, independentemente do plano que Deus projetou. Há homens a quem Deus constituiu como conselheiros, a quem Ele tem ensinado, e cujo coração, espírito e vida estão postos na obra. Esses devem ser tidos em alta estima por causa de seu trabalho. Há alguns que desejarão seguir as próprias noções imperfeitas, mas precisam aprender a receber conselho e a trabalhar em harmonia com seus irmãos, ou semearão dúvidas e discórdia que não apreciarão colher depois. É vontade de Deus que aqueles que se alistam em Sua obra estejam sujeitos uns aos outros. Seu culto deve ser dirigido com consistência, unidade e idôneo julgamento. Deus é nosso único e suficiente auxiliador. As leis que governam Seu povo, seus princípios de pensamento e ação, são recebidas dEle através de Sua Palavra e Espírito. Quando Sua Palavra é amada e obedecida, Seus filhos andam na luz e não há tropeço para eles. Eles não aceitam a baixa norma do mundo, mas trabalham segundo o ponto de vista bíblico. T5 270.1

O egoísmo existente entre o povo de Deus Lhe é muito ofensivo. As Escrituras denunciam a cobiça como idolatria. Paulo diz: “Porque bem sabeis isto: que nenhum fornicador, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus.” Efésios 5:5. A dificuldade de muitos é que eles têm pequena fé. Como o homem rico da parábola, desejam ver seus suprimentos se acumulando nos celeiros. O mundo precisa ser advertido e Deus quer ver-nos totalmente empenhados em Sua obra, mas os homens têm tanto que fazer em levar adiante seus projetos de ganhar dinheiro, que não dispõem de tempo para promover os triunfos da cruz de Cristo. Eles não têm tempo nem disposição para empenhar seu intelecto, discernimento e energia na causa de Deus. T5 270.2

Irmãos e irmãs, desejo despertar em sua mente aversão por idéias limitadas com respeito à causa e obra de Deus. Gostaria que entendessem o grande sacrifício que Cristo fez por vocês quando Se tornou pobre, para que por sua pobreza vocês pudessem tomar posse das riquezas eternas. Oh, que por sua indiferença para com o eterno peso de glória que lhes está ao alcance, os irmãos não façam os anjos chorar e ocultar sua face em vergonha e desgosto. Despertem da letargia; estimulem cada faculdade dada por Deus e trabalhem pelas pessoas preciosas por quem Cristo morreu. Elas, se trazidas a Jesus, viverão pelas infindáveis eras da eternidade. E vocês ainda pretendem fazer o mínimo possível por sua salvação, enquanto, a exemplo do homem de um só talento, investem seus meios na Terra? Como o servo infiel estão vocês acusando a Deus, colhendo onde Ele não semeou e ajuntando onde Ele não espalhou? T5 271.1

Tudo o que vocês têm e são pertence a Deus. Não dirão vocês de coração: “Porque tudo vem de Ti, e da Tua mão To damos.”? 1 Crônicas 29:14. “Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda.” Provérbios 3:9. Assim Paulo exorta seus irmãos de Corinto à beneficência cristã: “Portanto, assim como em tudo sois abundantes na fé, e na palavra, e na ciência, e em toda diligência, e em vossa caridade para conosco, assim também abundeis nessa graça.” 2 Coríntios 8:7. Em sua epístola a Timóteo, ele diz: “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; que façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna.” 1 Timóteo 6:17-19. T5 271.2

A liberalidade não nos é tão natural para que possamos obter essa virtude por acidente. Ela precisa ser cultivada. Devemos escolher honrar a Deus com nossos recursos, e então não permitir que coisa alguma nos tente a furtá-Lo nos dízimos e ofertas que Lhe são devidos. Devemos ser inteligentes, sistemáticos e contínuos em nossos atos caridosos aos homens e em nossas expressões de gratidão a Deus por Seus benefícios a nós concedidos. Esse é um dever tão sagrado que não deve ser deixado ao acaso ou sob o controle de impulsos ou sentimentos. Deveríamos reservar com regularidade alguma coisa para a causa de Deus, para que Ele não seja roubado da porção que requer. Quando roubamos a Deus, tiramos de nós mesmos. Desistimos do tesouro celestial por causa de acumular mais tesouros na Terra. Essa é uma perda que não podemos dar-nos ao luxo de suportar. Se vivermos de modo tal a podermos receber as bênçãos de Deus, teremos Sua mão prosperadora conosco em nossos assuntos temporais. Mas, se ela se tornar contra nós, frustrará todos os nossos planos e espalhará mais rapidamente do que podemos ajuntar. T5 271.3

Foi-me mostrado que o estado de coisas nessas duas associações é realmente triste, mas Deus tem muitos preciosos servos ali, sobre os quais exerce zeloso cuidado. Ele não permitirá que sejam enganados e desencaminhados. T5 272.1