Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos

16/87

A igreja, a propriedade de Deus

A igreja é a propriedade de Deus, e Deus constantemente dela Se lembra ao estar ela no mundo sujeita às tentações de Satanás. Cristo nunca Se esquece dos dias de Sua humilhação. Passadas as cenas de Sua humilhação Jesus nada perdeu de Sua humanidade. Tem o mesmo amor terno e compassivo e sempre Se compadece dos ais humanos. Sempre tem em mente que foi um Varão de dores, familiarizado com a tristeza. Não Se esquece do povo que representa, que se está esforçando por manter a Sua espezinhada lei. Sabe que o mundo que O odiou, odeia-os também. Embora Jesus Cristo tenha entrado nos Céus, ainda há uma corrente viva que liga os Seus crentes ao Seu próprio coração de infinito amor. O mais humilde e fraco é ligado intimamente ao Seu coração por um elo de simpatia. Nunca Se esquece Ele de que é o nosso representante, de que tem a nossa natureza. TM 19.1

Jesus vê na Terra a Sua igreja verdadeira, cuja maior ambição é com Ele cooperar na grande obra de salvar almas. Ouve-lhes as orações, apresentadas em contrição e poder, e a Onipotência não lhes pode resistir aos rogos para a salvação de qualquer membro provado e tentado do corpo de Cristo. “Visto que* temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos Céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos pois com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” Jesus sempre vive para interceder por nós. Por nosso Redentor, que bênçãos não poderá o verdadeiro crente receber? A igreja, prestes a entrar no seu mais duro conflito, será para Deus o objeto mais querido na Terra. A confederação do mal será estimulada com poder de baixo e Satanás lançará todo o opróbrio possível sobre os escolhidos que ele não pode enganar e iludir com suas invenções e falsidades satânicas. Mas, exaltado “a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados”, fechará Cristo, nosso Representante e Cabeça, o coração, ou encolherá Sua mão, ou falsificará Sua promessa? — Não; nunca, nunca. TM 19.2

Identificado com sua igreja

Deus tem uma igreja, um povo escolhido; e pudessem todos ver como eu tenho visto, quão intimamente Cristo Se identifica com Seu povo, não se ouviria uma mensagem como essa que denuncia a igreja como Babilônia. Deus tem um povo que é Seu coobreiro e este tem avançado direito, tendo em vista a Sua glória. Ouvi a oração de nosso representante nos Céus: “Pai, aqueles que Me deste, quero que, onde Eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a Minha glória.” Oh, como o Chefe divino almejava ter Sua igreja consigo! Com Ele haviam comungado em seus sofrimentos e humilhação, e é a Sua mais elevada alegria tê-los consigo, para serem participantes de Sua glória. Cristo reclama o privilégio de ter Sua igreja consigo. “Quero que, onde Eu estiver, também eles estejam comigo.” Tê-los consigo, está de acordo com o concerto da promessa e o pacto feito com Seu Pai. Reverentemente, apresenta Ele, no trono da graça, a consumada redenção para Seu povo. O arco da promessa circunda nosso Substituto e Penhor ao lançar Sua amorável petição: “Pai, aqueles que Me deste quero que, onde Eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a Minha glória.” Contemplaremos o Rei em Sua beleza e a igreja será glorificada. TM 20.1

Como Davi, podemos agora orar: “Já é tempo de operares ó Senhor, pois eles têm quebrantado a Tua lei.” Têm os homens prosseguido na desobediência à lei de Deus, até alcançarem um grau de insolência sem paralelo. Os homens estão se educando na desobediência e apressadamente se aproximam do limite da paciência e do amor de Deus, e Deus certamente intervirá. Certamente Ele vindicará Sua honra e reprimirá a iniqüidade prevalecente. Será o povo que guarda o mandamento de Deus arrastado na iniqüidade dominante? Por ser a lei de Deus alvo de escárnio universal, serão tentados a pensar menos nessa lei que é o fundamento de Seu governo, tanto no Céu como na Terra? — Não. Para Sua igreja, Sua lei se torna mais preciosa, santa e digna de honra ao lançarem os homens sobre ela escárnio e desprezo. Como Davi, podem dizer: “Eles têm quebrantado a Tua lei. Pelo que amo os Teus mandamentos mais do que o ouro, e ainda mais do que o ouro fino. Por isso tenho em tudo como retos todos os Teus preceitos, e aborreço toda a falsa vereda.” TM 21.1

A igreja militante não é agora a igreja triunfante; mas Deus a ama, e descreve pelo profeta como Ele Se opõe e resiste a Satanás, que veste os filhos de Deus nos trajes mais negros e corruptos, e pleiteia o privilégio de destruí-los. Os anjos de Deus protegiam-nos dos assaltos do inimigo. Diz o profeta: TM 21.2

“E me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do Anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se Lhe opor, mas o Senhor disse a Satanás: O Senhor te repreende; ó Satanás, sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreende: Não é este um tição tirado do fogo? Ora Josué, vestido de vestidos sujos, estava diante do anjo. Então falando, ordenou aos que estavam diante dEle, dizendo: Tirai-lhe estes vestidos sujos. E a ele lhe disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de vestidos novos. E disse Eu: Ponham-lhe uma mitra limpa sobre a sua cabeça. E puseram uma mitra limpa sobre a sua cabeça, e o vestiram de vestidos: E o anjo do Senhor estava ali. E o anjo do Senhor protestou a Josué, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos: Se andares nos Meus caminhos, e se observares as Minhas ordenanças, também tu julgarás a Minha casa, e também guardarás os Meus átrios, e te darei lugar entre os que estão aqui.” TM 22.1

Mestres que devem ser evitados

Quando homens se levantam, pretendendo ter uma mensagem de Deus, mas em vez de combaterem contra os principados e potestades, e os príncipes das trevas deste mundo, eles formam um falso esquadrão, virando as armas de guerra contra a igreja militante, tende medo deles. Não possuem as credenciais divinas. Deus não lhes deu tal responsabilidade no trabalho. Eles desejam derrubar aquilo que Deus deseja restaurar pela mensagem de Laodicéia. Ele só fere para poder curar e não para fazer perecer. O Senhor não confere a nenhum homem uma mensagem que desanimará e desacoroçoará a igreja. Ele reprova, censura, castiga; mas é apenas para poder restaurar e aprovar afinal. Quanto se alegrou meu coração com o relatório da Associação Geral de que muitos corações foram abrandados e conquistados, que muitos fizeram humildes confissões, e removeram da porta do coração o entulho que conserva fora o Salvador! Que alegria tive ao saber que muitos deram as boas-vindas a Jesus como hóspede permanente! Como é que estes folhetos que denunciam a Igreja Adventista do Sétimo Dia como Babilônia* se espalharam por toda a parte, no mesmo tempo em que a igreja estava recebendo o derramamento do Espírito de Deus? Como é que os homens podem ser tão enganados que imaginem consistir o alto clamor em retirar o povo de Deus da comunhão de uma igreja que está gozando um período de refrigério? Oh, que essas almas enganadas entrem na corrente, e recebam a bênção e sejam dotadas do poder do Alto!* TM 22.2

Todo professor deve ser um discípulo, a fim de que os seus olhos possam ser ungidos para ver as evidências do avanço da verdade de Deus. Se quiser comunicar luz aos outros, devem os raios do Sol da Justiça brilhar em seu próprio coração. — The Review and Herald, 18 de Fevereiro de 1890. TM 23.1