Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos

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Conhecer a Deus

“Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus e de Jesus nosso Senhor.” Estas preciosas palavras são dirigidas aos que conosco têm obtido fé igualmente preciosa pela justiça de Deus e nosso Salvador Jesus Cristo. A fim de reconhecer a grandeza da promessa, devemos saber, por conhecimento experimental, quem está atrás da promessa. “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: Em Me conhecer e saber que Eu sou* o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na Terra; porque destas coisas Me agrado, diz o Senhor.” TM 258.2

Qualificativos essenciais para a obra de Deus

Em Sua Palavra enumera o Senhor os dons e graças indispensáveis a todos aqueles que estão ligados com Sua obra. Ele não nos ensina a passar por alto o conhecimento ou desprezar a educação; pois, uma vez controlada pelo amor e pelo temor de Deus, é a cultura intelectual uma bênção; no entanto, não é ela apresentada como requisito mais importante para o serviço de Deus. Jesus deixou de lado os sábios de Seu tempo, os homens de educação e posição, por serem tão orgulhosos e presumidos em sua alardeada superioridade que não podiam simpatizar com a humanidade sofredora, e tornar-se colaboradores do Homem de Nazaré. Em seu fanatismo desdenhavam ser ensinados por Cristo. O Senhor Jesus quer que os homens ligados à Sua obra a apreciem como sagrada; então poderão eles cooperar com Deus. Poderão ser canais livres pelos quais Sua graça poderá fluir. Os atributos do caráter de Cristo só poderão ser comunicados àqueles que não confiam em si mesmos. A mais elevada educação científica não pode por si mesma desenvolver caráter semelhante ao de Cristo. Os frutos da verdadeira sabedoria só vêm de Cristo. TM 259.1

Todo obreiro deve provar suas próprias habilitações pela Palavra de Deus. Têm os homens que lidam com coisas sagradas claro entendimento, correta percepção das coisas de interesse eterno? Consentirão em ceder à operação do Espírito Santo? Ou permitem a si mesmos serem controlados por suas próprias tendências hereditárias e cultivadas? A todos convém examinar-se para ver se estão na fé. TM 259.2

Posição e responsabilidade

Os que ocupam posições de confiança na obra de Deus, sempre devem ter em mente que estas posições envolvem grande responsabilidade. Correta realização da solene obra para este tempo, e a salvação das almas que conosco de qualquer modo se associam, dependem em grande parte de nossa condição espiritual. Devem todos cultivar um vivo senso de sua responsabilidade; pois seu próprio bem-estar presente e seu destino eterno serão decididos pelo espírito que alimentam. Se o eu estiver entretecido no trabalho, é como se se oferecesse fogo estranho em lugar do sagrado. Tais obreiros incorrem no desagrado do Senhor. Irmãos, retirai vossas mãos da obra, a menos que possais distinguir o fogo sagrado do comum. TM 260.1

Nem todos os que figuram como homens representativos, são cavalheiros cristãos. Prevalece o espírito de procurar o domínio sobre os outros. Os homens se consideram autoridade, exprimem suas opiniões e passam resoluções acerca de questões das quais não têm nenhum conhecimento experimental. Alguns dos que estão ligados à Casa Publicadora de _____, passam pelo escritório, falando com diferentes pessoas, dando as instruções que supõem próprio darem, quando não compreendem aquilo de que estão falando. TM 260.2

Injustiça e desonestidade

Grande injustiça e mesmo desonestidade têm sido cometidas nas reuniões administrativas ao levar as questões àqueles que não têm uma experiência que os capacite a serem juízes competentes. Nas mãos de homens têm sido colocados manuscritos para serem submetidos à crítica, quando os olhos do seu entendimento estavam tão cegados que eles não podiam discernir a importância espiritual do assunto de que estavam tratando. Mais do que isto, não tinham verdadeira noção de confecção de livros. Nem tinham estudo nem prática no ramo das produções literárias. Homens se têm arvorado em juízes de livros e manuscritos nesciamente colocados em suas mãos quando deveriam ter recusado tal incumbência. Ter-lhes-ia sido honesto apenas dizer: “Nunca tive experiência neste ramo de trabalho, e certamente cometeria uma injustiça para comigo mesmo e para com os demais, se desse minha opinião. Desculpai-me, irmãos; em vez de instruir aos outros, necessito de que alguém me ensine.” Mas isto estava longe de sua cogitação. Exprimiam-se livremente sobre assuntos de que nada sabiam. Algumas conclusões têm sido aceitas como sendo a opinião de homens sábios, quando eram simplesmente opinião de neófitos. TM 260.3

Chegou o tempo em que, em nome de Deus e na Sua força, deve a igreja agir para o bem das almas e para a honra de Deus. A falta de uma fé firme e de discernimento nas coisas sagradas deve ser considerada suficiente para excluir qualquer homem de ligação com a obra de Deus. Assim também a condescendência com um temperamento voluntarioso, um espírito áspero e despótico, revela que seu possuidor não deve ser colocado onde seja levado a decidir questões de peso que afetam a herança de Deus. Um homem impetuoso nenhuma parte deve desempenhar no trato com a mente humana. Não se lhe deve confiar o ajuste de questões que se relacionam com aqueles que Cristo comprou por um preço infinito. Se se puser a manejar homens, ferir-lhes-á e magoará a alma; pois não têm o fino tato, a delicada sensibilidade comunicados pela graça de Cristo. Seu próprio coração precisa ser abrandado, subjugado pelo Espírito de Deus. O coração de pedra não se tornou um coração de carne. TM 261.1

Todos devem representar a Cristo

Todos os que assim falsamente representam a Cristo estão imprimindo um molde errado à obra; pois encorajam os que com eles estão ligados a fazerem o mesmo. Por amor de sua alma, por amor àqueles que correm o risco de sua influência, devem eles resignar sua posição; pois no Céu aparecerá o registro de que o obrador do mal tem em suas vestes o sangue de muitas almas. Ele fez com que alguns ficassem exasperados, de tal modo que abandonaram a fé; alguns se têm imbuído dos seus próprios atributos satânicos, sendo impossível avaliar o dano a eles causado. Somente aqueles que manifestam que seu coração está sendo santificado pela verdade devem ser mantidos em posições de confiança na obra do Senhor. TM 262.1

Considerem todos que seja qual for a sua ocupação devem representar a Cristo. Com firme propósito procure cada homem ter o Espírito de Cristo. Especialmente devem os que aceitaram a posição de diretores ou conselheiros sentir que deles se requer que, em todos os sentidos, sejam cavalheiros cristãos. Embora, no trato com outros, devamos ser sempre fiéis, não devemos ser rudes. As almas com que temos de lidar são a possessão adquirida do Senhor, e não devemos permitir que nenhuma expressão precipitada, arrogante, escape dos lábios. TM 262.2

Irmãos, tratai os homens como homens, não como servos, mandados de uma parte para a outra a vosso bel-prazer. O que condescende com o espírito áspero e altivo melhor seria que se tornasse um guardador de ovelhas, como Moisés, e assim aprendesse o que significa ser um verdadeiro pastor. Moisés alcançou no Egito a experiência de poderoso estadista, e de líder dos exércitos; mas não aprendeu ali as lições essenciais à verdadeira grandeza. Necessitava ele de experiência em deveres mais humildes, para se poder tornar alguém que assume cuidados, terno para com todo ser vivente. Ao cuidar dos rebanhos de Jetro foi sua simpatia atraída para as ovelhas e cordeirinhos, e aprendeu a guardar essas criaturas de Deus com o mais terno cuidado. Embora sua voz nunca pudesse se queixar de maus tratos assim mesmo a atitude deles muito poderia demonstrar. Deus cuida de todas as criaturas que Ele fez. Ao trabalhar para Deus nessa humilde posição social, Moisés aprendeu a ser para Israel um terno pastor. TM 262.3

Confiar em Deus

O Senhor quer que aprendamos também uma lição da experiência de Daniel. Muitos há que se poderiam tornar homens poderosos, se, como este fiel hebreu, confiassem em Deus quanto à graça para serem vencedores e à força e eficiência em seus labores. Daniel demonstrou a mais perfeita cortesia, tanto para com os mais velhos como para com a juventude. Permaneceu como uma testemunha de Deus, e procurou tomar tal atitude que não se precisasse envergonhar por lhe ter o Céu ouvido as palavras ou contemplado as obras. Ao se exigir de Daniel que participasse do fausto da mesa do rei, não se encolerizou, nem exprimiu a determinação de comer e beber como lhe agradasse. Sem falar uma palavra de desafio, levou a questão a Deus. Tanto ele como seus companheiros buscaram a sabedoria do Senhor, e ao saírem da fervorosa oração, sua decisão estava feita. Com verdadeira coragem e cortesia cristã, Daniel apresentou o caso ao oficial sob cujo cuidado estavam, pedindo que lhes fosse concedido ter um regime simples. Sentiram esses jovens que seus princípios religiosos estavam em jogo e confiavam em Deus, a quem amavam e serviam. Foi-lhes concedido o que pediram, pois haviam alcançado graça para com Deus e os homens. TM 263.1

Homens em toda posição de confiança precisam tomar seu lugar na escola de Cristo e atender a injunção do grande Mestre: “Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas, porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve.” Não temos desculpas por manifestar um único traço errado de caráter. “Não por força, nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos.” Em vosso trato com outros, seja o que for que virdes ou ouvirdes, e que necessite ser corrigido, ide primeiro ao Senhor à procura de sabedoria e graça, para que ao tentardes ser fiéis, não sejais rudes. Pedi-Lhe que vos dê a docilidade de Cristo; então sereis leais ao vosso dever; leais à vossa posição de confiança, e fiéis a Deus, um mordomo fiel, que vence as tendências para o mal, naturais ou adquiridas. TM 263.2

Ninguém a não ser um cristão de todo o coração pode ser um cavalheiro perfeito; mas se Cristo estiver habitando na alma, Seu Espírito se revelará nas maneiras, nas palavras e nas ações. A delicadeza e o amor nutridos no coração, serão demonstrados em abnegação e verdadeira cortesia. Tais obreiros serão a luz do mundo.* TM 264.1