Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos

46/87

Calma e consideração

14 de Janeiro de 1894

O Senhor há de em breve trabalhar com maior poder entre nós, mas há o perigo de permitirmos que os nossos impulsos nos levem aonde o Senhor não quereria que fôssemos. Não devemos dar um passo para depois retroceder. Devemos caminhar solene, prudentemente, não fazendo uso de expressões extravagantes, nem permitindo que os nossos sentimentos sejam muito excitados. Devemos pensar calmamente, e agir sem excitação; pois há alguns que ficam facilmente arrebatados, que se aproveitam de inconsideradas expressões e usam pronunciamentos extremos para criar excitação, impedindo assim a própria obra que Deus queria fazer. Há uma classe de pessoas sempre dispostas a escapar por alguma tangente, que desejam apreender qualquer coisa estranha, maravilhosa e nova; mas Deus quer que todos procedam calma e ponderadamente, escolhendo as palavras em harmonia com a sólida verdade para este tempo, a qual precisa, tanto quanto possível, ser apresentada ao espírito isenta do que é emocional, conquanto ainda levando a intensidade e solenidade* que lhe convém. Devemos guardar-nos de criar extremos, de animar os que tendem a estar ou no fogo, ou na água. TM 227.1

Rogo-vos que arranqueis de vossos ensinos toda a expressão extravagante, tudo aquilo que espíritos não equilibrados e os inexperientes apreenderão, sendo assim levados a movimentos extremistas e imaturos. Necessário vos é cultivar o cuidado em cada declaração que fazeis para não iniciardes alguém num caminho errado, e trazerdes confusão que requeira muito e penoso trabalho para pôr em ordem, desviando assim a força e o trabalho dos que labutam para direções que não era o desígnio de Deus que eles tomassem. Um traço fanático manifestado entre nós fechará muitas portas aos mais sadios princípios da verdade. TM 228.1

Oh, quão cuidadoso deve ser cada obreiro para não correr adiante do Mestre, mas seguir onde Ele mostrar o caminho! Como alegraria aos inimigos de nossa fé lançar mão de qualquer declaração feita por nosso povo que exija retratação! Devemos agir discreta, sensatamente, pois esta é a nossa força; pois então Deus operará conosco, e por nós, e em nosso favor. ... Oh, como se regozijaria Satanás, se pudesse ter êxito em seus esforços de se insinuar entre este povo, e desorganizar o trabalho, num tempo em que é essencial uma completa organização, e será este o maior poder para manter afastados os movimentos espúrios e para refutar declarações não endossadas pela Palavra de Deus! Temos de conservar uniformemente as nossas fileiras, para que não haja quebra no sistema de método e ordem. Dessa maneira não se dará permissão para que elementos desordenados dominem a obra neste tempo. Vivemos num tempo em que são indispensáveis a ordem, o sistema e a unidade de ação, e a verdade tem de ligar-nos como fortes liames, a fim de que não haja entre os obreiros esforços dispersivos. Se aparecerem manifestações de desordem, temos de ter discernimento claro, para distinguir o espúrio do genuíno. Não se proclame nenhuma mensagem antes de haver ela subsistido a cuidadoso exame, em cada jota e til. TM 228.2

Evitar questões colaterais

Minha alma está muito preocupada, pois sei o que diante de nós está. Todo o engano concebível fará sentir seus efeitos sobre os que não têm com Deus uma ligação diária viva. Em nossa obra não deve haver esforços colaterais enquanto não houver completo exame das idéias sustentadas para que se possa averiguar de que fonte se originam. Os anjos de Satanás são sábios para fazer o mal, e criarão o que alguns pretenderão ser luz avançada, proclamarão como sendo coisas novas e maravilhosas, e embora em alguns respeitos seja a mensagem uma verdade, estará misturada com invenções humanas, e ensinará como doutrinas os mandamentos de homens. Se jamais houve um tempo em que deveríamos vigiar e orar com real fervor, é agora. Pode haver coisas supostamente boas, e que no entanto necessitam ser cuidadosamente consideradas com muita oração, pois são especiosas artimanhas do inimigo para conduzir almas numa vereda que esteja tão perto do caminho da verdade que muito pouco se distinga do caminho que leva à santidade e ao Céu. Mas os olhos da fé podem discernir que isto diverge do caminho certo, embora quase que imperceptivelmente. Pode a princípio ser julgado positivamente certo, mas depois de algum tempo verifica-se divergir amplamente do caminho da segurança, da vereda que leva à santidade e ao Céu. Meus irmãos, aconselho-vos a fazer caminhos retos para os vossos pés, para que o que coxeia não seja desviado do caminho.* TM 229.1