Mensagens Escolhidas 2

176/238

Perigo dos esportes

Não condeno o simples exercício de jogar bola; mas este, mesmo em sua simplicidade, pode ser exagerado. Estremeço sempre diante do resultado quase certo que segue na esteira dessas diversões. Leva a um dispêndio de meios que deveriam ser dedicados a levar a luz da verdade às almas que perecem longe de Cristo. As diversões e dispêndio de meios para satisfação própria que, passo a passo, levam à glorificação do próprio eu, e a educação nesses jogos com o fim de desfrutar prazer, produz por essas coisas um amor e paixão que não são favoráveis ao aperfeiçoamento do caráter cristão. ME2 322.1

A maneira em que têm sido conduzidos no colégio, não traz a aprovação do Céu. Não fortalece o intelecto. Não enobrece nem purifica o caráter. Há tendências que seguem através dos hábitos e costumes e práticas mundanos, e os participantes se tornam tão envaidecidos e vangloriosos que, no Céu, são considerados amantes dos prazeres mais que amantes de Deus. Em vez de tornar-se o intelecto fortalecido para realizar melhor trabalho como estudantes, para se tornarem cristãos mais habilitados a cumprir os deveres cristãos, a prática desses jogos lhes está enchendo o cérebro de pensamentos que lhes distraem dos estudos a mente. ME2 322.2

O caminho mais excelente

Ora, o mesmo poder de exercitar a mente e os músculos poderia imaginar maneiras e meios de uma espécie de prática muito mais elevada, fazendo trabalho missionário que os tornaria cooperadores de Deus, e educaria para mais elevada utilidade na vida presente, mediante trabalho útil, que é um aspecto muito necessário na educação. ME2 322.3

Há muitas maneiras nas quais podem os jovens pôr a juros os talentos que Deus lhes confiou, para promover a obra e causa de Deus, não para se agradarem a si mesmos, mas para glorificar a Deus. A Majestade do Céu, o Rei da glória, fez o infinito sacrifício de vir ao nosso mundo para que pudesse elevar e enobrecer a humanidade. Foi Ele um obreiro perseverante, diligente. Lemos que Ele “andou fazendo bem”. Atos dos Apóstolos 10:38. ME2 322.4

Não é esta a obra que todo jovem deve procurar fazer: trabalhar segundo Cristo? Tendes o auxílio de Cristo. As idéias dos estudantes se ampliarão. Serão de vasto alcance, e os poderes da utilidade, mesmo em vossa vida estudantil, hão de crescer continuamente. Os braços, as mãos, dados por Deus, devem ser usados em fazer o bem que traga a aprovação do Céu, de modo que possais ouvir afinal as palavras: “Bem está, servo bom e fiel.” Mateus 25:21. ME2 323.1

Não penso, segundo a maneira em que o caso me foi apresentado, que vossos jogos de bola sejam conduzidos de modo que o registro dos estudantes, na estima dAquele que pesa as ações, seja da espécie que traga recompensa aos participantes. ME2 323.2

Forme-se um grupo, mais ou menos segundo o plano da ordem do Esforço Cristão, e vede o que pode ser feito por todo instrumento humano de responsabilidade, em matéria de observar e aproveitar as oportunidades de trabalhar pelo Mestre. Tem Ele uma vinha na qual todos podem efetuar boa obra. A humanidade sofredora precisa de auxílio por toda parte. Os estudantes podem alcançar entrada ao coração dirigindo palavras oportunas, prestando favores aos que precisam mesmo de trabalho físico. Isto não será desonra para nenhum de vós, e trará a consciência da aprovação de Deus. Será isso o mesmo que entregar aos banqueiros os talentos que vos foram confiados para os usardes sabiamente. O negociar com eles, aumentá-los-á. ME2 323.3

Existem métodos de exercícios saudáveis que podem ser planejados, e que serão benéficos tanto à alma como ao corpo. Há uma grande obra para ser feita, e é necessário que todo instrumento responsável se eduque no fazer essa obra de modo aceitável a Deus. Muito há que aprender, da parte de todos, e não se pode inventar melhor emprego de cérebro, ossos e músculos do que aceitar a sabedoria de Deus em fazer o bem, e adotar algum plano humano para remediar os males existentes, desta época extravagante e perversa. ME2 323.4

É nosso dever procurar sempre fazer o bem no uso dos músculos e do cérebro que Deus confiou aos jovens, a fim de que sejam úteis aos outros, tornando seus labores mais leves, procurar consolar os tristes, erguer os desanimados, dirigir palavras de conforto aos desesperançados, volvendo o espírito dos estudantes dos divertimentos e doidices que muitas vezes os levam para além da atitude digna da varonilidade e feminilidade, para a vergonha e desgraça. O Senhor deseja que nosso espírito seja elevado, buscando mais altos e mais nobres condutos de utilidade. ME2 323.5

Perigos para a espiritualidade

É a intenção, sinceramente, buscar a glória de Deus nesses jogos? Bem sei que tal não se dá. Perdem-se de vista os caminhos e propósitos de Deus. O uso que fazem do tempo seres inteligentes, no tempo da graça, invalida a revelada vontade de Deus, substituindo-a pelas especulações e invenções do instrumento humano, com Satanás ao seu lado para imbuí-lo de seu espírito. Mantende bem junto de vós a Palavra de Deus. Por ela guiados sereis sábios, sereis constantes, inamovíveis, sempre abundando na obra do Senhor. Temos de, nestes últimos dias, vigiar em oração. O Senhor Deus do Céu protesta contra a ardente paixão cultivada para conseguir a supremacia, nos jogos que são tão absorventes. ME2 324.1

Em tempo algum de vossa vida fostes colocados em lugar mais crítico do que agora, quando seguis vossos estudos médicos em Ann Harbor. Satanás vigia todo meio pelo qual possa aproveitar-se para insinuar-se com suas astutas tentações, para destruir a alma. Defrontareis sentimentos incrédulos em todos os homens inteligentes que se chamam cristãos. Apegai-vos à sabedoria que vos é revelada na Palavra de Deus, pois se obedecerdes aos seus ensinos, ela vos vinculará ao trono de Deus. ME2 324.2

Agora, mais do que em qualquer outro período de tempo, estou temerosa de que cristãos, como indivíduos, se separem de Deus por perder de vista o Modelo, Jesus Cristo, e pensem ser seguro andar entre as faíscas que acenderam [Isaías 50:11], enganando a alma com pensar que seja o caminho do Senhor. — Carta 17a, 1893. ME2 324.3