Mensagens Escolhidas 2

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Aconselhada a atividade física e mental

Muitas vezes vinham irmãos pedir-nos conselho. Meu marido não queria ver a ninguém. Ele preferia muito ir para outro aposento, quando chegavam visitas. Mas geralmente, antes que ele percebesse que havia chegado alguém, eu levava a visita à presença dele e dizia: “Marido, aqui está um irmão que veio para fazer uma pergunta, e como você lhe sabe responder melhor do que eu, eu o trouxe aqui.” Naturalmente ele então não podia esquivar-se. Tinha que ficar no aposento e responder à pergunta. Desta maneira, e de muitas outras, eu o levei a exercitar a mente. Se ele não tivesse sido levado a usar a mente, dentro em pouco teria fracassado por completo. ME2 307.1

Todos os dias meu marido saía a dar um passeio a pé. No inverno veio uma terrível tempestade de neve, e Papai pensou que não poderia sair em meio à nevasca. Fui ter com o irmão Root e lhe disse: “Irmão Root, o senhor tem um par de botas disponíveis?” ME2 307.2

“Sim”, respondeu ele. ME2 307.3

“Eu gostaria de tomá-las emprestadas esta manhã”, volvi. Calçando as botas e pondo-me a caminho, percorri meio quilômetro em profunda neve. Ao voltar, pedi a meu marido que desse um passeio. Respondeu que não poderia sair, em semelhante tempo. “Oh! sim, você pode!” respondi. “Por certo você pode seguir meus rastos.” Era ele um homem que tinha grande respeito às mulheres; e quando viu minhas pegadas, concluiu que, se uma mulher podia andar na neve, ele também poderia. Nessa manhã ele deu seu passeio costumeiro. ME2 307.4

Na primavera havia fruteiras a plantar e horta a fazer. “Guilherme”, disse eu, “por favor vá comprar três enxadas e três ancinhos. Cuide em comprar três de cada.” Quando mos trouxe, eu lhe disse que tomasse uma das enxadas, e Papai outra. Papai fez objeção, mas tomou uma delas. Pegando numa eu mesma, começamos o trabalho; e embora eu fizesse bolhas nas mãos, tomei-lhes a dianteira na capina. Papai não podia fazer muito, mas moveu-se. Foi por semelhantes métodos que procurei cooperar com Deus em restaurar a saúde a meu marido. E, oh! como o Senhor nos abençoou! ME2 307.5

Eu sempre levava comigo meu marido quando eu saía com a carroça. E levava-o comigo quando eu saía a pregar em qualquer lugar. Eu tinha um circuito costumeiro de reuniões. Não o conseguia persuadir a ir ao púlpito quando eu pregava. Afinal, depois de muitos, muitos meses, disse-lhe eu: “Agora, meu marido, hoje você vai ao púlpito.” Não queria ir, mas não cedi. Levei-o à plataforma comigo. Nesse dia ele falou ao povo. Embora a sala de reuniões estivesse apinhada de descrentes, por meia honra não pude refrear as lágrimas. Meu coração transbordava de alegria e gratidão. Eu sabia que a vitória fora alcançada. ME2 307.6

Recompensado o esforço persistente

Após dezoito meses de constante cooperação com Deus no empenho de restaurar a saúde a meu esposo, levei-o de novo para nosso lar. Apresentando-o a seus pais eu disse: “Pai, Mamãe, aqui está vosso filho!” ME2 308.1

“Ellen”, disse sua mãe, “você não tem ninguém mais senão a Deus e a você mesma que agradecer esta maravilhosa restauração. Suas energias conseguiram isto.” ME2 308.2

Após o restabelecimento, meu marido viveu vários anos, durante os quais realizou a melhor obra de sua vida. Porventura esses anos de utilidade que se acrescentaram, não me recompensaram multiplicadamente pelos dezoito meses de laborioso cuidado? ME2 308.3

Dei-vos este breve relato de experiência pessoal, para mostrar-vos que conheço algo acerca do emprego de meios naturais para restauração de doentes. Deus operará maravilhas para cada um de nós, se trabalharmos com fé, agindo de acordo com o que cremos, isto é, de que quando cooperamos com Ele, está pronto a fazer Sua parte. Desejo fazer tudo que possa para levar meus irmãos a seguir um procedimento sensato, a fim de que seus esforços tenham o máximo de êxito. Muitos que desceram à sepultura poderiam estar vivos hoje, se tivessem cooperado com Deus. Sejamos homens e mulheres sensatos com respeito a esses assuntos. — Manuscrito 50, 1902. ME2 308.4