Mensagens Escolhidas 3

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Para onde estamos sendo levados?

Uma irmã que passara algumas semanas numa de nossas instituições em Battle Creek disse ter ficado muito decepcionada com o que ela viu e ouviu ali. Pensara que encontraria um povo muito à frente das igrejas mais novas, tanto no conhecimento da verdade como na experiência religiosa. Esperava obter aqui bastante instrução que pudesse levar para suas irmãs na fé num Estado distante. Mas ficou surpresa e aflita com a leviandade, mundanismo e falta de devoção que encontrou em toda a parte. ME3 246.1

Antes de aceitar a verdade, ela seguira as modas do mundo em seu vestuário e usara jóias de alto preço e outros ornamentos; mas, ao decidir obedecer à Palavra de Deus, achou que seus ensinos requeriam que abandonasse todo adorno extravagante e supérfluo. Foi-lhe ensinado que os adventistas do sétimo dia não usavam jóias, ouro, prata ou pedras preciosas, e que não se sujeitavam às modas mundanas em seu vestuário. ME3 246.2

Quando ela viu entre os que professam a fé tão amplo afastamento da simplicidade bíblica, ficou perplexa. Não tinham eles a mesma Bíblia que ela havia estudado e com a qual procurava harmonizar a vida? Sua experiência passada tinha sido mero fanatismo? Interpretara mal as palavras do apóstolo: “A amizade do mundo é inimiga de Deus. Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus”? ME3 246.3

A Sra. D., uma senhora que ocupava um cargo na instituição, estava de visita no quarto da irmã _____, certo dia, quando esta última tirou de sua mala um colar e uma corrente de ouro e disse que queria vender essas jóias e colocar o dinheiro obtido na tesouraria do Senhor. Disse a outra: “Por que pretende vendê-lo? Eu o usaria se fosse meu.” “Ora — replicou a irmã _____ — quando aceitei a verdade, foi-me ensinado que todas essas coisas precisam ser abandonadas. Certamente são contrárias aos ensinos da Palavra de Deus.” E ela citou para sua ouvinte as palavras dos apóstolos Paulo e Pedro a respeito desse ponto: “Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas).” “Não seja o adorno das esposas o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus.” ME3 246.4

Como resposta, a senhora mostrou um anel de ouro no seu dedo, que fora dado por uma pessoa descrente, e disse que não via mal algum em usar tais ornamentos. “Não somos tão meticulosos — disse ela — como antigamente. Nosso povo foi demasiado escrupuloso em suas opiniões sobre o assunto do vestuário. As senhoras desta instituição usam relógios de ouro e correntes de ouro, e se vestem como as outras pessoas. Não é um bom plano de ação ser singular em nosso vestuário; pois não poderemos exercer tanta influência.” ME3 247.1

Conformidade com Cristo ou com o mundo — Perguntamos: Isso está de acordo com os ensinos de Cristo? Devemos seguir a Palavra de Deus ou os costumes do mundo? Nossa irmã decidiu que era mais seguro aderir à norma da Bíblia. Será que a Sra. D. e outras pessoas que seguem um procedimento similar se deleitarão em encontrar o resultado de sua influência naquele dia em que cada um receberá de acordo com as suas obras? ME3 247.2

A Palavra de Deus é clara. Seus ensinos não podem ser mal-interpretados. Obedeceremos a ela, assim como Ele no-la deu, ou procuraremos descobrir até onde podemos afastar-nos e ainda ser salvos? Oxalá todos os que estão ligados a nossas instituições aceitassem e seguissem a luz divina, sendo assim habilitados a transmitir a luz aos que andam nas trevas! ME3 247.3

A conformidade com o mundo é um pecado que está minando a espiritualidade de nosso povo e interferindo seriamente em sua utilidade. É inútil proclamar a mensagem de advertência ao mundo enquanto nós a negarmos nas atividades da vida diária. — The Review and Herald, 28 de Março de 1882. ME3 247.4